segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

CRIMINALIZAR A POLÍTICA INDUZ AO "VOLTA LULA"

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Aclamado por quem não tem vergonha de assumir a política como ela é em nosso país, não como deveria ser ou como é em países avançados, o "volta Lula" está cada vez mais firme e forte. E não adianta levantar suspeitas sobre os institutos de pesquisas, isso já está na boca do povo. Só não admite quem vive encastelado em seu mundinho e não convive com pessoas comuns, que representam a imensa maioria que decide eleições.

A ideia muito bem articulada de que "ninguém presta" e melhor para o Brasil é não votar em político nenhum tem como resultado exatamente o que interessa para o PT, pois quem tem voto pode garantir mais uma vitória e continuar destruindo o país impunemente.
Pode parecer absurdo que o eleitor roubado por Lula ainda vote nele, mas a propaganda eficiente do partido ainda tem um efeito maior do que as noticias divulgadas pela imprensa. Cito Lula e não outros réus porque, proporcionalmente, é muito mais relevante, tanto pelo tamanho dos esquemas que chefia quanto pela quantidade de votos. Os demais investigados em operações como a Lava Jato jamais teriam voto para a presidência da República além de seu curral.

Entretanto, algo novo pode surpreender e a polarização, até então entre petistas e tucanos, pode contar com outro protagonista supostamente posicionado politicamente na extremidade oposta ao PT. Porque digo supostamente? Oras, porque alguém cujo partido fez parte da base do governo petista, sem nunca contestar, não pode ser considerado um antagonista do partido mais corrupto da nossa história apenas por suas bravatas ideológicas.

Mas é o que poderemos ter para o segundo turno ano que vem se continuar avançando a onda que induz as pessoas a terem vergonha de apoiar algum candidato. Os extremos defendem os seus, enquanto patrulham e saem para o ataque contra quem tem coragem de assumir que admira alguns políticos. A ordem é repetir que ninguém presta (só o "salvador" deles). 


Isso é um novo modelo de repressão.
Corremos o risco, portanto, de repetir o erro das últimas eleições, agora em dose dupla. 

Carlos Andreazza escreve um artigo primoroso no jornal O Globo: “Lula é o maior beneficiário de outra consequência da criminalização da atividade política”



Segue trecho com o que mais importa nesse contexto, com link para a íntegra.
*
Antes que o leitor se jogue à rua “contra tudo isso que está aí”, proponho que reflita e avalie sobre ao que — e a quem — serve uma mobilização que tenha como gatilho a sentença falaciosa de que “políticos são todos iguais”.
(...)

Lula…

Lula, no entanto, está solto. E é o maior beneficiário de outra consequência — talvez a menos exibida — da criminalização da atividade política. Num cenário de terra arrasada, em que os partidos são comparados ao PCC, em que ninguém presta, e todos são bandidos, neste campo desqualificado, só quem se pode fortalecer é o pior entre os piores. Concordo com a síntese de Reinaldo Azevedo: se todos os políticos são iguais, Lula é o melhor.

(…)

Engana-se (ou quer enganar) quem diz que o PMDB — sócio menor neste arranjo — seja o controlador do tear. É o PT — entranhado na máquina do Estado, senhor de universidades e redações — a força política e culturalmente dominadora, aquela que opera por permanecer e cujo regresso à Presidência as sempre boas intenções dos protestos difusos podem acelerar.

Ou não entendi coisa alguma, e a galera irá às ruas para fechar o Congresso, decapitar Brasília e instaurar um novo regime?


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