sábado, 10 de janeiro de 2015

CONSCIENTIZAÇÃO CONTRA A CORRUPÇÃO

O PT atrai para seu campo de batalha tudo o que quer destruir, nesse caso o setor privado do qual é radicalmente contra, ou seja, para o partido tudo deve pertencer ao Estado, como no paraíso petralha - Cuba - onde tudo pertence ao "dono" do país e o povo é totalmente dependente de sua vontade.

Ricardo Pessoa, da UTC, complica os planos do PT de transferir sua culpa no Petrolão para as empreiteiras. Vamos aproveitar essa conscientização?

POR LUCIANOHENRIQUE 

ricardo

O PT jamais será retirado do poder enquanto seus opositores continuarem meramente “denunciando corrupção”. Isso porque enquanto alguns denunciam a corrupção, o PT já terá cuidado de usar frames de transferência de responsabilidade, tudo em prol do mais importante para ele: a tomada de poder totalitário.

Eu sei que logo de cara é difícil perder a mania de não ir a fundo nos intuitos do PT, tomando a opção de ficar somente na superfície. Mas é preciso aos poucos avançarmos mais na explicação dos motivos pelos quais o PT está deliberadamente destruindo as estatais brasileiras.

Antes que eu prossiga, leia a matéria Dono da UTC liga caixa de campanha de Dilma ao Petrolão, da Veja:

Um bom resumo do que vai pela cabeça dos empreiteiros presos pela Operação Lava-Jato está em um manuscrito de seis folhas de caderno obtido por VEJA. Ele foi escrito pelo engenheiro baiano Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. VEJA confirmou a autoria do documento por meio de um exame grafotécnico feito pelo perito Ricardo Molina, da Unicamp. É a primeira manifestação de um integrante do clube do bilhão desde a prisão. O documento contém queixas contra os antigos parceiros de negócios e ameaças veladas a políticos. Em um dos trechos, o empreiteiro liga os contratos sob suspeita assinados entre as empreiteiras e a Petrobras ao caixa de campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff.

Nas entrelinhas do manuscrito fica evidente o desconforto dos empreiteiros de estarem sendo, pelo menos até agora, os bodes expiatórios da complexa rede de corrupção armada na Petrobras. Eles têm razão. Nas denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal e aceitas pelo juiz Sergio Moro, o esquema de corrupção na Petrobras parece ser apenas o conluio de empreiteiros gananciosos com meia dúzia de diretores venais da Petrobras. Nada mais longe da verdade. Como Paulo Roberto Costa revelou com toda a clareza, tratava-se de um esquema de desvio de dinheiro para partidos e campanhas políticas organizado pelo partido no poder, o PT. Entende-se, portanto, a insistência de Ricardo Pessoa em lembrar que em sua concepção e funcionamento o esquema na Petrobras era político. As empreiteiras entraram como a solução para o problema de como entregar o dinheiro aos parlamentares e candidatos da base aliada do governo do PT.

Pessoa cita nominalmente o tesoureiro do comitê de Dilma Rousseff, o deputado petista Edinho Silva (SP): “Edinho Silva está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava-Jato doaram para a campanha de Dilma”. Arremata com outra pergunta desafiadora, referindo-se ainda ao caixa do comitê eleitoral da presidente: “Será se (sic) falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?”. O empreiteiro faz chiste com o que já foi descoberto até agora e afirma que o volume de dinheiro desviado na diretoria de Paulo Roberto Costa é “fichinha” perto de outros negócios da Petrobras que também teriam servido à coleta de propina.


Preste atenção nesta parte: “fica evidente o desconforto dos empreiteiros de estarem sendo, pelo menos até agora, os bodes expiatórios da complexa rede de corrupção armada na Petrobras”.

Mas é evidente que o PT faria isso. Estava óbvio desde o começo. O PT sabia que enquanto a oposição gritaria “corrupção, corrupção”, o partido poderia fazer um novo frame, transferindo a culpa da corrupção para as empreiteiras. Eles fazem isso porque a estratégia do partido é tomar o poder absoluto, sendo o financiamento público de campanha uma das estratégias em prol deste projeto.

Lei absurda que não existe em qualquer partido civilizado, a proibição do financiamento empresarial de campanha é a possibilidade que o governo tem de usar ainda mais o estado a seu favor, enquanto seus oponentes não terão mais fontes para combatê-los. O financiamento empresarial de campanha existe nos Estados Unidos, na Europa e em qualquer país civilizado. Se alguém caiu na conversa de que “o problema é o financiamento empresarial de campanha” ou é safado ou ignorante. Não há meio termo.

Diante dessa constatação inescapável, é claro que o governo faria de tudo para conseguir seu ouro, tudo pela transformação de todas as denúncias de corrupção não como em um ataque ao PT, mas em uma forma de uma vitimismo do partido diante de “empreiteiras cruéis”. Logo, o povo deveria apoiar o financiamento unicamente público de campanha.

Eu não estou dizendo para que você deixe de denunciar a corrupção. Mas alertando-o para que a denúncia da corrupção petista deve estar sempre atrelada ao real projeto de poder do PT, pois é isso que está em jogo: a capacidade do PT de tomar o poder totalitário ou não. Se obtivermos vitórias nesta batalha, daí para a punição dos responsáveis pela corrupção é um pulo.

Por outro lado, quem ficar apenas gritando “corrupção, corrupção” pode estar apenas dando murro em faca, já que isso pode ser usado pelo PT da seguinte forma “sim, corrupção demais, culpa das empreiteiras, por isso precisamos acabar com o financiamento empresarial de campanha”.

É, meus caros, guerra política é como um xadrez. E já passou da hora de começarmos a jogar com mais habilidade, ao invés de reagir apenas a impulsos. Que as declarações de Ricardo Pessoa possam começar a nos ajudar nessa conscientização.

Um comentário:

  1. Esse vale mais enterrado do que vivo. Muita gente gostaria de ir ao velório dele. Se fosse esperto deveria pedir conselhos ao Marcos Valério sobre sobrevivência.

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