Maria Helena Rubinato 
Ao
 ler que o Sindicato dos Jornalistas pediu para a Presidência da 
República e o Itamaraty proibirem a participação em futuras entrevistas 
coletivas do grupo de jornalismo humorístico CQC, baseado em um 
incidente durante a coletiva de Ms. Clinton, fiquei assustada.
Gente,
 pensei, que será que esses doidos fizeram com a frágil Hillary? A 
taquicardia provocada pelo susto começou a amainar ao ler que era o 
Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Bem, pensei, meno male. De Brasília? Ora, ora…
E
 continuei a ler até saber que a grosseria foi oferecer à secretária de 
Estado uma daquelas máscaras que usamos no carnaval. Ué? Isso lá ofende 
alguém? Ou o que ofendeu foi o pessoal do Sindicato não ter tido a mesma
 ideia genial, já que a sutileza não é o forte dos personagens oficiais 
daquela triste cidade?
(...)
Aparentemente o
 pessoal do Sindicato dos Jornalistas de Brasília – é bom repetir, de 
Brasília! – concorda com Jorge de Burgos e teme que o riso leve os 
brasileiros a raciocinar e a reexaminar com mais rigor aquilo que lhes é
 dito pela Imprensa Oficial, a que não ri, e que perca a fé no que lhes é
 dito. Só pode ser isso.
Nas décadas de 60 e 70, um jovem 
professor de matemática formado em Harvard, Tom Lehrer, excelente 
compositor, letrista e pianista, fazia shows de imenso sucesso com 
músicas de sátira política que não perdoavam nada nem ninguém.
Pois
 bem, corre nos EUA uma lenda urbana contando que quando Henry Kissinger
 recebeu o Premio Nobel da Paz, em 1973, Lehrer largou a sátira política
 por achar que o Nobel dado ao ex-secretário de Estado tornava a sátira 
política obsoleta.
Se é verdade ou não, pouco importa. O fato é 
que realmente o Nobel da Paz para Kissinger foi um dos mais vivos 
exemplos de sátira política, comparável talvez à declaração de Ms. 
Clinton sobre dona Dilma: um “exemplo global de luta pela transparência e
 contra a corrupção”. (KKKKKKKKKKKK) 
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