Por Carlos Brickmann
O governo acaba de mostrar o que é que entende por liberdade de 
expressão (ou, se alguém preferir, liberdade de imprensa): o Palácio do 
Planalto informou que o CQC está proibido de acompanhar as viagens da presidente Dilma Rousseff. O Ministério das Relações Exteriores anunciou que o CQC está proibido de entrar no Palácio do Itamaraty.
 É antidemocrático, claro. E é burro: a grande reportagem não precisa 
ser feita no prédio onde vivem ou trabalham seus personagens.
(...) 
O governo atual, com as proibições ao CQC, mostra sua face 
autoritária e desconhecedora do que seja a liberdade de expressão. 
Já o 
Sindicato dos Jornalistas de Brasília, que propõe que o governo tome 
mais medidas contra o CQC, é pior: eles sabem, ou deveriam 
saber, que liberdade é a liberdade de quem pensa diferente de nós. Eles 
sabem, ou deveriam saber, que jornalismo é oposição: ficar pedindo 
favores ao governo é coisa de pelego, não de jornalista. E querer 
monopolizar a coleta e distribuição de informações é coisa de pelego 
corporativista.
 A propósito, este colunista acha que o tipo de cobertura feito pelo CQC
 é um horror; aliás, nem o considera jornalismo. Mas quem é que vai 
definir o que é jornalismo não é este colunista, nem o pessoal que se 
julga de esquerda e não conhece o pensamento essencial de Rosa 
Louxembourg: é o público, é o consumidor de informação. Ou é o público 
que define o tipo de informação que prefere ou o jornalismo acabou: 
teremos de volta a ditadura militar, que de vez em quando implicava com o
 “baixo nível da TV” e obrigava as emissoras a transmitir concertos e 
ópera.
Podemos ter, talvez, o Pravda ou o Izvestia, determinando qual a linha justa de pensamento; ou o Die Sturm, o favorito de Hitler.
 Onde já se viu, sindicato de jornalistas pedindo censura?
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