domingo, 28 de fevereiro de 2021

UM ANO DE COVID

Se tem uma coisa que me corta o coração é o desprezo de quem vive num mundinho de facilidades, porém sem a mínima compaixão por quem vive...ou sobrevive...em outra realidade.

Completou um ano a chegada do maldito vírus. A primeira sugestão do governo foi para que eventos públicos fossem cancelados e que fechassem portos e aeroportos.

A gritaria do pessoal da bolha, sob o comando dos poderosos que faturam com carnaval e turismo, alegando que essa atitude se tratava de xenofobia, facilitou a farra do vírus.

O doutor da Globo se irritou com a possibilidade de não ter carnaval e afirmou que a doença era só um resfriadinho, o governador de São Paulo deu o exemplo demostrando como os brasileiros deveriam curtir a folia carnavalesca e quem podia se esbaldava nos grandes navios de cruzeiro, uma das portas de entrada do corona.

Quando a situação ficou sem controle, mudaram o discurso.

Preocupado com as consequências, mais uma vez o governo sugeriu todo o cuidado com as pessoas mais frágeis, idosos e portadores de comorbidades, porém alertou que milhões de brasileiros, a grande maioria sem condições de se isolarem confortavelmente e sem meios de prover o alimento de sua família trancados em casa, não poderiam ser caçados nas ruas como bandidos e que, ambulantes por exemplo, poderiam continuar garantindo seu ganha-pão. Afinal, é mínima a possibilidade de contágio ao ar livre, pois onde as pessoas mais se contaminam é dentro de casa, naquelas visitinhas desnecessárias, nos encontros de amigos que podem esperar tudo isso passar, nos ambientes fechados de modo geral.

Ah, a economia a gente vê depois...ou seja, que os mais vulneráveis morram de fome, porque não mudou nada para investidores ou pra quem tem alguma renda, aposentadoria ou salário garantidos.

Mas o terror do Covid continua e o que vemos esse pessoal do "fica em casa" fazendo por aí? 

São os que mais se aglomeram, não por necessidade, mas porque devem se achar criaturas especiais. São essas pessoas que aparecem em imagens viajando pelo mundo, organizando festinhas, passeando livremente em praias e outros locais públicos que querem proibir aos pobres mortais que não são celebridades. Nas mídias sociais, posam hipocritamente com máscaras, em eventos que tem comes e bebes.

Essa é a realidade, mas a indignação, infelizmente, é seletiva.

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