quinta-feira, 11 de março de 2010

ALVO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE - QUAL A DIREÇÃO QUE CONTEMPLA A POPULAÇÃO BRASILEIRA?

Em pleno século vinte e um, quando supunham os estudiosos que a humanidade estaria mais evoluída e teria consciência de quais valores ou prioridades seriam fundamentais para o bem estar das pessoas, surgem lideranças que provocam um retrocesso nesse processo que estava em andamento no final do século passado.

As conquistas e os programas de governo que ofereciam oportunidades de crescimento econômico e pessoal, que promoviam o ser humano à condição de cidadão atuante e autor de sua história, comprometido e responsável, têm sofrido algumas alterações que prejudicaram seus reais objetivos.

Dois fatos agravaram essa situação, a morte das protagonistas dos mais importantes programas sociais da história da humanidade, Ruth Cardoso e Zilda Arns.

Que Deus ilumine seus herdeiros!

Substituiu-se a mão estendida, aquela que orienta e indica caminhos, pela mão grande, que devora o nosso bolso; corrói o patrimônio público; corrompe os fracos de caráter e os desamparados, enfim, promove um estrago de efeitos praticamente irreversíveis.

Nunca antes na história deste país pregou-se tanto sobre dinheiro, riquezas, incentivando o que de pior todos temos como a ganância, o egoísmo e a cobiça, resultado de uma política de “bondades” distribuídas aos ricos, aos pobres e a chamada base aliada, o que demonstra a velha máxima: “pagando bem que mal tem”.

O “deus mercado” tornou-se o ídolo do povo brasileiro, fato que justifica uma suposta popularidade de um governo que oferece “facilidade ao crédito”, mesmo que resulte num povo enforcado em dívidas, e o “incentivo ao consumo irresponsável”, que leva a população a considerar os bens materiais mais importantes que a vida humana e a ética.

Tanto é que os escândalos de corrupção, como também as mortes provocadas por falta de políticas de saúde, de segurança, de manutenção de estradas, entre outros fatores neglicenciados nesses oito anos de governo, não abalam a opinião pública, que tem sua atenção voltada exclusivamente para os gelados números da economia, favorecida por um período de forte crescimento mundial.

Batemos todos no fundo do poço da vergonha, por isso, a Campanha da Frateridade 2010, com o tema “Economia e Vida”, vem em boa hora.

Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald comenta que o objetivo geral da Campanha é “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”.

O Texto-Base da Campanha insiste que a economia existe para a pessoa e para o bem comum da sociedade, não a pessoa para a economia.

O lema da Campanha, a afirmação de Jesus registrada no Evangelho de Mateus: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24) nos propõe uma escolha entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto dirigindo a vida.

O dinheiro, embora necessário, não pode ser o supremo valor dos nossos atos nem o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos.

Portanto, a tarefa da igreja durante essa campanha deve ser, além de tentar tocar no coração de cada pessoa para que desperte para a compaixão e a solidariedade, atentar para o assédio de bancos e instituições financeiras, que oferecem maravilhas que não condizem com a realidade da maioria da população, como também ao terrorismo eleitoral que intimida os setores da sociedade que dependem de benefícios governamentais.

O importante é, também, combater a corrupção, que encolhe o salário do trabalhador e despreza a qualidade dos serviços públicos.

Não nos esqueçamos: ou servimos a Deus, ou às riquezas.

O governante que privilegia a prosperidade material, também acaba por privilegiar a pobreza ética...

Bento XVI enviou uma mensagem à CNBB sobre o lançamento da Campanha.
Diz ele: “Recordo que a escravidão ao dinheiro e a injustiça tem sua origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa convivência com o mal...Nós existimos para mostrar Deus aos homens”.
Que este seja o alvo da campanha!

2 comentários:

  1. Lula tirou da gaveta um antigo projeto, de inspiração fascista, que autoriza o governo a quebrar sigilo bancário e fiscal, confiscar bens, executar dívidas fiscais e até arrombar portas e cofres de contribuintes, tudo sem autorização judicial.

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  2. Tem gente nesse país que vai acreditar se o presimente tentar convencer que esse projeto é para punir “azelite”.
    Todos os cidadãos brasileiros estarão ameaçados se não pagarem o IPTU ou o IPVA, ou até mesmo o IR, correndo o risco de ter sua casa invadida e ainda perder seus bens para ressarcir o fisco.
    Esse é o verdadeiro significado do Estado forte, que faz parte do programa de governo da ministra e que lula estava esperando o momento certo para colocar em prática.
    Assim, pode-se decretar de uma vez que o presimente é o dono absoluto do patrimônio público, das propriedades privadas, assim como, das escolhas e, quem sabe, até dos pensamentos e sentimentos de nosso povo.
    Liberdade, direito à propriedade e a um salário digno?
    Quem se importa com isso se a propaganda do desgoverno promete muuuuuuuuito dinheiro fácil com factóides como o pré-sal?

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