segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

MINISTRO MORO NO PÂNICO



O ministro Sergio Moro foi o convidado para entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda, 27 de janeiro. 

Sem o tom provocativo, como tem sido o padrão jornalístico militante nos últimos tempos, evidentemente que algumas perguntas sobre a onda de boataria que tem se espalhado contra o governo não poderiam faltar.

Perguntado se estaria se sentindo desprestigiado depois de a ideia de um suposto desmembramento do Ministério da Justiça e da Segurança Pública ter sido lançada por políticos interessados em cargos, como também em enfraquecer o combate ao crime organizado e à corrupção, o ministro garantiu que permanece no cargo. 

“Esse episódio… O próprio presidente falou que está encerrado. Não tem nenhum motivo para eu não ficar. Estou fazendo um trabalho que me comprometi com o presidente”, afirmou.

O ministro também foi questionado sobre as críticas que recebeu de um desses interessados em criar confusão para se dar bem, como a de que é “queridinho” da imprensa e “parece menino buchudo”, pois “fica reclamando”, além da experiência do ministro da Justiça na área da segurança pública ter sido posta em dúvida.

“Eu não falei nada de nada. Tenho 22 anos de magistratura antes de entrar como ministro”, rebateu Moro. “Hoje, no Brasil, grande parte da violência está vinculada ao crime organizado. A minha compreensão é que se você combater o crime organizado, vai ter um reflexo disso na queda dos crimes em geral.”

E ainda

“Os resultados falam por si. Claro que é um mérito compartilhado com as forças de segurança estaduais e municipais, onde tem. Mas 22% a menos de assassinatos em 2019, e eu não gosto de usar essa expressão que foi utilizada por algumas pessoas no passado, é algo que nunca aconteceu antes no país.”

Sergio Moro está convicto de que há pessoas interessadas em enfraquecer o governo e tirá-lo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

“Tem muita gente querendo enfraquecer o governo, me tirando fora do governo. E, às vezes, gerando essas intrigas”, afirmou.

No programa da Jovem Pan, Sergio Moro disse que apoiará a reeleição de Jair Bolsonaro:

“Já falei um milhão de vezes. Daqui a pouco, vou tatuar na testa. O presidente já apontou que pretende disputar a reeleição. Sou ministro do governo, vou apoiar o presidente Bolsonaro.”

Apesar de alguns pontos aprovados pelo Congresso que não o agradam, Sergio Moro defendeu o pacote anticrime sancionado por Jair Bolsonaro.

“O pessoal falou: ‘ah, foi uma derrota do Moro’… Não. Tem muita coisa importante lá”, disse o ministro da Justiça. 

“O pacote que foi apresentado tem muitas coisas boas que foram aprovadas. […] Tem algumas coisas que colocaram lá que eu discordo, mas acho que são contornáveis por interpretação do juiz”, prosseguiu Moro. “A questão é que os juízes vão ter que contornar. Não tem nada ali tão comprometedor. Acredito ainda que é uma lei importante para o país e que tem mais avanços do que retrocessos.”

Sergio Moro também foi perguntado, na entrevista ao Pânico, se gostaria de assumir uma vaga no STF.

“Não gosto de discutir vaga enquanto a vaga não existe. É um negócio meio esquisito”, despistou o ministro da Justiça. 

Em seguida, no entanto, Moro afirmou:

“É uma perspectiva que pode ser interessante e natural na minha carreira. Mas a escolha cabe ao presidente da República. Ele tem a possibilidade de me indicar, pode indicar outras pessoas. […] Tem outros nomes. Acho que o presidente só vai fazer essa escolha no momento apropriado.”

Apenas por curiosidade, também indagaram a Sergio Moro se havia assistido ao documentário “Democracia em Vertigem”, dirigido por Petra Costa e indicado ao Oscar.

“Acabei assistindo. Olha, acho que a cineasta é bastante honesta no começo, quando ela diz assim: ‘Eu sou petista, e o Lula é meu herói’. E o resto do filme segue essa toada”, disse Moro.

Por falar no chefe da quadrilha condenado, porém provisoriamente solto, Moro também falou sobre a prisão e a soltura de Lula. 

“O correto era ele ter saído após cumprir toda a pena dele. A revisão da prisão em segunda instância, com todo o respeito ao STF, foi um retrocesso. Mas acho que há perspectivas de a gente conseguir aprovar isso [no Congresso], para voltar a execução em segunda instância. Isso transcende, e muito, a questão do Lula. Se você comete um crime, tem de ser punido nessa vida, não na próxima”, disse Moro.

E mais:

“O cara que você prendeu normalmente não gosta [de você]. Mas esse pessoal não fica preso o resto da vida. Uma hora ou outra eles saem da prisão.”

Assistam a entrevista no vídeo abaixo:


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