quarta-feira, 29 de abril de 2015

QUE PRESIDENTE É ESSA?



Dilma não governa, não circula livremente, e agora não fala no rádio e na televisão. Que presidente é essa?


Dilma Rousseff (Foto: Fernando Bezerra / EFE)

Por Ricardo Noblat

Que presidente da República é essa que temos, obrigada a delegar o comando político do governo ao vice-presidente, o comando da economia ao ministro da Fazenda, impedida de circular livremente por medo de ser vaiada, e que agora renuncia ao direito de falar ao país em cadeia nacional de rádio e da televisão no dia 1º de Maio só para driblar o risco de ser recepcionada com um estrepitoso panelaço?

Esta presidente é Dilma Rousseff, a primeira mulher a governar o país, legítima invenção de Lula que imaginava sucedê-la depois de quatro anos, reeleita no ano passado com bem menos da metade dos votos válidos, acusada de mentir muito durante a campanha eleitoral, suspeita aos olhos da maioria dos brasileiros de nada ter feito para impedir a corrupção na Petrobras, e por isso mesmo rejeitada por pouco mais de 60% deles.

Mentira pega - e constrangido por dever de ofício a defender tudo o que Dilma disser e fizer, Edinho Silva, o novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, apressou-se em declarar que o cancelamento do discurso à Nação no dia 1º de Maio nada teve a ver com panelaços, vaias ou coisas parecidas, nada mesmo, devendo-se apenas ao desejo da presidente de, este ano, falar diretamente com seus governados por meio das redes sociais.

Nada mais natural, pois, se fato fosse verdade, mas esse não é o caso, e a novidade só servirá para fazer sobressair o estado de fragilidade emocional em que Dilma vive, acuada dentro do seu próprio país, isolada nos palácios que lhe servem de abrigo, rodeada por pessoas que mais a temem do que a amam, assediada por políticos que só a procuram para arrancar favores, e como se não bastasse, monitorada por um tutor que não vê a hora de herdar-lhe a faixa presidencial.

Que mulher é essa a merecer tamanha desdita? Torturada por algozes interessados em esmagar seus sonhos e convicções, relegada a uma posição subalterna dentro da organização política à qual pertenceu na época da ditadura, e burocrata sem brilho de uma administração que não deixou saudades em Porto Alegre, de repente ela se viu alçada à condição de segunda pessoa mais importante da República e, em seguida, de primeira. Quis Deus? Não. Quis Lula.

E o que lhe resta agora? Torcer para que dê certo a receita de Levy destinada a pôr em ordem as contas públicas. Se der, o mérito será dele – quando nada porque ela discorda da receita. E torcer para que Temer demonstre a capacidade que ela nunca teve de aparar arestas, construir consensos, e garantir a estabilidade de um governo que quase desmoronou mal havia recomeçado. Depois... Bem, depois, é recolher-se à vida pachorrenta de um bairro de Porto Alegre.

UM FIASCO EM PERNAMBUCO: LULA FEZ PALESTRA PARA NINGUÉM

O vídeo diz tudo: contratado para uma palestra na fábrica de cerveja em Pernambuco, Lula falou para ninguém

Augusto Nunes
Contratado por R$ 300 mil pelo Grupo Petrópolis, Lula saiu da toca e baixou em Itapissuma neste 17 de abril para o que o patrocinador batizou de “palestra motivacional para força de vendas da Cerveja Itaipava”. O palanque ambulante improvisou outro comício de uma hora, embolsou a bolada, decolou de volta para São Paulo e dispensou-se de registrar no site do Instituto Lula a incursão por Pernambuco.
Fez muito bem, comprova o vídeo que documenta o fiasco do palestrante de araque. Abafada pela barulheira dos presentes à boca-livre, que conversam, reabastecem o copo ou circulam pelo espaço despovoado, a voz do orador nem chega aos ouvidos dos gatos pingados dispostos a encarar o falatório. Por falta da indispensável plateia amestrada, Lula falou para ninguém.
A Itaipava perdeu mais que o dinheiro do cachê: as baixas anunciadas pela internet avisam que também perdeu boa parte da freguesia. Lula passou a vida vendendo vento e fumaça. Hoje, quem diria, não consegue sequer vender cerveja.

NOVA MARCHA DOS "100 MIL"

Resultado de imagem para MARCHA DO movimento brasil livre



CUNHA SINALIZA ACEITAR PEDIDO DE IMPEACHMENT

O Planalto acendeu a luz amarela após reunião de última hora entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e líderes aliados, na noite desta segunda. Deputados saíram com a certeza que o impeachment de Dilma não está sepultado, como Cunha tem dito à imprensa. Nenhuma decisão sobre o assunto deve ser tomada antes de 27 de maio, quando é esperada marcha contra Dilma em Brasília.

Depois de Eduardo Cunha, os “aliados” se reuniram com a oposição. E Carlos Sampaio (PSDB-SP) deve aumentar a pressão sobre Cunha.

A oposição já chama de “Marcha dos 100 mil” a caminhada entre São Paulo e Brasília de defensores do impeachment.

A marcha é liderada pelo Movimento Brasil Livre, que também tem organizado protestos contra Dilma, e inspirada em Luiz Carlos Prestes.

Leia mais na coluna do jornalista Claudio Humberto

PARTIDO DOS TRABALHADORES COM MEDO ... DO TRABALHADOR

Dilma desiste mesmo do pronunciamento do Primeiro de Maio

Por Reinaldo Azevedo
De vez em quando, o governo toma uma decisão sábia. A presidente Dilma Rousseff desistiu de fazer o tradicional discurso de Primeiro de Maio. Vejam bem, senhoras e senhores, a enormidade do buraco em que se meteu o PT. A mandatária de um partido que se diz dos “trabalhadores” está impedida de falar em rede nacional no Dia do Trabalho porque dá como certa, e tem razão, que a fala seria usada como estímulo para um panelaço.
Segundo o ministro Edinho Silva, da Secom, Dilma vai se comunicar com os trabalhadores por meio das redes sociais. Pois é… Eventuais tuitaços são feitos em silêncio, não é mesmo? Leio na Folha a seguinte declaração do ministro: “Primeiro, é uma forma de valorizarmos outros modais de comunicação. Segundo, a presidente não precisa se pronunciar em cadeia nacional”. Edinho negou, contra todas as evidências, que a decisão tenha algo a ver com o medo do panelaço: “A presidente não teme nenhum tipo de manifestação da democracia”.
Bem, então por que não fala? A negativa, convenham, é um pouquinho ridícula. Um governante faz um pronunciamento para ser ouvido. Qual daria maior alcance à fala de Dilma em tempos normais? É evidente que seria a rede nacional de rádio e televisão. Pode não ser temor. Vai ver é uma questão de gosto, né? Ninguém fica feliz quando é vaiado. De resto, o governo avalia que a crise deu uma esfriada. Um pronunciamento poderia aumentar rapidamente a temperatura. Ademais, é preciso ter algo a dizer. Com o que acenaria a presidente em seu eventual discurso?
Pois é… Quem diria? Chegamos ao ponto em que um governo prefere aparecer pouco. E isso não é da natureza dos políticos, a menos que estejam muito mal na fita.

RAPOSA NO GALINHEIRO

PETISTA VAI INTEGRAR CONSELHO DA PETROBRAS

(No Estadão)


Apesar da estratégia do governo em indicar nomes técnicos validados pelo mercado, o conselho de administração da Petrobras contará com um integrante filiado ao PT. Eleito pelos funcionários da estatal, Deyvid Bacelar é ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e completou a filiação ao partido no início do ano. Ele diz que sua a atuação será "independente" do partido, mas garante que vai defender que "o papel de responsabilidade social da Petrobras seja maior que seus objetivos econômicos".

"Será uma vaga solitária, e isso é uma preocupação. Há um afastamento do governo, que deixa de indicar membros próprios para satisfazer ao mercado. Não sabemos o compromisso que eles terão com a Petrobras", afirmou o conselheiro.

Bacelar, de 36 anos, é técnico em segurança do trabalho na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Na Petrobras há apenas nove anos, ele tomará posse como conselheiro na assembleia de acionistas marcada para hoje. Como acionista controlador, o governo indicou sete nomes, entre eles, o atual presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, indicado para a presidência do conselho. Outras duas vagas serão disputadas por indicados dos acionistas minoritários - como fundos estrangeiros associação de investidores e o Bradesco.

O temor do sindicalista com a composição do conselho é a "pressão de multinacionais" por mudanças na lei de conteúdo local e no marco regulatório do pré-sal, que determina à estatal obrigatoriedade na operação dos blocos e de participação de 30% nos consórcios. "Conversamos com senadores do partido para garantir oposição ao projeto que tramita para alterar a legislação. Não há contradição. Teremos independência e autonomia em relação ao governo", disse o futuro conselheiro.

A primeira reunião dos novos integrantes será no dia 15, para a apreciação das contas do primeiro trimestre do ano. Na avaliação de Bacelar, o último balanço foi "ilógico". "A baixa de R$ 6 bilhões de corrupção foi além da conta. A Lava Jato não teve impacto tão grande. Não houve comprovação se teve corrupção em todos os contratos com as 27 empresas", avalia.

O balanço foi aprovado apesar de "divergências conceituais". Representantes dos minoritários, os conselheiros José Monforte e Mauro Cunha questionaram a dificuldade de acessar documentos previamente. Cunha, que já integrou o comitê de auditoria da estatal, questionou os valores apresentados nas perdas por corrupção. "O que se vê é uma escolha de parâmetros que têm como resultado diminuir o ajuste requerido às demonstrações financeiras."

DURA LEX, SED LEX ... E OS FORA DA LEI

GOVERNO PRESSIONA TCU A NÃO MANDAR 'PEDALADAS' PARA O MPF

TCU NOTIFICOU 17 AUTORIDADES E LIBEROU O PROCESSO PARA O MPF

O MINISTRO-CHEFE DA AGU, LUÍS INACIO ADAMS, REIVINDICA O CONTRADITÓRIO.


O governo federal tenta evitar que o Tribunal de Contas da União (TCU) envie relatório que aponta irregularidades em manobras fiscais da equipe econômica para o Ministério Público Federal (MPF). Em recurso apresentado à corte, a Advocacia-Geral da União (AGU) pede que o resultado da auditoria sobre as chamadas "pedaladas" só seja remetido à Procuradoria da República no Distrito Federal, que toca investigação sobre o caso para apurar eventual prática de improbidade administrativa, depois que 17 envolvidos sejam interrogados. O pedido será julgado em sessão marcada para esta quarta-feira, 29.

Na último dia 15, o TCU julgou irregular a prática de "pedalar" as contas públicas, que consiste em atrasar repasses do Tesouro Nacional aos bancos federais para o pagamento de benefícios sociais. Esse tipo de operação permitiu que, em 2013 e 2014, o governo Dilma Rousseff inflasse artificialmente seus resultados para melhorar o superávit primário (economia para o pagamento da dívida). Para o tribunal, o governo não cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal - irregularidade que pode ser enquadrada, na esfera penal, como crime de responsabilidade.

A decisão do TCU determina que 17 integrantes ou ex-integrantes do governo Dilma, entre eles o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, que hoje comanda a Petrobras, se expliquem em 30 dias. Mas já delibera sobre o envio das conclusões da auditoria para que o Ministério Público adote "as medidas que julgar oportunas e convenientes". Por ora, o cumprimento do acórdão está suspenso para a análise dos recursos.

O temor do governo é o de que o relatório subsidie o MPF no oferecimento de denúncia de improbidade contra os envolvidos ou mesmo fomente a abertura de nova investigação para apurar se, de fato, houve crime no caso. A estratégia é protelar ao máximo as audiências dos envolvidos, pois a corte julgará as contas de 2014 do governo até 17 de junho e, com base na análise sobre as "pedaladas", pode dar parecer inédito pela rejeição.

No TCU, alguns ministros defendem que essa avaliação só seja feita após a apresentação das defesas. Se elas atrasarem, a análise sobre as manobras fiscais ficará para depois. O ministro-chefe da AGU, Luís Inácio Adams, disse, na terça-feira, 28, ser "impróprio" apresentar conclusão sobre as "pedaladas" antes das audiências. Segundo ele, por ora, o juízo do TCU é "preliminar". "Ou bem esse assunto está encerrado ou não está. O problema é o encaminhamento formal. A conclusão, até o momento, tem de ser submetida a um contraditório", argumentou. O ministro adiantou que, se os pedidos forem rejeitados hoje, o governo vai apresentar outros recursos previstos nas normas do TCU.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

PT SE ARTICULA PARA PRESSIONAR E INTIMIDAR JUIZ SÉRGIO MORO

PETISTAS AGEM PARA COLOCAR O JUIZ SERGIO MORO NA 'DEFENSIVA'


O Partido dos Trabalhadores prepara ação contra o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. A área jurídica do PT trabalha em sigilo na consolidação de argumentos para alegar a “suspeição” do magistrado, em razão de prisões de petistas, que eles consideram “políticas”. A intenção é colocar Moro “na defensiva”, segundo uma fonte do partido. Trocando em miúdos, querem intimidar o juiz.

O PT sonha afastar Sergio Moro da Lava Jato, acusando-o de “parcial”, “antipetista” etc. Conversa fiada: é só um juiz corajoso e incorruptível.

A prisão da cunhada de João Vaccari será usada pelo PT contra Moro, que a soltou tão logo se pôs em dúvida sua identidade em um vídeo.

Os petistas querem que Marice Corrêa de Lima, a cunhada de Vaccari, acione Sergio Moro por “dano moral”. Ela não parece disposta a isso.

João Vaccari, que o PT trata como “preso político”, é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. 

PT CALA, PORTANTO CONSENTE



(Estado) 

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não iria comentar as declarações de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, de que o PT "roubou demais"

O partido e integrantes da cúpula não se manifestaram em redes sociais, como tem sido praxe quando a legenda é criticada. 

Um dos vice-presidentes do PT, o deputado federal José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, classificou como “graves” as declarações de Lupi. Guimarães disse que é preciso discutir com o aliado para evitar a saída do PDT da base de apoio da Dilma. Ele destacou ainda que a fala do presidente do PDT ocorre no momento em que o governo tenta melhorar a relação política com os partidos da base – com a assunção da tarefa de articulador pelo vice-presidente Michel Temer. “Um partido importante como o PDT sair da base é prejuízo. Por mim, fica”, disse Guimarães.

domingo, 26 de abril de 2015

'NÓS' CONTRA 'ELES'

O discurso do ódio pregado pelo PT durante décadas funcionou como bumerangue. De repente, de supostos defensores do povo, percebe-se que nem todos caíram na lábia da estratégia marqueteira que tentou dividir o Brasil, e que o povo de verdade, não as massinhas controladas pelo partido, faz parte do "ELES" tão demonizado pelos "NÓS".



'NÓS' SOMOS SÓ ISSO

J. R. GUZZO, na VEJA

Há vários anos o Brasil se acostumou a ouvir do governo, das suas principais lideranças e dos chefes do seu partido que o país se divide em dois — “nós” e “eles”. Esse “nós” quer dizer, em resumo, o ex-presidente Lula, seus admiradores e os que mandam hoje na máquina do governo; segundo a visão oficial, representam todas as virtudes possíveis de encontrar na vida pública, e por isso são os únicos que têm o direito de governar. “Eles” são todos os demais, e principalmente quem não concorda com as atitudes e os atos do ex-presidente, do PT e do governo nestes últimos doze anos.
É uma maneira doente, em qualquer tipo de situação, de fazer política — não é assim que funciona uma democracia. Na situação de hoje, então, falar em “nós” e “eles” é um perigo. “Nós” quem, por gentileza? Faz parte desse “nós”, sem nenhuma possibilidade de dúvida, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, que vinha ocupando seu cargo com o apoio total de Lula e do sacro colégio do partido — e o homem, santo Deus, acaba de ir para a cadeia. Nunca antes na história deste país foi tão melhor ser “eles”.
A prisão de Vaccari é um desastre a mais numa série que parece não ter fim. O tempo passa, o mundo gira e viemos todos, a folhas tantas, dar com a situação que se formou nas últimas semanas: quando Lula, o PT e o seu sistema de propaganda, forçados pela presença da população nas ruas, tiveram de olhar em  volta de si mesmos, acabaram vendo que “eles”, como dizem, são muito mais numerosos do que “nós”. É como se descobrissem, de repente, que sua conta está errada: “Mas será que ‘nós’ somos só isso?”. Sim, são só isso — mais Vaccari.
Na hora de colocarem gente na rua, constataram que as massas populares que imaginam comandar não existem no mundo dos fatos. Contam apenas com os subordinados a quem podem dar ordens, tirados como sempre do quadro de servidores da CUT, MST, UNE e outros grupos que só vão para a praça pública se os chefes mandarem. Vão em ônibus fretados e pagos com dinheiro público, não trabalham, precisam receber lanche e mesada em dinheiro, jogam pedra na polícia, metem o pé no vidro de carros, derrubam latas de lixo; não sabem fazer outra coisa.
Já o que chamam de “eles” fizeram em menos de um mês as maiores manifestações populares que o Brasil já viu desde a campanha pelas eleições diretas, trinta anos atrás. Vão para a rua por sua livre decisão e por sua própria conta; na segunda delas estiveram presentes em 500 cidades. Quem, então, é a maioria e quem é a minoria neste país? A conta para valer, na verdade, sempre foi esta. Francamente: dá para acreditar que invasores de imóveis, bandos de mascarados que destroem mudas de eucalipto e outros grupos marginais representam a maioria da população brasileira? É claro que não dá.
Já a maioria verdadeira, que agora aparece em peso em todos os cantos do país, mostrou mais uma vez que águas quietas podem ser muito fundas. Praticamente ninguém, há pouco mais de um mês, seria capaz de prever que um chamado feito por voluntários anônimos pudesse levar multidões à rua; imaginar que 2.000.000 pessoas, por exemplo, sairiam de casa para protestar contra o governo parecia um completo disparate.
Parecia, mas não foi — o que, entre tantas outras coisas, serve para recomendar um pouco mais de humildade a todos os que imaginam que a vida se resume às suas próprias certezas, a começar pelo governo. Suas Excelências se acostumaram a dizer que são os primeiros e únicos, em toda a história, a representar o povo brasileiro. Estão vendo agora que nem o governo Collor, descrito pelo PT como o pior de todos os tempos, conseguiu reunir tanta gente contra si.
Lula e o seu universo estão com um problema e tanto. O que a população está exigindo nas ruas é mais complicado que o “fora Dilma” — quer um país que funcione, e isso nem Lula, nem Dilma, nem Vaccari são capazes de entregar. Será que vão perceber que a sua corrente de transmissão continua a girar, mas não está transmitindo nada? A ver. Ao seu redor, por enquanto, fala-se em “vitória”, porque houve menos gente na segunda manifestação do que na primeira.
Imaginam, talvez, que quem foi no dia 15 março e não foi no 12 de abril se arrependeu e passou a apoiar o governo nesse meio-tempo. Dá o que pensar — com mais duas ou três vitórias dessas o PT não precisará se preocupar com nenhuma outra derrota. É a vida. Como diz José Saramago, a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram. Não há nada que se possa fazer a esse respeito.

DELÍRIOS À BEIRA DO ABISMO

O que se constata é que o partido vive não apenas seu ocaso político e moral, mas sobretudo intelectual




O Caderno de Teses do PT, a ser debatido em seu 5º Congresso, em junho, em Salvador – e disponível em seu site -, expõe o grau de alheamento de sua militância em relação à conjuntura presente. O partido propõe, em síntese, uma revolução, a partir da mobilização das massas. Que massas?

O partido não percebe que perdeu a hegemonia das ruas. Seu projeto socialista, de viés autoritário – autointitulado “hegemônico” -, jamais enfrentou tantos obstáculos.

A economia vai mal, suas principais lideranças estão às voltas com o Código Penal e as massas que ocupam as ruas pedem que deixe o poder. A presidente reina, mas não governa. O poder está nas mãos de uma trinca peemedebista: Michel Temer, vice-presidente; Eduardo Cunha, presidente da Câmara; Renan Calheiros, presidente do Senado.

A economia está nas mãos de um tecnocrata liberal, Joaquim Levy, que representa o avesso do projeto socialista do partido. Os Cadernos de Teses – um conjunto de sete apostilas, cuja primeira tem o provocativo título de “Um Partido para Tempos de Guerra” – parecem ignorar a nova realidade posta ao partido. Age como se cada etapa de sua presença no poder tivesse obtido êxito.

No processo de aparelhamento gradual da máquina administrativa do Estado e dos organismos de representação da sociedade civil, este momento – o quarto mandato consecutivo na presidência da república – seria o de up grade revolucionário. Mas alguma coisa não deu certo – e a militância não percebeu.

O partido perdeu seguidores e ganhou adversários, a tal ponto que passou a ser enxotado das ruas. Seu líder maior, Lula, não mais aparece em locais públicos. Fala apenas a auditórios ideologicamente higienizados. Idem a presidente da República, cuja presença é inevitavelmente saudada por vaias.

As pesquisas mostram que, se as eleições fossem hoje, o PT perderia no primeiro turno, não importa o adversário. Em vez de discutir o que mudou, onde se deu o desvio, o 5º Congresso do PT põe em debate teses que, ainda que seu projeto houvesse triunfado, seriam senão inviáveis, ao menos complicadíssimas.

Entre outros disparates: reestatização de tudo o que foi privatizado; cassação de todos os ministros do STF que condenaram os mensaleiros do partido; estatização da Rede Globo e das TVs que exibem programas religiosos; demissão de todos os ministros do governo Dilma que não rezem pela cartilha socialista: Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Armando Monteiro (Desenvolvimento Industrial), exatamente os que avalizam a presidente perante o mercado.

E há mais. Os Cadernos repetem exaustivamente a palavra democracia, que as propostas negam. Ao mesmo tempo em que defendem o “aprofundamento do combate à corrupção”, propõem o cancelamento de todas as denúncias e investigações em curso. E há uma nota pitoresca: a proposta de cassação de um único parlamentar, o deputado Jair Bolsonaro. Um projeto revolucionário que mira e nomina um único adversário.

O que se constata é que o partido vive não apenas seu ocaso político e moral, mas sobretudo intelectual. Um partido que nasceu no ambiente das academias, sobretudo a USP, sonhado por intelectuais de grande respeitabilidade, termina em mãos de uma militância iletrada, alheia aos fatos que ela própria construiu e que pretende transformar com bravatas. Não se cura uma febre quebrando o termômetro, mas é o que a militância petista propõe em seus delirantes Cadernos de Teses.

MEUS PARABÉNS A LULA E DILMA

Também dou meus parabéns a Lula e Dilma
Parabéns porque o PT não "róba" nem deixa roubar
Parabéns porque temos um país sem miséria, nem precisamos nos preocupar com caridade
Parabéns porque todas as obras do PAC estão prontas
Parabéns porque não temos inflação nem as taxas de juros mais altas do mundo
Parabéns porque milhões de brasileiros que se acostumaram a depender do Bolsa Família não precisam trabalhar nem são considerados desempregados, portanto não entram nos índices divulgados pelo governo

Parabéns porque o pré-sal rende fortunas ao Brasil e resolve todos os nossos problemas, por isso temos os melhores serviços de saúde pública e educação de qualidade.........


:: Eles são absolutos recordistas. Não há para mais ninguém. 

Por Sérgio Vaz

No dia histórico em que a Petrobrás, 12 anos após ter sido privatizada pelo PT, apresentou – com muitos meses de atraso – seu balanço que confessa prejuízo de R$ 21,5 bilhões, com R$ 6,2 bilhões de perdas para a corrupção –, quero dar meus parabéns a Luiz Inácio Lula da Silva e a Dilma Rousseff.

A rigor, deveria dar os parabéns também ao povo brasileiro, que elegeu e reelegeu os dois, mas a frase de Gláuber Rocha – “A culpa não é do povo” – me persegue, e então restrinjo os parabéns aos dois gênios, Lula e Dilma.

São gênios. Mereceriam o Nobel, o Pulitizer, o Oscar, o Globo de Ouro.

Qualquer honraria seria menor do que eles merecem.

Luiz Inácio Lula da Silva é o maior vendedor de ilusões que já existiu na história da humanidade.

Conseguiu vender até mesmo Dilma Rousseff – e o país comprou. E comprou de novo!

Dilma Rousseff é a maior nulidade que já existiu na história da humanidade. Nunca, ninguém, em época alguma, foi tão incompetente, em todas, todas, todas as suas ações, quanto Dilma Rousseff.

Ela não conseguiu manter uma loja de R$ 0,99! Levou a loja à falência!

Ela conseguiu levar à lona um país que tinha até boas chances de se dar bem.

Mas, sobretudo, especificamente falando, neste histórico dia em que a Petrobrás apresenta com absurdo atraso seu balanço de 2014, ela conseguiu ser os três macaquinhos ao mesmo tempo. Ela não viu, ela não ouviu, ela não falou nada ao longo de 12 anos enquanto a Petrobrás era roubada em R$ 6,2 bilhões – segundo as contas da própria empresa.

Ela era a ministra das Minas e Energias no primeiro governo Lula, e, portanto, a chefona da Petrobrás, já que, nos governos petistas, as estatais pertencem ao governo da vez, e não ao Estado brasileiro, ou ao público. No segundo governo Lula, ela era a chefe da Casa Civil, a gerentona do governo todo. Mandava em tudo.

E não foi capaz de ver, de ouvir, nada. O partido dela roubou da maior estatal do governo dela R$ 6,2 bilhões – e ela não estava sabendo de nada!

Oscar é pouco, Nobel é pouco. Qualquer homenagem é pouca. Nunca houve na história gente como Lula e Dilma. Ah, não. Nunca houve, e jamais haverá, nada como Lula e Dilma.

DE PANELAS PRONTAS PARA O 1º DE MAIO


Panelaço (Foto: Arquivo Google)

Temerosos de um novo panelaço, os conselheiros de plantão da presidente Dilma Rousseff não querem vê-la em rede de rádio e TV na próxima sexta-feira, 1º de Maio. A inédita ausência seria menos grave do que o desgaste da tradicional presença.

Partido gerado no útero do sindicalismo, o PT preferia não ter de comemorar a data nobre em um ano em que as lambanças de mais de uma década têm de ser corrigidas por um inevitável ajuste fiscal, com peso no bolso do trabalhador. Avalia, então, que é melhor Dilma ficar quietinha.

Há tempo para mudar de ideia. Nesse caso, mais difícil do que evitar o bater de panelas é encontrar os ganchos para a fala presidencial, já que o país real nega quase tudo o que Dilma disse nos quatro últimos anos no mesmo Dia do Trabalho.

Em 2011, ela aproveitou o 1º de Maio para lançar o programa Brasil sem Miséria. Prometeu mundos e fundos, garantiu investimentos crescentes no PAC e em infraestrutura. “Feliz do país que tem desafios gerados pelo crescimento”, comemorou. A data marcou ainda o lançamento do Pronatec, apresentado como uma revolução para qualificar a mão de obra brasileira.

Foram 9m23s de oba-oba. As obras empacadas do PAC e o Pronatec, com atrasos nos pagamentos e sucessivos adiamentos no início dos cursos – de 7 de maio para 17 de junho e, em seguida, para 27 de julho –, que o digam. O crescimento também não veio.

No ano seguinte, Dilma dedicou boa parte dos 11m12s para escorraçar o lucro abusivo dos bancos privados. Anunciou a redução de taxas nos empréstimos do Banco do Brasil e da Caixa. Hoje, além da alta sucessiva dos juros, agora em 12,65%, não só os bancos estatais pararam de brincar com subsídios como reduziram o volume de crédito. No dia a dia, o cidadão comum, incluindo a tão alardeada nova classe média, está pagando 220% de juros no cheque especial e 345% no cartão de crédito. As taxas mais altas desde 1995.

No 1º de Maio de 2013, com a popularidade batendo em inacreditáveis 79% e apenas dois meses antes das jornadas de junho que a jogou nas cordas, Dilma garantiu que não haveria inflação.

Sempre cheia de si, ela se meteu onde não devia: proibiu aumento dos combustíveis e reduziu em 20% as tarifas de energia. As intervenções desastrosas resultam hoje em aumentos superiores a 40% nas contas de luz, percentual ainda insuficiente para cobrir o rombo que ela provocou, e em gasolina mais cara aqui dentro do que lá fora. Tudo isso para nada. Nos últimos 12 meses a inflação superou os 8%.

Em campanha pela reeleição, o Dia do Trabalho de 2014 serviu para Dilma defender a Petrobras, que já aparecia corroída pelo seu partido desde as primeiras investigações, e para o anúncio de aumento de 10% no benefício do Bolsa Família.

A torrente de dinheiro que jorraria do pré-sal sempre brilhou nos pronunciamentos do Dia do Trabalho. A educação e a saúde seriam salvas pelos royalties do ouro negro que a Petrobras, em modelo de produção partilhada, que substituiu o das concessões e ainda embutiu maior nacionalização no negócio, extrairia do fundo do mar.

O mesmo pré-sal que agora, admite a Petrobras, terá de ter parceiros de risco para sair das profundezas e – se tudo der certo – cobrir parte do prejuízo oficial de R$ 21,5 bilhões por má gestão, R$ 6,2 bilhões surrupiados em prol do PT e dos demais partidos da aliança governista.

Diante da corrupção deslavada e de um governo que se comprovou débil, Dilma até deveria ir à telinha no 1º de Maio. Para pedir desculpas. Ainda que tardias, poderiam reduzir o eco das panelas.

TUNGA NOS APOSENTADOS - SÓ EM 2014 FORAM TRANSFERIDOS R$ 300 MILHÕES PARA SINDICATOS

SINDICATOS 'TUNGAM MILHÕES DE APOSENTADOS SEM AUTORIZAÇÃO DELES



Mais de R$ 25 milhões são descontados todo mês direto da aposentadoria de 1,6 milhão de pessoas em todo o País pela Previdência Social e são repassados para sindicatos. O desconto compulsório da chamada mensalidade sindical - que somou mais de R$ 300 milhões em 2014 - é amparado pela lei, mas boa parte dos aposentados nem sequer sabe que o valor está sendo subtraído do benefício.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que há atualmente acordo com 13 entidades, que enviam a lista de quem deve ter a contribuição deduzida do benefício. Cada uma das entidades fixa o porcentual ou valor do desconto, aprovado em assembleia-geral, mas pode chegar a 2% da aposentadoria.

O desconto só pode ser feito com autorização do segurado. O controle, porém, é dificultado porque os aposentados não recebem cópia do contracheque, que só fica disponível online. A rubrica também não é clara em relação ao que se deve o desconto.

Segundo o INSS, o beneficiário que deseja excluir o desconto precisa de requerimento em uma das agências da Previdência Social ou ir ao sindicato ao qual é filiado.

A reportagem do Estado foi a uma agência em Brasília para saber como deveria proceder para pedir o cancelamento do desconto e que formulário deveria preencher. A atendente disse desconhecer o assunto: "Mas não pode haver nenhum desconto assim direto da fonte da aposentadoria a não ser empréstimos consignados. Ainda mais para sindicatos. Pode uma coisa dessas?", perguntou uma atendente para a outra e nenhuma resolveu a situação. Ao ligar para o número 135, central de atendimento da Previdência Social, o Estado foi orientado a procurar o sindicato para desfazer o vínculo que permite o desconto.

O INSS sabe que existem irregularidades em alguns descontos e informou que realiza fiscalizações periódicas nas entidades conveniadas. "Em caso de inexistência da autorização, deve ser procedida a devolução dos valores ao segurado, com o prévio desconto da entidade de classe", informou o INSS.

Esses convênios se amparam na Lei 8.213 de julho de 1991, que permite o desconto na folha de pagamento da Previdência desde que o aposentado autorize e desde que a entidade que recebe o dinheiro seja reconhecida legalmente. As entidades dizem se empenhar para uma política de valorização dos benefícios das aposentadorias e pensões, o que justificaria os descontos. A contribuição também permitiria que os aposentados tivessem acesso a serviços de advogados do sindicato.

Alguns aposentados autorizam o desconto e depois esquecem, argumentam alguns líderes sindicais que preferem não se identificar.

No Congresso Nacional, existe um projeto de lei do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) para punir as entidades que descontarem a mensalidade sem a autorização do aposentado. Pelo texto, a penalidade a ser aplicada é multa de 50% sobre o valor irregular arrecadado e restituição do valor arrecadado mais multa de 2%, juros de 1% e correção por um índice de inflação. O projeto, que foi aprovado no plenário do Senado e agora está na Câmara, determina ainda a suspensão, por prazo indeterminado, do repasse das mensalidades a favor da entidade infratora até o pagamento das multas e a restituição dos valores.

ALADIM DE GARANHUNS E SEUS TRÊS PEDIDOS

Amante de Lula ameaçou contar tudo. Léo Pinheiro “precisou” ajudá-la

Além da reforma do sítio de Lula e da conclusão de seu triplex à beira-mar, Léo Pinheiro, da OAS, anotou na prisão um terceiro favor concedido ao petista, segundo a VEJA deste fim de semana: calar sua amante, Rosemary Noronha, que ameaçou revelar os esquemas quando se sentiu abandonada. “A gente precisa ajudar o Lula nisso”, ouviu Pinheiro de um interlocutor.
O que aconteceu então?
“Logo, João Batista de Oliveira, marido de Rosemary, conseguiu um bom emprego.”
Mais:
“A ex-secretária teve à disposição uma banca de 38 advogados para defendê-la na Justiça”, depois que a Polícia Federal desmantelou a quadrilha que vendia facilidades no governo, aproximando autoridades de empresários em troca de propinas. Rosemary, que chefiava o escritório da Presidência da República em São Paulo e era incluída na comitiva presidencial em viagens internacionais quando a primeira-dama não podia ir, estava no topo da organização.
Lula é mesmo ser generoso com mulheres que ameaçam caguetá-lo.
Pergunte à esposa de Renato Duque.
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Capa de 2012 da VEJA é reforçada pela VEJA de hoje
Felipe Moura Brasil

PETROLÃO - PÁGINA VIRADA UMA OVA

BALANÇO NÃO TEVE CONSENSO NO CONSELHO DA PETROBRAS

REPRESENTANTE DOS TRABALHADORES DIZ QUE RELATÓRIO MANTÉM ERROS GRAVES


Diário do Poder

O balanço auditado referente ao ano de 2014 da Petrobrás, apresentado na última quarta-feira (22), não foi unanimidade entre os conselheiros da companhia. Apesar de aprovado, o atual representante dos trabalhadores no Conselho, Silvio Sinedino, votou contra o balanço, bem como o representante dos acionistas minoritários, Mauro Cunha. Além deles, o representante dos acionistas preferencialistas, José Monforte, se absteve de votar a aprovação do balanço, e nesta sexta-feira (24) anunciou que está deixando o conselho da Petrobrás.

Segundo Sinedino, números apresentados ainda podem passar por uma retificação, sendo feitas novas baixas nos valores de seus ativos. O conselheiro não concordou com a metodologia usada no balanço em dois pontos: o primeiro trem da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) não ter entrado na baixa do imobilizado, levando em conta apenas as Unidades Geradoras de Caixa (UGCs) – no caso, unidades da refinaria em atividade -, bem como a responsabilidade assumida pela Petrobrás como patrocinadora da Petros.

“O balanço da Petrobrás mantém ainda erros graves com relação à Rnest e à Petros. Por este motivo, votei contra. Não baixar agora o que já se tem certeza (o sobrepreço no primeiro trem da Rnest) significa que daqui para a frente a rentabilidade da nossa UGC será sempre rebaixada em função desse peso morto que estaremos carregando. Além disso, acredito que o balanço da Petros não reflete a realidade, por usar premissas atuariais inadequadas, então a responsabilidade da patrocinadora ficou subavaliada”, afirmou Sinedino.

As perdas foram calculadas com base nas delações premiadas, separando 3% dos valores de todos os contratos vigentes entre 2004 e 2012, totalizando R$ 6,2 bilhões. A utilização da técnica conhecida como impairment (que compara o custo contabilizado de um ativo com o valor presente do caixa a ser gerado por esse ativo na sua vida útil), calculou perdas em R$ 44,6 bilhões.

Sobraram críticas de Sinedino para a PricewaterhouseCoopers, questionando a necessidade de auditorias “ditas independentes”, se os balancetes dos dois primeiros trimestres de 2014 foram aprovados e, somente depois das denúncias da Operação Lava-Jato, passaram por uma nova avaliação, com a adoção de uma metodologia diferente.

Apesar das perdas bilionárias, o representante dos trabalhadores se mostrou confiante na capacidade de recuperação da Petrobrás. Para embasar sua esperança, Sinedino citou a baixa contábil de outras grandes petroleiras em função da desvalorização do barril de petróleo no cenário internacional, lembrando que elas não tiveram perdas com corrupção, mas estão com percentuais parecidos com os da estatal. Enquanto a Petrobrás apresentou uma baixa de 6,8% em seu patrimônio, a da Total foi de 6,1%, a da Statoil de 5,7% e a da BP de 4,3%.

O balanço apresentado pela Petrobrás apontou R$ 21,587 bilhões de prejuízo no ano passado. A divisão por áreas dos R$ 6,2 bilhões calculados como perdas em corrupção ficou: Abastecimento, R$ 3,4 bilhões; Exploração e Produção (E&P), R$ 2 bilhões; Gás, R$ 700 milhões; outros, R$ 100 milhões. As refinarias Premium causaram, ainda, uma baixa de R$ 2,8 bilhões.

sábado, 25 de abril de 2015

INVESTIGADO PELA PF POR TERRORISMO TRABALHOU NA CASA CIVIL E É FÃ DE DILMA



O homem investigado pela Polícia Federal por suspeita de terrorismo, Marcelo Bulhões dos Santos, que ontem foi alvo de mandado de busca e apreensão em Brasília, trabalhou no governo Lula, entre 2007 e 2010, nomeado por Dilma, que chefiava a Casa Civil e tinha essa prerrogativa. Na internet, há declarações de admiração de Marcelo por Dilma, de quem é fã. Até fez campanha para ela nas redes sociais.

Houve nervosismo no Planalto com a notícia do ex-funcionário suspeito de terrorismo. Chegou a negar que ele tivesse trabalhado com Dilma.

Dilma nomeou Marcelo Bulhões na coordenação-geral de Gestão de Informação Funcional da Casa Civil, e depois o promoveu a supervisor.

Marcelo Bulhões dos Santos, que depois se converteu ao islamismo, ganhou um cargo na secretaria de Portos e dois na Igualdade Racial.

A Polícia Federal vasculhou o apartamento na Asa Norte, que também é escritório de Bulhões, em Brasília, com auxílio do Grupo Antibomba. 

A DELAÇÃO PREMIADA DE LULA



Postagem de O Antagonista, de Diego Mainardi e Mário Sabino, comprova quem comanda dos esquemas de corrupção que se tornaram habituais na última década. Mostra o que pode ser considerada uma confissão de culpa.
Leia clicando aqui, o texto segue abaixo:

O clipe de Lula no Comperj, reproduzido no post anterior, resume em 1’46” a rapina cometida na Petrobras. A versão integral do discurso é ainda mais reveladora. É quase uma delação premiada de Lula.
Inicialmente, ele citou as autoridades presentes ao evento. Cinco deles estão sendo investigados pela Lava Jato:

1 – “Quero começar cumprimentando o companheiro Sérgio Cabral”.
2 – “Nosso companheiro Pezão”.
3 – “O ministro Edison Lobão”.
4 – “O nosso querido Paulo Roberto Costa, presidente em exercício da Petrobras”.
5 – “Nosso companheiro Jorge Sergio Machado, presidente da Transpetro”.

Em seguida, ele explicou os motivos daquele evento:

“Eu sei que tem algumas pessoas que estão perguntando ‘por que o Lula já visitou pela terceira vez o Comperj, se ainda a obra não está sendo construída, está na fase da terraplanagem?’ A primeira coisa que tem que compreender é que eu adotei como filosofia de vida aquela de que ‘é o olho do dono que engorda os porcos’. Então, eu tenho que estar presente sempre, para saber se as coisas que nós decidimos estão funcionando”.

Cinco anos mais tarde, as obras no Comperj continuam paradas, mas a filosofia de vida de Lula deu o resultado esperado: os porcos engordaram um bocado. Depois de falar sobre seus porcos, Lula disse que sabia da roubalheira em Abreu e Lima. Ele disse também que a roubalheira tinha de prosseguir:

“Se a gente não fica esperto, a obra da refinaria de Pernambuco estaria parada. Porque se levantou suspeita de sobrepreço em algumas obras. E foi para a comissão do Congresso, a comissão do Congresso colocou no anexo VI, e eu vetei, porque senão teria que ter mandado embora 27 mil trabalhadores”.

Lula esclareceu igualmente que, para engordar seus porcos, a ração teria de ser fornecida pela própria Petrobras:

“O companheiro Paulo Roberto Costa sabe, a Dilma Rousseff, como presidenta do conselho administrativo da Petrobras, sabe, o ministro Lobão, como ministro de Minas e Energia, sabe que, há cinco anos atrás, se dependesse da vontade da Petrobras, não teria nenhuma refinaria no Brasil”.

Outro porco do chiqueiro de Lula, Hugo Chávez, entrou na história:

“Numa visita de trabalho do presidente Chávez, conseguiu a parceria para a PDVSA se associar à Petrobras. Levamos três anos para construir essa parceria, porque a Petrobras e a PDVSA são duas grandes empresas, e duas moças bonitas no mesmo baile, elas sofrem uma concorrência natural entre elas, e nós demoramos muito para construir a engenharia do acordo que, graças a Deus, está pronto e está andando”.

Lula, a essa altura, introduziu o único assunto que realmente interessava:

“São bilhões de dólares, de investimentos. Se a gente for medir só o que a gente está fazendo, a gente vai ultrapassar os US$ 60 bilhões em refinaria neste país”.

E apresentou seus cúmplices:

“Aqui tem muitos empresários do setor da construção civil”.

O juiz Sergio Moro poderia usar o discurso de Lula como prova da Lava Jato. Ele mostra claramente quem era o chefe do esquema.

CASA CIVIL, ANTRO DE CORRUPTOS E ALGO MAIS

VELHOS CONHECIDOS - SUSPEITO DE TERRORISMO FOI FUNCIONÁRIO DA CASA CIVIL NO GOVERNO LULA E TRABALHOU COM DILMA



O homem detido nesta sexta-feira (24) pela Polícia Federal, em Brasília, durante operação que contou com o apoio do Grupo Antibomba da PF, é Marcelo Bulhões dos Santos, advogado, muçulmano e atualmente assessor da Embaixada do Sultanato de Omã no Brasil.

Marcelo Bulhões dos Santos trabalhou na Casa Civil da Presidência da República entre 2007 e 2010, enquanto a presidente Dilma Rousseff era ministra do governo Lula. Bulhões foi supervisor de Legislação de Pessoal na Presidência, cargo que assumiu após quase seis anos como agente administrativo no Departamento da Polícia Federal.

Segundo o próprio Bulhões, sua função na Casa Civil de Dilma era “redigir planos de trabalho com foco estratégico, assessorar as Altas Autoridades do órgão... redigir memorandos, notas técnicas e ofícios, assim como uma ampla variedade de expedientes”. Procurada, a Casa Civil da Presidência da República ainda não se pronunciou sobre o caso.

A Polícia Federal não deu detalhes, em razão “da natureza operação”, e o advogado foi intimado a prestar esclarecimentos, mas foi executado um mandato de busca e apreensão que que resultou na apreensão de pelo menos três computadores e dezenas de documentos, mídias, pen-drives e envelopes.
*

Leia mais sobre Bulhões em matéria da VEJA.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

JORNALISTAS AGREDIDOS EM ATO DE PROFESSORES

Profissionais de imprensa sofrem agressão durante manifestação de professores da rede estadual de São Paulo, em frente à Secretaria da Educação na praça da República, centro da capital paulista(Wagner Rodrigues/Folhapress)

Um grupo de pessoas com camisetas pretas e adesivos da Apeoesp (sindicato dos professores do Estado de São Paulo) cercou e agrediu jornalistas que faziam a cobertura da manifestação dos professores na tarde desta sexta-feira, 24, no centro de São Paulo. Um cinegrafista do SBT, que reagiu ao ser atingido por sacos de lixo na cabeça, foi jogado no chão, chutado e teve seu equipamento quebrado. A repórter Michele Barros, um produtor e um câmera da Rede Globo foram perseguidos por três quarteirões pelo bando, que a Polícia Militar tratou como black blocs. Sindicalistas afirmaram que os agressores não eram docentes, nem faziam parte da manifestação.

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O tumulto durou cerca de 20 minutos. Começou quando o grupo de manifestantes cercou três profissionais da Globo na Praça da República. Michele e sua equipe tentaram deixar o local. Foram cercados, mas conseguiram se abrigar em um bar na esquina das Ruas Vicente de Carvalho e Aurora. Ao perceber que estava sendo filmado por outros cinegrafistas e fotógrafos, o bando passou a jogar sacos de lixo contra os profissionais. Um câmera do SBT foi atingido na cabeça e atirou uma cadeira contra os agressores, que então o derrubaram e o agrediram com chutes e pontapés. Sua câmera foi destruída. Outros dois câmeras também tiveram os equipamentos quebrados.

(Veja. Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

PETROBRAS FERIDA DE MORTE PELA CORRUPÇÃO

MERCADO NÃO DIGERE BALANÇO E AÇÕES DA PETROBRAS DESPENCAM

BALANÇO MAL RECEBIDO FEZ AS AÇÕES DA ESTATAL CAÍREM MAIS DE 7%


FERIDA DE MORTE PELA CORRUPÇÃO, A PETROBRAS, QUE LUTA PARA VOLTAR A SER A MAIOR EMPRESA BRASILEIRA. FOTO: MARCOS DE PAULA/ESTADÃO)

Se havia dúvida sobre como o mercado receberia o balanço da Petrobrás, que mostraram uma perda de R$ 6,2 bilhões com corrupção, agora elas acabaram. As ações da Petrobrás abriram com queda expressiva nesta quinta-feira, 23 após a empresa ter anunciado ontem que encerrou 2014 com prejuízo de R$ 21,587 bilhões.

Às 10h25, o papel preferencial (PN) cedia 7,39% e o ordinário (ON) recuava 5,03%, ambos no topo das maiores baixas do Ibovespa. O principal índice da Bolsa, no mesmo momento, registrava desvalorização de 0,68%, aos 54.245 pontos. Um bom sinal veio hoje com a elevação, pelo HSBC, da projeção de preço-alvo para ações PN da Petrobrás de R$ 7 para R$ 9. Ainda assim, a maioria do mercado se desfaz das ações da companhia.

Para calcular as perdas com corrupção, a Petrobrás considerou a a aplicação de um porcentual fixo sobre o valor total de todos os contratos entre 2004 e 2012. Os mesmos 3% que foram indicados nos depoimentos do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que depois de preso pela Polícia Federal, revelou o esquema em delação premiada.

A Petrobrás reconheceu em seu balanço financeiro de 2014, divulgado com atraso, a perda de R$ 6,194 bilhões por causa de gastos relacionados à corrupção identificados nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal. Outros R$ 44,636 bilhões foram registrados como perdas após revisão no valor de ativos. Com isso, registrou prejuízo de R$ 21,587 bilhões em 2014, o primeiro resultado negativo anual desde 1991.

A estatal pontuou que as investigações internas e externas ainda estão em andamento, mas que já toma medidas jurídicas necessárias perante as autoridades brasileiras para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos, incluindo aqueles relacionados à sua reputação. A Petrobrás espera, inclusive, entrar com ações cíveis contra membros da Lava Jato.

Dólar

O mercado doméstico de câmbio começou a sessão mais positivo, mas a posição mais defensiva predominava. No horário, o dólar à vista subia 0,46%, a R$ 3,026. A esperança do governo é a de que a publicação dos resultados signifique o começo de uma nova fase para a estatal. (AE)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

REFORMA POLÍTICA DE PRIMEIRO MUNDO, AÍ, SIM!

Projeto de voto distrital para municípios, apresentado por Serra, é aprovado no Senado. Eis aí uma excelente notícia!

De vez em quando, dá para a gente chegar aqui com uma boa notícia. O Senado aprovou nesta quarta projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que institui o voto distrital nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Atenção! Mais de 200 mil eleitores, não habitantes. São aqueles em que, hoje, há segundo turno na escolha do prefeito. Ao todo, são 84: 24 capitais e 60 outros municípios.
Só para destacar: a votação se deu na CCJ em caráter terminativo. Comissões permanentes, como é a de Constituição e Justiça, têm esse poder. O texto pode agora seguir para a Câmara se não houver recurso contra ele nos próximos cinco dias. Se 10% dos senadores — 9 — apresentarem um requerimento contra a tramitação terminativa, ela terá de ser examinada pelo plenário. Ainda que isso aconteça, o projeto de Serra será aprovado.  O único que fez oposição aberta ao texto foi Humberto Costa (PT-PE), líder do PT na Casa. Segundo diz, o projeto seria inconstitucional porque violaria o princípio da representação, que estaria contido no Artigo 45 da Constituição. Não viola. A Constituição estabelece o sistema proporcional para deputados federais e estaduais.
Mas o que é o voto distrital? Vamos ver. São Paulo conta com 55 vereadores. Assim, a cidade seria dividida em 55 distritos. Cada um deles escolheria um vereador, que passaria a representar aquela região em particular. Os partidos definem seus candidatos para cada uma das áreas. Quais as vantagens desse sistema? Tomemos, de novo, a capital paulista:
1 - a capital tem 8,8 milhões de eleitores, e as centenas de candidatos têm de disputar o seu voto, numa campanha cara e insana;
2 - se a cidade for dividida em 55 distritos, cada grupo de 160 mil eleitores vai escolher um vereador;
3 - em vez de tentar falar a 8,8 milhões de eleitores, os candidatos terão de se ocupar de apenas 160 mil;
4 - o custo da campanha despenca;
5 – quando cada vereador passar a representar determinada área da cidade ou grupo de eleitores, terá de prestar contas permanentemente de seus atos. Ora, isso fará com que o eleitor vigie de perto o eleito. Acabará a amnésia pós-eleitoral. Não raro, o cidadão não se lembra do nome do vereador em quem votou.
Dá-se, assim, um passo importante rumo à efetiva reforma política. O modo de eleger um vereador é regulado por legislação eleitoral ordinária. Não está previsto na Constituição e pode ser mudado por projeto de lei. Há propostas de reforma em debate no Congresso que requerem mudanças da Constituição e que precisam contar com o apoio de três quintos dos deputados e dos senadores, em duas votações em cada Casa. Esse projeto de Serra pode ser aprovado por maioria simples.
Insista-se: o texto muda apenas a forma de eleger os vereadores nas cidades com mais de 200 mil eleitores, mas é uma oportunidade excelente para testar a efetividade do voto distrital. Milhões de eleitores já se adaptariam a ele, com vistas, quem sabe?, a uma mudança na Constituição que introduza o voto distrital no Brasil.
Na conclusão, destaco: entendo por que o petista Humberto Costa se opôs ao texto. O PT quer fazer justamente o contrário do que propõe Serra nesse projeto. O partido quer o voto em lista. Ou por outra: o eleitor escolheria apenas a legenda, e essa legenda definiria quem vai e quem não vai ser parlamentar.
Vale dizer: o projeto de Serra dá um rosto, dá uma cara, dá um corpo ao eleito. Ele terá de permanentemente prestar conta de seus atos aos eleitores. Já o voto em lista inventa o político sem face. Voto distrital: eis uma causa que merece o nosso apoio. É mais democrático, é mais racional e é mais barato. E os políticos não mais poderão se esconder dos eleitores.
Por Reinaldo Azevedo

FUNDO PARTIDÁRIO - ASSALTO AO CONTRIBUINTE

DILMA SANCIONA O FUNDO PARTIDÁRIO TRIPLICADO: R$ 867 MILHÕES



Em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato e apesar das restrições impostas pelo ajuste fiscal em curso, a presidente Dilma Rousseff manteve o aumento da verba orçamentária destinada aos partidos políticos. Os recursos destinados ao fundo partidário foram triplicados para R$ 867,5 milhões por meio de emenda ao Orçamento da União. O PT, partido de Dilma, será o que receberá o maior volume de recursos públicos: R$ 116 milhões.

A proposta original do Orçamento da União já previa absurdos R$ 289,5 milhões ao fundo, mas, em março, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o relator, elevou a dotação do fundo a R$ 867,5 milhões com uma emenda de plenário.

Representantes de partidos, como o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e o presidente do PT, Rui Falcão, pediram à presidente a manutenção da emenda ao Orçamento que multiplicou por três os recursos destinados ao fundo, principal forma de financiamento das legendas. Em março, o Estado antecipou o movimento das siglas pela elevação dos recursos.

A sanção deve-se à fragilidade política de Dilma, evitando novos atritos com o Congresso, em um momento crucial para a aprovação das Medidas Provisórias do ajuste fiscal, ainda que o aumento do valor do fundo revela a falta de comprometimento dos próprios partidos com o corte de despesas.

CAI A MÁSCARA DO PT. PARTIDO FAZ CAMPANHA DECLARADA CONTRA O POVO BRASILEIRO

Documento do PT deixa claro que o principal inimigo é o Congresso e propõe “saídas”: frente ampla de esquerda, Constituinte exclusiva para reforma política; voto em lista; financiamento público de campanha… Partido inicia campanha de ódio à democracia

Por Reinaldo Azevedo 

O PT realiza na Bahia, entre 11 e 14 de junho, seu 5º Congresso.  É a hora em que partido recebe e debate as “teses” de suas várias correntes. Desta vez, todas elas falam numa espécie de “resgate”, de retomada do verdadeiro PT, como se este que conhecemos fosse o falso; como se este que aí está fosse uma invenção dos adversários; como se este que aí está fosse uma distorção de algo que é perfeito no mundo das ideias. Esse misto de platonismo com cara de pau repete a mistificação histórica das esquerdas: o socialismo, em essência, seria bom, os socialistas equivocados é que o corromperam…  Nesse congresso de junho, o partido tenta se levantar dos escombros.
Mas será que consegue? Na sexta-feira, publiquei aqui uma resolução da direção nacional da legenda. Trata-se de um dos documentos mais delirantes de sua história. Segundo os companheiros, existe uma “escalada das forças conservadoras”, de “caráter reacionário”, para “derrotar a administração de Dilma” e “revogar conquistas históricas do povo brasileiro”. A direção do partido não economiza: o Parlamento seria formado hoje por uma “maioria conservadora”, empenhada em implementar “contrarreformas”. Ou por outra: o partido que detém o maior número de deputados da Câmara elegeu o Congresso como seu adversário. Assim, saibam: sempre que deputados e senadores petistas se manifestarem, estarão empenhados em diminuir as prerrogativas do próprio Poder que eles integram.
Que coisa! O PT não acusa seus adversários de erro. O PT não acusa seus adversários de insensibilidade social. O PT não acusa seus adversários nem mesmo de se mobilizar para defender privilégios eventualmente em curso. Não! Para os valentes, os que se opõem ao petismo têm o propósito deliberado de punir os mais pobres. No Parlamento, como se vê, não existiriam nem adversários nem aliados, mas uma maioria dedicada a prejudicar o povo brasileiro.
Segundo o petismo, a conspiração em curso uniria os interesses de classe das elites que perderam o poder a partir de 2003 e setores da mídia que exerceriam o monopólio da informação. Perguntas rápidas, óbvias e sem resposta: que elite é essa que estaria contra o PT? Os industriais? Os bancos? Os empreiteiros? Não foram esses mesmos os grandes financiadores da legenda nesses 13 anos? Por que o partido não dá os nomes dos ditos monopolistas da mídia?
O documento faz a defesa do “companheiro João Vaccari Neto” e acusa instâncias do estado — como a Polícia Federal, o Ministério Público e o Poder Judiciário — de protagonizar um “espetáculo de atropelos legais” a serviço de “forças antipetistas”. Sim, meus caros! Para esses iluminados, o Brasil se divide em dois grupos: os que estão com eles e os que estão contra eles. E, para que se esteja contra eles, basta que não se esteja com eles. Os celerados não perceberam que, se essa formulação, antes, chegou a render benefícios ao partido, rende, hoje em dia, ainda mais desgaste. Posta hoje diante desta dicotomia — ou se é petista ou se é antipetista —, a maioria dos brasileiros decidiu não ser escrava de ninguém: é antipetista.
O documento expõe a pauta de uma luta ensandecida contra o regime democrático, que compreende:

a: uma dita frente político-social unindo o partido, os sindicatos e o MST;
b: constituinte exclusiva — proposta de inspiração obviamente bolivariana — para fazer a reforma política;

c: proibição da doação de empresas a campanhas;

d: financiamento público de campanha:

e: voto em lista, cassando dos brasileiros o direito de escolher seus deputados;

f: arranca-rabo de classes, com medidas contra os chamados “ricos”;

g: mobilização contra o PL 4330, das terceirizações, o que só é bom para os sindicalistas;

h: mobilização contra a PEC 371, da redução da maioridade penal,  o que só é bom para os bandidos;

i: mobilização contra a PEC 215, que atribui ao Legislativo um papel mais ativo na demarcação de terras indígenas, o que só é bom para os picaretas.
Em certa medida, talvez devamos todos saudar esse documento. Afinal de contas, o partido reitera a pauta que hoje faz com que a maioria do povo brasileiro grite nas ruas, em número crescente: “Fora PT. Fora Lula. Fora Dilma”.
Para encerrar: o partido lamenta a “ocupação das ruas contra o governo” e “clima de condenação moral contra o PT a partir de notícias distorcidas sobre investigações de corrupção na Petrobrás”. Que coisa! Viver para ver os petistas contra o povo na rua.  A síntese das sínteses: o PT dá início, assim, à campanha de ódio à democracia.
O PT, em suma, está cansado do povo brasileiro e agora busca maneiras de tirá-lo da jogada. Mas o povo não vai deixar e diz “não”.