domingo, 7 de janeiro de 2018

O FORAGIDO

 
Quem pretender pensar sobre o que vai acontecer na política nacional no próximo dia 24 de janeiro do corrente ano, mais propriamente no que diz respeito ao julgamento em grau de recurso, no Tribunal Federal da 4ª Região em Porto Alegre, do condenado Lula da Silva, concluirá que o petista, já apenado com nove anos e meio de reclusão no rumoroso “Caso do Triplex de Guarujá”, provavelmente verá não só sua pena ser aumentada para 15 ou 16 anos de cadeia, mas, também, sua prisão decretada.

Não trabalho com as hipóteses de o Réu ser absolvido e de responder solto o restante do processo, isto por causa do conjunto de provas dos autos, o qual, à vista da sentença do Juiz Sérgio Moro de Curitiba, se revela como absolutamente incontornável quanto à caracterização dos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Os crimes foram praticados e não tem conversa.

Os cenários relativos à absolvição e à liberdade do apenado Lula são a meu ver os mais improváveis porque isto importaria necessariamente em que o Órgão Julgador, isto é, a 8ª Turma do TRF-4, contrariasse frontalmente decisões anteriores adotadas por ele próprio em hipóteses semelhantes, abrindo, para casos futuros e até para outras ações já julgadas, perigosos precedentes que os desmoralizariam e os desacreditariam perante o Judiciário e o Brasil, além de se tornarem aquelas equivocadas decisões absolutamente ultrapassadas, em pouquíssimo tempo no caso em questão.

Com certeza. Não se deve esquecer, no que tange ao petista larápio, que existem mais duas ações criminais – uma relativa à compra de um terreno para instalação do tal Instituto Lula e outra referente à aquisição de um sítio em Atibaia-SP – em curso perante o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, as quais, em virtude das adiantadas fases dos respectivos processos terão fatalmente suas sentenças prolatadas possivelmente até abril deste ano. Deste modo, se Lula for condenado em qualquer dessas ações, o corajoso e íntegro magistrado Sérgio Moro decretará obrigatoriamente sua prisão, posto que naquela altura o bruto já estará condenado definitivamente em segunda instância, pelo TRF da 4º Região.

Lula sai preso de Porto Alegre ou de Curitiba, mas antes de meados deste ano não escapa do xilindró.

Caso se queira mesmo aprofundar nessa questão e nos desdobramentos que dela decorrem, convém levar em conta, além da trajetória de vida do esperto e inescrupuloso Lula da Silva, seus interesses pessoais, os de sua família - hoje milionária - e os da trupe que o cerca, aqui inclusos seus comparsas e asseclas do PT. Ponderem. Tudo isso tem que ser inserido no contexto político atual em que as forças que apoiam aquela gente, dotadas de tentáculos enormes no executivo, no legislativo e principalmente no judiciário em Brasília, não querem ver o homem preso no Brasil, pois isto prejudica terrivelmente seus propósitos iguais, quais sejam: chegar às eleições de 2018, e reeleger o máximo de corruptos e patifes possíveis, objetivando manter tudo como está e toda a abjeta classe política em seus mesmos lugares. Vejamos.

Lula nunca foi um líder e muito menos um estadista, nem uma caricatura grotesca disto. Foi sempre um mero e ladino “gigolô de porta de fábrica”, que por toda sua vida se valeu das posições que desfrutou para, em primeiro lugar, defender seus interesses pessoais. Vai continuar assim até morrer e, por isso mesmo, conquanto bem saiba todo mal que praticou contra a Nação Brasileira, nunca admitirá ser preso como ocorreu com José Dirceu, Antônio Palocci, Delcídio Amaral, Delúbio Soares, Vaccari Neto, Renato Duque, Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro da OAS, José Carlos Bumlai, os marqueteiros João Santana e sua mulher e muitos outros que sempre comandou durante os saques praticados aos cofres públicos.

Entretanto, a situação do petista desta feita é bem diferente de outras anteriores. No passado, quando estava à frente dos Sindicatos, negociou ou vendeu para os donos das fábricas o direito dos companheiros de trabalho, resguardando para si enormes vantagens. Quando esteve preso outrora, negociou sua liberdade e mordomias com o carcereiro, segundo a crônica da época. Quando se viu perto de ser envolvido e impichado por causa do Mensalão do PT, negociou com uma incauta oposição comandada por FHC e os deixou todos tontos, “rodando num pé só”, para adiante dar a volta por cima. Com o TRF-4 e com o Juiz Moro não tem negócio, por isso ele vai fugir.

É isso mesmo. É o que me parece e muito ficarei surpreso se Lula proceder tal qual Maluf que, recebendo voz de prisão se entregou de imediato à Polícia Federal. Penso que fará muito diferente e estou autorizado a assim intuir porque ele próprio vem alardeando, pelo Brasil inteiro, de maneira insultuosa, que todos os processos contra ele não passam de uma ação política partidária travestida de legalidade engendrada pela direita reacionária. Esses movimentos são cortinas de fumaça que visam encobrir seu propósito de se apresentar lá fora como preso político, carente de exílio.

Decretada a prisão de Lula em 24 de janeiro, por decisão unânime, seus caríssimos patronos ainda se valerão de um último recurso processual possível que lhe renderá cerca de algumas semanas em liberdade. Neste meio tempo ele foge provavelmente para o México, porque na região sul daquele país o petista sem verniz terá amplo apoio das FARC’s e de outras entidades guerrilheiras ou narcotraficantes aliadas e integrantes do Foro de São Paulo, que lá dominam ainda os territórios e de onde seguirá tranquilo para Espanha, que é o destino de muitos políticos fugitivos de países da “américa latrina”. Engana-se quem pensar em Cuba como destino, pois Lula gosta de luxo e conforto e lá só tem isso para os Castros. Além disto, segundo vários delatores da Lava Jato, o dinheiro do petista no exterior está depositado em países mais facilmente acessíveis na Europa.

Esta é uma situação que interessa a muita gente e à classe política como um todo, especialmente a que irá para eleições de 2018. Subir no palanque com Lula inelegível e se fazendo de vítima da elite branca é uma coisa, mas com ele atrás das grades é outra bem diferente. Tudo isso sem contar que crescerá o temor de que o “Ogro de Garanhuns” possa resolver abrir o bico a qualquer momento. Por que não?

Tal circunstância me remete aos idos de 1964. Enquanto as Forças Armadas deflagravam a Revolução e seus líderes se posicionavam para o que desse e viesse a grande maioria dos políticos da época se postavam de joelhos rezando para que presidente deposto não resistisse. A ida de João Goulart para o Uruguai - no final da tarde do dia 31 de março - encontrou os bandidos de sempre dando graças aos céus.

Penso que a esta altura dos acontecimentos o petista esperto já planejou com seus financiadores sua saída estratégica e sua corriola está muito feliz porque quanto mais não seja ele vai à frente abrindo caminho para muitos de sua corja visados pela Lava Jato.

Considerando que tal situação certamente é do conhecimento da grande maioria dos Órgãos de Inteligência do País, me pergunto se a Área de Segurança já estaria adotando as medidas preventivas necessárias para evitar a fuga do provável foragido. Estarão?

Jose Mauricio de Barcellos ex Consultor Jurídico da CPRM-ME é advogado.

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