segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cúpula do PDT não endossa Brizola Neto no Trabalho

Por Luciana Marques, na VEJA Online:

Por mais inusitado que pareça, integrantes do PDT estão revoltados com a indicação do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para o Ministério do Trabalho. Eles avaliam que a decisão da presidente Dilma Rousseff foi pessoal e que, por isso, a legenda não precisa assumir nenhum compromisso com o governo nas eleições de 2012 e de 2014. 

“A decisão agradou a poucos”, disse um parlamentar da legenda que preferiu não se identificar.

O próprio presidente do PDT, Carlos Lupi, que se reuniu com Dilma nesta segunda-feira, havia comentado recentemente que era melhor o partido abrir mão do cargo caso o escolhido fosse mesmo Brizola Neto. Mesmo contrariado, Lupi teve de aceitar a imposição da presidente. Além dele, reprovaram a indicação o deputado Vieira da Cunha (RS) e o secretário-geral da sigla, Manoel Dias, ambos cotados para assumir a vaga. Segundo um parlamentar do PDT, o líder da legenda na Câmara, André Figueiredo (CE), ficou “furioso” com a decisão do Planalto.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avalia que o partido cometeu um erro ao aceitar uma pasta na Esplanada dos Ministérios. 

“A decisão é um risco para o partido, porque o impede de procurar espaço próprio em 2014″, afirmou. 
“O PDT estará a reboque do PT”.  
(...)

SA nazista do mundo virtual

CUIDADO! HÁ SEMPRE UM PETISTA NA REDE TENTANDO MOLESTÁ-LO.
Ou: Como o PT solapa a liberdade na Internet para agredir os indivíduos livres, a imprensa e a oposição.

Por Reinaldo Azevedo

Vocês conhecem a MAV? É a sigla de um troço chamado “Mobilização em Ambientes Virtuais”, criada pelo PT. Em vez de eu os definir, prefiro que eles mesmos o façam. 
Na página no MAV-SP, dizem como surgiram e quem são. 
Leiam AQUI.

Agora vamos vê-los sem o olhar benevolente que deitam sobre si mesmos. Trata-se de um grupo organizado pelo partido para policiar a rede. É por isso que os “defensores do PT e do governo” estão em todos os portais, sites noticiosos, blogs e redes sociais. Seu interesse, obviamente, não é levar informação a ninguém. Como deixa claro a sua carta de intenções, o objetivo é combater “as mentiras e armações da oposição”. 

Entenda-se: “mentiras e armações” são todas as informações e opiniões de que eles não gostam. 
Já as coisas de que gostam são, naturalmente, “verdades e revelações”.

A oposição é apenas um de seus alvos. O outro é o jornalismo independente. 
Desde que chegou ao poder, o PT encetou várias ações para tentar censurar a imprensa.
(...)
Na Internet, no jornalismo impresso e também na TV, ex-jornalistas tiveram a pena alugada pelo petismo para agredir lideranças da oposição e, ainda com mais energia, a imprensa. Tentam desacreditá-la para dar, então, relevo às verdades do partido. 

Alguém poderia dizer: “Até aí, Reinaldo, tudo bem! Eles estão fazendo a guerra de opinião”. 

Não está tudo bem, não! Esse trabalho é financiado com dinheiro público — sejam verbas do governo federal e de governos estaduais ou municipais do partido, sejam verbas de estatais. 

Vale dizer: é o dinheiro público que financia uma campanha suja que é de interesse de uma legenda.

Essas publicações — blogs, sites e revistas sustentados com dinheiro dos cidadãos — formam uma espécie de central de produção de difamações que a tal “MAV” vai espalhar pela rede. O núcleo mais forte está em São Paulo, mas o próprio partido anuncia que está criando outros país afora. Assim, meus caros, já não se pense mais no PT como o partido que aparelha apenas sindicatos, movimentos sociais, ONGs, autarquias, estatais, fundos de pensão e, obviamente, o estado brasileiro. Não! Os petistas decidiram aparelhar também a Internet.
(...)
O Tribunal Superior Eleitoral, num daqueles surtos legiferantes que têm caracterizado a Justiça no Brasil, decidiu proibir pré-candidatos e candidatos à Prefeitura de recorrer ao Twitter para tratar do pleito. Só quando a campanha tiver oficialmente começado. 

É um absurdo em si. Twitter é perfil pessoal.  

Você segue alguém se quiser e tem como bloquear mensageiros indesejáveis. 
Muito bem: referindo-se à decisão, o tucano José Serra apontou o óbvio: o PT dispõe de uma tropa de choque na rede para fazer aquilo que o TSE não quer que os candidatos façam. E nesse caso?

Tanto a observação do tucano fazia sentido que uma representante do MAV publica na página do grupo um post endossando, sim, a observação de Serra e deixando claro que é isto mesmo: o MAV pode fazer aquilo que o TSE proíbe os pré-candidatos de fazer. 

Ocorre que o grupo é expressão de um partido. 
Isso demonstra o óbvio: a decisão do TSE não é neutra; ela beneficia os… petistas! Eis a prova:
mav-leitora-admite-campanha 
Mais  AQUI.

Sugestões de Serra para Dilma melhorar a agenda do governo

Enviado por José Serra  
 
Segundo o noticiário, a presidente Dilma pretende buscar uma agenda que rivalize com a CPI do Cachoeira, que desagrada ao Palácio do Planalto e ameaça paralizar ainda mais a ação administrativa do governo federal.

Creio que essa intenção merece simpatia, sempre que a agenda rival seja positiva, feita de coisas reais, e não de PACs inexistentes ou de novos programas contra a miséria que só prosperam nos discursos oficiais e no noticiário.
Tampouco vale renovar as reclamações em off sobre os maus costumes da vida pública brasileira, como se o PT nada tivesse a ver com isso.

Permito-me citar algumas iniciativas que estão ao alcance imediato do governo, sem grandes obstáculos jurídicos ou parlamentares. São apenas exemplos.
Um primeiro exemplo é a exigência de certificação ocupacional para o preenchimento dos cerca de 24 mil cargos de livre provimento da administração federal, bem como de suas empresas estatais.
(...)

Logo no começo da era petista, em abril de 2003, o decreto que estabelecia as exigências foi revogado, a fim de liberar-se o loteamento da instituição.

Uma certificação especial deveria ser exigida dos diretores das agências reguladoras, hoje loteadas entre pessoas, na sua maioria, sem qualificação necessária. São nomeações que favorecem grupos partidários e intereses privados, fraturando a espinha de uma importante reforma do Estado brasileiro.
(...)

Outra medida urgente é a reestrututação da dívida de estados e municípios com a União, vinculando seus benefícios a investimentos.

Tem cabimento, hoje, o BNDES cobrar juros nominais de 4/5% ao ano de grandes grupos privados, com dinheiro do Tesouro, e este cobrar de estados e municípios juros, que, em alguns casos, chegam a 12,5% ou 14%?
(...)

Outra providência fácil e oportuna é o descarrilamento do trem bala Rio-São Paulo. O projeto exige mobilizar recursos de 65 bilhões de reais para um trem de passageiros que não tem demanda.
(...)

Um quarto exemplo é a eliminação já dos tributos federais (PIS e COFINS) que incidem sobre as empresas estaduais e municipais de saneamento, tirando-lhes em torno de 2 bilhões de reais anuais. Esses recursos seriam investidos pelos estados e municípios em obras prioritárias na coleta e tratamento de esgotos que não oferecem retorno financeiro adequado.

Lembre-se que somente 55% por cento dos domicílios no Brasil estão ligados à rede de esgotos e que apenas 38% dos esgotos coletados são tratados.

Por último, a adoção da Nota Fiscal Brasileira, nos moldes da bem sucedida Nota Fiscal Paulista, com a devolução de tributos federais que incidem sobre o consumo no varejo. Isto reduziria a carga tributária individual dos consumidores que recebem de volta parte do imposto recolhido pelo comércio, ao lado de uma redução significativa na evasão fiscal.

A presidente precisa ainda exigir que seu ministro da Educação tire do papel, de modo rápido e competente, o Pronatec - uma espécie de Prouni do ensino técnico. Mais ainda, que o descentralize e estenda ao ensino técnico privado.

E que o ministro da Saúde tire da lenga lenga o programa Rede Cegonha, voltado à assistência à maternidade, desde o início da gravidez até as primeiras semanas do bebê.

São programas baseados nas propostas que fizemos em 2010: o Protec e o Mãe Brasileira.

Sinceramente, em políticas públicas, cópia não é plágio nem gera royalties. Ao contrário, se o projeto é bom, a cópia expressa inteligência administrativa. Exceto, é claro, quando é distorcida ou serve mais para marketing eleitoral, sem sair do papel.
(...)

Íntegra  AQUI.

José Serra é ex-governador de São Paulo, ex-prefeito da cidade de S.Paulo e ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso

CANDIDATO DE LULA É UM FIASCO




HADDAD NÃO SABE ONDE FICA A PREFEITURA DE SÃO PAULO
 
Do Painel da Folha: 
CEP - Fernando Haddad se irritou com uma pegadinha na entrevista que concedeu para o SBT. Questionado sobre para onde deveria escrever caso quisesse mandar uma carta para a Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro não soube dizer o endereço. 

Governo arma esquema para tirar empreiteira Delta do foco da CPI

Por Eugênia Lopes,  no Estadão:

Centralizar tudo nas mãos de poucos para evitar eventuais vazamentos de documentos sigilosos, poupar a Delta Construções, limitar a apuração aos funcionários da empreiteira com participação no esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e tentar pôr o foco das investigações em cima do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo. Esta é a estratégia que começou a ser montada pelos partidos aliados do governo, em especial o PT, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira.

Incentivados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os petistas buscarão tirar o foco das investigações de cima da Delta Construções, principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. 

A ideia é impedir a convocação de empregados da empresa que não têm relação com o esquema de Cachoeira, como defende a oposição. A oposição estuda elaborar requerimentos, que os governistas tentarão derrubar, propondo a convocação dos diretores e gerentes da Delta dos 23 Estados onde existem obras da empresa.
(...)

Brasileiros ficaram, em média, 18 horas sem energia em 2011, diz Aneel

Índice superou meta de duração de apagões para 2011, de 16,22 horas.
No Pará, consumidores ficaram, em média, 4 dias sem luz no ano passado.

G1



O brasileiro ficou no ano passado, em média, 18 horas e 42 minutos sem luz, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A marca é a segunda pior desde 2000 e superou a registrada em 2010, quando o país esteve “no escuro” por 18 horas e 38 minutos, em média.

As 18 horas e 42 minutos estão acima do limite estabelecido pela Aneel para o DEC, índice que mede a duração das interrupções no fornecimento de energia no país. A meta para 2011 era de 16 horas e 22 minutos. Foi o terceiro ano seguido que a meta proposta pela agência foi descumprida.

Metas de qualidade
A Aneel determina todos os anos às distribuidoras de energia metas de DEC (duração) e de FEC, que mede a frequência com que os apagões acontecem. Ao longo de 2011, o Brasil teve, em média, 11,16 quedas de energia. O número ficou abaixo do limite de FEC exigido para aquele ano: 13,61.

O G1 fez um levantamento dos dois índices apresentados no ano passado pelas distribuidoras. Das 65 empresas, 23 – pouco mais de um terço – deixaram de cumprir pelo menos uma das duas metas. Em 2010, foram 20

As próprias concessionárias informam à Aneel seus números de DEC e FEC. Depois, a agência faz uma fiscalização aleatória para confirmar se eles estão corretos.
Das 23 distribuidoras “reprovadas” no ano passado, 13 deixaram de cumprir a meta de duração dos apagões, 3 a meta de frequência e 7 desrespeitaram ambas.

Mais  AQUI.

DILMA, mãe do PAC e da DELTA


Delta já recebeu R$ 3 bi de recursos do PAC

Por Lu Aiko Otta, no Estadão:

A Delta Construções é a empreiteira que mais recebeu recursos do Orçamento federal para executar projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).  De 2007, ano de criação do programa, até agora, foram perto de R$ 3 bilhões, segundo levantamento da organização não-governamental Contas Abertas. A Queiroz Galvão, que fica em segundo lugar, recebeu R$ 1,7 bilhão no período. 

Os dados não levam em conta os serviços que a Delta prestou a empresas estatais, como a Petrobrás. 
Nesse universo mais amplo, a empreiteira já embolsou R$ 4,130 bilhões, segundo informou o governo à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira.

“A Delta é pentacampeã do PAC”, disse o coordenador do Contas Abertas, Gil Castelo Branco. A empresa só não foi a líder de recebimentos de recursos orçamentários do PAC em 2008, quando foi superada pela Queiroz Galvão. De 2009 para cá, a Delta só recebe menos dinheiro do PAC do que a Caixa Econômica Federal, responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida.
(…)

domingo, 29 de abril de 2012

Realidade que exige mudança!


Dados do Censo Democráfico mostram que 81,3 milhões de brasileiros com mais de 10 anos  de idade não conseguiram completar o ensino fundamental. Quase 10 milhões nunca frequentaram creche ou escola. Esse é o grande desafio a se enfrentar, para mudar o país!

Álvaro Dias

CONTEM TUDO!!!

Se a imprensa brasileira quisesse ser sensacionalista, seria a melhor imprensa sensacionalista do mundo.


Agora que o inquérito sobre Demóstenes Torres foi tornado público — e vou aqui insistir para que se acabe com o falso sigilo de coisas assim: há sempre vazamentos selecionados por escroques — e que resta evidente que a “grande munição” contra a imprensa, com a qual Lula prometia o fim do mundo, era só pó de traque, cumpre fazer algumas considerações sobre a imprensa brasileira.

Desde que o PT chegou ao poder, a imprensa está sob ataque.  

Tudo ficou muito pior depois que veio à luz o escândalo do mensalão e que acadêmicos do PT, liderados por Marilena Chaui, inventaram a falsa tese da tentativa de golpe de estado. A maior contribuição desta estudiosa de Espinoza foi abrigar o pensamento de Delúbio Soares. 

O partido resolveu mobilizar contra a imprensa seus esbirros na Internet e montou um verdadeiro aparelho para intervir em portais, sites, blogs, redes sociais etc. Anúncios da administração direta e de estatais financiam a intervenção, o que é um acinte à democracia. 
(...)
 
A campanha de difamação é intensa, embora os propósitos da canalha não tenham se realizado. Quem liderava antes continua a liderar — e com a mesma folga. O que há de novo na era petista é essa pistolagem que tenta contrastar a verdade dos fatos com uma “verdade alternativa” — que é um outro nome para a mentira.
Aqui e ali, de modo despropositado, falso mesmo!, diz-se que a imprensa brasileira não sabe distinguir o joio do trigo, que escolhe o caminho do sensacionalismo, que é injusta com o poder e com os poderosos. Isso é falso de várias maneiras combinadas. Se algum mal há no setor, é seu alinhamento meio burro, automático, com teses de esquerda — mas deixarei este aspecto de lado agora. A verdade é que a imprensa brasileira está entre as mais bem-comportadas do mundo democrático; talvez seja a mais compreensiva de todas.

Explico-me. A grande imprensa brasileira faz uma distinção radical, sem zonas cinzentas, entre o que é privado é o que é de interesse público. No texto em que trata dos princípios da VEJA, Eurípedes Alcântara, diretor de Redação, esmiúça o comportamento da revista — e, na verdade, de toda a grande imprensa — quanto a esse particular. Assim, se um jornalista recebe um arquivo com informações escabrosas sobre a vida sexual de um político por exemplo — refiro-me mesmo a evidências, provas —, isso não é publicado se o dito comportamento não estiver relacionado a algo que diga respeito ao interesse da coletividade ou que fira esses interesses.
Todo mundo sabe disso. Lula sabe disso. José Dirceu sabe disso.
(...)

A grande imprensa brasileira tende a considerar que isso tudo é o joio. Para ser trigo, tem de envolver o interesse público. 

O jornalismo só se ocupou do filho que Renan Calheiros tinha fora do casamento quando se descobriu que era uma empreiteira que pagava a pensão à mãe da criança. Como ele era presidente do Senado, restava evidente que havia uma dimensão coletiva no que parecia ser apenas uma questão pessoal. Então se publicou.

Lula ficou furioso quando os negócios de Lulinha, o seu “Ronaldinho”, vieram a público. 
Disse que estavam mexendo com a sua família. 
Errado! Era a sua família — no caso, um de seus filhos — que estava mexendo com o estado ao receber alguns milhões da Telemar, uma concessionária de serviço público, de que o BNDES era sócio. Não fosse isso, ninguém se importaria se aquele ex-monitor de jardim zoológico tinha ou não se tornado um milionário.

José Dirceu, o consultor de empresas privadas que se esgueira em quartos de hotel, ficou bravo com as imagens que VEJA publicou na revista. Ora, estivesse ele recebendo, naquele ambiente, pessoas sem quaisquer vínculos com assuntos da República, ninguém teria dado um pio. Mas não! Com a sua folha corrida, mantinha encontros com o presidente da Petrobras, com o ministro do Desenvolvimento Industrial, com o líder do governo na Câmara… O Zé sabe muito bem que nem VEJA nem outro veículo qualquer teria publicado uma linha a respeito caso ele estivesse por ali para, sei lá, estripulias sexuais. No Brasil é assim. Mas não é assim no mundo, não!
(...)
 
A imprensa brasileira, a verdade é esta, está entre as menos sensacionalistas do mundo. Na verdade, ela acaba sendo tolerante em excesso com certos comportamentos que, embora privados na aparência, mesmo não estando relacionados a dinheiro público ou a princípios da administração pública, revelam, no entanto, o político de duas caras, o anfíbio, aquele que diz uma coisa e que faz outra. 

Há certos comportamentos individuas que são sintomas de mau-caratismo. 

No homem privado, problema dele e de quem com ele se relacionar; no homem público, pode ser indício de baixa qualidade da representação e de degradação da política.
(...)

A grande imprensa brasileira é generosa, tolerante e paciente. Permite que o fauno se passe por santarrão se considerar que isso é só um problema privado. Uma coisa é certa: a classe política brasileira seria quase dizimada se tivesse de enfrentar uma imprensa americana ou inglesa. E ouso dizer que, num primeiro momento, nem seria por causa do trabalho disso que se convencionou chamar “jornalismo investigativo”, que tenta desvendar as artimanhas dos ladrões de dinheiro público. Bastariam uma câmera fotográfica e alguns arquivos que chegam às redações e que são descartados.
E eu lamento constatar que a nossa democracia não é melhor do que a democracia americana ou britânica. Só por causa disso? É claro que não! Mas também por causa disso. Se, amanhã, os grandes veículos anunciarem: “Vamos contar tudo”, aí vocês conhecerão o que é pânico.  E eu posso garantir que não farão mal nenhum aos brasileiros se forem pra casa.

O PT deu um tiro no pé ao apostar que a CPI vai ofuscar o mensalão

No Estadão

Diz-se que toda Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) acaba em pizza. 
Mas o cientista político da Universidade de São Paulo (USP), José Álvaro Moisés, especialista em Congresso, discorda. 
Um estudo coordenado por ele e publicado, no ano passado, no livro O Papel do Congresso Nacional no Presidencialismo de Coalizão, aponta que, entre 1999 e 2010, 86% das CPIs instaladas no Senado e na Câmara encaminharam relatórios ao Ministério Público e 56% à Polícia Federal. 
Ele explica que, às vezes, há confusão sobre o papel das comissões: 
‘CPI não pode punir ou processar. Ela pode fazer inquéritos e pedir indiciamento’, afirma Moisés


Para Moisés, no entanto, a CPI do Cachoeira - instalada nesta semana no Congresso para investigar as relações de políticos com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira - é “eminentemente política”, uma vez que já existem investigações conduzidas pela PF e pelo MP.

 Ele diz ainda que o PT “deu um tiro no pé” ao apostar que a CPI pode ofuscar o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.


Por que existe a percepção de que as CPIs acabam em pizza?
Nem sempre fica claro quais são os papéis da CPI com base na Constituição e na legislação. A CPI não pode punir. A CPI não pode processar. Ela pode fazer inquéritos e indiciar. Pode remeter (o relatório final) para o Ministério Público, a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). Havendo essa distinção, acho que fica mais fácil para o leitor entender o âmbito de atuação da CPI...


O que aconteceu com as outras CPIs que foram propostas, mas não chegaram a ser instaladas?
Elas sempre dependem da coalizão majoritária. O Executivo pode controlar a convocação ou não das CPIs através da sua força majoritária no Congresso.

 O sr. mostrou que a maior parte das CPIs resultou em inquérito na PF ou no MP. Mas a CPI do Cachoeira não é atípica, pois já existem investigações em andamento nestes órgãos?
Esta é uma observação importante, o que torna essa CPI um caso particular no conjunto das demais CPIs... A minha convicção pessoal é de que o PT deu um tiro no pé ao imaginar que, constituindo a CPI, os fatos que serão divulgados serão exclusivamente sobre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o governador Marconi Perillo (PSDB-GO). Existem muitas empresas envolvidas com o Carlinhos Cachoeira com grandes contratos no PAC...


O sr. discorda, portanto, da tese do PT de que a CPI poderia reduzir a relevância do julgamento do mensalão?
À medida que a CPI vai mostrar que a corrupção é mais ampla e que atinge diferentes setores, de instituições do governo a partidos que hoje estão na oposição, ficará claro que a corrupção é um fenômeno extremamente importante e que os mecanismos de punição precisam ser aprimorados. Neste contexto, não faz o menor sentido jogar água para amenizar o caso do mensalão. Vai chamar mais atenção e vai ter um efeito de pressão sobre o Supremo para apressar o julgamento.

Em ano de eleição, Dilma descobriu a seca


Por Vítor Hugo Soares

Nestes dias, de geléia geral brasileira, nada poderia ter sido mais expressivo – como ato político e fato jornalístico - que a primeira visita do ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, à Brasília, depois do tratamento de câncer na laringe a que se submeteu.
(...)

Tudo, coincidentemente (ou não?), no primeiro dia de funcionamento, no Congresso, da chamada CPI Mista do Cachoeira.
Portanto, um foco a mais para ser bem observado na capital do Brasil, sobressaltada pelos vivos e os esqueletos que se cruzam, ultimamente a cada instante, na inquieta cidade do planalto central.
Denúncias pipocam de todo lado, acompanhadas de “ruídos” e boatos que mais confundem que ajudam a esclarecer sobre “um escândalo que promete abalar Paris”, como se diz em Irecê, no nordeste baiano, assolado, junto com mais de 200 municípios, por mais uma “seca sem precedentes”.

A estiagem - assim como a praga corrupta e corruptora de Cachoeira, que contamina a política, governos, imprensa, empresas públicas e privadas - rola solta há mais três anos na Bahia e em outros tantos municípios da região Nordeste.
Neste ano de eleições para as prefeituras, coincidentemente (ou não?) a seca ganhou dramáticas cores de tragédia de umas semanas para cá, em meio ao alvoroço da CPI no Congresso.
Principalmente depois de outro encontro que merecia ser olhado (e analisado) com mais atenção.
Este, ocorrido em Aracaju, nordestina capital sergipana, no começo da semana, entre a presidente Dilma e os governadores da região.
Do encontro, além de imagens expressivas no palácio do governo, que lembram pompas de tempos imperiais e de fartura (e não as agruras da seca) resultou o anúncio, com pompa e circunstância, da polêmica “Bolsa Estiagem”, que concederá auxílio de R$ 80, por cinco meses, às famílias residentes nos municípios nordestinos atingidos pela seca”.

“Amaldiçoado quem pensar mal dessas coisas”, diriam os franceses.

Mas vale lembrar que Luiz Gonzaga e Zé Dantas já alertavam, em “Vozes da Seca”, sobre o tratamento assistencialista (e eleitoreiro) dispensado, pelo governo, nas estiagens dos anos 50, no século passado:

“Seu doutor uma esmola, a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão”.

 (continua)

Justiça com lentes coloridas

A discriminação racial no Brasil é constitucional, segundo decidiram por unanimidade os ministros do Supremo Tribunal (STF), num julgamento sobre a adoção de cotas para negros e pardos nas universidades públicas. Com base numa notável mistura de argumentos verdadeiros e falsos, eles aprovaram a reserva de vagas para estudantes selecionados com base na cor da pele ou, mais precisamente, na cor ou origem étnica declarada pelo interessado.

Mesmo enfeitada com rótulos politicamente corretos e apresentada como "correção de desigualdades sociais", essa decisão é obviamente discriminatória e converte a raça em critério de ação governamental.

Para os juízes, a desigualdade mais importante é a racial, não a econômica, embora eles mal distingam uma da outra.
O ministro Cezar Peluso mencionou as diferenças de oportunidades oferecidas a diferentes grupos de estudantes. Com isso, chamou a atenção para um dos maiores obstáculos à concretização dos ideais de justiça. Todos os juízes, de alguma forma, tocaram nesse ponto ou dele se aproximaram. Estabeleceram, portanto, uma premissa relevante para o debate sobre a formação de uma sociedade justa e compatível com os valores da democracia liberal, mas perderam-se ao formular as conclusões.
O ministro Joaquim Barbosa referiu-se à política de cotas como forma de combater "a discriminação de fato", "absolutamente enraizada", segundo ele, na sociedade.

Mas como se manifesta a discriminação? Candidatos são reprovados no vestibular por causa da cor? E os barrados em etapas escolares anteriores? Também foram vítimas de racismo?

A ministra Rosa Weber foi além. "A disparidade racial", disse ela, "é flagrante na sociedade brasileira." "A pobreza tem cor no Brasil: negra, mestiça, amarela", acrescentou. A intrigante referência à cor amarela poderia valer uma discussão, mas o ponto essencial é outro.

Só essas cores identificam a pobreza no Brasil? Não há pobres de coloração diferente? Ou a ministra tem dificuldades com a correspondência de conjuntos ou ela considera desimportante a pobreza não-negra, não-mestiça e não-amarela.

Mas seus problemas lógicos são mais amplos. Depois de estabelecer uma correspondência entre cor e pobreza, ela mesma desqualificou a diferença econômica como fator relevante. "Se os negros não chegam à universidade, por óbvio não compartilham com igualdade das mesmas chances dos brancos." E concluiu: "Não parece razoável reduzir a desigualdade social brasileira ao critério econômico".

A afirmação seria mais digna de consideração se fosse acompanhada de algum argumento. Mas não é. O fator não econômico e estritamente racial nunca foi esclarecido na exposição da ministra nem nos votos de seus colegas.

Nenhum deles mostrou com suficiente clareza como se manifesta a discriminação no acesso à universidade ou, mais geralmente, no acesso à educação. O ministro Celso de Mello citou sua experiência numa escola pública americana sujeita à segregação. Lembrou também a separação racial nos ônibus escolares nos Estados Unidos. Seria um argumento esclarecedor se esse tipo de segregação - especificamente racial - fosse no Brasil tão normal e decisivo quanto o foi nos Estados Unidos.

Talvez haja bons argumentos a favor da discriminação politicamente correta defendida pelos juízes do STF, mas nenhum desses foi apresentado. Brancos pobres também têm dificuldade de acesso à universidade, mas seu problema foi menosprezado.
Se um negro ou pardo com nota insuficiente é considerado capaz de cursar com proveito uma escola superior, a mesma hipótese deveria valer para qualquer outro estudante. Mas não vale. Talvez esse branco pobre também deva pagar pelos "danos pretéritos perpetrados por nossos antepassados". Justíssimo?

Como suas excelências poderão ser envolvidas em outras questões de política educacional, talvez devam dar uma espiada nos censos. Os funis mais importantes e socialmente mais danosos não estão na universidade, mas nos níveis fundamental e médio. Países emergentes bem-sucedidos na redução de desigualdades deram atenção prioritária a esse problema. O resto é demagogia.
(No  Estadão)

O paradoxo das pautas petistas

O CONGRESSO ACABOU, por Ruy Fabiano

O Congresso Nacional, aos poucos, vai deixando de existir como efetivo Poder da República, engolido pelos outros dois, Executivo e Judiciário.
O primeiro golpe foi dado ainda na Constituinte, 24 anos atrás, com a adoção do instituto das medidas provisórias, que transfere ao Executivo a prerrogativa soberana de legislar.
O Congresso, desde então, age como cartório do Planalto, chancelando decisões que não são suas – e que entram em vigor antes que dela tome conhecimento.
A medida provisória foi aprovada na suposição de que o país adotaria o parlamentarismo.
(...)

Na democracia, porém, isso é inadmissível, na medida em que é, por excelência, o regime da soberania dos três Poderes.
E aí está o paradoxo: o Congresso, hoje, consegue ter menos poderes que ao tempo da ditadura, quando era fustigado apenas pelo Executivo e tinha no Judiciário instância de socorro.
(...)

Temas como casamento gay (na verdade, união civil), aborto de bebês anencéfalos ou cotas raciais, para ficar apenas nos mais recentes e polêmicos – e que dependiam de mudanças na lei -, não são aprovados pela maciça maioria da população, como o demonstram sucessivas pesquisas de opinião pública.
O Congresso é instituição que depende do voto popular e, por isso mesmo, jamais se coloca contra a opinião pública.

Pode-se argumentar que o nível moral do Congresso não é lá essas coisas. Mesmo assim, pode ser recomposto, pelo voto, a cada quatro anos, sem esquecer o fato de que, com frequência, corta na própria carne, cassando seus próprios membros.

É, apesar de todos os pesares, um poder transparente, devassado diariamente pela mídia.
(...)

O Judiciário não foi eleito por ninguém. Três quartos de sua atual composição decorreram da vontade solitária do então presidente Lula, que incluiu entre estes seu próprio advogado (e do PT), Antonio Dias Toffoli, e um amigo pessoal, Ricardo Lewandowski.
O atual presidente, Carlos Ayres Brito, é fundador do PT em Sergipe, e hospedava Lula quando este ia ao estado.

Há quem ache tudo isso irrelevante e argumente que o mesmo se deu com os presidentes anteriores. Não havia, porém, um dado que ressalta das recentes decisões: o engajamento com uma agenda partidária – no caso, a do PT.

Basta conferir a convergência entre as já mencionadas decisões do STF e o discurso e as propostas do partido hegemônico.
Além de decidir contra a letra da lei – e a própria Constituição (no caso da descriminação do aborto e da união civil homossexual) -, o STF agiu em consonância com a militância de grupos sociais, que sabiam que suas teses não teriam vez no Congresso, em decorrência da forte rejeição popular.
(...)

Em reação a isso, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou, por unanimidade, na quarta-feira, 25, proposta de emenda constitucional, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que permite ao Congresso sustar "atos normativos dos outros Poderes que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa".
É, sem dúvida, uma retaliação, que pode ter efeitos colaterais igualmente danosos à democracia, já que ameaça resoluções de tribunais, atos de conselhos, e decisões do Supremo com repercussão geral e até súmulas vinculantes.
A tanto chegou a democracia brasileira, oscilando entre a cruz e a espada. Haja insegurança jurídica.

Pretexto para reduzir ganhos no investimento do "povão"

Por juros mais baixos, Dilma quer mudanças definitivas na poupança

O Globo


Segundo fontes da equipe econômica, Dilma prefere enfrentar o problema da poupança de frente, em vez de adotar soluções paliativas
Foto: Gustavo Miranda / Agência O Globo
A presidente Dilma Rousseff quer que as mudanças na poupança sejam estruturais e resolvam, de uma vez por todas, o problema da remuneração da caderneta. Só assim haveria espaço para uma queda mais acentuada das taxas de juros no país. No governo, a avaliação é que enquanto a caderneta oferecer um ganho fixo para o investidor (TR mais 6% ao ano) haverá risco de desequilíbrio no mercado. Ao concorrer com outras aplicações, como fundos, por exemplo, a caderneta acaba impondo um piso à queda dos juros. A ideia é tornar a remuneração da poupança variável de acordo com os juros.
(continua

 (POR QUE NÃO MANTER A REMUNERAÇÃO DA POUPANÇA, MAS REDUZIR O IMPOSTO DE RENDA DOS FUNDOS PARA TORNÁ-LOS MAIS ATRAENTES?)


quarta-feira, 25 de abril de 2012

SINAIS DO MODELO "BOM PARA TODOS" CUBANO SONHADO PELOS COMPANHEIROS







 





Caminhamos a passos largos para a concretização do que não se realizou no século passado no Brasil, mas que foi um "sucesso" em Cuba. Tivemos aqui uma Revolução com o povo nas ruas exigindo a ação dos militares contra a guerrilha que aterrorizava o país. Se houve abuso e tortura, como há nos dias de hoje e poucos se importam, isso não altera os fatos.
Em Cuba deu certo, a guerrilha venceu e conseguiu impor seus propósitos. O povo não tem o direito de escolher seus alimentos, não pode viajar, não tem independência financeira e, entre outas limitações, não tem acesso à informação.

Os então guerrilheiros brasileiros chegaram ao poder muito tempo depois, mas sabem que o brasileiro ainda resiste e rejeita o que esse pessoal idealiza para o Brasil, por isso mudaram a estratégia e buscam o convencimento seduzindo o povo - de A a Z - pelo bolso.

* Mas uma coisa é certa, o cerco está se formando, temos grande parte da midia acuada, corrompida ou conivente e refém da pauta do governo, com raras exceções.


* Passo a passo vai se banalizando o que chamam de direito dos humanos em decidir quem deve viver ou ser eliminado. Isso mostra que não é somente o crucifixo que está sendo abolido.


* A apologia ao que é nocivo, como as drogas, tornou-se bandeira "progressista". Quem não adere é rotulado com os piores adjetivos, constrangido socialmente e praticamente criminalizado por ser"conservador".

* O direito à propriedade já está seriamente comprometido. O brasileiro desinformado não se sensibiliza, justamente porque desconhece certos acontecimentos, mas populações de cidades inteiras já foram expulsas para atender aos ideais da esquerda radical. Confiram o que aconteceu na Reserva Raposa Terra do Sol.


* Desconhecemos até que ponto o brasileiro, aparentemente satisfeito com a economia do país, permitirá ser patrulhado em sua vida pessoal e ter seus direitos individuais violados. Mas talvez chegue o momento em que leis definirão quais alimentos serão proibidos e, provavelmente, chegará o dia no qual o brasileiro só poderá se alimentar com alguma ração distribuída pelo governo, como acontece em Cuba.

Vejam mais alguns exemplos AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e nos videos abaixo:

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Sindicato de jornalistas pede ao governo que restrinja trabalho do CQC

No blog do Noblat



Sindicato de jornalistas pede ao governo que restrinja trabalho do CQC O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal pediu nesta quinta-feira a colocação de limites para impedir que os humoristas do programa da Band Custe o Que Custar (CQC) prejudiquem o trabalho da imprensa em Brasília.

 A "ONDA" de reclamações que chegou ao sindicato diz respeito ao mais recente episódio, a visita da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton. (...)
 (Comentário do jornalista Ricardo Noblat: Há muita coisa espantosa em uma nota de um sindicato de jornalistas que pede ao governo para limitar o trabalho do que chama de "humoristas". No caso do CQC, esses humoristas, da forma como atuam, informam tão bem ou melhor do que muitos jornalistas. A nota foi inspirada pelo corporativismo que domina entidades refratárias à renovação. O mais absurdo: os jornalistas aprendem que devem sempre ouvir os dois ou mais lados de uma questão. O sindicato não fez isso. O relato sobre o que aconteceu peca pela imprecisão e por distorções criminosas.) 
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Atualização - O Itamaraty já anunciou que o CQC está proibido de entrar em suas dependências. O Palácio do Planalto informou que o CQC está proibido de acompanhar viagens de Dilma. Quem achar que tais atos são arbitrários e agridem a liberdade de informação, bata às portas do Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Ou liberdade de informação e de manifestação de pensamento é monopólio dos jornalistas?

Liberdade é a liberdade dos outros

Por Carlos Brickmann

O governo acaba de mostrar o que é que entende por liberdade de expressão (ou, se alguém preferir, liberdade de imprensa): o Palácio do Planalto informou que o CQC está proibido de acompanhar as viagens da presidente Dilma Rousseff. O Ministério das Relações Exteriores anunciou que o CQC está proibido de entrar no Palácio do Itamaraty.
É antidemocrático, claro. E é burro: a grande reportagem não precisa ser feita no prédio onde vivem ou trabalham seus personagens.
(...)

O governo atual, com as proibições ao CQC, mostra sua face autoritária e desconhecedora do que seja a liberdade de expressão.

Já o Sindicato dos Jornalistas de Brasília, que propõe que o governo tome mais medidas contra o CQC, é pior: eles sabem, ou deveriam saber, que liberdade é a liberdade de quem pensa diferente de nós. Eles sabem, ou deveriam saber, que jornalismo é oposição: ficar pedindo favores ao governo é coisa de pelego, não de jornalista. E querer monopolizar a coleta e distribuição de informações é coisa de pelego corporativista.
A propósito, este colunista acha que o tipo de cobertura feito pelo CQC é um horror; aliás, nem o considera jornalismo. Mas quem é que vai definir o que é jornalismo não é este colunista, nem o pessoal que se julga de esquerda e não conhece o pensamento essencial de Rosa Louxembourg: é o público, é o consumidor de informação. Ou é o público que define o tipo de informação que prefere ou o jornalismo acabou: teremos de volta a ditadura militar, que de vez em quando implicava com o “baixo nível da TV” e obrigava as emissoras a transmitir concertos e ópera.

Podemos ter, talvez, o Pravda ou o Izvestia, determinando qual a linha justa de pensamento; ou o Die Sturm, o favorito de Hitler.
Onde já se viu, sindicato de jornalistas pedindo censura?

Riso causa medo no Sindicato dos Jornalistas de Brasília

Maria Helena Rubinato

Ao ler que o Sindicato dos Jornalistas pediu para a Presidência da República e o Itamaraty proibirem a participação em futuras entrevistas coletivas do grupo de jornalismo humorístico CQC, baseado em um incidente durante a coletiva de Ms. Clinton, fiquei assustada.
Gente, pensei, que será que esses doidos fizeram com a frágil Hillary? A taquicardia provocada pelo susto começou a amainar ao ler que era o Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Bem, pensei, meno male. De Brasília? Ora, ora…
E continuei a ler até saber que a grosseria foi oferecer à secretária de Estado uma daquelas máscaras que usamos no carnaval. Ué? Isso lá ofende alguém? Ou o que ofendeu foi o pessoal do Sindicato não ter tido a mesma ideia genial, já que a sutileza não é o forte dos personagens oficiais daquela triste cidade?
(...)

Aparentemente o pessoal do Sindicato dos Jornalistas de Brasília – é bom repetir, de Brasília! – concorda com Jorge de Burgos e teme que o riso leve os brasileiros a raciocinar e a reexaminar com mais rigor aquilo que lhes é dito pela Imprensa Oficial, a que não ri, e que perca a fé no que lhes é dito. Só pode ser isso.

Nas décadas de 60 e 70, um jovem professor de matemática formado em Harvard, Tom Lehrer, excelente compositor, letrista e pianista, fazia shows de imenso sucesso com músicas de sátira política que não perdoavam nada nem ninguém.
Pois bem, corre nos EUA uma lenda urbana contando que quando Henry Kissinger recebeu o Premio Nobel da Paz, em 1973, Lehrer largou a sátira política por achar que o Nobel dado ao ex-secretário de Estado tornava a sátira política obsoleta.
Se é verdade ou não, pouco importa. O fato é que realmente o Nobel da Paz para Kissinger foi um dos mais vivos exemplos de sátira política, comparável talvez à declaração de Ms. Clinton sobre dona Dilma: um “exemplo global de luta pela transparência e contra a corrupção”. (KKKKKKKKKKKK)


Jabuti sobe em árvore?

Delta vai saindo do caminho sem dar um pio.


Algo de muito estranho está em curso. Há jabutis demais sobre as árvores para que consideremos tudo normal. 
Até outro dia, não se ouvia falar da Delta e de Fernando Cavendish. Foi VEJA quem tirou a construtora de seu espantosamente bem-sucedido ostracismo noticioso em reportagem que começou a chegar aos leitores no dia 7 de maio do ano passado. O texto informava então o vertiginoso crescimento da empresa. 

De empreendimento modesto, chegou, durante o lulo-petismo, à condição de Número Um do PAC.  

Entre uma coisa e outra, a Delta teve um consultor. Seu nome: José Dirceu.
Em entrevista à revista concedida então, os empresários José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, que chegaram a ser sócios de Cavendish em outro negócio, não economizaram palavras. Indagados sobre o objetivo da consultoria prestada por aquele que a Procuradoria Geral da República chama “chefe de quadrilha”, foram claros:
 
“Tráfico de influência. Com certeza, é tráfico de influência. O trabalho era aproximar o Fernando Cavendish de pessoas influentes do governo do PT. Isso, é óbvio, com o objetivo de viabilizar a realização de negócios entre a empresa e o governo federal.”

E como Dirceu foi contratado? Justamente por intermédio da empresa de que eram sócios, a Sigma:
 
“A contratação foi feita por debaixo do pano, através da nossa empresa, sem o nosso conhecimento. Um dia apareceram notas fiscais de prestação de serviços da JD Consultoria. Como na ocasião não sabia do que se tratava, eu me recusei a autorizar o pagamento, o que acabou sendo feito por ordem do Cavendish.”

Prestem, agora, atenção, às considerações feitas por eles sobre duas obras nas quais a Delta estava envolvida:
Sobre a Petrobras, afirmou Quintella:
 
“A Delta começou a receber convites de estatais para realizar obras sem ter a capacidade técnica para isso. A Petrobras é um exemplo. No Rio de Janeiro, a Delta integra um consórcio que está construindo o complexo petroquímico de Itaboraí, uma obra gigantesca. A empresa não tem histórico na área de óleo e gás, o que é uma exigência Ainda assim, conseguiu integrar o consórcio. Como? Influência política.”

Sobre o Maracanã, afirmou Romênio
“O caso da reforma do Maracanã é outro exemplo. A Delta está no consórcio que venceu a licitação por 705 milhões. A obra mal começou e já teve o preço elevado para mais de l bilhão de reais. Isso é uma vergonha. O TCU questionou a lisura do processo de licitação. E quem veio a público fazer a defesa da obra? O governador Sérgio Cabral. O Cavendish é amigo último do Sérgio Cabral. A promiscuidade é total.”
(...)

Algo estranho…
Parece-me que a ordem dos eventos indica que uma maneira de “salvar” a Delta é desmontar a Delta o mais rapidamente possível. Não estou fazendo uma afirmação, mas apenas uma consideração: 
Fernando Cavendish atua como se fosse uma espécie de testa de ferro que obedecesse a um comando. É visível o esforço empreendido para tirar logo a empresa do caminho — e ela sai, sem oferecer nenhuma resistência. Ele próprio deixa claro que não quer ser empecilho. A quem ou quê?

Para o bem geral da nação, se a CPI quisesse mesmo prestar um serviço ao Brasil, teria de apurar a fundo as relações dessa empresa com o estado brasileiro e seu formidável crescimento nos últimos nove anos. Vai fazê-lo?

São tantas as obrigações da Delta com o PAC que não se descarte que um grupo de empresas, sob a supervisão oficial, assuma suas operações para “salvar empregos” e as honras da casa…

Sociedade deve exercer pressão sobre CPI



O Líder do PSDB, senador Alvaro Dias, disse que é dever dos parlamentares convocar a sociedade, por meio da imprensa e das mídias sociais, para colaborar com as investigações da CPMI do Cachoeira.

“A sociedade pode exercer pressão para uma investigação séria, que desvende a rede de Carlos Cachoeira. A oposição tem o dever de colocar o mal à luz. Devemos dar um voto de confiança aos governistas que comandam a CPMI e aguardar os primeiros movimentos. Se houver percepção de que é uma farsa, devemos denunciar”, disse o Líder.

CPI do Cachoeira - Turbulências no horizonte


Merval Pereira, O Globo
Foi dada a partida para a CPI do Submundo, uma nova versão da CPI do Fim do Mundo, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira passa de coadjuvante a protagonista de mais este espetáculo de política genuinamente brasileiro.
A indicação do deputado petista Odair Cunha para a relatoria da CPI mostra que o Palácio do Planalto, e não Lula, está no comando das ações, pelo menos inicialmente.
(...)

Pela vontade de Dilma, a CPI não existiria, mas, já que existe, a intenção é restringi-la, idealmente apanhando apenas os partidos da oposição.
(...)

Seja qual for a disposição da maioria governista, nada garante que “Sua Excelência, os fatos”, como dizia Ulysses Guimarães, não se imponha aos interesses deste ou daquele grupo.
Foi assim nas CPIs anteriores. O bicheiro Carlinhos Cachoeira foi personagem, entre 2005 e 2006, de três CPIs: a dos Bingos, no Senado, também conhecida como do Fim do Mundo; e as dos Correios e do Mensalão.

A “CPI do Fim do Mundo” começou investigando o jogo eletrônico e entrou por temas tão diversos como os assassinatos dos prefeitos petistas de Campinas, Toninho do PT, e de Santo André, Celso Daniel; e dólares vindos supostamente de Cuba para a campanha de Lula à Presidência.

Foi nela que surgiu o depoimento do caseiro Francenildo que confirmou que o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, frequentava uma mansão em Brasília usada por lobistas de Ribeirão Preto, seus antigos companheiros quando foi prefeito.
Foi a partir desse depoimento que aconteceu a quebra do sigilo bancário do caseiro na Caixa Econômica Federal, em busca do que parecia um suborno para que ele incriminasse o ministro da Fazenda, o que resultou na saída de Palocci do governo.

A CPI dos Correios foi criada com o objetivo de investigar as denúncias de corrupção nas empresas estatais, e acabou se transformando na CPI do Mensalão.
O resultado foi a acusação a 40 pessoas envolvidas num esquema montado a partir da Casa Civil da Presidência da República para comprar apoios políticos ao governo.
Esses resultados justificam o clichê político que diz que uma CPI, sabe-se como começa e não se sabe como acaba.

Esta, que está começando pelo final, tem resultado mais imprevisível ainda, pois está sendo instalada contra a vontade de todos, e mesmo assim tornou-se realidade política inevitável.
O PT divide-se entre os que acham uma loucura colocar em risco a estabilidade política de um governo tão bem avaliado quanto o da presidente Dilma, e os que, seguindo a liderança do ex-presidente Lula, veem nela uma boa oportunidade para pegar alguns oposicionistas bem posicionados, como o governador de Goiás, Marconi Perillo, e tentar atrapalhar o julgamento do mensalão, que deve acontecer ainda neste primeiro semestre.

Tudo indica que os que imaginaram colocar o mensalão na conta do bicheiro Cachoeira erraram a estratégia. Não apenas essa versão parece inverossímil, como se criou no país um ambiente de cobrança de punição dos corruptos, sejam eles os envolvidos nas tramas de Cachoeira, sejam os acusados pelo mensalão.

O julgamento do mensalão passou a ser exigido pela cidadania diante da ameaça de prescrição de penas. Esta, por sinal, é uma discussão que ainda se desenvolverá nos meios jurídicos.
(...)

Como se vê, viveremos nos próximos meses um ambiente político tenso, cheio de turbulências e revelações, como definiu na sua experiência política o presidente do Senado, José Sarney.



Por que não reduzir o IR sobre os fundos?


Miriam Leitão

A presidente Dilma Rousseff falou ontem da possibilidade de alterar o rendimento da poupança para não haver fuga de investimentos de alguns fundos para as cadernetas.
Ela disse que precisa avaliar todas as possibilidades. Acho que uma delas poderia ser a redução do imposto de renda cobrado sobre os fundos. Esses poupadores estão aplicando em títulos do governo e pagam de 15% a 22% sobre o seu rendimento. Essa taxa poderia ser reduzida.
Nós todos temos de pressionar os bancos para reduzir as taxas de administração, que são muito altas no Brasil.
Em relação à caderneta de poupança, é preciso ter muito cuidado. Aplicações já feitas não podem sofrer alterações. Isso significaria quebra de contrato.

Video AQUI.

INADIMPLÊNCIA DISPARA


Inadimplência dispara acima dos níveis da crise de 2009

O Globo

Influenciada pelo boom do crédito em 2010 e pela desaceleração da atividade econômica no ano passado, a inadimplência entre os consumidores disparou e, em alguns casos, como no de automóveis, ultrapassa os níveis de 2009, quando a crise econômica afetou os mercados em todo o mundo. O desempenho ainda fraco da economia neste início de 2012 deve empurrar uma melhora dos índices de calote apenas para o segundo semestre, auxiliado pela redução da taxa básica de juros e dos spreads bancários (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes).

— A inadimplência ainda não chegou em seu ponto máximo, é um indicador defasado. E a economia teve um primeiro trimestre tímido, com expansão de, no máximo, 0,5%. O crescimento fraco deve prolongar um pouco mais a inadimplência, provavelmente até o segundo semestre — diz Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio.

O BC — que divulga hoje os dados para o mês de março — estima que os atrasos com mais de 90 dias já representavam 5,61% do crédito pessoal em fevereiro, ante 5,82% em fevereiro de 2009. A inadimplência de pessoas físicas, por sua vez, marcava 7,59% em fevereiro, ante 8,54% em maio de 2009 — o maior nível no período pós-crise. Mas a situação mais crítica aparece no financiamento de veículos: os atrasos somavam 5,5% em fevereiro, quase o dobro de igual mês de 2011 (2,8%). Em 2009, endossa a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), as parcelas em atraso representavam 4,4% do total concedido.

— Houve muito crédito na praça, e o consumidor se endividou. Depois, a inflação consumiu parte de sua renda. Com isso, o carro, que não é essencial, deixou de ser prioridade. A única alternativa para esse cenário é uma negociação entre bancos e clientes — atesta Sérgio Bessa, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
(...)

Delta recebeu R$ 5 milhões do governo Dilma na última sexta-feira

 
ONG Contas Abertas mostra ainda que União já pagou R$ 151,6 milhões este ano à empresa

O Globo

Apesar das denúncias de envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a empreiteira Delta recebeu somente na última sexta-feira cerca de R$ 5,1 milhões por serviços prestados ao governo federal.

Segundo levantamento da ONG Contas Abertas divulgado nesta terça-feira, a empresa já recebeu da União, somente este ano, um total de R$ 151,6 milhões. A Delta é a maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e possui contratos em 21 estados e no Distrito Federal.
(continua)

terça-feira, 24 de abril de 2012

LULA DÁ AS ORDENS, O BRASIL OBEDECE!!!


Lula já deu ordem: não é para investigar crime nenhum. ele só quer a CPI para atacar a oposição e a imprensa


(...)
O Apedeuta estará em Brasília para o lançamento de mais um filme sobre a era da mistificação petista e vai bater o martelo sobre a estratégia do partido na comissão. 
Ou por outra: Lula assume o lugar de Dilma. 
Dados os riscos que o governo também corre, deveria ser ela a conduzir o processo.

Lula já deixou claro o que quer. O papel dos petistas na CPI não é investigar coisa nenhuma — até porque a investigação a fundo não interessa ao PT. 
A obrigação que ele impôs ao partido é dar um jeito de incriminar a oposição, livrar a cara dos companheiros e do governo e, muito importante!, atacar a imprensa por seu suposto conluio com o esquema Cachoeira, que teria levado à denúncia do mensalão. 

Ele sabe que se trata de uma versão fraudulenta, mas está acostumado. 
Essa mentira é irmã gêmea da outra, aquela segundo a qual nunca existiu mensalão. 

Ou por outra: Lula quer é chicana. 
Assim subiu na vida e se tornou o homem mais poderoso da República. 
Tarde demais para mudar. Vai conseguir? Não sei!

Brasília está tensa. O diz-que-diz-que é frenético. A indústria de vazamentos continua em operação. Ora mira de um lado, ora mira de outro. 
(...)

Outra fonte gigantesca de preocupação é a Delta, cuja idoneidade o governo conhecia desde 2010, quando a Controladoria Geral da União e a PF descobriram uma série de pilantragens no Ceará. Mesmo assim, depois daquilo tudo, o governo fechou novos contratos de quase R$ 800 milhões com a empresa.  

Seria, nessa hipótese, um valerioduto ampliado e mais sofisticado.

Jornalistas habituados à investigação também se esforçam para ter acesso aos documentos da Operação Las Vegas. Dela pouco se sabe. Mas há quem assegure que ali já estavam evidências cabeludas de muita falcatrua agora descoberta pela Monte Carlo. Naquela investigação haveria evidências incontestes do ecumenismo cachoeirístico no que respeita a partidos, Poderes da República e políticos. Cachoeira, aliás, começa a ser visto também como um representante de categoria, entenderam? Ele seria, assim, um líder de classe da contravenção espalhada Brasil afora, quase um porta-voz, um chefe de sindicato. 

Não está sozinho; é uma legião. E isso significaria estar em permanente contato com as células do jogo Brasil, com sua enorme capacidade de comprar consciências.

Redução de danos

É a 2ª vez que o governo petista tenta abafar uma investigação colocando a CGU para "auditar" contratos. 

Fez o mesmo com a construtora Gautama, de Zuleido Veras, em 2007, quando a chefe da Casa Civil era Dilma. 

Quando estourou o escândalo com a Gautama, por meio da Operação Navalha, da PF que fez agora a Monte Carlo, a então chefe da Casa Civil reuniu assessores dos ministérios para saber quem detinha contrato com a construtora. Surpresa: quase todos tinham. A ordem foi desconstruir a bomba imediatamente. Na época, deu certo; agora, deve dar também.

(Roberto Jefferson)

Dilma continua a presidência imperial de Lula

Merval Pereira, O Globo
O vergonhoso bate-boca entre os ministros Cezar Peluso e Joaquim Barbosa não pode ser caracterizado como uma crise institucional, mas que afeta a imagem do Supremo Tribunal Federal, isso afeta.
(...)

A preocupação com uma eventual desmoralização do Supremo aumenta diante do poder, real e imaginário, da Presidência da República.
A presidente Dilma, com os índices de popularidade que vem alcançando, vai dando continuidade, por meio de outros atributos, à presidência imperial de Lula, que confrontava o Judiciário com críticas públicas e subjugava o Legislativo com benesses a seus membros.
(...)

Chama-se hiperpresidencialismo o regime em que o Executivo abarca todos os poderes do Estado, diante de outros poderes subjugados.

Mesmo tendo a maioria de seus ministros indicados por governos da mesma tendência política, o Supremo tem se mostrado de uma independência vital para a democracia brasileira, e a última coisa que poderia acontecer é sua perda de credibilidade.
(...)

O PT no poder há nove anos e quatro meses já nomeou 11 ministros do Supremo, e hoje existem apenas três deles que foram nomeados em outros governos: Celso de Mello, por Sarney; Marco Aurélio Mello, por Collor; e Gilmar Mendes, por Fernando Henrique.
O ex-presidente Lula reagiu assim, em entrevista recente, sobre suas indicações para o Supremo:
“A gente não pode indicar as pessoas pensando na próxima votação na Suprema Corte...(blablabla)"
(...)

Muito embora não tenha sido tão imparcial assim o tempo todo, pois se sabe de pelo menos uma vez em que o presidente Lula telefonou pessoalmente para um ministro que acabara de nomear reclamando de um voto seu.

Há quem veja o hiperpresidencialismo como nada menos que uma ditadura disfarçada, cujos limites para a ditadura de fato é a liberdade de imprensa, que geralmente não existe em países que já adotam esse sistema de governo, como na Venezuela e na Rússia.
Os estudiosos dos sistemas de governo dizem que a fragmentação partidária pode levar a que o Executivo estimule uma maioria circunstancial que favoreça a aprovação de sistemas autoritários, como aconteceu na Rússia.
O mesmo fenômeno acontece na América Latina, com governos de países como a Venezuela, o Equador e a Argentina, se utilizando dos mecanismos democráticos para aprovar leis que lhes conferem superpoderes, colocando o Executivo acima dos outros poderes, fazendo com que o sistema democrático perca sua característica de contrapesos.
Não é o que ocorre no Brasil, pois nenhuma legislação foi aprovada para alterar a composição do Supremo e nem o Legislativo foi obrigado a não analisar a pertinência das medidas provisórias, por exemplo.

MAS A DESMORALIZAÇÃO DOS DEMAIS PODERES DA REPÚBLICA PODE LEVAR AO MESMO RESULTADO.

"Pequenezas eleitoreiras que nada constroem"

Marta Suplicy relutou em entrar na pré-campanha do seu ex-auxiliar financeiro, mas continua desabrida na contundência do ataque que faz a mim, à minha administração e à cidade. Exemplo disso está na sua coluna do dia 7, neste jornal. A começar pelo título ("Mediocridade agora tem"). É, digamos, deselegante, mas no estilo Marta. É também democrático, reconheço. Ela escreve o que quer, claro, embora o pré-candidato José Serra, em coluna em outro jornal, abstenha-se, por iniciativa própria, de abordar nesse tom assuntos municipais, com autoelogios ou ataques fora do lugar. Aqui, coloco hoje, com objetividade, os meus argumentos. 

Marta Suplicy diz, em linhas gerais, que fez um ótimo governo. Os paulistanos acham o contrário. Em 2004, deram a vitória ao Serra. E, em 2008, foi derrotada por mim. Duas vezes os eleitores disseram que não queriam Marta de volta à prefeitura. E, agora, quem disse a mesma coisa foi seu partido, o PT, que preferiu outro pré-candidato.
 
Marta alega que naufragou porque não tinha recursos. Isso é no mínimo discutível, pois ela enterrou mais de R$ 700 milhões no projeto Fura-Fila, muito mal gerido. Fizemos andar. Recursos públicos, quando bem geridos, possibilitam projetos inovadores, como o Cidade Limpa, as Amas (hoje são quase 120), o Mãe Paulistana (quase 700 mil partos, com a atenção que as mães não tinham e agora têm) e o remédio em casa, pelo correio, para milhares de pessoas vítimas de doenças crônicas e outros. Recursos públicos, geridos com austeridade e competência, permitem, por exemplo, trocar escolas e salas de lata por instalações dignas.

O que também fizemos, aliás, com os CEUs, que tinham falhas de planejamento, funcionários sem pagamento, piscinas sem cloro e obras abandonadas. Serra manteve o nome, melhorou e ampliou o projeto, que hoje é outro. Continuamos, aperfeiçoamos, mais que duplicamos. Isso é respeitar o dinheiro público investido. Marta -que não justifica suas ausências e seu alheamento aos interesses de São Paulo (cidade e Estado) no Senado- não explica por que esbanjou dinheiro público em coqueiros inadequados, túnel com semáforos e inundação, corredores de ônibus feitos com pintura de faixas no chão que fomos obrigados a refazer.

Não estamos aqui pedindo para a ex-prefeita explicar os cofres públicos vazios, os hospitais não construídos, a saúde destroçada, a falta de remédio nos postos e a fila de credores na porta da prefeitura.

Seria tedioso, enfim, enumerar todos os equívocos da administração do PT.  
Os paulistanos, vítimas dele, já mostraram duas vezes que têm boa memória. 

Não é denegrindo a cidade, minimizando conquistas e avanços, omitindo a valiosa contribuição dos paulistas ao Brasil e tentando rebaixar o trabalho, as qualidades e virtudes de São Paulo e dos paulistanos que Marta Suplicy contribuirá para a discussão dos problemas gigantescos que, como administradores e cidadãos, temos de enfrentar.

O diálogo exige equilíbrio e seriedade. Esta nossa metrópole de 11 milhões de pessoas espera, no mínimo, um debate acima das mágoas e das grosserias eleitoreiras. 

Gilberto Kassab,em coluna de hoje na Folha de São Paulo

Pegadinha' nos juros bancários

Autor(es): agência o globo:Roberta Scrivano
O Globo - 24/04/2012
Para obter as taxas que as instituições divulgam, cliente deve cumprir uma série de condições

Os clientes que foram ontem aos bancos para ter informações sobre as novas taxas de juros saíram decepcionados. A principal reclamação é que, para usufruir de menores percentuais anunciados nas propagandas, é preciso cumprir uma série de requisitos. As "pegadinhas" vão desde a aplicação do juro menor apenas para empréstimos de prazo muito curto até a exigência de um tempo mínimo de conta no banco.

Em uma agência visitada ontem pelo GLOBO em São Paulo, um cliente que não se identificou disse que "não é como está na propaganda".

Até os gerentes concordaram com o comentário dos correntistas e alertam que há "muitas pegadinhas" nos novos anúncios.
(...)

Na maior parte das propagandas, os bancos publicam a taxa mínima que será praticada numa operação. No entanto, o valor real é calculado segundo o perfil do cliente. Na Caixa, por exemplo, o panfleto que divulga os juros menores diz que o cheque especial tem taxa a partir de 1,35% ao mês. Mas o cliente que resolver abrir conta na Caixa para usufruir o benefício vai obter taxa de 4,45% mensal no limite da conta.

- Os juros menores são para clientes que já têm relacionamento antigo com o banco - diz a gerente de uma agência na Zona Sul paulistana, ressaltando que, caso o cliente receba salário pela Caixa, a taxa do cheque especial pode cair para 3,5% ao mês.
(...)

O Bradesco iniciou ontem a aplicação de novas taxas para financiamento de veículo (a partir de 0,97%); crédito pessoal (queda de 2,66% para 1,97% ao mês); e CDC Bens (de 3,54% para 2,97% ao mês).

- Mas a taxa de 0,97% ao mês para o financiamento de veículo só vale para quem dividir o pagamento em quatro vezes - alertou a gerente de outra agência na Zona Oeste de São Paulo.
Antonio de Oliveira Siqueira, de 44 anos, dono de um pequeno restaurante na capital paulista, foi à agência do Bradesco verificar se a taxa do leasing de sua van cairia. Hoje, ele paga 1,89% ao mês.
(...)

No BB, os juros para o uso do limite de crédito no cheque especial passou a variar entre 1,38% e 8,31%. Mas, para ter a taxa menor, é preciso cumprir alguns requisitos, como ter aplicação no banco e ser beneficiário do INSS. Na média, o cliente pode conseguir uma taxa de cerca de 3%, desde que esteja usando mais de 50% do limite e há dois meses. Assim, a dívida no cheque especial é transformada em um CDC, a ser pago em 24 parcelas.

- O juro do cheque especial não caiu de verdade. Eles apenas parcelam o que você está devendo com uma taxa menor. Não é o que eu precisava - retrucou Valter Roberto, corretor de imóveis de 63 anos.
(...)

E é preciso ficar atento às taxas por uma razão simples: o cliente que não obtiver a taxa mais vantajosa oferecida pela instituição ainda pagará caro para tomar crédito. Uma pesquisa da Anefac, considerando as taxas de juro mínimas e máximas divulgadas pelos bancos, chegou a diferenças impressionantes.

Quem comprar um carro no valor à vista de R$ 60 mil, em 48 parcelas, pagando juro de 4,23% ao mês (a taxa máxima oferecida pelo Bradesco), desembolsará R$ 141.144,20 pelo bem. O carro sai por R$ 75.333,39, se o cliente obtiver a taxa mínima do mesmo banco, de 0,97%. A diferença é de mais de R$ 65 mil no preço final do bem.

Para justificar tanta diferença entre a taxa mínima e a máxima, os bancos alegam que precisam avaliar o comprometimento da renda do cliente, que indica o potencial de inadimplência, o histórico do relacionamento com a instituição, e o próprio produto oferecido. Num empréstimo consignado, por exemplo, o risco para o banco de levar um calote é muito menor do que no rotativo do cartão. Isso porque a parcela do empréstimo é descontada diretamente na conta do cliente.

Íntegra AQUI.

"PT" É O PARTIDO COM PEDRAS NAS MÃOS. PORÉM, COM TELHADO DE VIDRO


Angolano mediou doação de
Cachoeira a Lula

Na coluna de Cláudio Humberto

Ex-assessor e amigo do peito de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do governo passado, Rogério Buratti, que pode ser convocado à CPI do Cachoeira, apontou o angolano Roberto Kurzweil como intermediário da suposta doação de R$ 1 milhão à campanha presidencial em 2002, sob o compromisso de o presidente legalizar os bingos. 
O doador, disse Buratti, foi o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

(A revista Veja publicou uma reportagem em que Roberto Kurzweil aparece como o homem que "emprestou um carro blindado para o transporte dos dólares cubanos que irrigaram a campanha presidencial de Lula em 2002." )

Clique para ler a reportagem completa

 Mais...

O que a empreiteir​a Delta deu para Marta Suplicy

Lauro Jardim, Radar on line

Mantendo providencial distância do rolo da CPI mista do Cachoeira no Congresso, Marta Suplicy recebeu, em 2004, um senhor empurrão da Delta Construções na disputa pela Prefeitura de São Paulo.


A empreiteira de Fernando Cavendish doou 415 000 reais ao comitê de campanha do PT na capital paulista. Naquele ano, a Delta distribuiu 1,7 milhão de reais a candidatos e partidos políticos em todo o país.
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 (Em 2001, ano em que começaram a ser implementados os programas de transferência de renda,  a VEJA publicou reportagem sobre o "Bolsa-Escola", Lula e demais petistas chamavam de "bolsa-esmola". Marta, então prefeita de São Paulo, foi o principal foco de resistência contra o programa.
Relembro esse fato para mostrar como políticos falsos e mentirosos fazem o eleitor de bobo.
Por isso, é muito importante buscar a informação antes de acreditar em discurso de palanque e no falso moralismo do PT.)

Mais uma medida para que "TODOS" sejam reféns do governo

Em vez de seguro agrícola, Dilma cria a Bolsa Estiagem

O Brasil é uma piada de mau gosto. Nos Estados Unidos, 89% da produção agrícola é segurada. Ninguém vê agricultores desesperados por causa de um furacão, de uma seca ou de uma inundação. Aqui no Brasil, o governo deu R$ 150 millhões para seguro agrícola em 2012, a muito custo.  
Agora vejam o que a Dilma criou apenas para o Nordeste. E quanto ela gastou. 
É fácil assim: em vez de depender do seu trabalho, o pobre diabo fica dependendo do governo. 
Atrelado ao poder federal. Sendo obrigado a votar nele, seja por necessidade, seja por reconhecimento. 
 Abaixo, notícia de hoje da Folha de São Paulo.

A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem, em Aracaju, a liberação de R$ 2,723 bilhões e a criação da Bolsa Estiagem para combater os efeitos da seca no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Os recursos serão aplicados em ações de urgência e obras de estrutura em até seis meses, quando deve começar novo período chuvoso no semiárido.
(...)
Uma das novidades do pacote, a Bolsa Estiagem atenderá pequenos agricultores que não estão cobertos pelo seguro-safra -mesmo os atendidos pelo Bolsa Família. No total, serão R$ 200 milhões para o programa. Cada beneficiado receberá R$ 400, em cinco parcelas mensais de R$ 80. Serão identificados pelo cadastro único do governo. Já os lavradores cobertos pelo seguro terão R$ 500 milhões. Cada um receberá R$ 680, em cinco parcelas. 
Comentário final: com R$ 2,7 bilhões, o governo faria seguro agrícola para 40% da produção nacional. E quem pagaria o prejuízo seriam as seguradoras privadas e não o contribuinte. 
É muita irrresponsabilidade e oportunismo com a miséria do campo brasileiro.