domingo, 30 de novembro de 2014

DILMA E ODEBRECHT - DESPACHOS PARTICULARES

DILMA RECEBEU DONO DA EMPREITEIRA ODEBRECHT DUAS VEZES NO ALVORADA

Marcelo Odebrecht Dilma Rousseff copy

Dilma Rousseff teve dois despachos privados com Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira mais beneficiada com contratos bilionários, nos governos Lula e Dilma, entre todas as empresas enroladas no roubalheira do Petrolão. Ambos os encontros foram realizados sob a discrição da residência oficial do Palácio da Alvorada, e não, como seria próprio, sob as luzes do Planalto, local de trabalho da presidenta.
Marcelo Odebrecht esteve no Alvorada em 26 de março deste ano, quando o País estava sob o choque da Lava Jato, e em 25 de julho.
Ao contrário de Marcelo Odebrecht, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann não teve com Dilma despacho privado no Alvorada, em 2014
A Presidência da República não informou o tema dos despachos particulares entre Dilma e o dono da empreiteira preferida do governo.
Na sede da empreiteira baiana Odebrecht, o clima está pesado, com a expectativa de eventual prisão dos diretores e controladores. 

DIDÁTICO, PT COMBATE A CORRUPÇÃO COMETENDO-A

Josias de Souza

Reunido neste final de semana, o diretório nacional do PT aprovou uma resolução severa contra a corrupção. “Temos o compromisso histórico de combater implacavelmente a corrupção”, explicou o presidente do partido, Rui Falcão. Impossível discordar. Nenhuma outra legenda contribuiu tanto para desnudar os crimes do poder. Didático e revolucionário, o PT combate a corrupção praticando-a.

“Foi durante os governos Lula e Dilma que se estabeleceram, como políticas de Estado, as principais políticas de combate à corrupção”, anota a resolução do PT. Movido por forças antagônicas, o partido agiu mais ou menos como o viciado que, conhecendo as próprias fraquezas, cerca a bebida e as drogas com um sistema de câmeras e alarmes contra si mesmo. Os resultados foram extraordinários.

Em sua resolução, o PT critica os que o acusam de “ser o partido responsável por um alegado aumento da corrupção no Brasil.” Ora, francamente. Como realça o texto, “se hoje a corrupção aparece mais, ao contrário do passado, é porque ela, pela primeira vez na história do país, está sendo sistematicamente combatida.”

Realmente, o combate à roubalheira passou a ser sistemático. O PT inovou. Em governos anteriores, os escândalos eram denunciados por opositores. Hoje, o próprio PT se encarrega de cometer os crimes que o asfixiam. Nos seus 12 anos de poder federal, o PT só errou certo. Já na escolha do elenco de apoiadores, o petismo revelou-se o igual disfarçado de novo. E passou a deixar os rastros para que o apanhassem.

Foi um aliado do PT, Roberto Jefferson, quem jogou o mensalão no ventilador. Agora, são os delatores, com o suor dos seus dedos, que se encarregam de impulsionar a elucidação do petrolão. Em matéria de corrupção, o PT é um catalisador do avanço institucional. Ele mesmo planeja os escândalos, ele mesmo coordena a execução dos crimes, ele mesmo inspira os denunciantes.

O PT informa em sua resolução que se autoimpôs “o desafio de reafirmar a sua liderança no combate à corrupção sistêmica no Brasil.” Bobagem, não é mais necessário. Em matéria de corrupção, o PT já é visto como líder inconteste. Draconiana, a resolução prevê dias difíceis para os petistas flagrados no petrolão.

O documento do diretório informa: “Qualquer filiado que tiver, de forma comprovada, participado de corrupção, deve ser imediatamente expulso, como já afirmou publicamente o presidente do partido.”

Bem verdade que a bancada mensaleira da Papuda continua nos quadros do PT. Mas isso pode ser apenas mais uma anormalidade proposital do partido para denunciar a normalidade de um sistema político baseado na hipocrisia. No momento, o mais importante é notar que o PT conseguiu mais uma proeza: dissociou-se das suas próprias ações, mantendo-se incólume a si mesmo.

A insistência de Dilma 2ª em preservar no segundo mandato as mesmas criminosas alianças foi a forma que o PT encontrou para esclarecer que, numa ilícitocracia, tudo é permitido, até o assalto à Petrobras —desde que feito por gente que tem “o compromisso histórico de combater implacavelmente a corrupção”, mesmo que para isso tenha de cometê-la.

QUESTÃO DE ESTILO

Enquanto Aécio Neves devolveu seu salário de senador durante a campanha, a presidente Dilma Rousseff preferiu não abrir mão dos vencimentos, embora quase não comparecesse ao Palácio. É o que mostram os holerites acessados pelo Portal da Transparência

Ludmilla Amaral - Isto É

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Conciliar a campanha eleitoral com o exercício do mandato ainda em vigor é um dos desafios impostos a políticos que ocupam cargos eletivos e decidem concorrer à reeleição ou a outras funções públicas. A fronteira entre o que é ou não permitido pela lei eleitoral muitas vezes é tênue e as discussões sobre eventuais abusos de poder inundam a pauta dos órgãos de fiscalização em ano de eleição. 

Enquanto não há uma reforma política capaz de dirimir essas questões fundamentais ao exercício da democracia, a população volta os olhos para o comportamento individual do candidato. 

A presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) se encontraram nesse contexto em 2014, mas ambos adotaram posturas distintas na hora de lidar com o bem público. Dilma precisava manter suas funções ativas no Executivo, enquanto lutava pela reeleição, e Aécio no Legislativo, no mesmo tempo em que estava em campanha para alcançar a Presidência da República. 

Nos últimos dois meses que antecederam a eleição, a presidente foi ao Palácio do Planalto, seu local oficial de trabalho, em apenas cinco ocasiões – quatro em agosto e uma em setembro. Já o senador Aécio Neves, que ensaiou tirar licença do Senado durante a campanha, mas desistiu, compareceu a quatro sessões. A diferença crucial é que, no período, enquanto Aécio devolveu seus honorários, Dilma recebeu integralmente o salário, conforme mostram os holerites que podem ser acessados pelo Portal da Transparência. O valor bruto recebido pela presidente e pelo senador é de R$ 26.723,13. Quando descontados impostos e previdência oficial, o salário líquido fica em R$ 19.850,31 (leia quadro).

Durante a campanha, a presidente recebeu ministros e aliados no Palácio da Alvorada, a residência oficial. Em determinados encontros, assuntos de governo foram até discutidos, mas em geral eles ocorriam para tratar da campanha eleitoral. No Planalto, em agosto, Dilma recebeu no dia 1º o primeiro-ministro do Japão, Abe Shinzo, sancionou ao lado de empresários a lei que altera o Simples Nacional no dia 7 e promoveu encontros com doadores da campanha e posteriormente com a CEO da General Motors, Mary Teresa Barra, no dia 14. No fim do mês, no dia 25, ela esteve no Planalto para um encontro marcado com o presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno Assis. Em setembro, Dilma só compareceu em seu gabinete no dia 19 para receber atletas olímpicos e paraolímpicos, já que os próximos Jogos Olímpicos serão no Rio de Janeiro. Aquele dia, uma sexta-feira, foi o último em que os funcionários do Planalto viram a presidente em seu local oficial de trabalho. Dilma só voltou a fazer despachos do Planalto três dias após a reeleição, na quarta-feira 29 de outubro.

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Nesse período, Dilma estava dividida entre gravações para programas eleitorais na TV e no rádio, viagens pelo País em busca de votos, debates e outras atividades de campanha. A assessoria de imprensa do Planalto chegou a informar que a presidente estaria realizando despachos internos e recebendo ministros normalmente. Apesar de não ir ao Palácio durante a campanha eleitoral e dedicar boa parte do seu tempo em prol da reeleição, Dilma recebeu seu salário integralmente durante os meses de junho, julho, agosto e setembro. 

Já o senador Aécio Neves cogitou tirar licença do Senado, mas optou por se manter no cargo por conta da estrutura de seu gabinete e também para não descartar o plenário para possíveis discursos. O tucano tomou a decisão de permanecer como senador no dia 6 de agosto e ainda afirmou que devolveria os salários de julho a outubro – período em que esteve empenhado na campanha –, e assim fez. 

Documentos obtidos por ISTOÉ comprovam que Aécio devolveu o salário à União por meio de um guia de recolhimento. “Devolver o salário fica a cargo de cada um, não há nada na legislação que fale sobre isso. Deveria ter uma legislação específica para falar sobre salários. É o caso de abrir uma discussão sobre isso”, pondera o cientista político Gaudêncio Torquato.

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A Constituição obriga secretários e ministros a deixarem os cargos caso decidam concorrer no ano eleitoral. O mesmo não se aplica aos governadores e parlamentares. Eles até podem tirar licença, deixando a cadeira para o suplente ou para o vice. Contudo, são raros os políticos que se licenciam de seus mandatos para concorrer à eleição ou reeleição.

A OBSESSÃO DO PT

O maior de todos os desejos é controlar a mídia. 

Por Mary Zaidan

É uma obsessão, uma doença crônica. Não há encontro do PT ou de maioria petista que a tal da regulação da mídia não seja um dos eixos estruturantes das discussões, para não fugir à linguagem que faz sucesso entre esta turma.

No primeiro encontro do Diretório Nacional do PT depois das eleições, encerrado ontem, o tema esteve lá o tempo todo, desde a abertura. “A presidenta já fez menção sobre a regulação da mídia e deve lançar uma consulta pública sobre essa questão em 2015”, garantiu Rui Falcão, que dirige a sigla.

Apareceu ainda espalhada em documentos diversos. Neles, a diaba da mídia é acusada de todos os males – especialmente de divulgar as denúncias de corrupção que quebraram de vez o encanto do partido que se dizia guardião da moralidade.

Sob os domínios do ex Lula, o PT tentou aprovar a criação de um órgão regulador, o Conselho Nacional de Comunicação, e de mecanismos de controle da mídia. Foi rechaçado. No Congresso Nacional e fora dele.

Em 2009 a tese do cabresto emergiu com força a partir do “clamor” de centenas de representantes da autoproclamada mídia independente reunida na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), integralmente patrocinada pelo governo – da organização ao resultado. No ano seguinte, pás de cal foram despejadas sobre a questão.

Ainda que refutada por Dilma Rousseff no primeiro mandado, a regulação nunca deixou de ser crucial ao projeto de hegemonia do PT. E o partido já avisou a presidente que não pretende abrir mão dela. Topa até engolir alguns ministros-sapo, mas exigirá que o projeto regulatório avance. Afinal, 2018 está logo ali.

Para amenizar o tom, o PT usa diabruras do dialeto. Controle virou “regulação econômica” na boca de Dilma e é “democratização dos meios” na galera que não consegue esconder o desejo expresso de dominar a mídia.

O distinto público pouco ou quase nada sabe da tão almejada “democratização”. Rui Falcão fala em consulta pública. De quê, não diz.

Desde o ano passado corre por aí um projeto de emenda popular com alguns itens que impedem monopólio e oligopólio, além de proibir políticos de ter concessão de rádio e TV. Boa iniciativa. Mas que, mesmo que seus organizadores não admitam, recebe falso apoio do PT. Nem poderia ser diferente, visto o poder de aliados do porte de Collor de Mello e José Sarney, detentores de repetidoras globais.

Ao fim e ao cabo, até para controlar a mídia, o maior entre todos os desejos, o PT mantém a marca da esquizofrenia. Quer mexer na Globo sem mexer em gente como Collor. Quer mexer em monopólios, mas não pode trair a Record do pastor aliado.

Como bem disse um militante de TV comunitária no Fórum Brasil de Comunicação Pública, promovido pela Câmara dos Deputados em meados deste mês, o que se quer mesmo é “democratizar a pauta da TV Globo”.

O resto é papo para fazer cafuné em movimentos sociais hoje já desconfiados do ordenamento petista, acarinhar o saudosismo esquerdista e fazer bonito para a claque.

sábado, 29 de novembro de 2014

O PETRÓLEO É NOSSO, A DÍVIDA TAMBÉM

O petróleo desabou, mas a Petrobras ainda precisa de você

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Com o petróleo desabando lá fora — no espírito da Black Friday, o WTI caiu 10% para US$66 — a Petrobras finalmente não precisa mais reajustar a gasolina na bomba, certo?
Infelizmente, errado.
É verdade que o ‘quase crash’ do petróleo nos últimos meses — de 110 dólares/barril para abaixo de 70 — ajudou a Petrobras, que, com seus preços congelados, costumava vender com prejuízo a gasolina que importava.  Fiquem estarrecidos:  com a queda do Brent, a gasolina no Brasil agora está quase 16% mais cara do que no mercado internacional.
Mas a Petrobras, ainda assim, precisa aumentar seus preços.
O problema é que, como a estatal é uma das mais endividadas do mundo e o real está se desvalorizando, a Petrobras precisará de mais reais nos próximos meses para pagar juros da sua dívida líquida, que chega a 240 bilhões de reais, e manter seu programa de investimentos.
Oitenta por cento da dívida da Petrobras são denominados em dólar ou euro. Apenas no segundo trimestre deste ano, a Petrobras pagou entre juros e amortizações de sua dívida 7,8 bilhões de reais. Neste ano, ela deve gastar mais de 35 bilhões de reais apenas para servir sua dívida. Com o real se desvalorizando, essa conta sobe.
“O problema deixou de ser a desafagem com os preços internacionais e passou a ser o câmbio,” diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), uma consultoria do setor de energia. “A empresa está tão alavancada e com uma necessidade de investimento tão alta e já comprometida que uma mudança mais brusca no câmbio pode ser fatal para sua capacidade de honrar sua dívida em 2015.”
Os cálculos são da Goldman Sachs.
Para cada 1% de aumento no preço da gasolina, a Petrobras gera mais 1,7 bilhão de reais de caixa por ano. Mas para cada 1% que o Real se desvaloriza, ela perde 1,4 bilhão de reais em sua geração de caixa anual. Ou seja, apenas para manter sua geração de caixa estável, a Petrobras teria que enxugar gelo e aumentar a gasolina cada vez que o real escorrega.
“Ou a Petrobras aumenta mais a gasolina, ou corta investimentos, ou toma mais dinheiro emprestado no mercado, mas com essa confusão da Lava Jato e dos balanços, ninguém sabe se ela ainda tem acesso,” diz um gestor. Um agravante deste quadro: se o Brasil perder seu grau de investimento ano que vem, a Petrobras perde junto, o que aumentaria o custo de novos empréstimos e limitaria ainda mais seu acesso ao mercado de capitais.
“Ela tem que fechar logo esse balanço e ir pro mercado levantar mais dinheiro, mas o custo desse dinheiro novo já subiu agora [pós-Lava Jato],” diz outro gestor que acompanha a empresa. “Cortar investimentos é quase impossível porque a maioria dos projetos se encontra no meio do caminho. Dá pra cortar uns 5% ou 10% talvez, só.”
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Por Geraldo Samor

OPERAÇÃO LAVA JATO - BRASIL LIMPO


O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho de Assis (foto), afirmou nesta sexta-feira (28), durante evento em Maceió (AL), acreditar que a operação Lava Jato deve ter efeito similar à operação Mãos Limpas, na década de 90 na Itália, que resultou em prisões, condenações, extinção de partidos e redução de preços de obras públicas.

"Se Deus quiser, a Lava Jato terá um efeito aqui parecido com a operação Mãos Limpas da Itália. Se as coisas correrem bem, pode ocorrer algo aqui igual, ou seja, partidos políticos fechados, com prisões e condenações. Temos a perspectiva de que isso ocorra", disse Assis, que participou do 12º Congresso Nacional do Ministério Público de Contas.

Nos anos 90, a operação Mãos Limpas investigou mais de 5.000 pessoas envolvidas em casos de corrupção na Itália. Um dos punidos no escândalo foi o líder do PSI (Partido Socialista Italiano) e ex-primeiro-ministro Bettino Craxi. Alguns suspeitos chegaram a cometer suicídio, como o presidente da estatal do petróleo ENI, Gabriele Cagliari; e o empresário Raul Gardini. Estudos apontam que, após a operação, o valor médio das obras públicas caiu. Partidos também fecharam as portas após o escândalo.

Para o presidente da associação de procuradores, o Brasil caminha nessa direção ao registrar avanços significativos no combate ao crime de colarinho branco nos últimos anos. "Nesta última década, a legislação tornou o combate à corrupção uma coisa mais fácil e com aparelhamento muito maior, prova disso é a operação Lava Jato", afirmou.

Assis ainda fez uma defesa de uma força maior aos ministérios públicos do país, que deveriam ser um "novo poder constituído." "Faço aqui um exercício de futuro. Seria o quarto poder no país um poder fiscal? No combate à corrupção, como em tantas outras coisas, pressupõe a necessária instrumentalização para combater o mal, o câncer público, e que se preserve o Estado funcionando bem com a estrutura de cidadania", disse.

O procurador fez uma comparação da legislação de outros países e disse que não haverá avanços sociais plenos sem combate forte à corrupção. "Não há país no mundo que tenha conseguido melhorar suas prestações com a sociedade que não tenha acordado para o fato de que é preciso fiscalizar a aplicação do dinheiro, se administração está se desempenhado bem. Essa tarefa se tornou algo básico nas democracias contemporâneas. Para isso, é preciso ter um MP à altura dessa imensa responsabilidade."

Ainda durante os debates, o procurador da República Rodrigo Tenório ainda criticou o argumento que alguns advogados das empresas acusadas na Lava Jato usaram para o caso. "É risível que eles aleguem que foram extorquidos. Quer dizer que o sujeito é extorquido para ficar milionário? Não tem qualquer fundamento", disse.

Efeito didático do mensalão

O avanço do combate à corrupção no Brasil também foi levantado pelo procurador da República José Alfredo de Paula Silva --um dos atuaram no processo do Mensalão. Ele defendeu a tese de "efeito didático" da condenação dos acusados no escândalo durante o primeiro mandato do governo Lula.

"O Alberto Yousseff e o Paulo Roberto Costa eram operadores de um esquema. E eles só abriram a boca porque viram o que aconteceu Marcos Valério. Ele está preso! E não teve reforma de presídio para ele, que está comendo o pão que o diabo amassou, como todos os outros presos", afirmou.

O procurador afirmou ainda como acredita funcionar a mente dos corruptos. "Nos crimes de colarinho branco, o raciocínio é bem simples: o pretenso criminoso faz uma relação de custo/benefício para ver se vale a pena delinquir. A impunidade entra como um estímulo. O mensalão quebra esse paradigma, já que a ação tem começo, meio e fim, o que não ocorria nesse país --nem para uma condenação, nem para uma absolvição", disse. (UOL)

OPERAÇÃO TERRA PROMETIDA - MINISTRO DE DILMA ENVOLVIDO COM FRAUDE DE TERRAS

NERI GELLER (AGRICULTURA) ACUSADO DE FAVORECER NEGOCIAÇÃO ILEGAL DE LOTES

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O ministro da Agricultura, Neri Geller, estaria envolvido em crimes de grilagem de terras destinadas à reforma agrária em Mato Grosso, de acordo com investigações da Operação “Terra Prometida”. Geller teve o nome citado diversas vezes ao longo da investigação. A suspeita é de que ele tenha favorecido a negociação ilegal de lotes e até se tornado proprietário de um deles.
Segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, o ministro de Dilma estaria envolvido com a apropriação de lotes que seriam destinados a agricultores sem-terra. Trechos sobre os supostos vínculos do ministro com os desvios do programa já foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O programa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prevê a distribuição de 1.149 lotes de 100 hectares. Hoje cada um desses lotes está avaliado pelo mercado local em R$ 1 milhão.
Dois irmão do ministro, Odair e Milton Geller, se entregaram ontem à PF após terem a prisão decretada. Ao todo, a Justiça Federal decretou a prisão de 52 fazendeiros, empresários e servidores públicos acusados de se apropriar de forma ilegal de lotes da reforma agrária nas imediações de Itanhangá (MT). Trata-se do segundo maior assentamento da reforma agrária da América Latina.

PETROLÃO ENVERGONHA O BRASIL NO EXTERIOR: SUECOS INVESTIGAM PROPINA PAGA NA PETROBRAS

PETROLÃO: EMPRESA SUECA SKANSKA ABRIU INVESTIGAÇÃO SOBRE PAGAMENTO DE PROPINA A FUNCIONÁRIOS E AUTORIDADES BRASILEIROS

Foto: Fabio Motta/Estadão

A gigante sueca Skanska abriu investigação interna sobre o pagamento de propina a funcionários e autoridades brasileiros para viabilizar projetos com a Petrobras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A safadeza envolveria as empreiteiras Camargo Corrêa e Engevix, enroladíssimas no Petrolão, e a Technit. Negócios no Brasil alcançam quase US$ 1 bilhão. O suecos gastaram US$ 73 milhões.
Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União, o afano nas obras do Comperj podem ter causado prejuízos de US$ 9 bilhões à Petrobras
O presidente da Skanska para o continente, Johan Henriksson, acusou em rádio sueca “excesso de corrupção impedindo negócios” no Brasil.
O TCU informou que a obra no Comperj custaria US$ 6 bilhões, mas a Petrobras alterou o projeto e os custos saltaram para US$ 48 bilhões.
Pressionada pelo TCU, a Petrobras admitiu que o Comperj não é viável economicamente. E não tem como recuperar US$ 9 bilhões investidos. 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

AÉCIO ACERTOU: DILMA É OPOSIÇÃO

FLAVIO (FAVECO) CORRÊA

Quem não se lembra que num dos debates Aécio Neves disse que até parecia serem os dois, ele e Dilma, “candidatos de oposição”?
Ainda bem que ele tinha razão: eleita, ela está fazendo justamente tudo quilo que dizia temer que o PSDB fizesse. Menos, é claro, promover um projeto como o da alteração da LDO que oficializa a irresponsabilidade fiscal, bandalheira que será aprovada em plenário na terça-feira, livrando Dilma do risco de sofrer um democrático processo de impeachment.
Depois do aumento dos juros e da gasolina, e de “nomear” Katia Abreu, líder do agro negócio, para a Agricultura e Armando Monteiro Neto, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, para a Indústria e Comercio, ela traz Joaquim “mãos de tesoura” Levy, para a Fazenda, o que significa que sua equipe na área econômica terá perfil ortodoxo e conservador, muito próximo do ideário dos inimigos tucanos: corte radical nas despesas (menos as de custeio, que não vai dar para acabar com a maioria dos 39 ministérios), não gastar mais do que arrecada, colocar a casa em ordem e fazer com que o país não perca o “investment grade”, o que seria o apocalipse total. O MTST, o MST, o Stédile, o Gilberto Carvalho, o Ruy Falcão e outros da mesma panela não vão gostar, mas o Brasil vai.
Considerando tudo isso, mais a operação Lava a Jato, que está nos trazendo o caneco de campeão mundial da corrupção, tem-se a impressão que o novo governo do PT acabou antes de começar. Aliás, se o Brasil fosse um país sério a Presidente já teria renunciado, mesmo porque não vai dar para fugir da sua responsabilidade na gestão da Petrobrás. No Japão, ela já teria se suicidado, “arakiri” que muitos dos seus eleitores já estão achando que cometeram quando digitaram seu nome e número nas “indevassáveis” urnas eletrônicas.
A esta altura do campeonato, o PT deve estar se culpando por não ter acabado com a liberdade de imprensa a tempo de acobertar toda esta imundície que revolta a nação. Franklin Martins e outros próceres do partido alertaram para este perigo, mas não lhes deram bola. Agora é tarde demais. Não vão conseguir seu intento nem com manobras maquiavélicas do tipo “regulamentação econômica dos meios de comunicação”, como fez a Cristina Kirchner na Argentina, que implodiu o Grupo Clarin.
Os petistas históricos sabem muito bem que perpetuar no poder um regime patrimonialista “como nunca antes na história deste país” com liberdade de imprensa não dá pé. Se as “zelites” têm os jornais, revistas e as redes sociais, o povão tem o rádio e a televisão. Não se pode mais tapar o sol com a peneira. Nem mesmo aparelhando o executivo, o legislativo, as autarquias, as empresas estatais e o Supremo Tribunal Federal. Ninguém escapa do julgamento do povo que, quando bem informado, de trouxa não tem nada.
Se estão achando que vão conseguir fazer com o juiz Sergio Moro o mesmo que tentaram contra o Ministro Joaquim Barbosa, que foi “desconstruído” e sumiu de cena, estão enganados. O juiz paranaense é tão corajoso quanto o mineiro e certamente irá até ao fim na busca da verdade, “doa a quem doer”.
Lugar de ladrão é na cadeia. Desta vez eles não vão escapar, como os mensaleiros políticos que andam flanando por aí, tipo José Dirceu, que esteve em São Paulo para “cuidar de assuntos administrativos do seu escritório” (sic). Da para encarar mais este vexame? De traz das grades por 40 anos só o Marcos Valério, que operacionalizou o esquema montado nas catacumbas do Palácio do Planalto.
Sabem por que os petistas ficam indignados com o que chamam de movimento pelo terceiro turno?
Porque sabem que perderiam.
Perderiam eles e não a Dilma que, numa clara tentativa de autopreservação, dá sinais inequívocos de já ter aderido à oposição.

SEMPRE INOCENTES

TESOUREIRO DO PT DIZ QUE ‘NUNCA FEZ NADA DE ERRADO’

VACCARI NETO APROVEITOU REUNIÃO DO DIRETÓRIO PETISTA PARA SE DEFENDER DAS
DENÚNCIAS DE ENVOLVIMENTO NO PETROLÃO


Marice Correa de Lima, cunhada do Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebeu R$ 244,2 mil do doleiro Alberto Youssef (Roosewelt Pinheiro/ABr)

Por: Natallie Valleijo

Em reunião do diretório nacional do PT, em Fortaleza, o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, aproveitou para se defender das acusações de envolvimento com o Petrolão. Segundo ele, todas as contribuições que recebeu para a legenda são legais. “Nunca fiz nada de errado”, afirmou.
Vaccari foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como intermediário do PT no repasse de dinheiro desviado da estatal no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
Ao se referir sobre as investigações do caso Bancoop, em que foi alvo de investigação, o tesoureiro afirmou ainda que a quebra de seu sigilo é uma “ação midiática”, já foi feito outras vezes e que “nunca acharam nada”.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, saiu em defesa de Vaccari Neto e disse que “a maior defesa de Vaccari é a sua vida”. O dirigente petista pediu palmas em solidariedade ao tesoureiro e foi prontamente atendido.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

QUEM CHANTAGEIA QUEM?

A LDO que enxovalha Constituição e a lei e a lógica da chantagem. Ou: na relação Dilma-PMDB, quem chantageia quem?

Entendo — mas o Supremo dará a última palavra — que é simplesmente inconstitucional o que o governo Dilma pretende fazer com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. O projeto de lei, com ou sem a anuência do Congresso, fere o Artigo 165 da Constituição.
O governo tem de ter uma meta estabelecida, não importa qual — nem que seja a admissão do déficit. O que não pode é não ter meta nenhuma, como, curiosamente, está no tal projeto. Mais: se um presidente da República, de forma deliberada, desrespeita a lei orçamentária, comete crime de responsabilidade — está na Lei 1.079 —, o que dá ensejo a um processo de impeachment. Será que exagero? Levo a interpretação do texto legal ao limite? Não! Exponho a legislação. Apenas isso.
A votação do projeto, prevista para esta quarta, foi adiada para a semana que vem. A despeito da determinação de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e do Congresso, de atropelar o Regimento para manter em curso uma sessão sem quórum, a base não conseguiu reunir o número de parlamentares necessário da Câmara e do Senado para a sessão conjunta. Como não poderia deixar de ser, os próprios petistas começaram a espalhar o boato de que o PMDB estava enfiando a faca no pescoço de Dilma: o partido estaria cobrando mais espaço no governo em troca da aprovação do projeto.
É possível que isso seja verdade? É claro que é. Ou assim não se fazem as coisas na República? Para que tem servido, ao longo de 12 anos, o PMDB? Sozinho ou mesmo com a ajuda de outras legendas, o PT nada pode no Congresso. Quem lhe garante a maioria necessária são os peemedebistas. Podemos dar uma de inocentes, embarcar na canoa petista e sair por aí a vituperar apenas contra o PMDB.
Mas esperem: quem chantageia quem na relação governo-PMDB? São os peemedebistas que dizem ao governo “só aprovamos tal medida se tivermos tal cargo”, ou é o governo que diz aos peemedebistas “só lhes dou tal cargo se vocês aprovarem tal medida?”. Afinal, convenham: o partido ganhou a eleição junto com o PT. A rigor, não precisa brigar por espaço. É natural que o tenha. Pergunto, em suma, quem comanda essa relação perversa de troca. E a resposta me parece óbvia: dá o tom da convivência quem pode mais e quem tem a caneta. No caso, é Dilma.
De resto, o PT sabe como a fidelidade do PMDB lhe foi importante em momentos cruciais, não é? E este é, sim, um deles. Não tivesse o governo se exposto, em razão das múltiplas bobagens que fez na área orçamentária e fiscal,  à pressão dos parlamentares de sua base, não haveria por que ser chantageado agora.
É claro que o PMDB sabe que estará quebrando um galhão para Dilma. O partido impõe um preço para endossar o descalabro. E Dilma impõe um preço para lhe conceder fatias do poder.
Por Reinaldo Azevedo

BOAS E MÁS NOTÍCIAS, PARA QUEM?

O Brasil decente achou muito boa a notícia que tirou o sono do parceiro de Rose

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Augusto Nunes

“Neste país, as notícias ruins são manchetes e as boas saem pequenininhas”, vive resmungando Lula. Depende do olhar de quem lê ou da folha corrida de quem lê. Neste domingo, por exemplo, o site de VEJA informou que continua longe do desfecho judicial o escândalo descoberto em 23 de novembro de 2012 pelos policiais federais engajados na Operação Porto Seguro. A impunidade da quadrilha que forjava pareceres de órgãos federais para apressar a liberação de obras irregulares executadas por empresários malandros é uma notícia ruim para os brasileiros decentes. Mas muito boa para Lula.
Ele gostou de saber que, graças ao andar preguiçoso do caso na Justiça, tão cedo não se juntarão num banco dos réus os delinquentes de estimação que ampliaram consideravelmente o volume de negociatas depois do ingresso no bando de Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose. Entre 2004 e 2010, a mulher que costumava apresentar-se como “namorada do Lula” até a gente que acabara de conhecer acumulou o posto de segunda-dama da República Lulopetista com o cargo de chefe do  escritório da Presidência em São Paulo.
Deu-se o contrário em 13 de novembro, quando o site do Superior Tribunal de Justiça divulgou o que foi uma ótima notícia para gente honesta e péssima para Lula: “O STJ acolheu o pedido da Infoglobo e do jornalista Thiago Herdy Lana para terem acesso aos gastos efetuados com o cartão corporativo do governo federal utilizado por Rosemary Nóvoa de Noronha, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/razão social”. Thiago Herdy só recorreu ao STF depois de buscar inutilmente essas informações na Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Em resposta à solicitação, o órgão limitou-se a liberar a planilha que registra, sem discriminá-los, os gastos efetuados por Rosemary Noronha entre 2003 e 2011. Para o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator do caso no STJ, a esperteza da Secretaria de Comunicação Social configurou uma “violação ilegal do direito líquido e certo da empresa e do jornalista de terem acesso à informação de interesse coletivo”. Segundo Maia Filho, o pleno acesso aos extratos que detalham a gastança “é assegurado pela Constituição e regulamentado pela Lei  de Acesso à Informação”.
Além do valor de cada transação, logo se saberá onde, quando e para quê a mulher que se apresentava aos comparsas como “namorada do Lula” sacou da bolsa o cartão corporativo do governo federal que ganhou junto com o empregão no escritório presidencial. As esquivas do Planalto, o sumiço de Rose e o silêncio do parceiro fortalecem a suspeita de que é de bom tamanho o teor explosivo das informações ainda secretas. Todas, admita-se, são menos graves que as evocadas pelo Ministério Público para denunciar Rose por formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica.
Mas, contempladas por Lula, decerto parecerão mais constrangedoras e desmoralizantes. Conjugadas, vão confirmar que o caso Rose é o primeiro escândalo que o ex-presidente que nunca sabe de nada está impedido de terceirizar, ou enterrar na cova rasa onde jazem os muitos casos de polícia que o chefe debitou na conta dos chefiados. Não houve intermediários entre Luiz Inácio e Rosemary. Foi ele quem instalou a segunda-dama no comando do escritório presidencial que acabaria reduzido a sucursal de quadrilha. Foi ele quem fantasiou de mãe-da-pátria uma soberba nulidade.
Também foi ele quem ordenou a Dilma que mantivesse no cargo a vigarista de estimação. Foi ele quem presenteou a companheira com 23 viagens internacionais a bordo do Aerolula. Foi ele quem transformou delinquentes amigos da amiga em diretores de agências reguladoras. Foi ele quem confundiu interesses públicos com prazeres privados. Foi ele, enfim, o protagonista da chanchada pornopolítica que produziu, como constata o post reproduzido na seção Vale Reprise, pelo menos 40 perguntas à espera de respostas ou álibis que não há.
“Inexiste justificativa para manter em sigilo as informações solicitadas, pois não se evidencia que a publicidade de tais questões atente contra a segurança do presidente e vice-presidente da República ou de suas famílias”, liquidou a questão o relator Maia Filho. “A divulgação dessas informações seguramente contribui para evitar episódios lesivos e prejudicantes”. Pena que a decisão do STJ tenha sido confinada nos centímetros que sobraram nas editorias de Política & Polícia inundadas pelas bandalheiras do Petrolão. Para quem respeita a lei, foi uma ótima notícia. Merecia manchete.

PRÓXIMO ESCÂNDALO - O ELETROLÃO

Eletrobras vira sócia da Queiroz Galvão, empreiteira do Petrolão, para construir hidrelétrica na Nicarágua. O BNDES entra com o dinheiro, a Eletrobras com o risco e a empreiteira comanda a sociedade.

Coturno


Clique aqui e conheça o site do Projeto Tumarin. Está hospedado no portal Centrales Hidrelétricas de Nicarágua (CHN), um consórcio entre a Eletrobras e a Queiroz Galvão para construir uma grande hidrelétrica naquele país. Como todos sabem, a Construtora Queiroz Galvão, está envolvida até o pescoço no Petrolão. Por sua vez, a Eletrobras teve um prejuízo de R$ 2,7 bi apenas no terceiro semestre de 2014. O valor da obra paga pelo dinheiro dos brasileiros via BNDES? U$ 1,1 bilhão!

No site ficamos sabendo que:

a) Las obras serán financiada con apoyo del Banco Nacional de Desarrollo Económico Social (BNDES) de Brasil, así como del Banco Centroamericano de Integración Económica (BCIE), por medio de la estructuración de un Project Finance.

b) La construcción de la presa será realizada en un período de 4 años y después de los primeros 26 años de operación comercial, de acuerdo a lo que establece la Ley 695 y su reforma, la Ley 816, la planta pasará sin costo alguno al gobierno de Nicaragua, representado porENEL.

Precisa traduzir? Não é um negócio muito estranho? Mas o pior os leitores não sabem. O gerente geral da CHN é um brasileiro. O nome dele é Roberto Abreu de Aguiar. Sabem onde ele trabalhava antes? Na Construtora Queiroz Galvão. Não é engraçado que a Eletrobras, que tem um imenso prejuízo no Brasil, insista em fazer uma obra lá fora que, daqui 26 anos, será entregue ao governo da Nicarágua, sem custos? E que abra mão de enviar um diretor brasileiro, funcionário público, para coordenar a obra, deixando tudo nas mãos de um ex-funcionário de uma das construtoras do Petrolão?

O que fica cheirando é que existe aí uma grande negociata. O BNDES bota o dinheiro. A Eletrobras entra com o risco. A Queiroz Galvão toca o negócio sem que ninguém fiscalize a obra. E a Nicarágua ganha uma grande hidrelétrica de graça, depois de 26 anos. Já pensaram se Itaipu fosse um negócio assim? É gravíssimo que governo brasileiro não comande a obra. Que a construtora mande! O TCU, o MPF, a PF e o juiz Sérgio Moro não entram lá. Imaginem o tamanho da roubalheira!

Assista aqui a um dos vídeos onde Roberto Abreu de Aguiar informa que o primeiro passo é a construção de uma estrada de 50 km até o local da obra. O homem da Queiroz Galvão manda, não pede. Virou celebridade na Nicarágua, às custas do dinheiro do contribuinte brasileiro.

Leia aqui matéria de hoje sobre Tumarin, publicada no Estadão.

MINISTRO QUE VAI MANDAR NO BNDES É ACUSADO DE CRIMES CONTRA ... O BNDES


Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para ser o próximo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o senador e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto (PTB-PE) (foto), tem familiares processados por fraudes contra o BNDES, instituição diretamente subordinada à pasta que ele deve comandar a partir de 2015.

O próprio chegou a ser investigado no âmbito de uma ação que se arrasta desde 2005 na Justiça Federal, no qual o extinto Banco Mercantil de Pernambuco - controlado pela família Monteiro - é acusado de uma série de crimes contra o sistema financeiro, entre os quais desvios de recursos do banco de fomento.

Com base em um inquérito instaurado pelo Banco Central, a seção pernambucana da Procuradoria da República ofereceu, em julho de 2005, denúncia contra os administradores do Mercantil, que dez anos antes havia sofrido intervenção do BC. No curso das investigações, surgiram indícios de operações irregulares entre o banco e a Destilaria Gameleira, também de propriedade dos Monteiro.

Foram detectadas, entre outras irregularidades, operações conhecidas por "troca de chumbo", por meio da qual instituições financeiras burlam a vedação legal de concessão de crédito aos próprios administradores ou sociedades coligadas. De acordo com o inquérito, as apurações também constataram desvio, para empresas da família, de recursos do BNDES que deveriam ter sido repassados para investimentos do setor produtivo.

"Constatou-se que recursos repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ao Banco Mercantil por meio do Programa de Operações Conjuntas, que deveriam ser emprestados a empresas para implantação, expansão e modernização de seus empreendimentos, foram desviados para a destilaria Gameleira", diz um trecho do inquérito.

Os autos chegaram em 2007 ao Supremo Tribunal Federal (STF), visto que, à época, Monteiro Neto era deputado federal e dispunha de foro privilegiado. O caso foi arquivado em outubro de 2010, após o parlamentar convencer o Ministério Público de que não participava da gestão do banco e nem da destilaria, mesmo sendo detentor de ações e de um assento no conselho de administração do grupo.

"É verdade que a pequena participação do parlamentar no capital social das empresas, por si só, não retira dele a qualidade de controlador da instituição financeira para fins de responsabilização penal", ponderou o STF. Monteiro Neto, contudo, fez valer seus argumentos ao apresentar documentos que atestavam que ele não esteve presente em assembleias ou reuniões do conselho no período em que as fraudes teriam ocorrido.

Diante disso, ele foi excluído do inquérito e o caso retornou à 4ª Vara Federal de Pernambuco, onde está até hoje, em fase de alegações finais. Com idades superiores aos 70 anos na época da denúncia, quatro réus acabaram beneficiados pelo prazo prescricional reduzido, entre eles o pai e o tio de Monteiro Neto. Da família, restam como réus no processo o irmão do senador, Eduardo Queiroz Monteiro, e um primo, Antônio Dourado Cavalcanti Filho.

Um dos advogados da família no caso, Bráulio Lacerda disse aoValor que os últimos argumentos da defesa e da acusação ainda vão ser apresentados, mas não informou prazo para que isso aconteça. Por meio de seus assessores, Monteiro Neto apenas reafirmou que sempre se manteve distante dos negócios do Mercantil.

Após anos sob intervenção, o banco da família Monteiro teve sua liquidação levantada pelo BC em 2012, mediante a quitação integral dos débitos pendentes com o governo federal e demais credores. O Mercantil também foi citado no desenrolar do escândalo do mensalão. Uma denúncia do então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apontava que o Banco Rural - que detinha participação na massa falida do Mercantil - teria feito empréstimos ao PT em troca da facilitação do processo de levantamento da liquidação do banco da família Monteiro. 

(Valor Econômico)

NÃO É APENAS O PRESIDENTE DO SENADO QUE ENVERGONHA O CONGRESSO

ASSESSORES DA BASE AJOELHADA VOTAM PELOS PARLAMENTARES.
VOTAÇÃO PODE SER ANULADA PELO STF


Pelo menos dois assessores parlamentares preencheram as cédulas dos congressistas durante a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff na terça-feira (26). A Folha fotografou e filmou um assessor da liderança do PC do B (partido da base aliada), que passou boa parte da sessão sentado nas cadeiras reservadas aos parlamentares preenchendo uma pilha de cédulas de votação. Em seguida, ele as distribuiu a deputados da bancada, entre eles Jandira Feghali (RJ) e João Ananias (CE). O senador Vicentinho Alves (SD-TO), partido de oposição a Dilma, também foi filmado pela Folha tendo sua cédula de votação preenchida por uma assessora.

A sessão do Congresso --que reuniu deputados e senadores-- analisou a derrubada ou manutenção de 38 vetos que a presidente Dilma Rousseff fez a projetos aprovados pelos congressistas. A votação foi em papel. Cada parlamentar tinha a tarefa de marcar na cédula "sim", "não" ou "abstenção" a 314 pontos dos 38 projetos que sofreram veto. Após isso, eles assinavam o documento e o depositavam na urna.

A votação não ocorre pelo processo eletrônico por uma decisão política: nesse caso, a manutenção ou derrubada de cada um dos vetos teria de ser votada individualmente. No papel, eles são analisados de uma vez só. O processo não é mais sigiloso --após a apuração é conhecido como cada parlamentar votou.

Integrantes da consultoria de Direito Constitucional da Câmara ressaltaram que o ato do preenchimento da cédula é exclusivo do parlamentar, sendo que a terceirização contraria o princípio constitucional da inviolabilidade do voto do congressista. Segundo eles, a prática coloca em dúvida se aquela é a livre manifestação da vontade do parlamentar e poderia ensejar a anulação da sessão.

A oposição já está questionando no Supremo Tribunal Federal a validade da sessão, acusando a base governista de ter atropelado regras regimentais para limpar a fila de projetos e permitir a votação da proposta do Planalto que o livra do cumprimento da meta de economia de gastos para abatimento da dívida.

Reportagem da Folha de 2012 já havia flagrado deputados recebendo cédulas preenchidas por ordem da base governista para uma sessão de votação de vetos. Naquela época, o ato foi realizado de forma sigilosa em uma das salas da Liderança do PMDB. O Palácio do Planalto negou relação com a prática.

OUTRO LADO

A liderança do PC do B informou que a bancada já havia definido sua posição em reunião prévia. "Faz parte do trabalho da assessoria técnica prestar auxílio sob orientação e acompanhamento do deputado, tendo em vista que estavam sendo analisados 38 vetos com mais de 300 itens." Jandira Feghali (RJ), que é líder da bancada, confirmou que o PC do B se reuniu antecipadamente e acertou a derruba de quatro vetos. "Ninguém define a votação de vetos na hora, aqui no plenário. É uma discussão anterior."

O deputado João Ananias (PC do B-CE) deu uma versão distinta. Ele disse que o partido discutiu apenas alguns vetos. E que não seguiu integralmente a posição da bancada, tendo preenchido ele mesmo a sua cédula. Sobre o fato de ter sido filmado recebendo a cédula preenchida, disse que a pegou como recebe qualquer coisa que lhe dão.

O senador Vicentinho Alves (SD-TO) disse, por meio de sua assessoria, que votou 3 dos 38 vetos, mas que como tinha esquecido de levar os óculos ao plenário, e estava sentado num ponto com pouca iluminação, pediu para sua assessora legislativa marcar os demais. O senador afirmou que orientou a servidora em todas os registros.

(Folha de São Paulo)

MAIS UM corruPTo DEVE SER PRESO - ATÉ QUANDO?

PT JÁ SE PREPARA PARA PROVÁVEL PRISÃO DE VACCARI



Já é dada como certa na cúpula do PT a prisão do seu tesoureiro João Vaccari Neto, apontado como o principal interlocutor do partido junto ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras. A expectativa no PT é que haverá uma nova fase da Operação LavaJato, da qual Vaccari não escapará da prisão, a exemplo de outros agentes políticos sem foro privilegiado, inclusive do PP e o PMDB, igualmente delatados.

O próprio Vaccari até já preveniu a família e os amigos mais próximos sobre sua provável prisão, conforme está coluna revelou há um mês.

Operação Lava Jato apurou que Vaccari criou empresa-fantasma para ocultar a grana suja recebida do esquema de ladroagem do Petrolão.

Homem-chave no Petrolão, o tesoureiro do PT João Vaccari Neto terá que prestar contas da lambança dos fundos de pensão na Bancoop e do repasse de obras inacabadas da cooperativa, favorecendo a OAS.

…como concluiu um atilado leitor, ser tesoureiro do PT é uma profissão de risco: sempre dá cadeia.

PT FAVORECIDO ATÉ NA PGE

PROCURADORIA-GERAL ELEITORAL DEU PARECERES FAVORÁVEIS AO PT EM 71% DOS PROCESSOS NO TSE NA CAMPANHA 2014

Eugênio José Guilherme de AragãoEugênio José Guilherme de Aragão, vice-procurador-geral eleitoral.


Foi recebida sem surpresa, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a representação do responsável pela Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), Eugênio Aragão, contra a designação do ministro Gilmar Mendes como relator do processo que examina as contas da campanha de reeleição de Dilma Rousseff. Durante a campanha, a PGE apresentou pareceres favoráveis ao PT em 85 dos 119 casos; ou seja, 71% dos processos.
Dos 57 processos analisados pela PGE envolvendo PT e PSDB, apenas 12 representações tiveram pareceres favoráveis aos tucanos.
Atual vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão tem sido citado como um dos prováveis candidatos a vaga de ministro do Supremo.
A Procuradoria-Geral Eleitoral se manifestou em 245 representações que tinham como objeto as eleições presidenciais de 2014 no TSE.
As contas da campanha de reeleição de Dilma impressionam pelos números: ela recebeu doações no valor total de R$ 318 milhões. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PATRULHA COM RÓTULO DE PESQUISA



Já vimos isso nos regimes totalitários, esse tipo de perseguição sempre acaba em tragédia. Os semeadores do ódio não respeitam o nosso direito de discordar do vale-tudo que vai da exploração da desgraça alheia aos piores escândalos de corrupção da história do país.

Há um clima de Inquisição, não de caça às bruxas, mas aos que exercem seu direito de manifestar opinião.

PT contrata pesquisa para tentar mapear antipetismo


Foto: Estadão Conteúdo

Assustado com os altos índices de rejeição a candidatos do partido nas eleições deste ano, especialmente em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o PT encomendou uma ampla pesquisa nacional para identificar as causas e possíveis soluções para o antipetismo.

Ainda nesta semana, a Marissol, empresa responsável por parte das pesquisas que nortearam a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, vai apresentar uma proposta inicial de questionário. A ideia é consultar eleitores em todos os Estados do País e fazer uma bateria de pesquisas qualitativas.

O resultado vai servir de base para os debates da última etapa do 5º Congresso Nacional do partido, marcada para junho do ano que vem em Salvador (BA). A direção petista e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem usar o Congresso, instância máxima de decisões do partido, para fazer uma série de reformas, com objetivo de resgatar valores históricos da legenda e reconectar o PT com setores dos quais se afastou nestes 12 anos de poder, como os movimentos sociais e a intelectualidade de esquerda.
(...)

PETROLÃO - MINISTROS DO STJ DESABAFAM CONTRA CORRUPÇÃO NO PAÍS

SOLIDÁRIOS AO JUIZ SERGIO MORO, MINISTROS DO STJ PROTESTAM CONTRA ROUBALHEIRA
Ministro Felix Fischer: brado de indignação
Durante julgamento de recurso que manteve a prisão de João Procópio de Almeida Prado (ligado ao megadoleiro Alberto Youssef), na Operação Lava Jato, ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) elogiaram a atuação do titular da Vara Criminal Federal de Curitiba, juiz Sérgio Moro, e desabafaram contra o espantoso caso de corrupção do Petrolão, iniciado no governo Lula e desbaratado há oito meses.
O ministro Félix Fischer, por exemplo, que até há poucos meses presidiu o STJ, disse que a corrupção no Brasil está entre as maiores do planeta. E afirmou, taxativamente: “Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira”.
Ministro Newton Trisotto

O ministro Newton Trisotto, relator do processo em exame na sessão de ontem, disse que a corrupção brasileira é “uma das maiores vergonhas da humanidade”. Ele ressaltou a extensão da Operação Lava-Jato, ao revelar cifras bilionárias. “Pelo valor das evoluções, algo gravíssimo aconteceu”, afirmou Trisotto.
O relator Newton Trisotto pediu ainda “coragem” para o juiz Sérgio Moro, citando o jurista Ruy Barbosa ao dizer que um juiz não pode ser covarde: “Não há salvação para o juiz covarde. O juiz precisa ter coragem para condenar ou absolver os políticos e os economicamente poderosos”.

O INFERNO VERMELHO EM SÃO PAULO

Invasões triplicam na gestão Haddad, e o prefeito — aliado objetivo dos militantes, que ajudaram a fazer a sua campanha — culpa o governo do Estado!

Por Reinaldo Azevedo
É impressionante. O número de invasões promovidas por movimentos de sem-teto quase triplicou nos dois primeiros anos da gestão do prefeito Fernando Haddad, do PT, na capital de São Paulo, informa reportagem de Giba Bergamin Jr. na Folha desta terça. E sabem qual é a resposta do valente? Responsabilizar o governo de São Paulo. No começo, eu achava que Haddad não parecia ser uma pessoa muito séria. Agora eu tenho a certeza de que ele não é uma pessoa… séria!
Nos anos de 2011 e 2012, houve 247 invasões de propriedades públicas e privadas na capital, número já absurdo, que saltaram para 681 em 2013 e 2014, nos dois primeiros anos de gestão. Faz sentido? Ora, é claro que sim! A maioria dos ditos movimentos de sem-teto está sob o comando de militantes políticos ligados ao PT, como Guilherme Boulos, chefão do MTST e estafeta do partido. Não se esqueçam: o prefeito já subiu no caminhão do movimento para discursar.
Só isso? Não! Estimulou uma súcia disfarçada de gente sem moradia a cercar a Câmara dos Vereadores para que o Plano Diretor da cidade legitimasse a invasão chamada “Nova Palestina”, que fica em área de mananciais. Ocupá-la é cometer um crime contra o meio ambiente. E daí? Na prática, a Prefeitura incentiva a ação desses movimentos, que são aliados seus.
À Folha, o petista disfarçado de não petista Guilherme Boulos — aquele rapaz que costuma pôr seu furor militante até contra o Estado de Israel!!! —, deu a seguinte declaração para explicar a multiplicação de invasões: “Foi se tornando um barril de pólvora. A ocupação é por falta de escolha, causada pelo aumento desenfreado da especulação imobiliária”. Nota: não existe, no período, aumento nenhum da especulação imobiliária. A explicação é apenas mentirosa. O que cresceu, isto sim, foi a parceria entre a Prefeitura e os movimentos de invasão.
Segundo Haddad, vejam que mimo, cabe ao governo de São Paulo conter as invasões. Entenderam? Ele quer subir no caminhão do MTST e legitimar a ocupação de área de mananciais e, depois, quer que a polícia dê um jeito nos invasores.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado deu a resposta adequada ao prefeito: “Em vez de tentar transferir responsabilidades, o prefeito precisa dar explicações sobre sua política, que incentiva invasões ao premiar aqueles que as promovem, deixando à Polícia Militar o ônus de mediar os conflitos de interesses advindos das reintegrações de posse”.
A resposta é perfeita. O prefeito Fernando Haddad tem de ser mais responsável!

PRESIDENTE DA PETROBRAS DENUNCIADA AO MPF PELO CRIME DE MENTIR À CPI



Diário do Poder

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), membro da CPMI da Petrobras, ingressou na manhã desta quarta-feira (26), no Ministério Público Federal (MPF) com notícia-crime contra a presidente da Petrobras, Graça Foster.

O documento apresenta provas de falso testemunho de Foster durante depoimento na comissão no dia 28 de maio de 2014, cinco dias após um telefonema do presidente da SBM Offshore admitir o pagamento de propina por parte da empresa a funcionários da estatal. A presidente deve responder ao Artigo 342 do Código Penal.

“Quando perguntada se ela tinha informação de que a SBM havia pago propina para funcionários ou agentes ligados, ou servidores da Petrobras, ela tergiversou. Ela mentiu, enrolou e não falou. E quando esteve na CPMI ela já detinha essa informação como a própria estatal revelou diante de nota oficial da empresa”, defendeu Onyx.

O democrata apresenta no requerimento o trecho da nota oficial em que é relatado o fato: “Em 23/05/2014, através de um telefonema do presidente da SBM, a Petrobras recebeu as informações de que o Ministério Público holandês havia confirmado transferência de valores de uma conta de propriedade de representante comercial da SBM no Brasil para um empregado ou ex-empregado da Petrobras, não identificado.”

Em contradição, as notas taquigráficas de seu depoimento à CPMI revelam uma outra versão, omitindo o tal telefonema ou qualquer informação compartilhada pela empresa holandesa.“A Comissão de Apuração Interna não identificou, na sua esfera de atuação, dentro das atribuições que tinha e que tem, de pagamento de qualquer vantagem a qualquer um dos nossos empregados. A comissão não identificou”, afirmou Graça na ocasião.

Para Onyx, o falso testemunho dado na comissão de inquérito é mais um duro golpe na credibilidade da empresa, o que compromete ainda mais a atual diretoria. Ele defende o afastamento imediato de toda a direção.

“Por todas as evidências que nós estamos comprovando, fica cada vez mais claro que esse grupo diretivo que está na Petrobras continuou mantendo o esquema de corrupção. Se a presidente Dilma quiser dar uma demonstração de que a Petrobras é importante e deve ser saneada para a recuperação, inclusive da imagem da companhia, o único caminho é a demissão de Graça Foster e de toda sua diretoria”, defendeu.

DILMA PEDE SOCORRO AOS TUCANOS PARA SALVAR O PAÍS (MAIS UMA VEZ)

Não é a primeira vez que o PT recorre a alguém que já fez parte do PSDB ou do governo FHC. Foi o que aconteceu quando o então tucano Henrique Meirelles comandou o Banco Central. Isso deveria ser enfatizado para mostrar aos brasileiros que, na verdade, não é o que o PT faz que dá certo, mas sim quando copiam o modelo econômico e também os programas sociais que herdaram de FHC.

Leiam texto de Jorge Oliveira:


O governo da Dilma não tem personalidade. Diz uma coisa e faz outra. Como não apresentou nenhuma proposta concreta durante a campanha eleitoral, agarra-se agora aos métodos neoliberais dos tucanos para tentar salvar o país do caos econômico. O anúncio de Joaquim Levy para o chefiar o ministério da Fazenda surpreendeu o país por se tratar de um ex-aluno de Armínio Fraga, economista que Aécio Neves anunciou durante a campanha que levaria para o seu governo, e foi por ela muito criticado.
A decisão da Dilma mostra que o Lula foi voto vencido na indicação de Henrique Meireles, o ex-presidente do Banco Central do seu governo. E mais: que a Dilma vai trabalhar afinada com os banqueiros já que Joaquim Levy sai das hostes do Bradesco como homem de confiança da sua presidência. A indicação de Levy tem o dedo de Aloisio Mercadante, hoje o principal conselheiro de Dilma no Planalto, com quem Lula não conversa. O que corre nos bastidores é que Guido Mantega, que ainda está pendurado no cargo, não foi consultado sobre o novo Ministro da Fazenda.
Dilma não queria que a informação chegasse aos ouvidos do Lula, a quem Mantega sempre se reportou antes de anunciar as medidas econômicas, na maioria das vezes desastrosas para o país.
Levy é figura carimbada. Fez parte do governo de Fernando Henrique, onde foi Secretário-Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Em 2001, assumiu o cargo de economista-chefe do Ministério do Planejamento. Passou também pelo governo Lula no cargo de secretário do Tesouro. Portanto, trata-se de um tecnocrata que conhece a máquina estatal e está também alinhado com o setor financeiro com quem a Dilma quer manter uma parceria mais segura, visando a estabilidade do seu governo nesse setor, o termômetro da economia.
Mesmo fazendo críticas ácidas ao programa de governo de Aécio Neves durante a campanha, Dilma dá a mão a palmatória e vai buscar no seio dos tucanos os economistas que tiveram papel importante na estabilidade econômica do país e no combate à inflação. Essa atitude deixa os petistas de orelha em pé porque veem, nessa decisão da presidente, um distanciamento dela com a cúpula do partido. O PT perde força à medida que não consegue impor a indicação de Henrique Meirelles para o posto, o mais importante do governo.
Alguns petistas já levantaram a bandeira branca e se aliaram à presidente na escolha do novo ministro da Fazenda. Jorge Viana, vice-presidente do Senado, disse que Levy é o mais completo para comandar a Fazenda, referindo-se a Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, que teve o nome especulado para o cargo. O líder do PT, senador Humberto Costa foi mais longe. Disse que “todos” estão confiantes na condução de Levy na política econômica, caso ele venha ser realmente confirmado por Dilma. O recado dos dois parlamentares é claro: na política econômica, a presidente tem a última palavra. Com isso, eles tentam acalmar os mais rebeldes dentro do partido que já criticam a iniciativa da Dilma. É aquela história: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Mas o país não pode esperar milagre do novo ministro da Fazenda. Com a economia em frangalhos, Levy teria a missão de acalmar os desconfiados investidores estrangeiros e sinalizar para uma estabilidade econômica duradoura, além de manter a inflação num patamar suportável. O Brasil, porém, não precisa apenas dar uma satisfação ao mundo econômico. A Dilma precisa sobretudo mostrar ao seu próprio povo que é um governo sério no combate à corrupção e deixar que a Justiça trabalhe sem a pressão do governo na apuração do rombo da Petrobrás para botar na cadeia os ladrões que dilapidaram o patrimônio da empresa.