segunda-feira, 29 de junho de 2015

LULA HERDA A SI MESMO

Não tendo a quem acusar, Lula acusa sua sucessora, na tentativa de se descolar de um legado que o inviabiliza politicamente


Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Em sua palestra a religiosos, semana passada, Lula queixou-se do ambiente de ódio ao PT, que teria se instalado no país. Mencionou episódios de petistas vaiados e hostilizados em restaurantes e locais públicos – e até em hospitais.

Esqueceu-se apenas de um detalhe: de que tal ambiente é construção dele próprio e de seu partido, que, no poder, investiram na máxima maquiavélica de dividir para governar.

A fala de Lula deu-se dias após o 5º Congresso Nacional do PT, em que um dos temas era justamente “Um partido para tempos de guerra”. A guerra instalou-se com a posse de Lula, em cujos discursos a constante era o “eles”, as elites (da qual, diga-se, ele próprio e a cúpula do PT fazem parte), contra “nós”, o povo.

Ao adotar o discurso de vitimização do povo, indispunha os setores que o PT contemplava contra o restante da sociedade. Chegou ao extremo, na eleição passada, de tentar indispor São Paulo, que massacrou eleitoralmente o partido, contra o Nordeste.

Não percebia que, agindo assim, criava uma cilada contra si próprio, gerando focos de rejeição entre os não abrangidos pelo seu projeto de poder. A agressão perpetrada pela professora Marilena Chauí, na presença de Lula – que achou muita graça e aplaudiu –, contra a classe média, considerando-a “fascista, ignorante” e “uma abominação”, é um dos momentos mais patéticos desse processo.

Agressão despropositada e politicamente desastrosa, já que a estabilidade política se ancora exatamente na classe média - e por uma razão simples: não se trata de um todo homogêneo; ao contrário, é caleidoscópica, reunindo as mais diversas tendências político-ideológicas. Ao ofendê-la, a professora, um dos ícones do partido, conseguiu a façanha de uni-la – e atirar no próprio pé.

O PT, assim como a esquerda brasileira em seu conjunto, é bem mais classe média que proletário. Foi no ambiente de classe média dos intelectuais da USP e de outras academias que o partido foi gestado, ganhou corpo e chegou ao poder.

Lula é um mito da porção intelectualizada da classe média, que idealiza o operário, como Jean Jacques Rousseau e outros intelectuais europeus do século XVIII idealizaram o “bom selvagem”, a população nativa dos territórios colonizados. O mito é uma construção, um símbolo, não uma realidade.

Nada o desfaz mais rapidamente que a própria realidade. E esta se apresentou, nesta era petista, por duas vias, simultâneas e inapeláveis: a incompetência gerencial e a corrupção. O PT estruturou-se a partir de um discurso moralista, que tinha como palanques a imprensa e as CPIs.

Ali, transmitiu à sociedade – e especialmente à classe média – a convicção de que só a moralização político-administrativa daria jeito no país. Degolou, ao tempo em que era oposição, diversas lideranças políticas, culpadas ou inocentes (pouco importava), tendo em vista a construção de sua própria credibilidade moral.

Enquanto o fazia, ensaiava mensalões nos âmbitos municipais e estaduais onde já era governo. Santo André e Campinas, cujos prefeitos foram assassinados, em tramas políticas gestadas dentro do partido – e ainda carentes de maiores esclarecimentos -, precedem a chegada do PT ao poder federal. Os métodos se mantiveram, se expandiram e saíram do controle.

Hoje, o partido se vê às voltas com a polícia e o Judiciário. Parte de sua cúpula foi à cadeia. Outra parte deve segui-la. O próprio Lula admitiu, nessa mesma palestra aos religiosos, que “o próximo” (referia-se à prisão de seu amigo Marcelo Odebrecht) seria ele. Há dias, o advogado Maurício Ramos Thomaz impetrou habeas corpus preventivo contra eventual prisão de Lula.

Pode ter sido pegadinha, mas o simples fato de levantar dúvidas mostra a que nível chegou a credibilidade do ex-presidente. O PT é vítima do próprio veneno: investiu no discurso moralista e agora é seu principal alvo. A delação premiada de Ricardo Pessoa – que poupa Lula – evidencia as conexões criminosas do partido, suas relações incestuosas com as empreiteiras.

O governador de Minas, Fernando Pimentel, um dos políticos mais próximos de Dilma, enfrenta também o Código Penal, com escassas chances de sucesso. Sua vitória em Minas não apenas garantiu a de Dilma como serviu para a tentativa de desmoralização política de Aécio Neves, derrotado em sua própria terra.

O que se vê, no entanto, é que não se tratou propriamente de uma vitória eleitoral, mas de uma bem sucedida operação criminosa. Pimentel corre hoje o mesmo risco de sua amiga Dilma, de não concluir o mandato. O partido, que usou à exaustão a desculpa de “herança maldita”, é hoje herdeiro de si próprio.

Não tendo a quem acusar, Lula acusa sua sucessora, na tentativa de se descolar de um legado que o inviabiliza politicamente. Dilma, a “mulher sapiens”, é obra de Lula, não do PT, que teve que engoli-la. O país que entrega aos brasileiros é bem pior – econômica, política e moralmente – que o recebido das mãos de Fernando Henrique, ainda que este estivesse longe do ideal.

CALOTE SEM FRONTEIRAS

 

(Folha)

A principal bandeira de política externa da presidente Dilma Rousseff, o programa Ciência sem Fronteiras, causou uma saia justa com os EUA às vésperas da visita da líder brasileira à Casa Branca. O Brasil tem atrasado sistematicamente os pagamentos de mensalidades e taxas para as universidades americanas que participam do programa, segundo a Folha apurou com autoridades do governo brasileiro e americano.

A Casa Branca entrou em contato com o governo brasileiro e advertiu que o país precisa saldar as dívidas, porque isso poderia acabar vindo a público e prejudicar a visita. Iniciado em 2011, o programa prevê concessão de até 101 mil bolsas em quatro anos --75 mil financiadas com recursos do governo e 26 mil pela iniciativa privada. Foram implementadas pouco mais de 78 mil, e hoje há 22.064 bolsistas brasileiros nos EUA.

A dívida relativa ao primeiro semestre deste ano superava US$ 300 milhões, além de cerca de US$ 40 milhões do segundo semestre de 2014. Em maio, foi feito um pagamento das dívidas mais urgentes e pequena parte dos atrasados do ano passado. E a promessa era fazer mais um pagamento nesta segunda-feira (29), antes da reunião de Dilma com Obama no Salão Oval, que ocorre na terça (30).

A Folha apurou que a maior vítima de atrasos de pagamento do governo brasileiro era a Universidade da Califórnia. O governo americano quer resolvê-los da forma mais discreta possível --o programa interessa muito às universidades do país, por ser uma nova fonte de receita. "Os atrasos eram grande preocupação, mas, depois que foram reiniciados os pagamentos, ficamos um pouco mais tranquilos. Vamos ver como evolui", disse à Folha uma autoridade dos EUA.

Já haviam sido relatados atrasos dos pagamentos de ajuda de custo do Brasil aos bolsistas do programa. Os pagamentos são feitos pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, ligada ao Ministério da Educação) para a Fulbright-Institute of International Education, que repassa às universidades.

A Capes nega atraso. Em resposta por e-mail à Folha, em 9 de junho, o ministério afirmou: "A Capes informa que tem dado andamento ao pagamento das faturas dos parceiros internacionais. Na semana passada, o MEC liberou R$ 322 milhões, cujo repasse pela Capes aos referidos parceiros encontra-se em fase de tramitação bancária". Indagada novamente se não há atrasos, a Capes negou e disse que o calendário de pagamento tem sido seguido.

O RATO QUE ABANDONA O NAVIO QUE AFUNDA É O CAPITÃO

(ISTO É) 

Temendo a prisão, Lula revela desespero ao criticar publicamente o PT. O ex-presidente, que tem dormido pouco, apresenta crises de choro, diz que o governo Dilma não tem mais jeito e avalia que a vitória de Aécio em 2014 poderia até ter sido melhor. 

O ex-presidente Lula anda insone. Segundo amigos próximos, o petista não consegue sossegar a cabeça no travesseiro desde a prisão, há duas semanas, de Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, e do executivo Alexandrino Alencar, considerados os seus principais interlocutores na empresa. Tem dormido pouco. Nem quando recebeu o diagnóstico de câncer na laringe, em 2011, o petista demonstrou estar tão apreensivo como agora.
Pela primeira vez, desde a eclosão da Operação Lava Jato para investigar os desvios bilionários da maior estatal brasileira, a Petrobras, Lula teme amargar o mesmo destino dos empreiteiros. Até um mês atrás, o ex-presidente não esperava que sua história poderia lhe reservar outra passagem pela cadeia. Em 1980, o então líder sindical foi detido em casa pelo DOPS, a polícia política do regime militar. Permaneceu preso por 31 dias, chegando a dividir cela com 18 pessoas. Agora, o risco de outra prisão – desta vez em tempos democráticos – é real.
Na quinta-feira 25, o tema ganhou certo frisson com a divulgação de um pedido de habeas corpus preventivo em favor do ex-presidente impetrado na Justiça Federal do Paraná. Descobriu-se logo em seguida, no entanto, que a ação considerada improcedente pelo Tribunal Regional Federal não partiu de Lula nem de ninguém ligado a ele. Mas, de fato, o político já receia pelo pior. O surto público recheado de críticas ao governo Dilma Rousseff e petardos contra o partido idealizado, fundado e tutelado por ele nos últimos 35 anos expôs, na semana passada, como os recentes acontecimentos têm deixado Lula fora do eixo.



Em privado, o ex-presidente exibe mais do que nervos à flor da pele. Na presença de amigos íntimos, parlamentares e um ex-deputado com trânsito nos tribunais superiores, Lula desabou em choro, ao comentar o processo de deterioração do PT. Como se pouco ou nada tivesse a ver com a débâcle ética, moral e eleitoral da legenda, ele lamentou: “Abrimos demais o partido. Fomos muito permissivos”, justificou.
Talvez naquela atmosfera de emoção, Lula tenha recordado de suas palavras enunciadas em histórica entrevista à ISTOÉ no longínquo fevereiro de 78, quando na condição de principal líder sindical do ABC paulista começava a vislumbrar o que viria a ser o PT, criado em 1980. “Para fazer um partido dos trabalhadores é preciso reunir os trabalhadores, discutir com os trabalhadores, fazer um programa que atenda às necessidades dos trabalhadores. Aí pode nascer um partido de baixo para cima”, disse na ocasião.

Hoje, o PT, depois de 12 anos no poder, não reúne mais os trabalhadores, não discute com eles, muito menos implementa políticas que observem as suas necessidades. Pelo contrário, o governo Dilma virou as costas para os trabalhadores, segundo eles mesmos, ao vetar as alterações no fator previdenciário, mudar as regras do seguro para os demitidos com carteira assinada e adotar medidas que levam à inflação e à escalada do desemprego. Agora crítico mordaz da própria obra, Lula sabe em seu íntimo que não pode se eximir da culpa pela iminente derrocada do projeto pavimentado por ele mesmo.

Restaram os desabafos, sinceros ou não, e a preocupação com o futuro. Num dos momentos de lucidez, o ex-presidente fez vaticínios impensáveis para quem, até bem pouco tempo, imaginava regressar triunfante ao Planalto daqui a três anos. Em recentes conversas particulares no Instituto que leva o seu nome, em São Paulo, Lula desenganou o governo Dilma, sucessora que ele mesmo legou ao País.
“Dilma já era. Agora temos que pensar em salvar 2018”, afirmou referindo-se às eleições presidenciais. Para o petista, a julgar pelo quadro político atual, “teria sido melhor” para o projeto de poder petista e da esquerda “que (o senador tucano) Aécio Neves tivesse ganho as eleições”
presidenciais do ano passado. Assim, no entender dele, o PSDB, e não o PT, ficaria com o ônus das medidas amargas tomadas na esfera econômica destinadas a tirar o País da crise, o que abriria estrada para o seu retorno em 2018.

Como o seu regresso não é mais favas contadas, o petista tem confidenciado todo o seu descontentamento com a administração da presidente Dilma. Lula credita a ela e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o avanço da Lava Jato sobre sua gestão. Embora essa hipótese ainda seja improvável, petistas ligados ao ex-presidente não descartam a possibilidade de ruptura, o que deixaria a presidente ainda mais vulnerável para enfrentar um possível processo de impeachment. A atitude, se levada adiante, não constituiria uma novidade. Em outros momentos de intensa pressão, como no auge do mensalão e do escândalo do caseiro Francenildo, Lula não se constrangeu em rifar aliados e até amigos do peito, como os ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci e Ricardo Berzoini.


ISOLADAA presidente tentou minimizar as declarações de Lula,mas no paralelo mandou emissários procurá-lo

Quem testemunhou as confidências de Lula na ampla sala de reuniões de seu Instituto, sediado na capital paulista, não chegou a ficar surpreso com o destempero verbal apresentado pelo petista na semana passada. Não se pode dizer o mesmo da maioria expressiva da classe política, impossibilitada de privar da intimidade do ex-presidente. De tão pesados e surpreendentes, os ataques de Lula a Dilma e ao PT foram recebidos com perplexidade.

O primeiro tiro foi disparado na quinta-feira 18. Numa reunião com padres e dirigentes religiosos, Lula admitiu, em alusão ao nível baixo do sistema da Cantareira, que ele e Dilma estão no volume morto. “E o PT está abaixo do volume morto”, avaliou. Na segunda-feira 22, Lula elevou ainda mais o tom. Só que contra o PT. Em debate com o ex-presidente do governo espanhol Felipe Gonzáles, disse que o partido “está velho, só pensa em cargos e em ganhar eleição”. “Queremos salvar a nossa pele, nossos cargos, ou queremos salvar o nosso projeto?”, questionou Lula, durante a conferência “Novos Desafios da Democracia”.
Nos dias subsequentes às declarações, enquanto o meio político tentava interpretar o gesto do petista, o Planalto reagia a seu modo. Num primeiro momento, Dilma minimizou.“Todos têm direito de fazer críticas, principalmente o presidente Lula”. No dia seguinte, no entanto, Dilma orientou o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, a procurar Lula para tentar entender as razões de tamanha fúria.

Paralelamente, o ex-presidente tratou de se proteger. Articulou junto à bancada do PT no Senado a divulgação de uma nota de desagravo a ele próprio. Criou, assim, mais uma jabuticaba política: fez com que o partido atacado emitisse um documento em apoio ao autor dos ataques. Na nota, o PT manifestou “total e irrestrita solidariedade ao grande presidente Lula, vítima de uma campanha pequena e sórdida de desconstrução de uma imagem que representa o que o Brasil tem de melhor”. No fim da semana, ao perceber o ar rarefeito, Lula mandou emissários espalharem o suposto reconhecimento de que ele 'se excedeu”. Era tarde.


ELA TIRA O SONO DELEIntegrantes da Lava Jato querem investigar suposto depósito milionáriofeito em Portugal pela amiga de Lula, Rosemary Noronha

Para o cientista político da USP, José Álvaro Moisés, ao abrir confronto contra Dilma e o PT, Lula “jogou para a plateia”. “Ele está vendo o navio fazer água, por isso age assim”, avaliou. Para Oswaldo do Amaral, da Unicamp, ao dizer que o partido precisa de uma renovação, Lula tenta uma reaproximação com o eleitorado mais jovem, segmento hoje refratário a ele.

O jornalista José Nêumanne Pinto, autor do livro “O que sei de Lula”, no qual conclui que o ex-presidente nunca foi efetivamente de esquerda, é mais contundente. Para ele, “Lula é sagaz e não tem escrúpulo nenhum para mudar seu discurso”. “O ex-presidente tem circunstâncias e conveniências que ele manipula”, afirmou. “Na verdade, ele não quer se descolar do PT e sim da Dilma. Com esse discurso da utopia, ele planeja atrair parte do PT que finge ser honesto”, disse.


O mais espantoso na catilinária lulista é que o ex-presidente se comporta como se fosse um analista distante de uma trama da qual é personagem principal. Numa analogia com o futebol, recurso metafórico muito utilizado por Lula quando estava na Presidência, seria como se o zagueiro e então capitão da seleção brasileira David Luiz descrevesse os sete gols da Alemanha como se não tivesse assistido entre atordoado e impassível ao baile de Toni Kroos, Schweinsteiger e companhia em campo.

No caso do ex-presidente há um agravante: Lula nunca foi apenas um mero integrante do time, mas o mentor, o grande líder e artífice da caminhada petista até aqui. Por isso mesmo, causou ainda mais espécie a repreensão de Lula ao PT por sua sede por cargos. Ora, o aparelhamento da máquina pública pelo PT e aliados começou e recrudesceu durante os dois mandatos do petista. Quando Lula chegou ao poder em 2003, havia 18 mil cargos de confiança na administração federal. Ao transmitir o cargo para Dilma, em 2011, já eram cerca de 23 mil.

Do mesmo modo, Lula não pode lamentar, como fez em privado, que o crescimento do partido levou aos desvios éticos e à corrupção – hoje marca indissociável ao PT. O escândalo do mensalão, que resultou na condenação de dirigentes petistas em julgamento no STF, remonta ao seu governo. E o processo de abertura da legenda, bem como à rendição à política tradicional de alianças, baseada no fisiologismo e no toma lá, da cá, beneficiou o próprio Lula. Sem isso, o ex-presidente dificilmente se elegeria em 2002.
Ao chegar ao Planalto, Lula cansou de dar demonstrações de que não sabia separar o público do privado. A mais chocante delas foi a ousadia de ornar os jardins do Alvorada com a estrela rubra do PT. O limite entre o público e o privado foi ultrapassado também quando Lula nomeou a amiga Rosemary Noronha para a chefia de gabinete de um escritório da Presidência em São Paulo. Hoje, Rosemary responde a uma ação na Justiça por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva. Ela integraria um esquema de vendas de pareceres técnicos de órgãos públicos federais.

Agora, a personagem muito próxima a Lula pode retornar ao noticiário numa outra vertente das investigações da Lava Jato. Trata-se da retomada das apurações do episódio envolvendo um suposto depósito milionário feito em Portugal por Rosemary. Para a PF, o caso converge com a investigação sobre a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. É que Otávio Azevedo, preso na 14ª fase da Lava-Jato, foi representante da Portugal Telecom no Brasil. A empresa de telefonia era em grande medida controlada pelo Grupo Espírito Santo, parceiro da Odebrecht em vários empreendimentos em território português. “Tudo converge para os mesmos personagens.


Se já houver outra investigação em curso, também podemos colaborar”, afirmou à ISTOÉ um delegado ligado a Lava Jato. Até hoje não se sabe o que houve com o ofício protocolado pelo então deputado Anthony Garotinho (PR/RJ) sobre o périplo de Rosemary em solo português. Em 2012, Garotinho denunciou o caso com base em relatos de um ex-delegado federal.

Rosemary, segundo essa fonte, teria desembarcado em Lisboa com passaporte diplomático e autorização para transportar uma mala. Ao chegar à alfândega, questionada sobre o conteúdo da bagagem, teria revelado que transportava 25 milhões de euros para depositar na agência central do Banco Espírito Santo no Porto. Segundo a mesma versão, as autoridades alfandegárias sugeriram que ela contratasse uma empresa de transporte de valores. Para executar o serviço, a empresa Prosegur exigiu a contratação de um seguro, pelo que Rosemary teve de preencher uma declaração com a quantia e a titularidade dos recursos. Ela, então, teria identificado o próprio Lula como proprietário do dinheiro.

Não restam dúvidas de que a explosão do petista deriva principalmente dos rumos tomados pelas investigações da Lava Jato nas últimas semanas. Mas seus recentes arroubos guardam relação também com os resultados das últimas pesquisas de opinião. De janeiro para cá, os levantamentos mostram a vertiginosa queda de popularidade de Dilma e dele próprio, que já perderia para o senador Aécio Neves se as eleições presidenciais fossem hoje. De acordo com o último Datafolha, Aécio aparece com 10 pontos na frente de Lula.
Segundo a mesma pesquisa, o governo Dilma foi reprovado por 65% dos eleitores. Este índice de reprovação só não é maior do que o do ex-presidente Fernando Collor no período pré-impeachment, em setembro de 1992. Na época, Collor era rejeitado por 68% dos brasileiros. No levantamento, o governo Dilma é classificado como bom ou ótimo por apenas 10% dos brasileiros. É a maior taxa de impopularidade da petista desde 2011. A taxa de aprovação da presidente no Sudeste é de apenas 7%. No Nordeste, histórico reduto eleitoral do PT, é de somente 14%.

Num cenário nada alvissareiro para Dilma como o atual, em que ela está às voltas com um processo no TCU que pode até levar ao seu afastamento, o pior dos mundos para ela seria um rompimento com o padrinho político. Nesse cenário, Lula levaria com ele para o outro lado da trincheira parte do PT que hoje critica severamente a política econômica do governo. Se uma ruptura oficial é improvável, o mesmo não se pode dizer de um racha na prática, mas não declarado.
O embrião do que pode vir a ser um contraponto ao governo surgiu na quarta-feira 24, em reunião na casa do senador Randolfe Rodrigues, do PSOL. Nela estavam presentes parlamentares do PSB e petistas de proa, como o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o senador Lindbergh Farias (RJ). No encontro, articularam o que chamam de “Frente de Esquerda”. Se o movimento florescer, o grande responsável pela ascensão e projeção política de Dilma – o ex-presidente Lula – poderá ser também o principal artífice do seu irremediável isolamento.


ATÉ AS CORES TENTAM ROUBAR

(Diz o ditado que quem desdenha quer comprar. Só isso explica a euforia com o que ocorre nos "isteites", tão criticado, tão odiado pelas ditas esquerdas. É o complexo de vira-latas se confirmando.)

O Brasil é mais avançado e maior que a sua governante. Dela, pouco se espera. Até que o Parlamento encontre algum juízo, ao STF pertencem os elogios e todas as cores


Bandeira do Brail nas cores LGBT (Foto: Arquivo Google)

Na sexta-feira, o mundo comemorou a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em favor do casamento gay. Um avanço extraordinário. Os perfis coloridos tomaram conta do Facebook, em uma belíssima sacada do criador da rede, Mark Zuckerberg. Milhões de fotos e vídeos ocuparam o Instagram e o YouTube.

Por absurdo que pareça, a votação apertada nos EUA – 5 x 4 – foi mais festejada no Brasil do que a do Supremo, que, em 2011, reconheceu as uniões homoafetivas. E por unanimidade. Desde 2013, seguindo instruções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os cartórios não podem recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo. Simples assim.

O STF foi mais avançado do que o governo poderia supor. Dominou o espaço a que o Executivo se furtou e que o Legislativo se recusa a ocupar. E, ainda que não fosse o objetivo da Corte, acabou por roubar bandeiras que o PT adora explorar, como se delas fosse dono.

Ao contrário do que se viu agora, há quatro anos, os festejos oficiais em favor da união gay foram tímidos ou quase inexistentes. Talvez por dificuldades junto aos bispos, ao eleitorado evangélico e à fortíssima representação que eles têm no Congresso.

Agora, em baixa, Dilma elogia a decisão tomada lá fora, e, assim como Lula, colore o seu perfil.

Tudo oportunismo.

Aproveitam-se da incompetência e da falta de jeito da oposição, que nem mesmo notou o movimento nas redes sociais. Sem se manifestar nem na voz nem nas cores, oposicionistas abrem brechas para fazer valer a pecha de conservadores que o PT tenta impor a quem dele discorde.

Assim como a reforma política – aquela que todos os detentores de mandato mentem querer e pouco mais de uma dúzia querem - a tal agenda progressista que Dilma, Lula e o PT dizem apoiar é coisa para inglês, ou melhor, norte-americano ver.

Prova disso é o silêncio quando o recém-eleito presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarou que para votar o aborto teriam de passar por cima de seu cadáver.
Mais: Cunha, um dos ícones dos evangélicos, ressuscitou a impossibilidade de adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Driblando o regimento, ele criou uma comissão para estudar o tema vencido na legislatura anterior. Dilma e o PT não deram um pio.

Sem que o governo metesse a colher, nos direitos civis o Brasil sempre foi exemplar.

Em 1951, a Lei Afonso Arinos penalizou qualquer tipo de discriminação por raça. Nos EUA, a segregação racial só deixou de existir a partir de 1964. E mesmo que nossas representações políticas sejam retrógradas, graças ao STF também estamos à frente no casamento homoafetivo e na adoção por casais do mesmo sexo.

Nesta semana, Dilma encontra-se com Barack Obama. Depois de tanto bater pé, poderia até posar como progressista. Mas não, fez muxoxo. Em entrevista ao jornal Washington Post, se fez de vitima ao se dizer discriminada por ser mulher.

Uma bobagem sem tamanho. Quase supera a ode à mandioca ou a piada da mulher sapiens.

O Brasil, felizmente, é mais avançado e maior que a sua governante. Dela, pouco se espera. Não tem nem cor nem rumo. Até que o Parlamento encontre algum juízo, ao STF pertencem os elogios e todas as cores.

domingo, 28 de junho de 2015

SENHA: TULIPA? CONTRASSENHA: CANECO!



A campanha de Lula à reeleição recebeu dinheiro sujo das empreiteiras envolvidas no petrolão


Em 2006, Lula conquistou um novo mandato ao derrotar, em segundo turno, o tucano Geraldo Alckmin. Com a vitória, ele adotou como prática zombar dos efeitos eleitorais do mensalão, descoberto um ano antes e até então o maior esquema de corrupção política da história do país. As denúncias de compra de apoio parlamentar, dizia o líder petista, não haviam sido capazes de conter o projeto de poder do partido. Também pudera. Sem que ninguém soubesse, na campanha à reeleição, Lula contou com a ajuda do petrolão e recebeu uma bolada desviada dos cofres da Petrobras. 

Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, a UTC contribuiu com 2,4 milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha à reeleição de Lula, numa operação combinada diretamente com José de Filippi Júnior, que era o tesoureiro da campanha e hoje trabalha como secretário de Saúde da cidade de São Paulo. Para viabilizar a entrega do dinheiro e manter a ilegalidade em segredo, o empreiteiro amigo de Lula e o tesoureiro do presidente-can­didato montaram uma operação clandestina digna dos enredos rocambolescos de filmes sobre a máfia.

Pessoa contou aos procuradores que ele, o executivo da UTC Walmir Pinheiro e um emissário da confiança de ambos levavam pessoalmente os pacotes de dinheiro ao comitê da campanha presidencial de Lula. Para não chamar a atenção de outros petistas que trabalhavam no local, a entrega da encomenda era precedida de uma troca de senhas entre o pagador e o beneficiário. Ao chegar com a grana, Pessoa dizia "tulipa". Se ele ouvia como resposta a palavra "caneco", seguia até a sala de Fi­lip­pi Júnior. A escolha da senha e da contrassenha foi feita por Pessoa com emissários do tesoureiro da campanha de Lula numa choperia da Zona Sul de São Paulo. Antes de chegar ao comitê eleitoral, a verba desviada da Petrobras percorria um longo caminho. Os valores saíam de uma conta na Suíça do consórcio Quip, formado pelas empresas UTC, Iesa, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que mantém contratos milionários com a Petrobras para a construção das plataformas P-53, P-55 e P-63. Em nome do consórcio, a empresa suíça Quadrix enviava o dinheiro ao Brasil. A Quadrix também transferiu milhares de dólares para contas de operadores ligados ao PT.

Pessoa entregou aos investigadores as planilhas com todas as movimentações realizadas na Suíça. Os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente Lula foi beneficiado diretamente pelo petrolão. Até agora, as autoridades tinham informações sobre as relações lucrativas do petista com grandes empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, mas nada comparável ao testemunho e aos dados apresentados pelo dono da UTC. Depois de deixar o governo, Lula foi contratado como palestrante por grandes empresas brasileiras. Documentos obtidos pela Polícia Federal mostram que ele recebeu cerca de 3,5 milhões de reais da Camargo Corrêa. Parte desse dinheiro foi contabilizada pela construtora como "doações" e "bônus eleitorais" pagos ao Instituto Lula. 

Conforme revelado por VEJA, a OAS também fez uma série de favores pessoais ao ex-presidente, incluindo a reforma e a construção de imóveis usados pela família dele. UTC, Camargo Corrêa e OAS estão juntas nessa parceria. De diferente entre elas, só as variações dos apelidos, das senhas e das contrassenhas. "Brahma", "tulipa" e "caneco", porém, convergem para um mesmo ponto.

EMPREITEIRAS MULTIPLICARAM OS LUCROS NA ERA PT



Empreiteiras enroladas na Lava Jato fizeram “milagre de multiplicação” de lucros durante os governos do PT. Através de transferências diretas de grana pública e financiamentos ‘camaradas’ do BNDES o lucro da maior das empreiteiras do cartel do Petrolão, a Odebrecht, passou de R$ 550 milhões em 2006, no governo Lula, para R$ 11,4 bilhões em 2014, no governo Dilma; um aumento de mais de 2000%.

A Queiroz Galvão tem muito a agradecer aos governos do PT: desde 2006 passou de R$ 423 milhões de lucro para R$ 1 bilhão em 2012.

A Camargo Corrêa, que lucrava R$ 1,1 bilhão em 2005, passou, em 2014, a mais de R$ 4,7 bilhões por ano. Tudo nos governos do PT.

A Andrade Gutierrez, maior doadora da campanha de Dilma, passou de R$ 238 milhões de lucro líquido em 2011 para R$ 444 milhões em 2014

Após tantos anos de lucros bilionários, os presidentes das Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, UTC, Galvão Engenharia etc estão presos. 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

LUGAR DE LULA NA PAPUDA ESTÁ RESERVADO, DIZ SENADOR



(O Globo)

No momento em que o presidente Lula sobe o tom das críticas ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) subiu nesta terça-feira a tribuna do Senado para, num discurso pesado, dizer que ele é o maior responsável pela crise ao escolher sua sucessora, e pelo escândalo de corrupção na Petrobras. Disse que não adianta o ex-presidente tentar fugir porque desta vez não escapará, como escapou do mensalão, e seu lugar no presídio da Papuda está reservado.

O tucano disse que Lula quer passar para Dilma toda a culpa do desastre moral, político e econômico. Mas ele perdeu uma grande oportunidade de fazer o país avançar com a herança que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lhe deixou em 2003.

Segundo Oliveira, em seu discurso, o Brasil vive hoje uma República que tem ladrões, malfeitores e corruptos de toda ordem no comando, isso se deve principalmente ao ex-Presidente Lula, “que trouxe os corruptos para o poder, permitiu que o Estado brasileiro fosse assaltado, e ele se beneficiou dos esquemas sujos executados por seus companheiros”.

- Esse governo do PT teve todas as oportunidades para fazer crescer a economia deste País, mas não o fez. O que fez foi saquear os cofres públicos, sem a mínima responsabilidade! - atacou o senador tocantinense.

Ele continuou acusando o PT de ter comprado as eleições de 2014 inflando os programas sociais, “só que comprou muito caro” e hoje o Pais enfrenta crise de desemprego, criminalidade, inflação e corrupção. Segundo Ataídes, Lula ainda terá que prestar contas ao juíz Sérgio Moro, da Operação Lava-jato, que na semana passada prendeu dirigentes das maiores empreiteiras do País. No discurso da tribuna, disse que qa constatação de que a Justiça pode atingir a todos causou terror e pânico no Governo do PT : da Presidente Dilma ao mais inexpressivo ministro, todos perceberam que não poderão contar com a cumplicidade do Poder Judiciário.

- O pânico generalizado no Governo e no PT só não é maior do que aquele que tomou conta do verdadeiro responsável pelos desastres em série que estamos vivendo: o ex-Presidente Lula. Sim, é preciso deixar claro quem era o verdadeiro, aspas, “número 1” do esquema, o “Brahma”. Mas essa farra começa a cobrar o seu preço. Lula hoje é um homem ameaçado, acuado, que dorme com medo de ser acordado pela Polícia Federal na porta da sua casa. Lula hoje tem medo de ser preso e tem pânico do juiz Sérgio Moro - discursou o senador Ataídes.

OS MAIS POBRES PAGAM A CONTA DO GOVERNO LULA&DILMA

Tesouro nega pendências em benefícios do Bolsa Família e trabalhistas

 Tesouro deve R$ 40 bil à Caixa Econômica Federal, ao BNDES e ao FGTS



Os atrasos nos repasses do Tesouro Nacional a bancos públicos restringem-se a financiamentos e não abrangem benefícios sociais e trabalhistas, informou há pouco o Ministério da Fazenda. Em nota, a pasta informou que os recursos destinados ao pagamento do Bolsa Família, do seguro-desemprego e do abono salarial, ao longo de 2015, têm sido liberados conforme os pedidos dos ministérios responsáveis pelos programas, sem adiamentos.

De acordo com a Fazenda, também não há pendências no pagamento de royalties, de compensações financeiras, do salário educação e das despesas com os benefícios da Previdência Social. O adiamento de despesas, informou a pasta, tem ocorrido apenas na equalização de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A equalização representa a parcela de recursos que o Tesouro repassa aos bancos públicos para cobrir a diferença entre os juros de mercado e as taxas subsidiadas – mais baratas – dos financiamentos concedidos pelos bancos oficiais. Segundo a nota, os atrasos nos repasses seguem uma portaria editada em abril de 2012, que autoriza o pagamento das equalizações em vários anos.

Segundo o Ministério da Fazenda, o Tribunal de Contas da União (TCU) está analisando a validade da portaria. Assim que o TCU se pronunciar, a equipe econômica elaborará um cronograma de pagamento do passivo. Conforme o comunicado, o tribunal acatou pedido da Advocacia-Geral da União para que o Tesouro continue com o procedimento até uma decisão final sobre a portaria.

Na segunda-feira (22), o jornal Folha de S.Paulo publicou que a prática, recorrente em 2013 e 2014, continua este ano, e destacou que a dívida do Tesouro com os bancos oficiais chega a R$ 20 bilhões nos cinco primeiros meses do ano. O procedimento pode fazer o TCU recomendar a rejeição das contas da presidenta Dilma Rousseff em 2014. De acordo com o relator do caso, ministro Augusto Nardes, a prática configura empréstimo de bancos oficiais para custear gastos correntes – procedimento proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Por causa do atraso, o Tesouro deve R$ 40 bilhões à Caixa Econômica Federal, ao BNDES e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), referentes a operações do tipo em 2013 e 2014. Nos últimos dois anos, o adiamento de repasses afetou o pagamento do Bolsa Família e de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego e abono salarial.


(Wellton Máximo/ABr)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A TURMA DO "SOPÃO" DE SAPOS

(Uma boa reflexão para observarmos quem são os ignorantes, os cúmplices ou os covardes no sopão de sapos)



SAPOS A LA GAUCHE

GLAUCO FONSECA

Eu, você e mais 200 milhões de brasileiros somos parte daquela experiência do sapo na panela no fogão aceso. A historinha – que não sei se é verdadeira, mas que parece ser – conta que, se jogado na água fervente, um sapo daria um pulo heroico para fora da panela, não antes de ser “selado” pelo líquido a 100 graus. O salto para fora da água, entretanto, a despeito de algumas queimaduras, manteria o sapo vivo e bem mais esperto. Se, ao contrário, o sapo fosse jogado na água fria e esta fosse aquecida lentamente, o sapo não se aperceberia do aumento gradual da temperatura e morreria cozido em fogo lento. Nós somos esses últimos sapos aí.

O fogo lento é o que o PT faz com o Brasil - queda do PIB, da produção industrial, o aumento envergonhado do desemprego e outros indicadores em desatino. O calor que aquece o “caldo” onde nós, sapos, estamos embebidos, é a falta de respeito, de competência, de honestidade e de credibilidade do governo petista. Já estamos a cerca de 60, 70 graus. Está quente aqui dentro do Brasil, mas será que vai refrescar? Essa é a esperança tola e ingênua que ainda, por incrível que pareça, demonstram lideranças empresariais, políticas e formadores de opinião. Pois não vai refrescar. Vai esquentar ainda mais e não podemos mais pular pra fora da água.

Só resta uma possibilidade, para dar fim a esta historinha do sapo na panela: Desligar o fogo!

Para isso, temos que sonhar com a saída do PT do governo federal e de todo e qualquer ente federativo. Está mais do que provado que a esquerda brasileira não sabe governar, não têm noções gerenciais mínimas, não tem responsabilidade fiscal, não respeita regras e faz pouco caso de contratos. A esquerda brasileira, responsável pelo fogaréu inclemente que cozinha a todos nós, sapos covardes e medrosos de todas as matizes políticas, mente e mente sem parar, engana e não tem mais noção alguma de certo e errado, de bem e mal, de lícito e ilícito, de moral e de ética.

O estado de direito é a mão que ainda não chegou ao fogão para desliga-lo. As instituições brasileiras são fiascos históricos: O judiciário é, na verdade, o Doutor Sérgio Moro, com a fiel ajuda da Polícia Federal. Nada mais. A oposição é a dupla Aécio e Caiado, sem esquecer de bravos Lorenzonis e mais três ou quatro homens com H maiúsculo. Mulheres? Nenhuma. Marina Silva? Piada. Dilma faz balãozinho com ela. Não há mulheres com M maiúsculo na política brasileira. Há dezenas de mulheres “honestas” como Dilma na política. Mulheres honestas sem aspas há poucas e silenciosíssimas. A imprensa é também apenas uma dupla: Veja e Rede Jovem Pan. O resto possui a mesma “valentia” da turma do sopão de sapos nacional.

Há que se desligar o fogo. Ele está quase matando a saparia.

O TCU denunciou as pedaladas e deu ele mesmo um tapa na mão. Será que o país aguenta mais 30, 60 dias? O Petrolão está virando fofoca e nada é capaz de fazer diminuir a caloria que aumenta. As instituições estão caladas. Será que já morreram em banho-maria? Os sindicatos estão silentes, escondidos. As pessoas que saíram às ruas em março e abril parecem não estar mais com vontade de protestar. As lideranças empresariais ainda brincam de acreditar que as coisas podem melhorar e nós brincamos de concordar com elas. A piscina onde os sapos fervem logo nos matará a todos.

E Lula? Esse aí é o grande fornecedor do gás que, quando não provê a chama que arde, mata por asfixia. Lula é o grande mal do Brasil. Lula é o mal do Brasil. Lula é mau. E o tempo passa, o tempo voa e só Lula e Dilma continuam numa boa. Alguém por favor, desligue o fogão! Lula e Dilma têm de ser detidos.

DILMA SILENCIA SOBRE AGRESSÃO A SENADORES

DIFERENÇA NO TRATAMENTO

Enquanto os nossos Senadores sofrem represálias por tentarem negociar a libertação dos opositores do ditador Maduro, o líder acusado de narcotráfico é recebido com toda pompa e circunstância.



O governo Dilma&Lula defende os representantes do parlamento brasileiro e a liberdade dos venezuelanos?

NÃO!!!!!!
Defende a ditadura assassina.

Não é só nossa economia que vai de mal a pior, o que está em risco e é muito mais grave do que o assalto aos cofres públicos é a nossa LIBERDADE.

ATITUDE VERGONHOSA (Claudio Humberto)
Tão vergonhosa quanto a hostilidade na Venezuela a oito senadores brasileiros, quase 10% do Senado, foi a reação ou o silêncio do governo Dilma Rousseff.

PEDALA, DILMA
O preso político venezuelano Leopoldo López está em greve de fome há quase um mês. É marido de Lilian Tintori, que, como as demais, não receberam a solidariedade da ex-presa política Dilma Rousseff.

DILMA RECEBEU HÁ 5 DIAS O CHAVISTA CABELLO, ACUSADO DE NARCOTRÁFICO
A presidente Dilma Rousseff convocou na tarde desta quinta-feira, 18, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para esclarecer o ataque sofrido por senadores brasileiros na Venezuela mais cedo. Apesar disso, não esboçou pessoalmente qualquer reação sobre a hostilidade: apenas determinou que Vieira divulgasse "nota de protesto".

Há cinco dias, às vésperas da viagem dos senadores a Caracas, Dilma recebeu o presidente da Câmara dos Deputados da Venezuela, Diosdado Cabello, considerado o nº 2 do regime chavista. Ele veio tentar conseguir a proibição da viagem dos senadores, como se o Brasil fosse uma ditadura, e pedir a "compreensão" do governo, seus aliados, para as hostilidades aos brasileiros. Cabello, que é investigado por ligações ao narcotráfico e por lavagem de dinheiro nos Estados Unidos, também foi recebido pelo ex-presidente Lula.

Nessa nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o governo brasileiro lamenta os "incidentes" que frustaram a visita de senadores brasileiros a opositores presos do regime do presidente Nicolás Maduro e diz também que são "inaceitáveis" os atos hostis de "manifestantes".

Senadores brasileiros em visita à Venezuela nesta quinta foram cercados por manifestantes em Caracas. O grupo de oito parlamentares foi ao país vizinho para pressionar o governo de Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares. Eles visitariam políticos presos em uma penitenciário nos arredores de Caracas

O microonibus dos senadores Aécio Neves (PSDB), Aloizio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), Agripino Maia (DEM) e Sérgio Petecão (PSD) foi cercado por "manifestantes pró-Maduro", na verdade milicianos a serviço do govermo e vestidos à paisana, em um congestionamento em Caracas.
O líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), cobrou que o governo cham de volta seu embaixador na Venezuela. "Espero que o governo Brasileiro tome medidas enérgicas. Se o governo Dilma quer tratar isso do tamanho que merece, deve chamar o embaixador do Brasil em Caracas de volta", afirmou Bruno Araújo. "O Itamaraty tinha que cobrar segurança. Não era uma visita de turismo. Eram uma visita de Estado", disse do líder da Minoria. (AE)

O PREÇO DA IDOLATRIA

Agora são os jornalistas. Quem serão as próximas vítimas da ideologia petista que serão zombadas por suas desgraças?

Enquanto isso, nossa indústria sucumbe, os empregos desaparecem, as famílias endividadas põem fim ao "País Maravilha" que se sustentou no consumismo desenfreado e irresponsável e a lista de escândalos escancaram os esquemas de corrupção no governo do PT. Porém, até quando os envolvidos irão se sacrificar para proteger o chefão?


O sonho liberticida


Sandro Vaia

No happening do 5º Congresso do PT, em Salvador, o ex-presidente Lula festejou, com a agressiva insolência de sempre, a crise das empresas de comunicação.

Ele disse que o setor é o que mais desemprega no Brasil atualmente. Em seguida citou o número de demissões de jornalistas na Folha, no Estadão, e disse que a Abril teve que abrir mão da metade do prédio que ocupa. Acusou esta última de “editar a revista mais sórdida que se publica neste país”.

Lula disse que “pelo jeito as pessoas não querem mais ler as mentiras que eles publicam”.

Ao publicarem a notícia da fala do ex-presidente, os jornais estariam, sim, mentindo. Ou pelo menos, reproduzindo as mentiras contidas na fala de Lula.

Talvez as pessoas não queiram mais ouvir as mentiras que o ex-presidente e a sua sucessora contam.

O setor da comunicação não é o que mais desemprega no país atualmente. Graças à extraordinária habilidade com que o governo Dilma aplicou a sua “nova matriz macroeconômica” e as pedaladas fiscais que agora terá que explicar ao TCU, o desemprego bate forte na indústria automobilística, na construção civil, nas telecomunicações; só as empresas envolvidas na Operação Lava Jato tiveram que demitir 10 mil pessoas na construção naval.

O prazer sádico com que Lula anunciou aos delegados do Congresso - onde o PT fez de tudo menos lavar a sua própria roupa suja - as demissões de jornalistas, foi saudado pela plateia com os tradicionais gritos de “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.

Uma festa insana, onde delegados do Partido dos Trabalhadores festejaram aos gritos a demissão de trabalhadores.

Com a obediência devida à inspiração do supremo líder, o secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto, resolveu adaptar a palavra de ordem do chefe ao seu peculiar e delicado senso de humor. Ao receber repórteres da Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo para uma entrevista coletiva, tripudiou: “vocês ainda não foram demitidos?” (o internauta e jornalista Renzo Mora sugeriu apropriadamente no Facebook que os repórteres deveriam ter respondido: “E o Sr. ainda não foi preso?”)

De resto, a performance do supremo líder diante da plateia do 5º Congresso, sublinhada pela tonitruante rouquidão que se acentua nos ataques às “elites" e à imprensa, e que sempre termina com o complemento “deste país”, nada mais fez do que reafirmar aquilo que todo mundo já sabe: o PT, a partir do seu andar de cima, até os militantes amestrados cujos cérebros baldios decoram e repetem palavras de ordem, não suporta a liberdade de imprensa.

Uma visceral incompatibilidade de gênios, muito embora a construção de toda a narrativa mitológica em torno da reencarnação do pai dos pobres tenha contado desde sempre com a prestimosa colaboração da mídia independente, que carregou nos ombros como se fosse uma imagem santa, o andor do metalúrgico rebelde de Vila Euclides.

Além do reflexo da crise da estagnação da economia, presenteada pelas heterodoxias econômicas do trio Dilma-Mantega-Arno Agustín, a indústria da comunicação passa pela crise da transição das plataformas de papel para as plataformas digitais, mas nem o PT nem Lula têm qualquer espécie de colaboração a oferecer na solução desse dilema, mesmo porque não o entendem.

Por eles, seria melhor que tudo desaparecesse, e que as mídias se transformassem em porta-vozes em defesa de seus desatinos e caprichos. Uma imprensa “yes man”, que não publique fatos, que não investigue, que não questione, que não indague, que não conteste, que se ajoelhe aos superiores interesses do partido que pretende ser nosso farol e guia.

Por trás do discurso raivoso do chefe do PT comemorando a demissão de jornalistas está o incontrolável instinto liberticida de quem não suporta ser contrariado e desmistificado em público.

Os governos, os partidos e os caudilhos passam. A democracia sobrevive, mas só com a imprensa livre.

PEDALADAS - PARA QUE PRESIDENTE SE CADA UM FAZ O QUE QUER?



(Folha) 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta sexta-feira (19) que o fato de o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin ter assinado documento no qual supostamente assume a autoria das chamadas "pedaladas fiscais" do governo não retira a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff.

Segundo reportagem publicada pelo jornal "Valor Econômico", em seu último dia de trabalho no governo, Augustin assinou uma nota técnica sobre "ratificação de procedimentos" para liberação de recursos. O documento diz que cabe ao secretário do Tesouro decidir sobre os valores a serem desembolsados, após analisar dados elaborados pela área técnica, segundo a reportagem.

Segundo o jornal, auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) interpretaram o ato como uma forma de eximir Dilma da responsabilidade pelas manobras que melhoraram artificialmente o resultado das contas públicas do governo nos anos passados.

"Ele era a cara metade da presidente Dilma, como ambos gostavam de dizer. [...] E se o Arno Augustin assume a responsabilidade, na minha avaliação, é como se a própria presidente da República assumisse a responsabilidade", afirmou Aécio. "A instrução era capitaneada e conduzida pelo Arno Augustin e com a participação permanente da presidente da República. Então torna a coisa assim ainda mais grave", completou o tucano.

Aécio prometeu que a oposição irá fiscalizar o desenrolar dos fatos durante o prazo de 30 dias dado pelo TCU para que a presidente explique por ofício as irregularidades apontadas pelo órgão na prestação de contas do governo de 2014. É a primeira vez que o tribunal convoca um presidente a se explicar.

"Os documentos, as análises são tão claras, tão cristalinas que se a votação for como deve ser, e acredito que será, baseada em preceitos técnicos, não há como aprovar as contas da presidente da República por mais que tenham se dado um prazo", disse. "Nós vamos estar contando esses dias e acompanhando o trabalho do Tribunal de Contas, que terá oportunidade de fazer história e mostrar que não é um órgão submisso ao Executivo", completou o tucano.

HOUVE “AÇÃO DELIBERADA” DO GOVERNO DILMA CONTRA COMITIVA DE SENADORES NA VENEZUELA, DIZ AÉCIO


O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta sexta-feira, 19, que houve uma "ação deliberada" do governo brasileiro contra a comitiva de senadores que tentou visitar na Venezuela opositores ao regime comandado pelo presidente Nicolás Maduro. Líderes da oposição defenderam uma resposta da presidente Dilma Rousseff à falta de respaldo da chancelaria brasileira na viagem dos senadores ao país vizinho e pediram a exclusão da Venezuela do Mercosul por desrespeito a cláusulas democráticas.

Um grupo de oito senadores foi encurralado na chegada ao país vizinho por militantes pró-Maduro. Sem conseguirem se movimentar os senadores decidiram voltar ao Brasil depois de cinco horas e de duas tentativas frustradas de sair do aeroporto metropolitano em direção ao centro da capital Caracas, a 21 quilômetros dali.

"Houve uma ação deliberada do governo venezuelano, como lá percebíamos, mas agora também do governo brasileiro, para expor uma delegação oficial de senadores, que nada mais fazia que prestar solidariedade aos presos políticos e defender a democracia na Venezuela", acusou Aécio, em entrevista coletiva.

O presidente do PSDB disse que os representantes do Itamaraty abandonaram os senadores da comitiva à própria sorte, embora, segundo ele, tivesse havido uma promessa do embaixador do Brasil na Venezuela, Rui Pereira, de colocar à disposição integrantes da chancelaria para acompanhar a delegação durante a viagem. Para o tucano, não há nenhuma dúvida de que a Venezuela não vive uma democracia.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), insinuou que foi a presidente Dilma Rousseff quem deu a ordem para que a delegação do Senado não fosse acompanhada. "É evidente que foi decidido pela própria presidente Dilma, que tem simpatia pelo governo da Venezuela", criticou.

Integrantes da oposição anunciaram que vão apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para trazer para o Congresso Nacional a prerrogativa de suspender acordos do Mercosul em caso de descumprimento das cláusulas. Vão também apresentar pedidos de convocação do chanceler Mauro Vieira e do embaixador brasileiro no país vizinho.

“A Venezuela não tem condições de permanecer no Mercosul enquanto não restabelecer a democracia”, afirmou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). "Os energúmenos não nos intimidaram", disse Aécio. "Esse conluio é canalha", criticou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), integrante da comitiva. (AE)

OPERAÇÃO LAVA JATO: OBEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ PAGARAM R$ 710 MILHÕES EM PROPINA


Em entrevista na sede da Polícia Federal, há pouco, integrantes da força tarefa da Lava Jato explicaram a mais recente fase da operação, deflagrada na manhã desta sexta-feira e que teve como alvo as empreiteiras Andrade Gutierrez e Norberto Odebrecht. Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, as prisões foram motivadas por pagamentos de propina no exterior via empresas off shore, principalmente direcionados a integrantes das diretorias de Abastecimento e Serviços da Petrobrás.

As prisões desta manhã aconteceram depois que delatores indicaram o recebimento de propina no exterior, segundo o procurador. Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco citaram a Odebrecht, mas Carlos Fernando disse que há outras provas dos pagamentos, além das delações. O procurador defendeu que havia elementos para os pedidos de prisão e que a etapa deflagrada na manhã de hoje é uma continuação da 7ª fase. Para ele, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Norberto Odebrecht capitaneavam o esquema de cartel na Petrobrás.

O delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula disse acreditar que os principais executivos das empresas sabiam do esquema e não combateram as práticas internamente. Bernardo Freiburghaus, que deixou o Brasil e foi morar na Suíça, sendo considerado foragido, foi apontado como o operador da Odebrecht no esquema.

A força tarefa estimou em R$ 200 milhões o valor das propinas pagas pela Andrade Gutierrez no esquema da Petrobrás. O valor da Odebrecht é ainda maior, R$ 510 milhões.

Os investigadores disseram que a denúncia do caso Petrobrás deve ser concluída até o final do ano e que a força tarefa espera apenas o término dos trabalhos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Prisões. O balanço da operação desta sexta-feira mostra que, dos 12 mandados prisão, temporárias ou preventivas, 11 já foram cumpridos. O executivo da Odebrecht César Ramos Rocha é o único que ainda não foi encontrado. Ele, no entanto, ainda não é considerado foragido. (AE)

O LADO DECLARADO DE DILMA


(Estadão) 

A presidente Dilma Rousseff ficou muito irritada com todo este problema criado pelos senadores de oposição, liderados pelo tucano Aécio Neves (PSDB-MG), que decidiram ir à Caracas para uma visita de solidariedade aos representantes da oposição venezuelana, que estão presos no país vizinho, acusados de incitar o uso da violência nos protestos de 2014 contra o presidente Nicolás Maduro. Dilma achou que esta iniciativa da oposição colocou o governo brasileiro em uma espécie de "armadilha", criando um "constrangimento" para o Brasil. O Planalto considera que a viagem foi uma intromissão em assuntos internos da Venezuela.

No final desta tarde de quinta-feira o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ligou para a presidente Dilma para conversar sobre a saia justa enfrentada pelos senadores naquele país, onde foram hostilizados por manifestantes pró-Maduro, quando estavam a caminho de uma reunião com opositores. No entendimento do governo, se os venezuelanos decidissem vir ao Brasil, por exemplo, verificar alguma de nossas condições, o Congresso brasileiro, assim como o governo federal, rechaçariam a ideia e criariam obstáculos.

Uma das pessoas ouvidas pelo Estado, questionou o que achariam os senadores se os americanos ou até mesmo venezuelanos viessem aqui ver nossas prisões ou demonstrar interesse de checar alguma coisa que consideram que está acontecendo errado em nosso país? Com certeza, prosseguiu, haveria um repúdio total.

É MENTIRA DA DILMA!

Em junho de 2011, a ONU enviou missão ao Brasil para verificar as condições das cadeias brasileiras, especialmente as que recebem menores. Clique aqui para ler. Ninguém bateu na comitiva. Ninguém bloqueou seus caminhos. A ONU fez o seu trabalho, mesmo que o governo petista não gostasse. O que os senadores brasileiros estavam fazendo na Venezuela era uma missão humanitária, tentando demover presos políticos de greve de fome e levando-lhe apoio para que o país volte a praticar as cláusulas democráticas do Mercosul.

Da mesma forma, em 2009, parlamentares visitaram a embaixada do Brasil em Honduras, para verificar a situação do exilado Manuel Zelaya, lá mantido pelo governo Lula. Leia aqui.

É a covardia, a subordinação, a rendição de Dilma Rousseff e sua diplomacia bolivariana a grande culpada pelos fatos. A Venezuela mandou muito, mas muito dinheiro para eleger petistas no Brasil. Hoje pagamos o preço com falta de soberania.

FECHA O CERCO AO LOBISTA

SERGIO MORO MANDA PRENDER PRESIDENTES DA ODEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ



O juiz federal Sergio Moro mandou prender Marcelo Odebrecht, presidente da maior construtora brasileira, que concentra mais de 50% dos contratos da Petrobras e dos financiamentos do BNDES no exterior. Moro, que coordena a Lava Jato determiou nesta sexta-feira à Polícia Federal o cumprimento de 59 mandados judiciais, na 14ª fase da Operação Lava Jato, sendo 12 de prisão. Também foi preso Otávio Marques de Azevedo, presidente da empreiteira Andrade Gutierrez.

Além de Marcelo Odebrecht, também foram presos seus executivos Rogério Araújo e Márcio Freitas, que o representava, segundo os investigadores, na coordenação das empresas que se cartelizaram para fraudar licitações, distribuir contratos e subornar autoridades. Quatro dos mandados de prisão, cinco de condução coercitiva e 17 de busca e apreensão são cumpridos em São Paulo. A PF vasculha os escritórios da Odebrecht na capital paulista.

Também estão sendo cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e nove de condução coercitiva. Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e têm como alvo as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, segundo a PF.

Desde o início da operação, dezenas de pessoas já foram presas, entre elas estão o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa – que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro e Alberto Youssef, que está preso em Curitiba.

Até agora, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, aceitou denúncia contra mais de 80 pessoas. São alvo de ações as empreiteiras Camargo Corrêa, Sanko-Sider, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix.

A VERDADEIRA POSIÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO

Por ordem do Itamaraty, embaixador não acompanhou os senadores em Caracas

Josias de Souza (josiasdesouza)

Embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira se absteve de acompanhar a comitiva de oito senadores que foi hostilizada na Venezuela nesta quinta-feira (18). Após recepcionar os visitantes no aeroporto, o diplomata se despediu. Alegou que tinha outros compromissos. Agiu assim por ordem do Itamaraty.

O governo brasileiro avaliou que a participação direta do embaixador numa comitiva cujo principal objetivo era visitar na prisão o líder oposicionista venezuelano Leopoldo Lópes causaria problemas diplomáticos com o governo pós-chavista de Nicolás Maduro. Algo que Dilma Rousseff não quer que ocorra.

“O embaixador nos virou as costas”, disse ao blog o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), após desembarcar na Base Aérea de Brasília na madrugada desta sexta-feira (19). Vinha de uma missão paradoxal, que teve sucesso porque fracassou.

Destratados por manifestantes leais a Maduro e retidos nos arredores do aeroporto por um bloqueio das vias públicas, os senadores retornaram a Brasília sem cumprir a agenda que haviam programado. A frustração virou êxito porque o governo de Caracas revelou-se capaz de tudo, menos de exibir seus pendores democráticos.

“Entre a cumplicidade com o regime ditatorial de Maduro e a assistência a cidadãos brasileiros em apuros, a nossa diplomacia preferiu o papel de cúmplice”, queixou-se o tucano Cunha Lima. “O que aconteceu ficou acima das piores expectativas”, ecoou o também tucano Aécio Neves (MG). “Uma missão oficial do Senado foi duramente agredida e o governo brasileiro nada fez para nos defender.”

Horas antes do desembarque dos senadores na Base Aérea de Brasília, ainda na noite de quinta-feira (18), um grupo de deputados estivera no Itamaraty para conversar com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores). Enquanto aguardavam pelo início da audiência, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) acionou o viva-voz do celular para que os colegas ouvissem um relato direto de Caracas.

Do outro lado da linha, o senador Ricardo Ferraço contou o que sucedera. E realçou a ausência de Ruy Pereira, o embaixador brasileiro em Caracas. Assim, armados de informações recebidas do front, os deputados entraram no gabinete do chanceler Mauro Vieira dispostos a crivá-lo de perguntas incômodas.

O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) indagou: por que o embaixador recebeu a comitiva de senadores no aeroporto e foi embora? O ministro alegou que o diplomata não poderia acompanhar os visitantes numa incursão ao presídio onde se encontra o oposicionista Leopoldo Lópes. Sob pena de provocar um incidente diplomático.

Raul Jungmann foi ao ponto: de quem partiu a ordem? O chanceler informou que o embaixador seguiu orientação do Itamaraty. Jungmann insistiu: então, ministro, o senhor está declarando que o governo brasileiro deu a ordem para que o embaixador se ausentasse? O ministro respondeu afirmativamente.

Pouco depois desse encontro, o Itamaraty soltaria uma nota oficial sobre o fuzuê de Caracas. Em telefonema para Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrara uma manifestação formal de repúdio do Executivo. O texto anota que “o governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país.”

Não há na nota nada que se pareça com uma crítica ao governo de Nicolás Maduro. “São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros'', escreveu o Itamaraty, como se desse crédito à versão segundo a qual os militantes que cercaram a van que transportava os senadores brasileiros brotaram na hora e no local exatos sem nenhuma interferência do governo venezuelano.

Como que farejando a repercussão negativa da ausência do embaixador na hora da encrenca, o Itamaraty enumerou os serviços prestados pela embaixada brasileira em Caracas. “Solicitou e recebeu do governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante sua estada no país, o que foi feito'', diz a nota. “Os policiais, embora armados, assemelhavam-se a agentes de trânsito do Brasil”, comparou o tucano Cunha Lima. “Nada fizeram para conter as hostilidades. Se a coisa descambasse, não creio que impediriam o pior.”

“O embaixador do Brasil na Venezuela recebeu a comissão na sua chegada ao aeroporto”, acrescentou o Itamaraty em sua nota. E Cunha Lima: “Sim, recebeu, mas virou as costas e foi embora”.

“Os senadores e demais integrantes da delegação embarcaram em veículo proporcionado pela Embaixada, enquanto o embaixador seguiu em seu próprio automóvel de retorno à embaixada. Ambos os veículos ficaram retidos no caminho devido a um grande congestionamento”. Se o embaixador ficou retido, ninguém soube. Impedidos de prosseguir, os senadores viram-se compelidos a retornar para o aeroporto. O diplomata Ruy Pereira não deu as caras.

O texto do Itamaraty compra como verdadeira uma informação contestada pela venezuelana María Corina Machado, deputada cassada por divergir de Maduro. O bloqueio foi “ocasionado pela transferência a Caracas, no mesmo momento, de cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano”, sustentou o documento da chancelaria brasileira.

E María Corina, no Twitter: “Está totalmente trancada a autopista porque ‘estão limpando os túneis’ e por ‘protestos’. Se o regime acreditava que trancando as vias impediria que os senadores constatassem a situação de direitos humanos na Venezuela, conseguiu o contrário. Em menos de três horas, os senadores brasileiros descobriram o que é viver na ditadura hoje na Venezuela.''

“O incidente foi seguido pelo Itamaraty por intermédio do embaixador do Brasil, que todo o tempo se manteve em contato telefônico com os senadores”, acrescentou a nota oficial. “O embaixador ficou nos tapeando pelo telefone”, contestou Cunha Lima. Recebeu orientação do Itamaraty para fazer isso.”

Ainda de acordo com a nota do Itamaraty, o embaixador Ruy Pereira “retornou ao aeroporto e os despediu [sic] na partida de Caracas.'' Na versão de Cunha Lima, o retorno do diplomata serviu apenas para reforçar a pantomima. “Ele dizia que estava muito distante. Quando decidimos partir, apareceu em menos de cinco minutos. Eu me recusei a cumprimentá-lo. O senador Ricardo Ferraço também não o cumprimentou.

“À luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países, o governo brasileiro solicitará ao governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”, encerrou a nota do Itamaraty. Para os congressistas, quem deve explicações no momento é o governo brasileiro.

O deputado Raul Jungmann formalizará na Câmara pedido de convocação do chanceler Mauro Vieira e do embaixador Ruy Pereira para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara. Cunha Lima requisitará a presença da dupla na Comissão de Relações Exteriores do Senado. De resto, os parlamentares se reunirão nesta sexta-feria, na liderança do PSDB no Senado, para decidir as providências que serão adotadas em reação aos episódios de Caracas. Uma delas é cobrar do governo Dilma que coloque em prática a cláusula democrática prevista no tratado do Mercosul.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

TIRANIA E REPRESSÃO - DESFEITA A SENADORES FOI ACERTADA COM LULA E O PLANALTO

VENEZUELANO CABELLO (DIR.), INVESTIGADO POR NARCOTRÁFICO, VEIO COMBINAR A DESFEITA A SENADORES DE PARTIDA PARA CARACAS


A decisão da Venezuela, de recusar autorização para o pouso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em Caracas, com senadores brasileiros a bordo, foi comunicada antes a autoridades do governo Dilma. Como são todos farinha do mesmo saco bolivarianista, ficou acertado que o governo do Brasil manteria silêncio cúmplice, sem se queixar da grave agressão ao Legislativo brasileiro. Cumpriu-se o trato.

O presidente da Câmara venezuelana, Diosdado Cabello, veio ao Brasil tentar “proibir” a visita dos senadores. Mas aqui não é a Venezuela.

Recebido por Lula e Dilma, o deputado Diosdado Cabello (nº 2 do regime venezuelano) é investigado nos EUA por ligações ao narcotráfico.

Caricatura de autoridade venezuelana, um “Defensor do Povo” também esteve no Brasil há um mês, tentando impedir a viagem dos senadores.

O medo do Planalto fez os ministros Jaques Wagner (Defesa) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) calarem a boca diante da Venezuela. 

POR QUE A ESQUERDA NÃO GOSTA DE MERCADO

Desfazendo um dos mitos que está destruindo a produtividade, a competitividade, a oportunidade de desenvolver em bases sólidas (não a enganação dos últimos anos que endividou nosso povo, que caiu na armadilha do sapo barbudo e gastou demais sem ter dinheiro) e, principalmente, o futuro do Brasil. E autor do texto faz isso com brilhantismo.

Foto de Augusto de Franco.

Augusto de Franco

Não é o mercado que obstrui os fluxos interativos da convivência social. A dinâmica do capitalismo, por certo, faz isso. Mas só os tolos acreditam que capitalismo é mercado. O capitalismo já nasceu como uma associação escrota entre a empresa monárquica e o Estado hobbesiano. Se o capitalismo é concentrador, sem o Estado não haveria concentração, pois essa concentração sempre exige dinâmicas autocráticas e estruturas hierárquicas que não são próprias do mercado e sim de uma camada burocrática que compõe - e de certo modo define - o Estado. Ainda que essa camada também se reproduza nas empresas hierárquicas. Toda empresa hierárquica precisa de Estado e gosta de Estado.

A história de que as empresas, sobretudo as grandes, gostam de livre-mercado é para boi dormir. Entre arriscar um novo empreendimento incerto e ter a segurança de um ganho qualquer (por fora da dinâmica mercantil), as empresas hierárquicas sempre optam pela segunda opção. Elas só reclamam do Estado quando acham que o Estado não está suficientemente a seu favor (beneficiando-as com dinheiro barato, com concessional loans e com proteções contra o... mercado). Quem gosta do mercado é o pequeno empreendedor, não o grande empresário (ou seja, aquele que concentrou muito capital, não raro com uma mãozinha do... Estado).

A esquerda autocrática, que gosta de culpar o capitalismo por tudo, na verdade culpa o mercado pelos maus motivos. Culpa o mercado porque acha que as coisas não podem funcionar assim sem regulamentação. Os autocratas de esquerda não aceitam a racionalidade do mercado porque acham que alguém deveria dizer, top down, como o mercado deveria se comportar. Eles não gostam do mercado porque gostam demais de Estado. Seu sonho é poder comandar o mercado a partir do Estado. Gostariam de poder dizer como o mercado deve se comportar para não prejudicar o povo, quer dizer, para que não seja possível a alguém se desviar de um determinado caminho que traçaram e que acham que o povo deve seguir. As esquerdas não gostam de mercado não porque sejam democráticas e sim, precisamente, porque são autocráticas.

domingo, 14 de junho de 2015

OPERAÇÃO ZELOTES - ESCÂNDALO MAIOR QUE MENSALÃO, PETROLÃO, FIFALÃO, ETC.

LOBISTA SERIA FIGURA CENTRAL NA CPI DO CARF



O empresário e lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como APS, seria figura central na CPI do Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A avaliação é de um senador que teve acesso a documentos que fundamentam a abertura da CPI. O Carf foi alvo da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que desbaratou uma quadrilha suspeita de mais de R$ 19 bilhões em desvios de multas tributárias.

Segundo o senador, “a CPI do Carf pode revelar o maior escândalo da República moderna. Maior que mensalão, petrolão, Fifalão etc.”

O Carf, pouco conhecido da população, julga os recursos de empresas que questionam pendências fiscais e tributárias com a Receita Federal.

A revista Veja informou que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra seria sócia oculta de APS e também do chefe do esquema no Carf.

APS já foi mencionado em duas CPIs (ONGs e Roubo de Cargas). Ele também ficou conhecido por ter “bancada” no Congresso. 

PT "MULTIPLICA" FILIADOS

PT mentiu sobre aumento de filiados. Perdeu 6,2 mil membros em 2015, enquanto o PSDB ganhou 15 mil novos registros.

Coturno


Recentemente, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que apesar de envolto num mar de lama e corrupção, o PT havia sido o partido a receber o maior número de filiados. Impossível o Brasil possuir tanta gente desonesta. Agora saíram os números verdadeiros.

Conforme o Estadão, os tucanos foram os que registraram o maior número de filiados em 2015 até a metade de abril, com 15 mil novos registros. Já o segundo em número de filiações neste ano foi o PSOL, com 11 mil filiações.

Enquanto isso, o que mais perdeu filiados este ano foi justamente o PT. Os dados mais recentes da Justiça Eleitoral atualizados nesta semana mostram que, oficialmente, houve 6,2 mil mais desfiliações que filiações no partido de janeiro à metade de abril deste ano. Como se vê, o PT não para de mentir para o país.

FUNDOS DE PENSÃO - GOVERNO ESCONDE ROMBO SOB O TAPETE



Dos 23 autos de infração da Previc (órgão fiscalizador dos fundos de pensão), que é controlado por petistas, apenas nove foram relativos a gestores anteriores a 2012. Outros 14, dizem fontes da Previc, seriam de grandes fundos administrados pelo PT: Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobras). A ordem no governo e no PT é proteger e evitar o desgaste dos dirigentes desses fundos.

Audiência no Senado tratou do rombo no Postalis, que atormenta os servidores dos Correios, mas ignorou a situação dos grandes fundos.

O governo teme os vínculos desses grandes fundos de pensão – Previ, Funcef e Petros – no escândalo de corrupção da Lava Jato.

Os maiores fundos de pensão federais, chefiados por petistas, fizeram investimentos bilionários estranhos, nos setores de petróleo e energia. 

sábado, 13 de junho de 2015

DILMA NO JÔ - SÓ COM PANELAÇO

No Jô, Dilma atinge nirvana autocongratulatório

Josias de Souza


Foi ao ar na madrugada deste sábado (13) uma conversa afável de Dilma Rousseff com Jô Soares. A presidente se divertiu muito. Brincou com os problemas nacionais como quem brinca de roleta russa, com a certeza de que as críticas que seus antagonistas manuseiam estão completamente descarregadas de fundamento.

Descobriu-se, finalmente, por que a presidente não faz uma autocrítica. Dilma se autoconcedeu uma isenção para exercer seu ineditismo na Presidência, para ser a solução natural de todos os problemas que ela não admite ter criado.

Dilma alcançou a fase do pós-cinismo. Passou a acreditar piamente em todas as presunções que construiu a seu próprio respeito. Isso inclui aceitar a tese segundo a qual tem uma missão no mundo divina e, portanto, inquestionável. Não deve contas senão à sua própria noção de superioridade.

Instada a comentar a crítica da oposição de que descumpriu suas promessas, Dilma como que apagou da memória os quatro anos do seu primeiro mandato. “Como eu estou no quinto mês, estou entrando no sexto mês de mandato, é muito difícil dizer que eu não cumpri minhas promessas de campanha”, disse. “Eu tenho um mandato para cumpri-las.”

Não é o cinismo de Dilma que assusta. O cinismo é usual na política. A presidente poderia dizer que aderiu ao programa dos tucanos como um aceno ao diálogo. Ou que escolheu o Joaquim Levy para a Fazenda porque ele era um espião disfarçado do PT na diretoria do Bradesco. Qualquer coisa seria aceitável. O que assusta mesmo é a percepção de que Dilma não está sendo cínica. Ela acredita que sua missão especial no planeta lhe dá o direito de desafiar a lógica.

O Brasil precisa de um ajuste, mas “não passa por uma situação em que ele é estruturalmente doente”, disse Dilma. “Pelo contrário, ele está momentaneamente com problemas e dificuldades. Por isso, é importante fazer logo o ajuste para a gente sair mais rápido da situação.”

Quando terminam as razões cínicas, sobra a licença que Dilma deu a si mesma para não explicar por que deixou de fazer o ajuste em 2011, quando tomou posse pela primeira vez. O país teria desativado a armadilha da economia criativa bem mais rapidamente. E com um custo social muito menor.

A inflação alta não lhe dá agonia? “Eu fico bastante agoniada, Jô. É das coisas que mais me preocupam. Eu sei que é passageiro, mas eu sei também que, mesmo sendo passageiro, afeta o dia a dia das pessoas. Fico preocupada porque eu acho que nós vamos ter que fazer um imenso esforço. Nós iremos fazer o possível e o impossível para o Brasil voltar a ter uma inflação bem estável, dentro da meta.”

Quando termina a lógica, sobra o direito que Dilma julga ter de apagar da memória os anos em que tolerou índices de inflação bem acima da meta de 4,5%. Chamou de normais taxas que roçavam o teto da meta, de 6,5%. Hoje, cavalgando uma taxa anualizada de 8,47%, Dilma crê que ela desceu de Marte.

Todo ser humano cultiva um desejo oculto de ser excepcional. Mas poucas pessoas chegam ao estágio em que se encontra Dilma. No Programa do Jô, a presidente atingiu uma espécie de nirvana autocongratulatório.

Perto do final da conversa, Dilma lamentou: “No Brasil tem uma coisa que eu não vejo em outros países. Nós somos mais críticos conosco do que nós merecemos. […] Um povo que não tem esperança também não constrói o futuro. Nós precisamos de esperança, precisamos da confiança do povo em si mesmo.”

É mais fácil cultivar a esperança quando se tem carro com motorista na porta, avião no hangar, um palácio como moradia e toda a mordomia que o dinheiro público é capaz de pagar. A coisa fica mais difícil no instante em que começa a sobrar mês no fim do salário. Piora um pouco mais quando a principal responsável pelo oco na geladeira acha que não deve nada para ninguém. Muito menos um pedido de desculpas.

DE DUAS, UMA: OU VOCÊ É UM IDIOTA OU UM BANDIDO



Augusto de Franco

Lula, falso como sempre, declarou no congresso do PT: "O partido precisa entender que criaram um processo de criminalização contra ele. É importante que a gente saiba como funciona: é só assistir um filme. Como surgiu o nazismo ou o fascismo? A gente sabe como isso começa".

O chefe supremo de um partido em cujo seio se formou a maior quadrilha já instalada em um governo, republicano ou monárquico, em toda a história humana, está dizendo que as condenações do mensalão e as investigações do ministério público, da justiça e da polícia federal sobre o petrolão (e mais de uma centena de escândalos conexos e de um número imprevisível de crimes assemelhados que ainda vão vir à luz, como os do BNDES) fazem parte de um complô de caráter fascista ou nazista para criminalizar o PT.

É mesmo? Com qual objetivo? Quem se beneficiaria com a instalação de um governo fascista no Brasil (a Globo, a Veja e o Estadão, que só podem viver da liberdade de imprensa)? Quem faria parte desse complô? Agentes infiltrados no STF, no MP e na PF atuando sob as ordens de forças ocultas? Quem seriam essas forças? Os tucanos, coitados (justamente aqueles cuja missão é salvar o PT do naufrágio)? Marina, coitada (aquela senhora meio perdida, que foi acusada pelo governo de ser agente dos banqueiros e que, não obstante, também está empenhada em salvar o PT do naufrágio)? Os banqueiros (que nunca tiveram lucros tão estratosféricos como os que estão tendo sob o governo petista)? Os grandes empresários (que recebem a bolsa BNDES)? Os caciques da velha elite política (hoje, quase todos - como Sarney, Collor, Jader, Maluf - aliados do PT)? Obama, coitado (aquele vacilante chefe do império capitalista, agora atuando sorrateiramente como uma espécie de Osama para bombardear as forças de esquerda na América Latina)?

Em vez de pregar mentiras tão solertes, por que Lula não nos explica como enriqueceu? Ele era pobre e os seus proventos não dariam, em uma década (nem em duas), para amealhar tamanha fortuna. De onde veio o dinheiro? Por que ele não nos explica por que uma empreiteira atolada até o pescoço no petrolão pagaria quase 1 milhão de reais por uma palestra sua (quantia que nem mesmo o mais famoso dos palestrantes do planeta já foi capaz de ganhar)?

Você acredita no que diz essa pessoa? Se você é capaz de acreditar nas mentiras de Lula, me perdoe, mas você é um idiota. A menos que seja um bandido, um membro da quadrilha.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O PODEROSO CHEFÃO SE CONSIDERA ACIMA DA LEI

Quando o PT espalha boatos sem fundamento nem comprovação alguma contra seus adversários, tem gente que acha que é coisa de gênio. Entretanto, quando se trata de divulgar dados que constam em documentos (e que qualquer pessoa com o mínimo de informação sabe que é fato), ah, isso é golpe.

Tempos atrás era comum a divulgação de descobertas de novos poços de petróleo a cada revelação dos crimes do chefão. O que vão inventar agora para abafar mais esse escândalo?

Lula quer também Okamotto acima da lei, além de si mesmo. Ou: Uma resposta de Temer para o Poderoso Chefão petista

Por Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Lula da Silva não se conforma de, por enquanto, ser ele o único brasileiro acima da lei — ou, sei lá eu, abaixo… Ele quer que tal privilégio se estenda também a Paulo Okamotto, o seu faz-tudo e um pouco mais. Por isso, informa a Folha, ligou para Michel Temer, vice-presidente e coordenador político do governo, para saber que diabos havia acontecido. E o que havia acontecido? A CPI aprovou a convocação de Okamotto para explicar a doação de R$ 3 milhões que recebeu da Camargo Corrêa. O rapaz deve ter o que dizer, já que é presidente do tal instituto. Lula, o palestrante mais caro do mundo, recebeu ainda R$ 1,527 milhão da empreiteira por intermédio da LILS, a empresa de palestras do companheiro, da qual Okmotto também é sócio. LILS, como se sabe, são as iniciais de Luiz Inácio Lula da Silva. Como se nota, a Polícia Federal já pode dar início à Operação Acrônimo II.
Ninguém conhece Lula tão bem como Okamotto, com as prováveis exceções de Marisa Letícia e Rosemary Noronha, mas aí em outros campos da experiência humana, e esta lembrança fica por conta do Dia dos Namorados. Okamotto é personagem de uma celebração mais contínua. Sabem como é, todo dia é dia dos companheiros. Em 2005, lembro, veio à luz um suposto empréstimo que o PT teria feito a Lula. O chefão petista negava o dito-cujo, mas Okamotto confirmou e ainda disse que ele próprio devolvera o dinheiro, mas esquecera de avisar o chefe. Entenderam? Teria pagado a dívida do chefe com recursos do próprio bolso. Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves. Sim, o caso parece meio bobo. Só o relembro para evidenciar a proximidade.
Mas voltemos ao telefonema. Lula estava nervoso. Como se fosse o Fortão do Bairro Peixoto da República, foi tirar satisfações com Temer, acusando o PMDB de ter atuado de forma deliberada para complicar a vida do petista. Huummm… E, como Temer é presidente do PMDB e coordenador político, deveria ter alguma explicação a dar, certo?
O vice-presidente, ora vejam!, deixou claro o óbvio: não participara da decisão. Eduardo Cunha, presidente da Câmara (PMDB-RJ), próximo de Hugo Motta (PMDB-PB), que preside da CPI, já havia dito que não tinha nada com isso. Ou por outra: não se tratava de uma conspiração. Será que Temer disse a Lula o que vai a seguir? Bem que poderia. Vamos lá.
“Veja bem, Lula, a gente sabe como são essas coisas. Pensemos no seu caso. E sou coordenador político do governo, e gasto boa parte do meu tempo tentando convencer os petistas a apoiar medidas que a presidente considera essenciais à governabilidade. É curioso, não é, Lula?, que tenha de ser eu a convencer os petistas a apoiar o governo. E não parto do princípio de que você e Rui Falcão conspirem para derrubá-lo. É que, a despeito de qualquer coordenação, os parlamentares agem também segundo a sua consciência. Note, Lula, se, em casos que podem conduzir o país à ingovernabilidade, parlamentares do próprio PT não atuam como ordem unida, você há de compreender a dificuldade em mantê-la em casos que nada têm a ver com o destino do país, mas só com o destino de Paulo Okamotto e, claro!, seu. Convém, Lula, como diria Karl Marx, que você não confunda a sua comédia pessoal com a história do país e o desgoverno dos seus negócios com a governabilidade.”
Essa parte final, creio, o vice-presidente não disse de jeito nenhum! É sabidamente um homem cordato, educado. O que não é o caso de Lula, aquele que, nesta sexta, resolveu comemorar, ainda que de modo oblíquo, as demissões nas empresas jornalísticas.
Mais reclamações
Lula aproveitou o encontro da Bahia para dar uma carraspana nos deputados petistas: como é que permitiram a convocação de Okamotto? Alexandre Padilha, aquele que não consegue nem jantar num restaurante em São Paulo, braço-direito de Fernando Haddad, o que explica muita coisa, fez coro. O chefão petista evocou uma de suas obsessões: segundo disse, o iFHC também recebeu dinheiro da empresa. Por que não foi convocado?
Não sei que resposta lhe deram os petistas, mas eu dou a minha: vai ver é porque o ex-presidente não tem como interferir em contratos da Petrobras, né? Essa parece ser uma causa bastante eficiente.
Okamotto tem uma explicação singular para a sua convocação:
“Você faz luta política e tenta potencializar. Toda vez que tem evento importante do PT, há algum tipo de movimentação em algum lugar para tentar desqualificar o partido, isso é uma coisa notória. Sempre acontece alguma coisa na véspera das coisas do partido”.
Ele se referia ao fato de que a convocação coincidiu com o início do congresso do partido. Tenham a santa paciência! Lembro que o PT queria adiar o julgamento do mensalão porque, afinal, se daria em ano eleitoral. Dado o calendário e até que não mude, o STF deveria, então, julgar processos envolvendo políticos só em anos ímpares — e, ainda assim, só quando o PT não tivesse marcado algum evento.
Okamotto ainda explica:
“Se for para explicar as doações da empresas, já é público e notório que Lula faz palestras para ramo de construção, bancos, alimentos, indústria de bebidas. Quando são palestras de caráter empresarial, elas costumam ser cobradas, tem cachê. Tem contrato e é tudo contabilizado.”
Pronto! Tudo explicado. O líder do partido que se diz socialista e que convoca Dilma a resistir ao capitalismo, como fez Rui Falcão em seu discurso de ontem, é o maior e mais caro especialista do mundo em… capitalismo!
É impressionante que essa gente tenha conseguido enganar tanta gente por tanto tempo!