Tucanos querem interpelar Lula
 O PSDB estuda formas de interpelar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, que vem, diretamente ou com ajuda de interlocutores, cobrando de 
ministros do Supremo Tribunal Federal o adiamento do julgamento dos 
acusados de envolvimento no escândalo do mensalão – que colocará no 
banco dos réus figuras de destaque do PT. Setores do partido discutem se
 a melhor formar de inquirir o petista é na Justiça ou convocando-o para
 depoir na CPI do Cachoeira. A estratégia será definida nesta 
segunda-feira, véspera da sessão da CPI em que pode ser decidida a 
convocação do governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB).
 A ofensiva de Lula foi revelada por reportagem de VEJA publicada neste 
fim de semana. Em um dos episódios, Lula abordou diretamente o ministro 
do STF Gilmar Mendes. Em um encontro em Brasília, ocorrido no escritório
 do ex-ministro de governo e também do Supremo Nelson Jobim, Lula 
afirmou a Mendes que detém o controle político da CPI e, em seguida, 
propôs um acordo: o adiamento do julgamento do mensalão para 2013 em 
troca da blindagem do ministro na CPI.
 O ex-presidente insinuou que o ministro do Supremo teria viajado para a
 Alemanha com o senador Demóstenes Torres, cujas ligações com o 
contraventor Carlos Cachoeira são notórias, às custas do bicheiro. O 
ministro confirmou a realização da viagem, mas disse que bancou as 
despesas com dinheiro próprio e que tem como provar isso. 
"Vou a Berlim 
como você vai a São Bernando. Minha filha mora lá", disse Mendes a Lula. 
Por fim, o ministro diz à reportagem de VEJA: "Fiquei perplexo com o 
comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula."
 À luz da reportagem, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) classificou, neste
 domingo, como graves as denúncias contra Lula. 
"Até amanhã (segunda-feira)
 a gente troca ideias sobre qual vai ser o procedimento. O que houve foi
 uma afronta a duas instituições: o Congresso e o Judiciário." 
Integrante da CPI, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) disse ter
 conversado com o líder do partido na Câmara, Bruno Araújo (PE), que lhe
 deu aval para defender a convocação de Lula na CPI. Nesta 
segunda-feira, a bancada tucana na Casa se reúne para fechar uma 
estratégia para o caso.
 "A denúncia é gravíssima: um ex-presidente dizer que manda na CPI e 
usar isso para chantagear um ministro do Supremo", disse Francischini. 
"Se é mentira, o Lula tem de vir a público se explicar. É quase 
impossível um encontro fortuito entre duas autoridades desse porte", 
acrescentou.  
(Na Veja)

 

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