sexta-feira, 25 de outubro de 2013

GOVERNO NÃO É LUGAR PARA APRENDER

Folha de S.Paulo

O ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta quinta-feira (24) que governo não é lugar para aprender e que presidente da República deve chegar ao governo "sabendo o que fazer".

"Tem que chegar lá sabendo o que fazer. Isso pode parecer bobagem, mas eu acho que eles chegam no governo e no governo vão aprender o que fazer", afirmou Serra durante entrevista à rádio Tudo FM, de Salvador.

"Governo não é para aprender, governo é para servir a população. Quer aprender, vai para a escola, para a universidade, aí aprende", disse o ex-governador de São Paulo.

O tucano fazia menção a declarações recentes da presidente Dilma Rousseff, que na semana passada recomendou aos prováveis rivais na disputa à Presidência que "estudem" para ter propostas para o país. A afirmação acabou motivando um debate indireto com a ex-senadora Marina Silva (PSB), que criticou o tom professoral da presidente.

Em entrevista de cerca de 50 minutos, Serra usou discurso de candidato, fez críticas ao governo Dilma e exaltou ações de suas gestões nos ministérios da Saúde e do Planejamento, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), e no governo de São Paulo (2007-2010).

Questionado se ainda pretende ser candidato a presidente da República, Serra disse que sim e que se sente preparado para isso. "Se você me pergunta: 'Você gostaria um dia de ser presidente da República?', gostaria, e eu me acho preparado para isso, eu saberia como me desempenhar", disse o tucano.

O ex-governador tem atuado como pré-candidato do PSDB à Presidência, apesar de o nome preferido do partido para disputar o Planalto seja o do senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional da sigla.

Serra ponderou que a definição da pré-candidatura do partido dependerá das circunstâncias, que "estão dadas", mas sinalizou que não desistiu de tentar a vaga.

"Isso não é uma escolha pessoal, é uma escolha da população, é uma escolha das circunstâncias. As circunstâncias aí estão dadas, teremos novas. De maneira que vamos aguardar e vamos continuar trabalhando, discutindo e debatendo, que é o que eu tenho feito."

Na entrevista, Serra criticou a oposição por participar da antecipação do debate eleitoral e disse que uma das consequências disso foi a "surpresa" da união da Rede, de Marina Silva, com o PSB, de Eduardo Campos.

Marina se filiou ao PSB após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negar o registro da Rede Sustentabilidade, partido que tentou criar.

Entre as críticas ao governo petista, Serra citou o "loteamento" e a "partidarização" de cargos nos órgãos públicos. "Você divide o governo em lotes e entrega para esse grupo político, aquele partido, gente que não tem competência", afirmou.

O tucano também criticou o programa Mais Médicos, que apontou como insuficiente para resolver os problemas da saúde no país. O programa deverá ser uma das principais bandeiras de Dilma em sua campanha pela reeleição.

Serra afirmou ainda que o governo federal não tem feito investimentos suficientes em infraestrutura e citou obras paralisadas, como a transposição do rio São Francisco e a construção de portos, rodovias e ferrovias.

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