Ele foi o mentor do Mensalão, não aquele outro bandido das duas caras. 
Ele não esteve no quarto ao lado, muito antes pelo contrário: esteve 
dentro do quarto, esticado na cama, negociando os valores. 
Quando 
explodiu o escândalo, a quadrilha foi prática, como qualquer outra 
quadrilha. Se Fernandinho Beira-Mar é o chefe e, lá de dentro da prisão,
 continua a comandar o crime organizado, imaginem um supremo mandatário,
 leve, livre e solto, dentro de um Palácio? 
Ninguém foi preso no 
Mensalão. Alguns perderam os anéis, jamais os dedos. Mas havia um pacto. 
Se protegessem o chefe, este, nos anos de comando máximo do país, 
apagaria todas as provas e faria anistiar todos os crimes. 
O tempo foi 
passando e apareceu um câncer no meio do caminho. Tendo em vista os 
últimos acontecimentos, se ruim para a pessoa e respeitando-se todos os 
limites da comiseração humana, bendito câncer para o Brasil. 
Atropelado 
pelos prazos, o chefe também atropelou as regras do jogo. Pressionado 
pelas promessas que fez aos cúmplices, saiu fora do juízo normal. Os 
cúmplices também fazem chantagem, pois passaram quase oito anos 
afastados das luzes e arrastados na lama para proteger o mentor, o guru,
 o líder. Querem reciprocidade ou, talvez, seja mais proveitoso em 
termos penais que contem a verdadeira história. Uma delação premiada no 
julgamento do mensalão não está descartada. Uma ou mais. 
Os compromissos
 cessarão com o fracasso do chefe em resolver o Mensalão com um dedaço. 
Afinal de contas, este era o pacto. O chantagista está sendo 
chantageado. A quadrilha está brigando nos bastidores. Há risco de um 
motim, pois todos querem salvara a própria pele. 
Que o STF, a Imprensa e
 a Democracia resistam. 
Que o Brasil possa livrar-se, de vez, desta 
sofisticada organização criminosa que tomou conta do país. 
 

Nenhum comentário:
Postar um comentário