sábado, 3 de julho de 2010

O Ilustre Desconhecido


Artigo muito importante como orientação no blog do Noblat:
Maria Helena R. R. de Sousa

O poder da Sociedade
Vou confessar; nada me deu mais satisfação nos últimos tempos do que a declaração do presidente Lula a respeito do nome do candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador José Serra: “Nunca ouvi falar. Não sei quem é. Não conheço”.

Ora viva!

Escolheram uma pessoa que não faz parte da patota!

Não é um companheiro!

Nunca andou no Aerolula, nunca foi às festas de São João na Granja do Torto, não joga truco, não freqüenta as reuniões no Alvorada, e tenho certeza: não carrega isopor na cabeça.

É um ilustre desconhecido!

Mas a lei mais importante dos últimos anos, digo mais, das últimas décadas, a Lei da Ficha Limpa, deve muito às pestanas queimadas desse ilustre deputado federal em seu primeiro mandato, com uma carreira política que deixa a de muita gente conhecida, mas não tão ilustre, embaçada.

Só um político inteiramente distraído, alheio ao que realmente importa ao cidadão brasileiro, poderia dizer que não sabia quem era o jovem deputado Antonio Pedro de Siqueira Índio da Costa, o relator do projeto Ficha Limpa na Câmara Federal.

Primeiro porque esse projeto movimentou a população do Brasil.
Mexeu com todos nós, foi muito discutido e debatido e arregimentou, em menos de 60 dias, a assinatura de quatro milhões e duzentos mil brasileiros.
Ansiosos em ver o Brasil livre de certas figuras e sentir que, finalmente, a carreira política não mais servirá de abrigo para malfeitores.
Sei que ainda haverá muita resistência, mas já é Lei!

Segundo porque o deputado carioca compareceu a vários debates na TV, em programas de muita audiência.
Chamou atenção pelo que dizia, pelo que informava, pelo modo claro e objetivo como respondeu às diversas perguntas, pela língua portuguesa respeitada, pela inteligência e pela instrução superior que demonstrou.

Terceiro porque seu nome chama a atenção, pelo inusitado.
Não é um nome comum.
É um nome que desperta curiosidade.
É uma marca.
Aliás, para os cariocas autênticos, é mais que uma marca, é uma "griffe" no design e na arquitetura.
Uma etiqueta de criatividade e bom gosto.

De agora em diante, passa a ser uma marca política também.
Faz-se justiça, aliás, já que ele não é um novato na política, milita há anos e sua carreira começou em 1996.
Foi vereador na Câmara Municipal do Rio em três legislaturas e em 2006 foi eleito deputado federal.
Não ficou enfeitando o plenário da Câmara: é membro da Comissão de Constituição e Justiça, da Comissão de Defesa do Consumidor; e da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Curiosamente, as reações, tanto da oposição quanto da situação, foram indigentes... De pronto, as mentiras e o desrespeito com uma moça que por ter namorado o jovem e lindo rapaz, teve seu nome citado da maneira mais cruel.
Depois, a falta de imaginação de dar dó: Programa de Índio; Índio quer apito; Vou aprender Tupi; Já comprei meu cocar; Que canoa furada... eram títulos de artigos e matérias ou comentários nas diversas redes sociais.
Uma pobreza de espírito de dar dó.
Está na hora da Bolsa-Imaginação...

Sou fã absoluta da Lei da Ficha Limpa.
Assim como o Real mudou a nossa cara no que se refere à Economia, a Lei da Ficha Limpa mudará nossa cara no que se refere à carreira política.
Desde que nós, os maiores interessados, fiquemos muito atentos.
Muito mesmo.
De olhos bem abertos.
Porque qualquer descuido...

Paro por aqui.
Mas não posso deixar de dizer: “canoa furada” é para quem não sabe que os índios, muito matreiros, furavam as canoas durante a noite e depois ficavam escondidos atrás das moitas, vendo o invasor português embarcar na canoa furada.

O nosso ilustre desconhecido furou a canoa de alguém...

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