sábado, 28 de junho de 2014

"BLACK BLOCS DO CARVALHO!"

Por Reinaldo Azevedo

Enquanto o país amargava muitos milhões de prejuízo com a ação de bandidos mascarados, fantasiados de rebeldes, o ministro Gilberto Carvalho batia um papinho com eles, conforme confessou à repórter Natuza Nery, desta Folha. O petista incorre, assim, nas alíneas 9 do artigo 7º e 4, 5 e 7 do artigo 8º da Lei 1.079: é “crime de responsabilidade”. Pena: perda da função pública e dos direitos políticos por cinco anos. Estão à disposição os respectivos arquivos desta coluna, do meu blog e do programa diário que mantenho na rádio Jovem Pan. Evidenciam o que penso sobre black blocs e manifestações violentas. Por mim, a canalha tem de ser enquadrada nos artigos 15 a 19 da Lei 7.170, a de Segurança Nacional.

Carvalho e seu partido, então, é que passam a mão na cabeça de bandidos. Com quem mais ele pretende conversar? Fernandinho Beira-Mar? Marcola? A propósito: aquele encontro do deputado estadual petista Luiz Moura (SP) com membros do PCC fazia parte dessa rotina de diálogos? O site do PT publicou uma lista negra com os respectivos nomes de nove jornalistas, eu entre eles. Consta que nossos “paroxismos odientos” se revelariam “com mais clarividência na Copa do Mundo”. O texto é de Alberto Cantalice, vice-presidente da legenda. Esse outro apedeuta certamente ignora o que seja “clarividência”. Se clarividente eu fosse, não seria Cantalice a perceber.
(…)
FRONTEIRAS
Janio de Freitas lamentou que a entidade Repórteres Sem Fronteiras tenha expressado seu repúdio à lista negra de jornalistas feita pelo PT. Não criticou a existência da dita cuja, preferindo destacar que há, sim, “repórteres e comentaristas com fronteiras entre si, sejam filosóficas, sejam éticas, sejam outras”. O comentarista tem razão. Se ele fosse alvo de macarthismo de direita ou de esquerda, eu protestaria. Não por ele, cujo pensamento abomino, mas por sua liberdade de dizer o que pensa. Defendendo-o, pois, com ou sem a sua concordância (não dependeria dele), eu ajudaria a preservar a liberdade. Ele, no entanto, prefere endossar o paredão e atacar a entidade que reagiu. Não está agredindo a mim e aos outros oito. Agride a liberdade. Fronteiras.
Para ler a íntegra da coluna, clique aqui

O PT FORA DO EIXO

José Serra
O PT não é um partido muito tolerante já a partir de seus próprios pressupostos originais e de seu nome: quem se pretende um partido “dos” trabalhadores, não “de” trabalhadores, já ambiciona de saída a condição de monopolista de um setor da sociedade. Mais ainda: reivindica o poder de determinar quem pertence, ou não, a essa categoria em particular. Assim, um operário que não vota no PT, por exemplo, não estará, pois, entre “os” trabalhadores; do mesmo modo, o partido tem conferido a “carteirinha” de operário padrão a pessoas que jamais ganharam o sustento com o fruto do próprio trabalho.
A fórmula petista é conhecida: a máquina partidária suja ou lava reputações a depender de suas necessidades objetivas. Os chamados bandidos de ontem podem ser convertidos à condição de heróis e um herói do passado pode passar a ser tratado como bandido. A única condição para ganhar a bênção é estabelecer com o ente partidário uma relação de subordinação. A partir daí não há limites. Foi assim que o PT promoveu o casamento perverso do patrimonialismo “aggiornado”, traduzido pela elite sindical, com o patrimonialismo tradicional, de velha extração.(…)
Não tendo mais auroras a oferecer, não sabendo por que governa nem por que pretende governar o País por mais quatro anos, e percebendo que amplos setores da sociedade desconfiam dessa eterna e falsa luta do “nós” contra “eles”, o petismo começa a adentrar terrenos perigosos. Se a prática não chega a ameaçar a democracia – tomara que não! –, é certo que gera turbulências na trajetória do País. No apagar das luzes deste mandato, a presidente Dilma Rousseff decide regulamentar, por decreto – quando poderia fazê-lo por projeto de lei –, os “conselhos populares”. Não por acaso, bane o Congresso do debate, verticalizando essa participação, num claro mecanismo de substituição da democracia representativa pela democracia direta. Na Constituição elas são complementares, não excludentes. Por incrível que pareça – mas sempre afinado com o bolchevismo sem utopia –, o modelo previsto no Decreto 8.243 procura substituir a democracia dos milhões pela democracia dos poucos milhares – quase sempre atrelados ao partido. É como se o PT pretendesse tomar o lugar da sociedade.
Ainda mais detestável: o partido não se inibe de criar uma lista negra de jornalistas – na primeira fornada estão Arnaldo Jabor, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Guilherme Fiuza, Danilo Gentili, Marcelo Madureira, Demétrio Magnoli e Lobão –, satanizando-os e, evidentemente, expondo-os a riscos. É desnecessário dizer que tenho diferenças, às vezes severas, com vários deles. Isso é parte do jogo. É evidente que o regime democrático não comporta listas negras, sejam feitas pelo Estado, por partidos ou por entidades. Mormente porque, por mais que se possa discordar do ponto de vista de cada um, em que momento eles ameaçaram a democracia? Igualmente falsa – porque há evidência dos fatos – é que sejam tucanos ou “de oposição”. Não são. Mas, e se fossem? Num país livre não se faz esse tipo de questionamento.
Acuado pelos fatos, com receio de perder a eleição, sem oferecer uma resposta para os graves desafios postos no presente e inexoravelmente contratados para o futuro, o PT resolveu acionar a tecla da intolerância para tentar resolver tudo no grito. Cumpre aos defensores da democracia contrariar essa prática e essa perspectiva. Não foi assim que construímos um regime de liberdades públicas no Brasil. O PT está perdendo o eixo e tende a voltar à sua própria natureza.
Leia a íntegra aqui

EM VEZ DE EXPLICAR DENÚNCIAS, LULA PREFERE ATACAR QUEM AS NOTICIA

LULA USA CONVENÇÃO REGIONAL DO PT PARA ATACAR A IMPRENSA


A convenção regional do Partido dos Trabalhadores na Bahia serviu de palco para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defender a contratação sem licitação da Petrobras para explorar o volume excedente de óleo em campos de petróleo do pré-sal. Além de defender Dilma Rousseff, sua afilhada política, Lula fez seus costumeiros ataques a atuação da imprensa brasileira.
“Essa mulher (Dilma), antes de ontem, anunciou uma coisa extraordinária para a Petrobras”, defendeu Lula, e prosseguiu “a presidente Dilma pegou uma área de petróleo, essa área que demos como cessão onerosa, que tinha muito mais que 5 bilhões de barris de petróleo, e ela fez outra concessão para a Petrobras. E a Petrobras vai pagar por isso R$ 15 bilhões ao governo até 2018. Ou seja, a Dilma fez o que 98% dos brasileiros quer que ela faça, que é fortalecer a empresa mais importante que nós temos neste país”, discursou o ex-presidente, ao lado de Dilma, em Salvador.
Jornais brasileiros classificaram a operação como uma manobra para auxiliar o Executivo federal a cumprir sua meta de superávit primário, o que gerou a reclamação do ex-presidente. “Como a imprensa reagiu? Algumas manchetes dos jornais diziam ‘Dilma faz concessão à Petrobras para resolver seu problema de superávit primário’. Achando que isso foi uma jogada para resolver problema de governo e cumprir superávit. Outro dizia que a Dilma, mais uma vez, burla o mercado porque não faz licitação. Outro dizia ‘cai a desconfiança do governo no mercado internacional”, ressaltou Lula.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

NÓS, OS PATETAS, É QUE PAGAMOS O PATO

Jorge Oliveira

A idéia em princípio parecia boa. O bolivariano Hugo Chávez participaria da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a Venezuela, que ele governava com mão de ferro, dividiria os investimentos de US$ 2,3 bilhões com o Brasil. Chávez morreu sem nunca o seu país ter desembolsado um tostão sequer para tocar o empreendimento, Lula deixou o poder e, hoje, a Petrobrás arca com os custos da refinaria que já beiram os US$ 20,1 bilhões. A obra, que começou em 2003, já é considerada a mais cara do mundo, com custo médio US$ 87 mil por barril de óleo, o dobro da média no mercado internacional.
Não, não se espante.  A Petrobrás, antes a empresa símbolo do país em eficiência e produtividade, nas mãos dos petistas virou uma empresinha de fundo de quintal. Emprega milhares de militantes terceirizados, faz compra de refinarias superfaturadas no exterior e não aguenta uma análise minuciosa do Tribunal de Contas da União que já identificou dezenas de contratos ilegais. Seus ex-diretores são lobistas da própria empresa e um deles está preso por lavagem de dinheiro, envolvido com a máfia dos doleiros.
Agora o Brasil entende porque o PT se alvorou em defender com unhas e dentes a estatal. Chegou a inventar que os tucanos iriam privatizar a empresa se ganhassem as eleições em 2010. É que eles transformaram a Petrobrás em patrimônio do partido, dividiram a diretoria entre os apaniguados e de lá tiravam o suprimento das campanhas. Milhões de reais em contratos ilegais e superfaturados iam parar nas mãos dos doleiros. Estes, limpavam o dinheiro e o depositavam na conta do partido através de empresas de fachadas.
Defender a Petrobrás, portanto, era defender os interesses dos diretores gatunos e manter a quadrilha operando na maior empresa do Brasil. Não era e nunca foi um gesto patriótico nem um ato heroico do PT contra as privatizações.  Era, na verdade, um ato de vandalismo aos cofres da empresa e ao bolso do contribuinte que, com cara de pateta, assiste o dinheiro público sumir pelo ralo nos órgãos estatais dirigidos por sindicalistas incompetentes e despreparados.
A operação bolivariana entre Lula e Chávez para construir a Refinaria Abreu e Lima foi uma das mais danosas ao país. A Petrobrás gastou 770% mais que o previsto com as 141 alterações contratuais até agora. Em qualquer lugar do mundo, os responsáveis por esse desperdício já estariam na cadeia. Veja, por exemplo, esses números: 478 milhões de dólares é o valor a que pode chegar o sobrepreço apenas em quatro contratos, segundo o TCU, e 78 milhões de dólares foram gastos para corrigir um erro no projeto que comprometeu as fundações.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás que está preso é fichinha diante do que outros diretores petista fazem na Petrobrás. Trataram a empresa como o boteco do português de Madureira, sem desmerecer, é claro, a administração dos lusitanos nessa área. À frente do Conselho da empresa, a Dilma não sabia nem o que aprovava, por isso, a Petrobrás também foi lesada na compra da refinaria do Texas. Mesmo assim, a presidente foi vendida ao país como grande administradora apenas por ter apresentado um laptop ao Lula quando era presidente. Esqueceram de lembrar durante a campanha que ela faliu uma loja de R$ 1,99 que montou em Porto Alegre na época das vacas magras. O Lula é outro. Nunca soube administrar nada porque há décadas, desde que deixou de ser metalúrgico, sempre foi sustentado por sindicatos e partido político.
Infelizmente, é nas mãos dessas pessoas que está o destino do país. Portanto, não se engane: a crise econômica apenas começou.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

A VELHA ARENA CONTINUA COM O PT

O golpe no PP: A velha Arena adere aos métodos da velha VAR-Palmares! Como diria Ciro Gomes, “que nojo!”

Por Reinaldo Azevedo
Huuummm… Daqui a pouco haverá gente elogiando a sagacidade da presidente Dilma — serão as mesmas penas que atacaram o PTB por ter deixado o governo. E por quê? Porque o Planalto se meteu numa conspirata com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, do Piauí. E em que consistiu a operação?
Ora, o PP, descendente direto da Arena, o partido que apoiou a ditadura militar, aderiu aos métodos de decisão que vigoravam na VAR-Palmares, um dos grupos terroristas a que pertenceu Dilma: o centralismo democrático. Em “esquerdês”, o que quer dizer “centralismo democrático”? É o poder que detém o comando do partido para tomar decisões terminativas, sem espaço para contestação e sem consultar ninguém. Lênin o adotou como um dos pilares do comunismo revolucionário. Qual é a base, digamos, teórica e moral desse método? É simples: o “partido” (no caso, o comunista) representa o povo. Se representa, seus dirigentes são a encarnação máxima desse povo, certo? Logo, quando o comando decide, é como se o povo decidisse. Ainda que dê a impressão do contrário, é o método que vigora também no PT. Adiante.
O PP está rachado. Se o apoio a Dilma fosse posto em debate, seções importantes do partido resistiriam; tenderiam a dizer “não”. Boa parte, com chance de ser a maioria, queria a neutralidade. O que fez, então, o ínclito Ciro Nogueira? Pôs em votação uma resolução que conferiu à Executiva Nacional o direito de tomar a decisão, sem consultar mais ninguém. Deixou lá os convencionais com cara de bobos. É o que se chama “golpe”. E o comando decidiu apoiar Dilma e pronto!
Que coisa espetacular! Diga-se em favor dos comunas que todos os membros do partido concordavam com o centralismo democrático. No caso do PP, não! A reação foi de revolta. Ângela Amin, vice-presidente da legenda, nem foi consultada. Disse que vai recorrer à Justiça contra a convenção, contando com o apoio da senadora Ana Amélia, hoje favorita na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. Também o atual governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, foi feito de bobo. Ele é um dos que defendem a neutralidade, a exemplo do presidente de honra da sigla, senador Francisco Dornelles (RJ) — na verdade, ele queria o apoio a Aécio, mas achava que um partido neutro contemplaria a maioria.
Quem entregou o jogo foi o ministro das Cidades, Gilberto Occhi. “Houve um almoço com a presidente em que o PP confirmou o seu apoio”. Entenda-se por PP a direção do partido, a mesma que deu o golpe. Ora, se prometeu, tem de entregar, né? E o ministro tentou filosofar: “Divergências acontecem em todos os partidos, é fruto da democracia no país”. Na sua concepção de democracia, quem é contra não tem direito nem a voz nem a voto. Finalmente, a VAR-Palmares impôs seus métodos à Arena.
Como diria o pensador Ciro Gomes, “que nojo!”. E que fique claro, para arrematar: é evidente que aqueles que não querem apoiar Dilma não vão apoiar Dilma. E ponto! O que Nogueira negociou com  o PT, sabe-se lá em quais termos, foi um minuto e pouco no horário eleitoral gratuito.

"CONTA DE PADEIRO", MAS O ROMBO É DE BILHÕES

Abreu e Lima continua a assombrar governo (Editorial)



O Globo
A Petrobras oficialmente insiste que tudo transcorre dentro da normalidade, enquanto o governo atua no front político para evitar qualquer possibilidade de investigação séria no Congresso, onde há uma CPI chapa-branca instalada no Senado e outra, mista, de deputados e senadores, em que existe algum risco para o Planalto.

Mas, apesar de todas as manobras, os gritantes desmandos na execução do projeto da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, continuam a se impor por si mesmos. São tamanhos os desvios que, recorrendo à imagem desgastada do lixo jogado para baixo do tapete, conclui-se que a capacidade de toda a indústria de tecelagem não parece capaz de encobrir tudo que tem sido descoberto nessa história exemplar de como não se pode subordinar a ação do Estado a interesses de partidos, ideologias e pessoas. Houve a conjugação desses três fatores no escândalo de Abreu e Lima.

Não é sempre, mesmo na indústria do petróleo, onde as cifras são contabilizadas em bilhões de dólares, que um projeto orçado há 11 anos em US$ 2,3 bilhões chega a US$ 18,5 bilhões, dado de abril, e pode ter um custo final de US$ 20,1 bilhões.

Reportagens publicadas pelo GLOBO domingo e ontem traçam o roteiro de como o projeto, uma decisão conjunta dos amigos e aliados político-ideológicos Lula e Hugo Chávez, atropelou a sensatez e relatórios técnicos, para fazer surgir uma refinaria cujo preço do barril refinado será de US$ 87 mil, mais que o dobro da média mundial. E pior para o Brasil, pois Chávez morreu, e os venezuelanos, que já não colocavam dinheiro no projeto, deixaram de vez a pesada fatura com a Petrobras. Por tabela, para o Tesouro, sustentado pelo contribuinte.

Cada vez mais se entende o sentido da afirmação do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à “Folha de S.Paulo”, entre uma prisão preventiva e outra, de que Abreu e Lima foi aprovada a partir de uma “conta de padeiro”. Quer dizer, a Petrobras, à época sob controle do lulopetismo sindicalista e aparelhada por indicações políticas, mesmo de técnicos da casa, se subordinou à vontade política do Planalto e do partido no poder.

Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, ele próprio apadrinhado (PP, PT e PMDB), conhece a história por dentro, porque presidiu o conselho de administração da refinaria. E nessa condição atuou na aprovação de inúmeros aditivos em contratos com empreiteiras e fornecedores de bens e serviços em geral, causa da explosão dos custos do projeto — em dólares, quase 800% acima do orçado.

Paulo Roberto está preso, de forma preventiva, a pedido da Polícia Federal, enquanto transcorre a Operação Lava-Jato, sobre bilionário esquema de lavagem de dinheiro administrado pelo doleiro Alberto Youssef, antigo conhecido do submundo da política. Impossível não relacionar uma coisa com a outra.

O AVESSO DA COPA

Não há nenhuma contradição entre o evento e a baixa criação de empregos

Por Reinaldo Azevedo
Os idiotas e o subjornalismo dos áulicos — aqueles que jamais irão parar na lista negra do PT, claro! — criaram mistificações às pencas sobre a criação de empregos por causa da Copa do Mundo. O mês de maio, como vocês viram foi o pior nessa área em 22 anos. Não deveria ter havido uma explosão de empregos, às vésperas da Copa do Mundo?
Na VEJA.com.:
O Brasil abriu 58.836 vagas formais de trabalho em maio, pior resultado para o mês desde 1992, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira. Trata-se de uma queda de 18,3% em relação a maio de 2013. Em abril, haviam sido criados 105.384 postos com carteira assinada, sem ajustes.
Pesquisa da Reuters com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 93 mil vagas, com as projeções variando entre 52 mil e 100 mil novos postos. Há 22 anos, em maio de 1992, haviam sido abertas 21.533 vagas com carteira assinada. O saldo do mês passado é resultado de 1.849.591 admissões e de 1.790.755 demissões. (...)
Se a economia fosse outra, sim. Com os juros já na estratosfera, inflação em alta e indústria na pindaíba, não existe Copa que faça milagre. Onze dos 12 setores industriais mais desempregaram do que empregaram — a única exceção foi o químico, que nada tem a ver com a competição. O setor mais virtuoso da economia, para não variar, foi o agronegócio, que é também o mais perseguido: gerou 44.105 vagas.
Mas a Copa não cria empregos? Cria alguns nas cidades-sede, mas o Brasil é um pouco maior do que as 12 capitais que abrigam os jogos. Ora, ora… Vamos pegar o caso de São Paulo, que sempre tem um peso importante nas estatísticas. Não tenho as contas, mas creio que a demanda maior pela Copa não chega a compensar a desaceleração brutal que houve no chamado “turismo de negócios”, que parou — e isso tem a ver com a estagnação da economia brasileira, que, numa perspectiva ainda otimista, pode crescer neste ano em torno de 1,5%. Isso quer dizer o óbvio: a Copa do Mundo não tornou o governo Dilma mais competente ou ofereceu respostas para o que resposta não tinha.
Este mês de junho e o seguinte devem apresentar uma melhora na geração de empregos, sobretudo por causa da contratação de mão de obra temporária no setor de turismo. A questão é saber o que vai acontecer depois. E, depois, não vai acontecer nada…