quarta-feira, 7 de julho de 2010

O verdadeiro "Fome Zero"

Serra diz que vai duplicar Bolsa Família; economistas dizem que meta é factível

Na Folha:
No primeiro dia oficial de campanha, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, prometeu ontem, em Curitiba, mais que duplicar os investimentos no Bolsa Família.
Os recursos atenderiam, de acordo com o tucano, outras 15 milhões de famílias que deveriam ser assistidas pelo programa.
Sua oponente petista, Dilma Rousseff, acusou a oposição anteontem de ter tentado acabar com o principal programa social da gestão Lula.

“Qual é a nossa meta? É partir para a erradicação da pobreza de todas as famílias abaixo da linha da pobreza”, discursou Serra, em encontro organizado pelo PSDB para discutir a expansão da rede de assistência social.
O Bolsa Família atende hoje cerca de 12,6 milhões de famílias e, com a promessa de Serra, chegaria a 27,6.

“Temos no Brasil, abaixo da linha da pobreza, 15 milhões de famílias com renda per capita familiar de até meio salário mínimo. O Bolsa Família não cobre isso.”
Segundo o candidato tucano, “com crescimento sustentável e política macroeconômica adequada, dá para chegar a isso [ao número de 27,6 milhões de famílias]“.

Serra fez uma comparação com o pagamento anual de juros para estabelecer a nova meta de atendimento.

“Sabem quanto custa um programa como o Bolsa Família? R$ 12 bilhões. É 5% do que se paga em juros. Dá para duplicar [o investimento no Bolsa Família] e vai para 10%”, disse.
A promessa de Serra é “possível e desejável”, na opinião do economista Marcelo Neri, do CPS-FGV (Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas).
Para Neri, o programa poderia tirar da pobreza metade dos 29,5 milhões que ainda vivem no Brasil com renda mensal inferior a R$ 140.

O impacto nas finanças do país seria “relativamente pequeno”, na opinião do economista da FGV e dependeria apenas da vontade política do candidato.
O economista do Instituto de Ciências Políticas da UnB (Universidade de Brasília) Ricardo Caldas disse que a ampliação do programa dependerá de prioridades.
Para ele, teria que se analisar quais pessoas seriam incluídas: se donas de casa que deixaram de trabalhar para cuidar dos filhos, desempregados, ou jovens.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

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