quinta-feira, 26 de junho de 2014

NÓS, OS PATETAS, É QUE PAGAMOS O PATO

Jorge Oliveira

A idéia em princípio parecia boa. O bolivariano Hugo Chávez participaria da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a Venezuela, que ele governava com mão de ferro, dividiria os investimentos de US$ 2,3 bilhões com o Brasil. Chávez morreu sem nunca o seu país ter desembolsado um tostão sequer para tocar o empreendimento, Lula deixou o poder e, hoje, a Petrobrás arca com os custos da refinaria que já beiram os US$ 20,1 bilhões. A obra, que começou em 2003, já é considerada a mais cara do mundo, com custo médio US$ 87 mil por barril de óleo, o dobro da média no mercado internacional.
Não, não se espante.  A Petrobrás, antes a empresa símbolo do país em eficiência e produtividade, nas mãos dos petistas virou uma empresinha de fundo de quintal. Emprega milhares de militantes terceirizados, faz compra de refinarias superfaturadas no exterior e não aguenta uma análise minuciosa do Tribunal de Contas da União que já identificou dezenas de contratos ilegais. Seus ex-diretores são lobistas da própria empresa e um deles está preso por lavagem de dinheiro, envolvido com a máfia dos doleiros.
Agora o Brasil entende porque o PT se alvorou em defender com unhas e dentes a estatal. Chegou a inventar que os tucanos iriam privatizar a empresa se ganhassem as eleições em 2010. É que eles transformaram a Petrobrás em patrimônio do partido, dividiram a diretoria entre os apaniguados e de lá tiravam o suprimento das campanhas. Milhões de reais em contratos ilegais e superfaturados iam parar nas mãos dos doleiros. Estes, limpavam o dinheiro e o depositavam na conta do partido através de empresas de fachadas.
Defender a Petrobrás, portanto, era defender os interesses dos diretores gatunos e manter a quadrilha operando na maior empresa do Brasil. Não era e nunca foi um gesto patriótico nem um ato heroico do PT contra as privatizações.  Era, na verdade, um ato de vandalismo aos cofres da empresa e ao bolso do contribuinte que, com cara de pateta, assiste o dinheiro público sumir pelo ralo nos órgãos estatais dirigidos por sindicalistas incompetentes e despreparados.
A operação bolivariana entre Lula e Chávez para construir a Refinaria Abreu e Lima foi uma das mais danosas ao país. A Petrobrás gastou 770% mais que o previsto com as 141 alterações contratuais até agora. Em qualquer lugar do mundo, os responsáveis por esse desperdício já estariam na cadeia. Veja, por exemplo, esses números: 478 milhões de dólares é o valor a que pode chegar o sobrepreço apenas em quatro contratos, segundo o TCU, e 78 milhões de dólares foram gastos para corrigir um erro no projeto que comprometeu as fundações.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás que está preso é fichinha diante do que outros diretores petista fazem na Petrobrás. Trataram a empresa como o boteco do português de Madureira, sem desmerecer, é claro, a administração dos lusitanos nessa área. À frente do Conselho da empresa, a Dilma não sabia nem o que aprovava, por isso, a Petrobrás também foi lesada na compra da refinaria do Texas. Mesmo assim, a presidente foi vendida ao país como grande administradora apenas por ter apresentado um laptop ao Lula quando era presidente. Esqueceram de lembrar durante a campanha que ela faliu uma loja de R$ 1,99 que montou em Porto Alegre na época das vacas magras. O Lula é outro. Nunca soube administrar nada porque há décadas, desde que deixou de ser metalúrgico, sempre foi sustentado por sindicatos e partido político.
Infelizmente, é nas mãos dessas pessoas que está o destino do país. Portanto, não se engane: a crise econômica apenas começou.

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