domingo, 27 de setembro de 2015

O BRASIL QUE PERDEU A MEMÓRIA



Tenho o costume de acompanhar atentamente como exercem seu mandato os políticos que recebem meu voto e que conseguem se eleger. Não me restrinjo aos cargos do Executivo, mas também considero importante saber como vereadores, deputados e senadores se comportam nas tomadas de decisões e quais são seus projetos, se são relevantes e se cumprem o que prometeram aos seus eleitores.

Um desses nomes me faz sentir orgulho de minha escolha, José Serra. 

Posso não concordar com tudo o que diz, isso faz parte da democracia. Suas ações, porém, tanto como ministro, quanto como prefeito e governador sempre foram merecedoras de aplausos. Eu não canso de admirar tudo o que José Serra​ já fez pela Saúde, Cultura, a remoção de moradores de áreas de risco que salvou milhares de vidas e, entre outras ações importantes, seu programa para combater a fome, implantado em 2001, o BOLSA-ALIMENTAÇÃO, tão criticado pelo PT e por seus tentáculos.

Lula e outros petistas eram radicalmente contra. Confiram:


Vejam, também, a amostra de uma análise de 2001, publicada por uma entidade importante e que influencia muita gente, contra os programas de transferência de renda do governo FHC:

Delineiam-se hoje 3 candidaturas nos principais partidos brasileiros: Lula, José Serra e Itamar, enquanto a candidatura de Ciro Gomes corre “por fora”.
No mínimo, poderia tornar-se um palanque capaz de neutralizar a eficiência dos palanques oficiais: o “Portal do Alvorada” e os Programas Estratégicos do “Avança Brasil”, com farta distribuição de dinheiro aos pobres em forma de bolsa-escola ou de bolsa-saúde.


O que fez Lula quando assumiu o governo?
Apenas juntou o Bolsa Escola, o Auxílio Gás e o Bolsa Alimentação e mudou o nome para Bolsa Família. A junção, por sinal, foi sugestão de um tucano:


Tais programas, articulados pelos ministros Clóvis Carvalho, Paulo Renato e José Serra, tinham uma agenda positiva: transferiam os recursos às famílias que comparecessem aos postos de saúde para realização de exames de pré e pós-natal em gestantes e lactantes, permitissem o acompanhamento médico das crianças, seguissem as determinações das campanhas de vacinação e fizessem com que as crianças de sete a 14 anos frequentassem as escolas.

Vamos aos números: no final de 2002, 5,1 milhões de famílias recebiam o Bolsa-Escola, 8,5 milhões recebiam o Auxílio-Gás e 1,6 milhão recebiam o Bolsa-Alimentação. Todas por meio de cartão magnético.

O cadastro único já estava em processo, com 4,9 milhões das famílias cadastradas, em meados de 2002, para um total de 9,3 milhões estimadas. Era chamado de Cartão-Cidadão pelo governo FHC e juntava os seguintes programas: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás, Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano.

Um dos resultados do Bolsa-Escola, por exemplo, que funcionava como uma bolsa de estudos para garantir uma renda a mais às famílias e, o principal, o futuro das crianças, foi conseguir que a taxa de matrícula de crianças na faixa etária de 8 a 11 anos tenha aumentado de 86% em 1990 para 97% em 2001. Pode-se dizer que FHC conseguiu universalizar o ensino fundamental até o final de seu mandato.

Cabia ao governo seguinte investir na qualidade do ensino e elevar os assistidos à condição plena de cidadania, capacitando jovens e adultos para que tivessem condições de prover o seu próprio sustento, oferecendo oportunidades de emprego de qualidade e estimulando as crianças a buscarem o desenvolvimento de suas potencialidades para uma vida mais digna.

O número de família cadastradas, entretanto, que pela lógica deveria diminuir, só tem aumentado, sinal de que as famílias assistidas não estão conseguindo se emancipar ou se acomodaram na situação de total dependência dos benefícios do governo, mesmo que isso signifique a anulação da própria identidade e a destruição de seus sonhos.

Tantos pobres recebendo dinheiro do governo não significa que acabou a miséria. Ao contrário do que Dilma diz, o aumento do número de famílias cadastradas é sinal de que o governo não tem competência para gerar educação, emprego e renda para essas pessoas, muito menos resgatar a auto-estima destruída pela humilhação da dependência financeira.

Já publiquei dezenas de textos sobre isso, mas insisto nessa tecla para que o terrorismo das campanhas petralhas um dia deixem de surtir efeito.
Se, a exemplo do que faziam os nazistas, uma mentira repetida mil vezes pode se tornar verdade para quem ouve (ou lê), quem sabe a perseverança em propagar a realidade dos fatos possa anular o efeito dessa estratégia diabólica?

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