terça-feira, 22 de maio de 2012

Desaceleração mais forte que a esperada na China prejudica exportações brasileiras

RAQUEL LANDIM - O Estado de S.Paulo

O Brasil sofreu o contágio da desaceleração mais forte que a prevista da China. Uma série de indicadores divulgados recentemente sobre economia chinesa apontam atividade mais fraca em abril e o risco de um "pouso forçado". O impacto já chegou por aqui via queda no preço das commodities.
Nos 12 meses até abril, o CRB (Commodities Research Bureau), principal indicador desse mercado, acumula queda de 13,4%. Em abril, cedeu 2,4%. De janeiro a abril, caíram os preços de exportação do Brasil para minério de ferro (16,7%), cobre (12,6%) e alumínio (13%).

Conforme um relatório do banco Barclays, os investidores já começam a discutir se o "superciclo" de alta de commodities, que já dura mais de dez anos e beneficiou muito o Brasil, pode estar chegando ao fim. A aposta geral é que há espaço para alta no preço das commodities agrícolas, mas a situação é delicada para os metais.
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De acordo com Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), os termos de troca do Brasil inverteram a direção e estão em queda desde setembro do ano passado.

"Nossa expectativa é que os termos de troca terminem o ano estáveis ou com leve queda."

Termo de troca é a razão entre preços de exportação e preços de importação.
Nos últimos anos, representaram o "bônus" das commodities: o Brasil pôde aumentar suas importações e pagar a conta com os recursos obtidos com a alta do preço dos produtos exportados.
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