Casos de dengue triplicam em 2013, mas ministro do PT, que é nosso “brother”, não tem nada com isso…
Por Reinaldo Azevedo
Definitivamente,
 não vivemos tempos convencionais. Há fatos que parecem se dar numa 
realidade paralela. 
A ligeireza com que os petistas, com o beneplácito 
da imprensa, se livram de suas responsabilidades e transferem culpas é 
um troço assombroso. 
O exemplo que chega às raias da poesia é Fernando 
Haddad. Ele já decidiu que não vai mostrar a cara enquanto chover na 
cidade de São Paulo. Seus secretários vêm a público, culpam Gilberto 
Kassab, que é seu aliado — parece parte de uma combinação, o que explica
 o ex-prefeito não reagir —, e prometem soluções. Haddad, de fato, não 
faz chover. Mas por que a culpa seria do outro?  “Ah, porque faltaram 
obras…” Quando é que todas as obras contra enchentes serão feitas? Para 
“resolver”, só fazendo Stálin voltar do inferno para forçar que alguns 
milhões, debaixo de porrete, como era de costume, deixassem áreas 
inundáveis e de risco.  Mas não quero me perder nesse particular.
Os casos 
de dengue triplicaram em 2013. O combate à infestação tem, sim, uma 
dimensão municipal. Todos sabem disso. Mas a coordenação é, como também
 é sabido, federal. Logo, constatado o desastre, o mínimo que se deve 
fazer é cobrar uma providência do governo. É o que faz com qualquer 
partido. 
O PT está no poder há dez anos. Quem não se lembra dos 
“mata-mosquitos” perseguindo o tucano José Serra em 2002? A situação era
 muito menos grave do que agora, e a imprensa foi a primeira a jogar os 
casos de dengue nas costas do Ministério da Saúde — e do candidato.
Vi 
Alexandre Padilha no Jornal Nacional. Ele está abaixo, numa notícia do 
Estadão. Para falar o quê? Para nos advertir. Como quem não tivesse nada
 a ver com o peixe nem com o mosquito, ele advertiu que a coisa está só 
no começo, dando a entender que vai piorar. No fim das contas, voltamos 
àquele padrão: é culpa do vasinho, do pneu, da caixa d’água…
Sim, isso 
tudo conta, mas é evidente que há uma supestimação desses fatores. Ainda
 que se zerem dos quintais os criadouros de mosquito, eles estarão logo 
ali, na aguinha que fica parada nas plantas, nas poças d’água que se 
formam. E os malditos voam, não é? É CLARO QUE AINDA NÃO SE CONSEGUIU 
FAZER UM TRABALHO ADEQUADO DE SAÚDE PÚBLICA NESSA ÁREA. Mas nada se deve
 cobrar de Padilha. Fosse tucano, estaria no paredão. Ele é nosso mano, é
 nosso “brother”, também está preocupado. Se lastimo o tratamento da 
imprensa, parabenizo o ministro pela eficiência de sua assessoria. Vi a 
reportagem, li alguns textos, e me senti tentado a achar que eu sou mais
 responsável pelo combate à dengue do que ele próprio. Isso é que é 
exercício de cidadania! 
Leiam o que informa o Estadão Online, por Lígia Formenti:
O número de casos de dengue triplicou em 2013 quando comparado com o mesmo período do ano passado. Até agora, foram confirmados 204.650 pacientes com a doença. Em 2012, foram 70.489. A epidemia já atinge os Estados do Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul , Mato Grosso e Goiás.
“A luta 
está só começando”, advertiu o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 
Além do aumento de casos, o Ministério da Saúde alerta que o número de 
cidades com criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes 
aegypti, cresceu de forma significativa.
O mais 
recente Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti 
(LIRAa) mostra que em janeiro 267 municípios apresentavam situação de 
risco para a dengue. Ano passado, 146 estavam nesta situação. O número 
de municípios classificados como em nível de alerta também subiu de 384 
para 487.
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