sexta-feira, 11 de maio de 2012

Caso Celso Daniel: Justiça condena três acusados

Ex-prefeito de Santo André foi assassinado em janeiro de 2002.

Valmar Hupsel Filho -VEJA Online

Juiz lê a sentença que condenou três dos acusados em matar Celso Daniel
Juiz lê a sentença que condenou três dos acusados em matar Celso Daniel (Valmar)

Depois de mais de 14 horas de julgamento, a Justiça condenou, no fim da noite desta quinta-feira, três homens acusados pelo sequestro e assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, crime ocorrido em janeiro de 2002. Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como Monstro, acusado de ser o líder entre os executores, foi condenado a 24 anos de prisão; José Edison da Silva, a 20 anos. Por ser menor de 21 anos no dia do crime, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho, recebeu pena de 18 anos.

Os sete jurados, três homens e quatro mulheres, votaram pela condenação dos três por homicídio duplamente qualificado – os agravantes foram a execução do crime mediante pagamento e sem chance de defesa da vítima.

 “Esse é um momento de alegria porque mais uma etapa foi vencida”, comentou o irmão da vítima, Bruno Daniel.

Apontado como o mandante do crime, o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, amigo do ex-prefeito, ainda não foi julgado.
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O promotor elogiou a eficiência da investigação polícia, que, em dois meses, identificou os autores do crime. Friggi informou, entretanto, que o Ministério Público, provocado pela família da vítima e por empresários do setor de transportes de Santo André, iniciou investigação própria e identificou a verdadeira motivação do crime - política.

Segundo ele, nos autos do processo constam depoimentos de pessoas que descrevem que Gilberto Carvalho e Míriam Belquior, então secretária municipal de Santo André,  teriam relatado desvios de dinheiro para serem entregues diretamente a José Dirceu. 

“Em um dos casos 1 milhão e 200 mil foram entregues de uma vez a Dirceu”, disse.
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O caso - O Ministério Público afirma que os cinco acusados foram contratados para matar Celso Daniel pouco depois de o prefeito descobrir que o esquema de corrupção montado na prefeitura para financiar a campanha do ex-presidente Lula à Presidência estava sendo utilizado, na verdade, para uso pessoal dos envolvidos.

O promotor Marcio Friggi de Carvalho pretende sustentar a tese de que Celso Daniel foi vítima de crime político. Ele pede a condenação dos réus por homicídio duplamente qualificado: mediante pagamento e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Confiante na condenação, o promotor não arrolou testemunhas de acusação. Nesta quinta-feira, está previsto que 13 testemunhas de defesa sejam ouvidas.

A tese de Friggi de Carvalho é a mesma sustentada pelo promotor Francisco Cembranelli durante o julgamento do primeiro acusado pelo crime a sentar no banco dos réus, Marcos Roberto Bispo dos Santos, em novembro de 2010, que acabou condenado a 18 anos de prisão

Cembranelli defendeu que a morte do petista foi um crime encomendado por uma organização criminosa que desviava recursos públicos da prefeitura. Ele afirma que Celso Daniel morreu porque, indicado coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2001, passou a discordar da forma como a roubalheira municipal vinha sendo praticada.


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