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terça-feira, 27 de novembro de 2012

QUEM AINDA MANDA É O CHEFE

Na coluna de Claudio Humberto

Exoneração de
Rose, amiga de
Lula, foi ‘a pedido’

Foi “a pedido” a exoneração de Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, o que revela sua influência. Sábado (24), o Palácio do Planalto divulgou que a presidenta Dilma decidira “demitir” servidores envolvidos no escândalo revelado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Mas “Rose”, amiga do ex-presidente Lula, oficialmente, deixou o cargo porque quis.

Alguém gosta dela

Fonte do Planalto admitiu que a exoneração “a pedido” da ex-chefe de gabinete foi uma solicitação de Lula, a quem “Rose” é muito ligada.

Alguém gosta dele

Braço direito do ministro Luiz Adams (AGU) José Weber Holanda ainda está preso, mas sua exoneração também foi concedida “a pedido”.

Tia Dilma

Durante as freqüentes conversas com o amigo Lula ao telefone, Rosemary Noronha, a “Rose”, sempre se referia a Dilma por “Tia”.

Governo Lula
vetou convocação
de Rose a CPI

A oposição há muito está de olho em Rosemary Nóvoa de Noronha e acompanha sua influência. Por ordem do então presidente Lula, a base governista impediu a aprovação de requerimento que a convocava a depor, na CPI dos Cartões Corporativos. Com isso, o governo passou a considerar “secretos” os gastos dos cartões sob sua responsabilidade, como chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo.


Gastos exorbitantes

O senador Álvaro Dias (PR), líder do PSDB, lembra bem que os gastos dos cartões corporativo de Rose Noronha eram mesmo “exorbitantes”.


Os sub do sub

A PF caça um motoboy que entregaria documentos da “dra” Rose (Noronha) a José Dirceu. Lembra o caseiro do escândalo Palocci.

Terra arrasada

Quem viu a extensa documentação da PF na Operação Porto Seguro garante: vem aí o mensalão do B. Muito mais explosivo que o original.

quinta-feira, 17 de março de 2016

EX SEGUNDA DAMA NA MIRA DA PF - ROSE

Relatório da PF mostra que Rose Noronha, amiga íntima de Lula, viajou 13 vezes para o exterior na companhia dele

Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo


Nas investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal rastreou todas as viagens internacionais do petista e mapeou quem costumava acompanhá-lo. Em um dos relatórios anexados ao processo, foram listadas as viagens feitas por Lula de março de 2007, quando ele ainda era presidente da República, até setembro de 2015. O acompanhante mais frequente de Lula em suas viagens pelo mundo é Ricardo Stuckert, até hoje fotógrafo oficial do petista. Das 183 vezes em que ele deixou o Brasil no período, Stuckert o acompanhou em 146. Outros nomes recorrentes são de integrantes do staff do ex-presidente - seguranças, assessores, ajudantes de ordens - nada mais natural. No rol de coincidências, porém, há outros dados que chamam atenção.

Fábio Luís, o Lulinha, também investigado na Operação Lava-Jato, viajou com o pai sete vezes. E Alexandrino Alencar, o ex-diretor da Odebrecht que chegou a ser preso por participação no esquema de pagamento de propinas a políticos, voou na companhia do ex-presidente quatro vezes. A ex-primeira-dama Marisa Letícia acompanhou o marido em 19 viagens. E Rosemary Noronha, amiga íntima de Lula e ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, integrou a comitiva de Lula 13 vezes no mesmo período.

Rose Noronha, como é conhecida a amiga de Lula, ganhou fama em outra investigação da Polícia Federal, a Operação Porto Seguro, deflagrada em novembro de 2012. Na operação, destinada a desarticular um grupo de lobistas que vendia facilidades no governo, a PF descobriu que Rose usava da proximidade com Lula para receber vantagens dos clientes da quadrilha. Investigada pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, Rose foi denunciada pelo Ministério Público. 

Como VEJA revelou em 2013, em 2013, ela também usava a intimidade com Lula para desfrutar de mordomias à custa dos cofres públicos.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Rosemary Noronha intermediava pleitos do BB junto a Lula, diz VEJA

Agenda da ex-secretária da Presidência em SP mostra 25 reuniões com vice-presidentes da instituição

O Globo

A ex-secretária da Presidência da República em São Paulo de Rosemary Noronha intermediava pleitos do Banco do Brasil junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 2007 e 2010, Rose, como era conhecida, teve 39 reuniões com ocupantes de postos importantes na instituição, 25 delas com vice-presidentes.

As informações foram divulgadas pela “Veja” e, segundo a revista, as reuniões constam na agenda de Rose, apreendida durante a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Rose foi indiciada pela PF pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva.

A atuação de Rose como intermediária entre diretoria do Banco do Brasil e Lula foi confirmada à revista pelo pelo ex-vice presidente do Banco do Brasil, Ricardo Oliveira: "A Rose levava as demandas instituição do banco para presidente. Esse contato direto foi muito positivo", disse Oliveira à revista.
(...)

A revista afirma que Rose cobrava, em troca, ingressos para shows, eventos em resorts e almoços em restaurantes caros, que eram pagos pelo banco.

A Operação Porto Seguro revelou que, além de receber "pequenos agrados", Rose foi beneficiada duas vezes pelo Banco do Brasil. Seu ex-marido José Cláudio Noronha foi nomeado para o conselho de administração da Aliança Brasil Seguros, a seguradora do BB que hoje se chama Brasilprev, usando um diploma falso de curso superior.

O atual marido, João Batista de Oliveira, dono da pequena empresa New Talent, conseguiu um contrato de R$ 1,1 milhão com a Cobra Tecnologia, subsidiária do banco, para uma obra de reforma.

Também neste caso, houve documento falso: um atestado de capacidade técnica emitido para a New Talent pela Associação Educacional e Cultural Nossa Senhora Aparecida, mantenedora da faculdade Facic, que pertencia a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas também indiciado pela PF.

A agenda de Rose registra ainda reuniões com José Salinas, vice-presidente do BB até junho de 2010, e pelo menos um encontro com José Antonio Dias Tóffoli, em março de 2009, quando ele era ministro da Advocacia Geral da União (AGU).

Rose teria participado da posse de Tóffoli no Supremo Tribunal Federal. A secretária teria ainda realizado cinco reuniões com Newton Carneiro, diretor administrativo e financeiro da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, e duas com um representante da Funcef, o fundo de pensão dos servidores da Caixa Econômica Federal.

A revista diz ainda que Rose recebia até mesmo representantes de empresas estrangeiras que chegavam ao país, como a francesa Boiron, do setor de medicamentos, com quem manteve dois encontros. À revista, a empresa informou que os encontros foram para apresentar seu projeto para o Brasil.

A Assessoria de Imprensa do Instituto Lula informou que as informações contidas na reportagem não atingem o ex-presidente Lula. Em relação à declaração do ex-vice-presidente do BB que, segundo a revista, teria dito que Rose "levava demandas institucionais do banco para o presidente", a assessoria comunicou que essa era uma das atribuições do cargo de Rose como chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo e que não vê irregularidades nisso. A assessoria informou ainda que o ex-presidente não é objeto de investigação da Operação Porto Seguro.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Rosegate: Diploma falso garante emprego de ex-marido

Com diploma falso, Rose emplacou ex na seguradora do BB
Paulo Vieira, ex-diretor da ANA, encomendou certificado acadêmico fajuto para que José Claudio Noronha, ex-marido de Rosemary Nóvoa, pudesse ser indicado a cargo na Aliança do Brasil Seguros, rebatizada como BB Seguros

Ana Clara Costa e Laura Diniz, VEJA Online

Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"

Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"

As trocas de favores entre a ex-chefe de gabinete da Presidência da República, Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, e o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, foram muito além das indicações de cargos.
Ela costumava usar os serviços de seus afilhados políticos para resolver problemas pessoais, como o divórcio e a pensão do atual marido e o diploma de curso superior para o ex-marido, José Cláudio Noronha, de quem ela ainda herda o sobrenome.

Segundo trechos obtidos por VEJA da investigação que deflagrou a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, Rose e Vieira trocaram dezenas de e-mails em 2009 sobre o tema identificado como "diploma para o JCN" – sigla que ela usava para se referir ao ex nas mensagens.
A ex-chefe de gabinete queria indicar o pai de suas duas filhas a uma vaga na Aliança do Brasil Seguros – a seguradora do Banco do Brasil, posteriormente rebatizada como BB Seguros. Noronha, que trabalha como assessor especial na Superintendência da Infraero em São Paulo, não cursou faculdade e, por proibição regimental, não poderia assumir cargo na empresa.

Ciente do obstáculo, Rose não se intimidou. Procurou Vieira para conseguir um certificado falso que permitisse ao marido abocanhar a vaga de suplente no conselho de administração da Aliança, o que já lhe garantiria uma polpuda remuneração.

"Graças a Deus saiu o que eu esperava. Preciso do diploma urgente. Para adiantar, tenho que colocar no currículo a formação. Qual é o nome?”, questionou a ex-chefe de gabinete do governo petista em e-mail enviado a Paulo em 4 de maio de 2009.

Segundo o inquérito, o que Rose tanto esperava era a vaga para seu ex-marido. Ela, aparentemente, demonstrava total desconhecimento do título que Claudio receberia – afinal o que lhe interessava era apenas o papel que lhe permitiria dar prosseguimento à negociação para sacramentar a indicação.

No passo seguinte, coube ao ex-diretor da ANA não apenas forjar o diploma como também obter o reconhecimento oficial do Ministério da Educação (MEC).
(...)

Em novembro daquele mesmo ano, para alívio da ex-chefe de gabinete, o documento foi finalmente registrado pelo MEC – que, na época, era dirigido pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT/SP). Como resultado, o ex-marido de Rose acabara de ganhar um título oficial de Bacharel em Administração de Empresas. Em setembro de 2010, a nomeação de Noronha na Aliança do Brasil foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Como era usual em seus e-mails, Rose agradeceu com um “Finalmente! Obrigada!”

sábado, 1 de dezembro de 2012

ÉPOCA: Rose e a sedução do poder

Diego Escosteguy, Alberto Bombig




Uma triste passagem de bastão marcou a política brasileira na semana passada: saiu de cena um escândalo político; entrou outro. De um lado, o Supremo Tribunal Federal fez história ao definir as penas dos condenados do mensalão. Treze dos réus, incluindo o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, vão para a cadeia em tempo integral – uma rara ocasião na história brasileira em que poderosos pagarão por seus crimes. De outro lado, uma nova personagem irrompeu na cena política nacional: Rosemary Nóvoa de Noronha, ou Rose.

Falando em nome de um padrinho político poderoso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rose trabalhou pela nomeação de vários afilhados no governo federal. Ao se dirigir a diretores de empresas estatais ou órgãos do governo, Rose frequentemente se apresentava como “namorada” do ex-presidente.

Um dos afilhados de Rose, Paulo Vieira, foi preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Porto Seguro, acusado de chefiar uma quadrilha que cobrava propinas de empresários, em troca de pareceres jurídicos favoráveis em Brasília – fosse no governo, nas agências reguladoras ou no Tribunal de Contas da União. Rubens Vieira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), irmão de Paulo e outro dos afilhados de Rose, também foi preso. 



Como foi possível que Rose, uma simples secretária do PT, acumulasse tanto poder e prestígio, a ponto de influenciar nos rumos do governo federal – e causar tamanho salseiro? “A investigação demonstra que o poder de Rose advinha da relação dela com Lula.
(...)


Os autos do processo, de que ÉPOCA obteve uma cópia integral, e entrevistas com os principais envolvidos revelam que:

1) Lula, ainda presidente da República, prestou três favores à quadrilha. Por influência de Rose, indicou os irmãos Paulo Vieira e Rubens Vieira para a direção, respectivamente, da ANA e da Anac. Lula, chamado em e-mails de “chefão” ou “PR” por Rose, também deu um emprego no governo para a filha dela, Mirelle;

2) A quadrilha espalhou-se pelo coração do poder – e passou a fazer negócios. Os irmãos Vieira, aliados a altos advogados do PT que ocupavam cargos no governo, passaram a vender facilidades a empresários que dependiam de canetadas de Brasília;

3) Rose, gabando-se de sua relação com Lula, tinha influência no Banco do Brasil. Trabalhou pela escolha do atual presidente do BB, Aldemir Bendine, indicou diretores (um deles a pedido de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT condenado no caso do mensalão), intermediou encontros de empresários com dirigentes do BB e obteve um contrato para a empresa de construção de seu marido;

4) Despesas do procurador federal Mauro Hauschild, do PT, ex-chefe de gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e, depois, presidente do INSS, foram pagas pela quadrilha. É uma situação similar à do recém-demitido número dois da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda – que, segundo a PF, recebeu propina;

5) A PF, mesmo diante das evidências de que Rose era uma das líderes da quadrilha, optou por não investigá-la. Não pediu o monitoramento das comunicações de Rose e não quis detonar a Operação Porto Seguro no começo de setembro, quando a Justiça autorizara as batidas e prisões. Esperou até o fim das eleições municipais.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

CADÊ AS INVESTIGAÇÕES SOBRE AS VIAGENS CLANDESTINAS DE ROSE NO AEROLULA?

Depois de esclarecido o “caso do aeroporto”, os sherloques da imprensa especializados em mistérios da aviação civil têm tempo de sobra para investigar as viagens clandestinas de Rosemary Noronha a bordo do Aerolula

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Augusto Nunes

Em 2 de agosto, no noticiário sobre a escala em Montes Claros da trupe governista, a Folha de S. Paulo expôs na vitrine o lixo despejado pelo palanque ambulante e escondeu a vassoura finalmente sobraçada por um oposicionista de alta patente. “Dilma e Lula ironizam Aécio por ter feito aeroporto em terra de tio”, berrou a manchete da página A6. Três dias antes, num artigo publicado no mesmo jornal, o candidato do PSDB à Presidência admitiu ter usado quatro ou cinco vezes o aeródromo de Cláudio, reconheceu que deveria ter verificado previamente a situação legal da pista e, de novo, provou que não cometeu nenhuma irregularidade.
Alheios às explicações de Aécio, o enviado especial abriu a reportagem com a transcrição sem ressalvas do palavrório de Dilma. “Nós aumentamos a capacidade dos aeroportos em 67 milhões de passageiros e ninguém ficou com a chave desses aeroportos”, elogiou-se a supergerente que só sabe fazer puxadinhos, enxerga multidões inexistentes nos saguões, inventou a privatização com codinome, entregou a empreiteiros amigos as chaves dos principais aeroportos e mantém engavetados os 800 novinhos em folha que prometeu inaugurar ainda em 2014.
O desfile de fantasias, insultos insinuados e bazófias difamatórias prosseguiu com a reprodução de um trecho da entrevista de Lula àGazeta do Norte de Minas: “O Estado não pode ser tratado como propriedade para benefício de uma família”, provocou o ex-presidente ao comentar o “caso do aeroporto”. Mesmo para a oposição mais gentil da história  republicana, passou da conta a aula de ética proferida pelo pai do Lulinha e provedor de Rosemary Noronha. Só então, pela primeira vez desde a divulgação parcial das maracutaias descobertas pela Polícia Federal em novembro de 2012, o oportunista que vive confundindo o público e o privado foi confrontado com o escândalo que protagonizou ao lado de Rosemary Noronha.
Coube ao ex-deputado Pimenta da Veiga cutucar a fratura exposta: “Misturar assuntos pessoais com assuntos de governo não é prática do PSDB”, advertiu a nota oficial divulgada pelo candidato do PSDB ao governo mineiro, antes da frase de 23 palavras que merecia virar manchete de primeira página em todos os jornais que prezam a inteligência dos leitores: “O presidente perdeu mais uma boa oportunidade para dar as explicações que o Brasil aguarda há muito tempo sobre pessoas da sua intimidade”.
Embora Pimenta da Veiga não tenha identificado pelo nome e sobrenome a larápia que o então chefe de governo transformou em segunda-dama, chefe do escritório paulista da presidência e passageira clandestina do AeroLula, a Folha tratou  de confinar o histórico revide em dois parágrafos. O Globo e o Estadão, que também destacaram o lixo, não concederam uma única e escassa linha à vassoura desfraldada por Pimenta da Veiga. Cabe ao exército de Aécio intensificar a ofensiva até que Lula já não possa fingir que nada ouviu, até que a imprensa dócil seja forçada a curar a miopia seletiva.
É hora de trocar mensagens cifradas por recados com todas as letras. Os oposicionistas sem medo precisam deixar claro que Lula deixou de ser inimputável, e que a licença para pecar ultrapassou o prazo de validade. Como registra o post reproduzido na seção Vale Reprise, faz 620 dias que o chefão da seita foge de pelo menos 40 perguntas vinculadas ao caso Rose. Faz mais de um ano e meio que a oposição e os bravos rapazes da imprensa se dispensam de perguntar-lhe o que não tem resposta.
Durante 10 dias, repórteres dos três maiores diários brasileiros exigiram que Aécio Neves revelasse quantas vezes utilizara o “aeroporto” de Cláudio. Agora que o segredo foi desvendado, os sherloques especializados em mistérios da aviação civil têm tempo de sobra para investigar o enigma muito mais relevante. Para facilitar o trabalho dos repórteres, a coluna enfileira dez perguntas que envolvem a dupla Lula e Rosemary.
1. Quantos vezes o Aerolula decolou com Rosemary Noronha a bordo?
2. Quais os motivos da inclusão de Rose na comitiva presidencial em pelo menos 20 viagens internacionais?
3. Por que foi contemplada com um passaporte diplomático?
4. Quem autorizou a concessão do passaporte?
5. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
6. Quem se responsabilizou pelo embarque de uma passageira clandestina?
7. Por que Marisa Letícia e Rose não eram incluídas numa mesma comitiva?
8. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
9. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
10. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
Não é tudo. Mas já basta para autorizar a decolagem rumo a verdades que os culpados escondem desde 23 de novembro de 2012.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A RESSENTIDA E A VIGARISTA

Sem medo, FHC replicou ao que disse a ex-amante ressentida. 
Já Lula jamais falou sobre a concubina vigarista


Augusto Nunes

“Não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba, eu quero falar e fechar a página”, disse Mirian Dutra para justificar a punhalada desferida nas costas de Fernando Henrique Cardoso, com quem teve um caso amoroso quando trabalhava na TV Globo em Brasília e o ex-presidente era ainda senador. O romance durou seis anos. Durou quase 30 o silêncio quebrado nesta semana por duas entrevistas. O pote até aqui de mágoa, esse vai durar para sempre, avisa o caótico desfile de denúncias contraditórias, acusações explícitas ou insinuadas, fatos e fantasias irrompendo de braços dados, cobranças indevidas e cachos de queixumes. Tudo somado, está claro que Mirian Dutra é uma prisioneira do ressentimento.

Não há cura para esse oitavo pecado capital. Primo da ira, do orgulho e da cobiça, o ressentimento costuma ser equivocadamente confundido com a inveja, da qual é irmão. As diferenças superam as semelhanças.Invejar, por exemplo, pode ser intransitivo; a inveja frequentemente dispensa objetos diretos. Ressentir (que segundo os dicionários significa “sentir novamente”) é verbo necessariamente transitivo. É sempre conjugado contra alguém, alguma coisa, alguma entidade. No caso de Mirian Dutra, os alvos do ressentimento são FHC, que responsabiliza por não ser feliz, e a TV Globo, que obstruiu os caminhos que a levariam ao sucesso profissional.

“A memória do ressentido é uma digestão que não termina”, constatou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O ressentido pensa todo o tempo no ajuste de contas. E invariavelmente acredita que sua infelicidade resultou de erros cometidos por outros. A mulher ressentida precisa acreditar que seu único erro foi amar demais. Aos 55 anos, segue enxergando no espelho uma jovem ingênua apaixonada pelo sedutor desalmado que, depois de induzi-la a dois abortos, tratou de afastá-la do país quando o filho Tomás nasceu, para manter em segredo um pecado que, descoberto, colocaria em risco o projeto presidencial acalentado desde criancinha. Com a cumplicidade da Globo, que ampliou a sequência de erros com a decisão de não renovar o contrato vencido em novembro.

As estações do calvário impostas pela emissora de TV são de espantar o mais cruel legionário romano. Redesenhada pela memória de uma ressentida juramentada, a vida mansa em capitais europeias virou desterro, o expediente curto ficou com cara de menoscabo e o salário de milhares de dólares tornou-se um quase nada se comparado ao tamanho do talento sufocado. “Sou a última exilada”, comunicou a desterrada de araque. Haja conversa fiada. Até o gramado do Congresso sabia da relação extraconjugal entre o senador e a jornalista. Em 1994, Ruth Cardoso foi informada pelo próprio marido do que ocorrera. E Mirian reiterou anos a fio que um biólogo era o pai do menino que FHC sempre tratou como filho.

Além das quantias em dinheiro com que foi contemplado desde o dia do parto, o fruto do romance malogrado ganhou do ex-presidente um apartamento avaliado em 200 mil euros. Em 2009, Fernando Henrique assumiu publicamente a paternidade de Tomás. Meses depois, dois exames de DNA atestaram que o pai biológico era outro. Amparado nos laços afetivos, FHC não mudou de ideia. “Ele sempre será meu filho”, explicou. Mirian contestou a autenticidade dos exames, afirmou que a admissão de paternidade nunca foi oficializada, culpou FHC pela fragilidade dos vínculos que unem Tomás à mãe e acusou o objeto do ressentimento de ter forjado contratos com uma empresa com braços no exterior para consumar as remessas de dinheiro.

“Mas os recursos sempre saíram da renda dele”, ressalvou. Foi o que ressaltou o ex-presidente na nota divulgada no mesmo dia da entrevista publicada pela Folha. Com a elegância possível, a vítima do acesso de cólera dissipou as zonas de sombra produzidas pela entrevistada, rebateu as acusações, declarou-se pronto para outros testes de DNA e deixou claro que, por mais constrangedoras que tenham sido as declarações, não tem motivos para preocupar-se com o que diz a ex-namorada. De novo, FHC fez o contrário do que Lula faz. Mas o PT reagiu à providencial reaparição de Mirian Dutra com a euforia dos colonos de velhos faroestes que, entrincheirados no círculo de carroções atacados por índios, ouvem o clarim que anuncia a chegada da cavalaria americana.

Apavorados com as evidências de que as bandalheiras no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá anteciparam a morte política de Lula, alguns devotos da seita agonizante se empoleiraram na manifestação de ódio da ex-amante sem esperança para convencer o país de que nada do que o chefe fez é mais grave do que FHC foi acusado de fazer. Como no PT não há limites para o cinismo, nem para o ridículo, querem que o ex-presidente seja investigado pela Operação Lava Jato. Se houver algo a apurar sobre Fernando Henrique, que venham as investigações. Mas que sigam adiante, e em ritmo menos exasperante, os inquéritos e processos que cuidam dos crimes cometidos por Lula e sua amante Rosemary Noronha. O Brasil decente exige que seja concluído o que a Operação Porto Seguro começou em 23 de novembro de 2012.

Faz três anos e três meses que o país que presta aguarda o desfecho do escândalo em que o chefe supremo se meteu ao lado de Rose ─ e a punição dos delinquentes que embolsaram milhões de reais com o tráfico de influência e o comércio de pareceres pilantras. Faz três anos e três meses que os que cumprem as leis são afrontados pela mudez malandra do farsante que promoveu uma gatuna de quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Faz três anos e três meses que o Estado Democrático de Direito é desafiado pelo poço de arrogância que nunca deu um pio sobre a chanchada pornopolítica que estrelou em dupla com a Segunda Dama.

Abalroado pela divulgação parcial das patifarias desvendadas pela Operação Porto Seguro, o reizinho enfim destronado reprisou o ritual a que obedece quando pilhado em encrencas de bom tamanho: emudeceu, evadiu-se da cena do crime e foi para o exterior esperar que a poeira baixasse. Três semanas depois, recuperou a voz para dizer que nada tinha a dizer sobre “assuntos íntimos”. De lá para cá, não recitou uma única e escassa palavra aproveitável sobre o caso de polícia que apresentou ao país, além da Primeiríssima Amiga, os bebês de Rosemary.

Foi o primeiro escândalo que Lula não pôde terceirizar. Não houve intermediários entre os parceiros de alcova. Não há bodes expiatórios a mobilizar. É compreensível (e intolerável) que fuja como o diabo da cruz de pelo menos 20 perguntas sem resposta:

1. Onde e quando conheceu Rosemary Noronha?

2. Como qualifica a relação que manteve com Rose durante pelo menos 12 anos?

3. Por que escolheu uma mulher sem experiência administrativa para chefiar o gabinete presidencial em São Paulo?

4. Por que pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose no cargo?

5. Por que Rose foi incluída na comitiva presidencial em mais de 20 viagens internacionais?

6. Por que Rose usava passaporte diplomático?

7. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?

8. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?

9. Por que Marisa Letícia e Rose nunca foram incluídas numa mesma comitiva?

10. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?

11. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?

12. Por que nomeou a pedido de Rose os irmãos Paulo e Rubens Vieira para cargos de direção em agências reguladoras? Conhecia os nomeados?

13. Por que Rose tinha direito ao uso de cartão corporativo da Presidência ?

14. Por que foram mantidos em sigilo os pagamentos feitos por Rose com o cartão corporativo ?

15. Como se comunicava com Rose? Por telefone? Por e-mail?

16. Sabia das reuniões promovidas por Rose no escritório da presidência? Depois das reuniões, era informado sobre o que fora decidido pelos integrantes da quadrilha?

17. Por que os honorários dos advogados de Rose são pagos por Instituto Lula?

18. Encontrou-se com Rose nos últimos 3 anos e 3 meses?

19. Nunca soube de nada?

20. O que foi que disse em casa?

Sem medo da sordidez do PT, FHC replicou imediatamente ao que disse a ex-amante ressentida. Favorecido pela tibieza da oposição oficial, Lula jamais comentou o que fez a concubina vigarista.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

CGU FOI UMA MÃE PARA ROSE, A "AMIGA" DE LULA

AMIGA DE LULA NÃO RESPONDEU SEQUER UMA DAS 114 PERGUNTAS DA CGU

Rose Noronha
Foi uma mãe o Processo Administrativo Disciplinar da Controladoria Geral da União (CGU) sobre malfeitorias atribuídas a Rosemary Nóvoa de Noronha (“Rose”), amiga íntima do ex-presidente Lula. Na oitiva, “secreta” porque a opinião pública nem tomou conhecimento, Rose não respondeu a nenhuma das 114 perguntas. E, para pegar leve com Rose, a CGU nem precisou ouvir 9 das testemunhas arroladas por ela. 
A CGU chefiada pelo petista Jorge Hage pediu apenas a demissão de Rose, mas os crimes a ela atribuídos preveem prisão de até 25 anos.

Testemunhas de Rose que a CGU não incomodou: o ministro Gilberto Carvalho e ex-ministros Erenice Guerra, Carlos Gabas e José Viegas.

Entre as testemunhas de defesa de Rose estavam Beto Vasconcelos, da área jurídica da Casa Civil, e até Lúcio Reiner, tradutor de Lula.

sábado, 20 de abril de 2013

BOM MOTIVO PARA LULA SUMIR DO MAPA: VEJA TEVE ACESSO AO RELATÓRIO SOBRE SUA ROSE


A revista VEJA teve acesso às 120 páginas do relatório final elaborado por técnicos do Planalto sobre a atuação de Rosemary Noronha, a amiga íntima que Luiz Inácio Lula da Silva mantinha no escritório da Presidência da República de São Paulo. Ela está aborrecida e ameaça explodir. 

Leiam trechos da reportagem de Robson Bonin.

*
(…)
O resultado da investigação é um manual de como proceder para fraudar e trapacear no comando de um cargo público quando seu ocupante priva da intimidade do presidente da República. Sob o comando da Casa Civil da Presidência, os técnicos rastrearam anormalidades na evolução patrimonial de Rosemary Noronha e recomendaram que ela seja investigada por suspeita de enriquecimento ilícito. Um processo administrativo já foi aberto na Controladoria Geral da União.

(…)
A sindicância destoa da tradição dos governos petistas de amenizar os pecados de companheiros pilhados em falcatruas. Dedicado exclusivamente aos feitos da poderosa chefe de gabinete, o calhamaço de 120 páginas produzido pela sindicância é severo com a ex-secretária. Mostra que Rosemary encontrou diferentes formas de desvirtuar as funções do cargo. Ela pedia favores ao “PR ” — como costumava se referir a Lula em suas mensagens — com frequência.
Era grosseira e arrogante com seus subalternos. Ao mesmo tempo, servia com presteza aos poderosos, sempre interessada em obter vantagens pessoais — um fim de semana em um resort ou um cruzeiro de navio, por exemplo. Rosemary adorava mordomias. Usava o carro oficial para ir ao dentista, ao médico, a restaurantes e para transportar as filhas e amigos. O motorista era seu contínuo de luxo. Rodava São Paulo a bordo do sedã presidencial entregando cartas e pacotes, fazendo depósitos bancários e realizando compras. Como uma rainha impiedosa, ela espezinhava seus subordinados.
(…)
Como chefe de estado
Mensagens inéditas reunidas no relatório da investigação mostram que a ex-secretária foi recebida com honras de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma. Todas as facilidades possíveis lhe foram disponibilizadas. Rose temia ter problemas com a imigração no desembarque em Roma. O embaixador José Viegas enviou-lhe uma carta oficial que poderia ser apresentada em caso de algum imprevisto. Rose não conhecia a Itália. O embaixador colocou o motorista oficial à sua disposição. Rose não tinha hotel. O embaixador convidou-a a ficar hospedada no Palazzo Pamphili — e ela não ocuparia um quarto qualquer. Na mensagem, o embaixador brasileiro saudou a ida de Rose com um benvenuti!, em seguida desejou-lhe buon viaggio e avisou que ela ficaria hospedada com o marido no “quarto vermelho”. Quarto vermelho?! Como o Itamaraty desconhece esse tipo de denominação, acredita-se que “quarto vermelho” fosse um código para identificar os aposentos relacionados ao chefe — assim como normalmente se diz “telefone vermelho”, “botão vermelho”, “sala vermelha”…
(…)
Pode explodir
Rosemary Noronha está magoada e ameaça um revide em grande estilo. Sentindo-se desamparada pelos velhos companheiros que deixaram correr solta a investigação que pode levá-la mais uma vez às barras da Justiça, agora por enriquecimento ilícito, a ex-chefe do gabinete presidencial em São Paulo ameaça contar seus segredos e implicar gente graúda do partido e do governo. Se não for apenas mais um jogo de chantagem típico dos escândalos do universo petista, Rose poderá enfim dar uma grande contribuição ao país. Pelo menos até aqui, a ameaça da amiga dileta de Lula faz-se acompanhar de lances concretos — tão concretos que têm preocupado enormemente a cúpula partidária.
Leia a íntegra na revista.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rosegate: Ex-chefe de gabinete regional da Presidência pedia favores para pessoas próximas de ex-presidente desde primeiro mandato do petista

Rose quis "ajudar" Genoino e médico de Lula

Fernando Gallo e Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal em duas operações mostram que a ex-chefe de gabinete da Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha fez gestões para ajudar o ex-presidente do PT José Genoino e o médico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil.

Interceptações telefônicas mostram que Rosemary Noronha tentou ajudar José Genoino - Denise Andrade/Estadão - 27/11/2008

A Operação Overbox, de 2004, tentava desarticular um grupo que facilitava a entrada de produtos contrabandeados no aeroporto de Guarulhos (SP).

Rose foi flagrada em duas conversas com o delegado Wagner Castilho, um dos responsáveis pela segurança do aeroporto.

Em uma, de 5 de outubro, os investigadores anotaram no relatório uma conversa de ambos em que ela tentava resolver o trâmite de um porte de arma para o então segurança de Genoino, que à época presidia o partido.

"Rose fala que está precisando de duas coisas. Uma é o porte de arma para o motorista do deputado, presidente do Partido dos Trabalhadores". Segundo a PF, Castilho explicou o procedimento e disse que "leva em mãos e se tiver algum óbice resolve". Ela disse que ficaria "no aguardo dessa coisa do Genoino"

No outro diálogo, em 14 de setembro, Rose briga com Castilho. O motivo: ela tentara falar com ele mais cedo porque a Receita Federal havia multado a mãe de Kalil em cerca de R$ 4 mil quando ela chegava ao aeroporto vinda de Paris, na França.

A PF escreveu, na operação Overbox: "Castilho liga para Rose e ela fala que está brava com Castilho, pois precisou de sua ajuda hoje pela manhã. Fala que a mãe do Dr. Calil (sic), médico do presidente, estava voltando de Paris com a filha e amigos e comprou umas roupas. Aí a Receita Federal pegou, abriu as malas, e tiveram que pagar quase R$ 4 mil. Castilho diz que poderia ter ligado; Rose fala que ligou".

Nos autos da Operação Porto Seguro, deflagrada sexta-feira, 23, constam ainda dois e-mails em que Rose cobra do diretor afastado da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, um favor para Cláudia Cozer, mulher de Kalil e médica pessoal de Rose. Ele deveria acessar Esmeraldo Malheiro dos Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação que, segundo a PF, ajudou a quadrilha a obter pareceres favoráveis a faculdades. No assunto do e-mail, constava o dizer: "Faculdade-ES: Dra. Cláudia". O favor a ser feito não fica claro nos documentos.
(...)

sexta-feira, 7 de março de 2014

A VOLTA DA ROSE DO LULA

A volta de Rose Noronha ao noticiário político-policial ameaça quebrar o voto de silêncio do protetor da quadrilha desmontada há um ano pela Polícia Federal

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(Foto: Fernando Cavalcanti)
JÚLIA RODRIGUES
O PT mal teve tempo de festejar a decisão do STF que, ao absolver José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares do crime de formação de quadrilha, estabeleceu que os criminosos hospedados na Papuda são apenas corruptos: informações confinadas no reduzido espaço que não foi confiscado pelo noticiário do Carnaval avisaram que a ressurreição do caso protagonizado em parceria por Lula e Rosemary Noronha poderá prolongar a insônia dos companheiros por mais alguns meses.
Abafada pela cantoria dos blocos e pelas baterias das escolas de samba, a segunda etapa do cortejo de maracutaias e vigarices aberto em novembro de 2012 pela Operação Porto Seguro, coordenada pela Polícia Federal, começou neste  28 de fevereiro, depois que o juiz Fernando Américo de Figueiredo Porto, da 5ª Vara Federal Criminal em São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra 18 participantes da quadrilha especializada em tráfico de influência e no comércio de pareceres emitidos por agências reguladoras. Entre os destaques do escândalo figura a amiga íntima que Lula instalou em 2004 na chefia do escritório da Presidência da República em São Paulo.
Para tornar menos lenta a tramitação do processo, o juiz Figueiredo Porto encampou uma recomendação da Procuradoria e desmembrou o grupo em cinco núcleos distintos. Rosemary aparece no quinto, que abrange os denunciados por formação de quadrilha e troca de favores ilícitos. Ela se valeu da profunda intimidade com o ex-presidente Lula, de quem se dizia namorada, para espalhar comparsas pelas diretorias de agências reguladoras. Foi graças à protegida do então presidente que Paulo Vieira, apontado como chefe do bando, virou diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e um de seus irmãos, Rubens Vieira, ganhou um cargo de chefia na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Rosemary terá de encontrar álibis convincentes para escapar do enquadramento nos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e formação de quadrilha. O ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) e o ex-número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda, também foram acusados de corrupção. Paulo Vieira aparece em todos os núcleos e responderá pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha e tráfico de influência.
Conforme revelou a reportagem publicada em 4 de dezembro de 2013, Rosemary Noronha foi muito mais que secretária da Presidência em São Paulo. Tinha tanto prestígio que ganhou uma vaga cativa nos voos internacionais do AeroLula. Só permanecia no Brasil se Marisa Letícia estivesse a bordo. Um ano depois do clímax da Operação Porto Seguro, ela segue reclusa em casa, mas mantém um padrão de vida invejável para quem está, oficialmente, desempregada. Além da mesada de bom tamanho, ela recebe atenções e cuidados permanentes do Instituto Lula, que também banca os honorários do exército de advogados que a defende.
Lula continua agindo como se não tivesse nada dizer. Se a Justiça cumprir seu dever, e se interessar de fato em apurar o que houve no escritório da Presidência em São Paulo, a mudez malandra enfim será encerrada.

domingo, 21 de abril de 2013

Lula e Rosemary: silêncio cada vez mais revelador

Ex-presidente fez 27 pronunciamentos em 148 dias - mas nada sobre Rose


Gabriel Castro e Marcela Mattos, VEJA

Rosemary Nóvoa de Noronha e Lula
Rosemary Nóvoa de Noronha e Lula (AE e Reuters)
Nos oito anos que passou no Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre teve como característica o hábito de falar constantemente e sobre tudo. Em tempos de crise, chegou a ser aconselhado por assessores diretos e marqueteiros a manter relativa distância dos microfones. Mas, quase nunca, a recomendação foi seguida. É quase unânime a avaliação de aliados que convivem com Lula há décadas que o silêncio nunca lhe agradou, ainda que o tema seja dos mais espinhosos, como o mensalão, que quase lhe custou o mandato.

Porém, há cinco meses, um assunto é proibido ao redor do ex-presidente: Rosemary Noronha.

A edição de VEJA desta semana detalha a atuação de Rosemary, ou Rose, como era conhecida, nas entranhas do poder. A mulher que chefiava o escritório da Presidência da República em São Paulo e acompanhava Lula em viagens internacionais usava a proximidade com o petista para negociar favores.

Na época do estouro da Operação Porto Seguro, a Polícia Federal desmontou uma quadrilha que traficava influência nos altos escalões do governo federal. Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), comandava o grupo.

Rosemary Noronha deve a Lula sua ascensão no poder público. Intimamente ligada ao petista, ela tinha privilégios e integrou, diversas vezes, comitivas presidenciais no exterior. Apesar da grande expectativa a respeito do que o petista teria a dizer sobre o episódio, Lula silenciou desde a operação Porto Seguro, deflagrada em 23 de novembro. Foram 27 pronunciamentos, entre discursos e entrevistas. Mas, em 148 dias, nada explicou sobre as graves acusações envolvendo a mulher que era sua amiga íntima e que foi indicada por ele para chefiar o escritório da Presidência em São Paulo.

Nesse período, Lula deu ordens a secretários do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), despachou com ministros do governo Dilma Rousseff, recebeu prêmios, deu palestras, se reuniu com líderes mundiais, prestou consultoria a empresas brasileiras. Sobre Rose, uma frase discreta, a contragosto, quando questionado se tinha sido surpreendido pelas revelações da Polícia Federal: "Não fiquei surpreso, não".

Lula avalia que não tem nada a ganhar comentando o episódio. Ele afirma, reservadamente, que o silêncio evita que o caso seja associado a ele e contribui para que o escândalo perca força no noticiário.

A postura revela o quanto o ex-presidente se sente desconfortável com a revelação de que a antessala do poder era usada para negociações escusas.

Mesmo titubeante, Lula não evitou tecer comentários sobre outros escândalos, como o mensalão, o dossiê dos aloprados ou a morte do prefeito Celso Daniel, um fantasma que assombra o PT. Mas, a cada nova revelação sobre as andanças de Rose, pode se supor o que Lula tanto teme.

domingo, 5 de maio de 2013

COINCIDÊNCIAS NOS CASOS ERENICE E ROSEGATE

Secretaria-Geral tentou abafar investigação da Casa Civil sobre Rose Noronha, diz Veja 

Segundo a revista Veja, a Secretaria-Geral da Presidência tentou sabotar investigação da Casa Civil

GUSTAVO URIBE - o globo


Rosemary Nóvoa Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo

A sindicância aberta pelo governo federal para apurar denúncias contra a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha foi questionada pela própria Secretaria-Geral da Presidência da República, para quem não caberia ao Ministério da Casa Civil investigar a funcionária denunciada por corrupção passiva e tráfico de influências. Segundo reportagem publicada pela “Veja”, a Coordenação-Geral de Correição (Coreg), órgão subordinado à Secretaria-Geral, instaurou um processo de investigação paralelo ao da Casa Civil, para o qual apontou uma série de ressalvas e advertências ao trabalho da sindicância.

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Um documento produzido pela investigação paralela, que foi obtido pela revista, argumenta que a competência de investigar a funcionária era da Secretaria-Geral, e não da Casa Civil, e apontou supostas incoerências na redação da portaria que autorizou a abertura da sindicância. Ele também cobrou o direito de Rosemary Noronha ao contraditório. As ressalvas não foram levadas em conta pelo Palácio do Planalto, que deu prosseguimento à sindicância da Casa Civil. A investigação, que teve início em novembro, resultou na instauração de um processo disciplinar contra a funcionária por enriquecimento ilícito.
Segundo a publicação, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, teria autorizado a abertura da investigação paralela, que seria conduzida como um procedimento burocrático normal. O coordenador-geral da Coreg, Torbi Rech, justificou na época que a apuração tinha como objetivo obter informações, acompanhar as apurações e orientar os órgãos envolvidos na sindicância da Casa Civil. Em 2010, Torbi Rech presidiu a sindicância que livrou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra de acusações de tráfico de influência.
Em sua defesa, a Secretaria-Geral disse que não interferiu nos rumos da investigação, não requereu documentos da sindicância e não usou argumentos jurídicos para fragilizar a investigação. Para a pasta, a investigação paralela é um procedimento comum de acompanhamento.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

BOAS E MÁS NOTÍCIAS, PARA QUEM?

O Brasil decente achou muito boa a notícia que tirou o sono do parceiro de Rose

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Augusto Nunes

“Neste país, as notícias ruins são manchetes e as boas saem pequenininhas”, vive resmungando Lula. Depende do olhar de quem lê ou da folha corrida de quem lê. Neste domingo, por exemplo, o site de VEJA informou que continua longe do desfecho judicial o escândalo descoberto em 23 de novembro de 2012 pelos policiais federais engajados na Operação Porto Seguro. A impunidade da quadrilha que forjava pareceres de órgãos federais para apressar a liberação de obras irregulares executadas por empresários malandros é uma notícia ruim para os brasileiros decentes. Mas muito boa para Lula.
Ele gostou de saber que, graças ao andar preguiçoso do caso na Justiça, tão cedo não se juntarão num banco dos réus os delinquentes de estimação que ampliaram consideravelmente o volume de negociatas depois do ingresso no bando de Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose. Entre 2004 e 2010, a mulher que costumava apresentar-se como “namorada do Lula” até a gente que acabara de conhecer acumulou o posto de segunda-dama da República Lulopetista com o cargo de chefe do  escritório da Presidência em São Paulo.
Deu-se o contrário em 13 de novembro, quando o site do Superior Tribunal de Justiça divulgou o que foi uma ótima notícia para gente honesta e péssima para Lula: “O STJ acolheu o pedido da Infoglobo e do jornalista Thiago Herdy Lana para terem acesso aos gastos efetuados com o cartão corporativo do governo federal utilizado por Rosemary Nóvoa de Noronha, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/razão social”. Thiago Herdy só recorreu ao STF depois de buscar inutilmente essas informações na Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Em resposta à solicitação, o órgão limitou-se a liberar a planilha que registra, sem discriminá-los, os gastos efetuados por Rosemary Noronha entre 2003 e 2011. Para o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator do caso no STJ, a esperteza da Secretaria de Comunicação Social configurou uma “violação ilegal do direito líquido e certo da empresa e do jornalista de terem acesso à informação de interesse coletivo”. Segundo Maia Filho, o pleno acesso aos extratos que detalham a gastança “é assegurado pela Constituição e regulamentado pela Lei  de Acesso à Informação”.
Além do valor de cada transação, logo se saberá onde, quando e para quê a mulher que se apresentava aos comparsas como “namorada do Lula” sacou da bolsa o cartão corporativo do governo federal que ganhou junto com o empregão no escritório presidencial. As esquivas do Planalto, o sumiço de Rose e o silêncio do parceiro fortalecem a suspeita de que é de bom tamanho o teor explosivo das informações ainda secretas. Todas, admita-se, são menos graves que as evocadas pelo Ministério Público para denunciar Rose por formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica.
Mas, contempladas por Lula, decerto parecerão mais constrangedoras e desmoralizantes. Conjugadas, vão confirmar que o caso Rose é o primeiro escândalo que o ex-presidente que nunca sabe de nada está impedido de terceirizar, ou enterrar na cova rasa onde jazem os muitos casos de polícia que o chefe debitou na conta dos chefiados. Não houve intermediários entre Luiz Inácio e Rosemary. Foi ele quem instalou a segunda-dama no comando do escritório presidencial que acabaria reduzido a sucursal de quadrilha. Foi ele quem fantasiou de mãe-da-pátria uma soberba nulidade.
Também foi ele quem ordenou a Dilma que mantivesse no cargo a vigarista de estimação. Foi ele quem presenteou a companheira com 23 viagens internacionais a bordo do Aerolula. Foi ele quem transformou delinquentes amigos da amiga em diretores de agências reguladoras. Foi ele quem confundiu interesses públicos com prazeres privados. Foi ele, enfim, o protagonista da chanchada pornopolítica que produziu, como constata o post reproduzido na seção Vale Reprise, pelo menos 40 perguntas à espera de respostas ou álibis que não há.
“Inexiste justificativa para manter em sigilo as informações solicitadas, pois não se evidencia que a publicidade de tais questões atente contra a segurança do presidente e vice-presidente da República ou de suas famílias”, liquidou a questão o relator Maia Filho. “A divulgação dessas informações seguramente contribui para evitar episódios lesivos e prejudicantes”. Pena que a decisão do STJ tenha sido confinada nos centímetros que sobraram nas editorias de Política & Polícia inundadas pelas bandalheiras do Petrolão. Para quem respeita a lei, foi uma ótima notícia. Merecia manchete.