O Estado de S.Paulo
Talvez pareça um jogo de palavras a recomendação do 
Tribunal de Contas da União (TCU) a diferentes órgãos do governo de que,
 nos programas considerados essenciais pela presidente Dilma Rousseff, 
"adotem as medidas que se fizerem necessárias para que sejam 
efetivamente priorizadas as execuções das ações definidas como 
prioritárias no Plano Plurianual 2012/2015".
A recomendação, no entanto,
 resume uma das características das administrações do PT que, pela 
persistência, se transformou em sua marca: a enorme distância entre o 
discurso e a ação, entre o plano e sua execução. Fala-se muito, mas 
faz-se pouco.
A recomendação de tornar prioritário o que se anuncia como prioridade
 é apenas uma das 40 feitas pelo TCU, que também fez 25 ressalvas, no 
relatório sobre as contas do primeiro ano do governo Dilma.
(...)
Algumas das falhas mais notórias da gestão Dilma, boa parte apontada 
também na gestão anterior do PT, estão resumidas no relatório. Do ponto 
de vista financeiro, por exemplo, o documento aponta a necessidade de 
melhoria do gasto público, caracterizado por problemas no planejamento e
 monitoramento das ações do governo, deficiente execução financeira de 
ações consideradas prioritárias e uso exagerado de restos a pagar - ou 
seja, despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro e que, por 
isso, são transferidas para exercícios posteriores -, que dificulta a 
avaliação da execução orçamentária. Resumidamente, há falhas no 
planejamento das ações, no seu acompanhamento e na sua liquidação 
financeira.
(...)
Obras são iniciadas sem que haja projetos executivos de 
qualidade e adequados às exigências do processo licitatório, o que 
resulta na necessidade de revisões durante sua execução, provocando 
atrasos e aumento do custo. Obras da Copa do Mundo estão nesse caso.
Além de projetos de má qualidade, o TCU apontou outro problema: "a baixa
 capacidade (do setor público) de gerenciar grandes obras de engenharia e
 projetos complexos.
Em resumo, o relatório expõe com argumentos fortes algumas 
deficiências administrativas do governo. O País ganharia muito se, desta
 vez, as ressalvas e as recomendações do TCU resultassem em melhor uso 
do dinheiro público. Mas o histórico dos governos petistas não justifica
 esse tipo de otimismo.
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