terça-feira, 20 de janeiro de 2015

POR QUE MEXER SE ESTAVA TUDO TÃO BEM?

No dia do apagão elétrico, o apagão das promessas da governanta Ou: o PT é ruim de software e de hardware. Ou ainda: Há um cheiro de recessão no ar

Que coisa, não?! Faz 20 dias que Dilma tomou posse; há menos de três meses, reelegeu-se presidente. No dia em que o país passa por um blecaute, ordenado pelo Operador Nacional do Sistema, que atingiu 10 Estados, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy — que os petistas dizem ser um neoliberal — vem a público para anunciar um pacote fiscal que, por si, confessa a falência do modelo petista. Então ficamos assim: o partido é um desastre de hardware e de software. Não está equipado para entender o mundo, e seu sistema operacional é ineficaz para lidar com a realidade. Este 19 de janeiro entrará para a história como uma espécie de dia-síntese de uma era.
O governo decidiu levar R$ 20,6 bilhões da sociedade para seus cofres. Mirou as importadoras, o setor de combustíveis e de cosméticos. E também o crédito da pessoa física. O IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) passa de 1,5% para 3%. O Planalto ressuscitou a Cide, o imposto sobre combustíveis, e aumentou o PIS/Cofins sobre gasolina — R$ 0,22 por litro — e diesel R$ 0,15. Não se sabe quando chegará ao consumidor. Mas chegará. A alíquota desses impostos sobre importados também será elevada, passando de 9,25% para 11,75%. Finalmente, equiparou, para efeitos de cobrança de IPI, o atacadista e o produtor da área de cosméticos. Ah, sim: o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve anunciar nesta quarta a elevação da taxa de juros em 0,5 ponto percentual, passando a 12,25% ao ano.
Como disse Guimarães Rosa, o sapo pula por necessidade, não por boniteza. Não parto do princípio, como normalmente faria um petista se tais medidas fossem anunciadas por tucanos, de que Dilma age assim por maldade. Mas isso não pode nos impedir de constatar: as contas estavam em petição de miséria, não é mesmo?
A imprensa diz aos quatro ventos que são medidas para recuperar a credibilidade. Tomara que sim! Uma coisa é certa: são medidas recessivas, de contenção do consumo, numa economia que já cresceu perto de zero no ano passado e que tinha um crescimento previsto na casa de 1% antes da majoração da tarifa de energia, do reajuste dos combustíveis, da alta da taxa Selic, da contenção do crédito e da elevação dos juros da casa própria.
O governo prometeu fazer um superávit de 1,2% do PIB em 2015 — R$ 66,3 bilhões. Com o pacote de agora, espera conseguir quase um terço disso. Já passou a faca em mais de R$ 22 bilhões no Orçamento e espera poupar R$ 18 bilhões com regras mais rígidas para a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. O busílis é que elevação de combustíveis e da taxação de importados também pode pressionar a inflação — que, em tese ao menos, será contida com juros mais altos e diminuição do consumo.
Querem saber? Há um forte cheiro de recessão no ar neste 2015. Mas, consta, esse pode ser o preço a pagar para recuperar a tal “confiança” na economia, o que prepararia o Brasil para crescer. A ser assim, a gente tem uma noção do que o fez o PT, no período, com essa tal “confiança”.
Agora tente explicar, sei lá, a um estrangeiro que não conheça direito as coisas do Brasil a seguinte equação: o governo Dilma está pondo em prática tudo o que jurou solenemente não fazer — embora, reconheçamos, algumas medidas sejam necessárias. Pior: ela esconjurou essas escolhas e disse que elas faziam parte do cardápio de seu adversário, que estaria disposto a atender aos interesses de banqueiros cúpidos. O ministro que ela chamou para implementar essas ações era um alto executivo do maior banco do país e foi secretário-adjunto de Política Econômica e economista-chefe do Ministério do Planejamento do governo FHC, que os petistas dizem ser a fonte de todos os males do Brasil.
Não pensem que isso é virtude, a síntese que resulta da tese e da antítese. É só a consumação de um estelionato e mais uma evidência da picaretagem e do atraso da política brasileira. Antes do apagão de energia, há o apagão de vergonha na cara. Não serei refém intelectual de uma falsa questão: saber se essas medidas são ou não necessárias. Digamos que sejam. A presidente que venceu a eleição disse que não eram. E é preciso que se cobre isso dela.
Por Reinaldo Azevedo

2 comentários:

  1. Não interessa mais saber quem e quem. Se quem roubou foi o pt, o psdb, o pmdb, todos os políticos estão no mesmo barco os que roubaram e os que se não veem, não falam e não escutam. Estao no mesmo barco também, quarenta ministérios inclusive o do sr. Joao Santana, estão no mesmo barco supremo federal e supremo eleitoral. Em se tratando de políticos o Brasil e uma grossa merda. Agora os políticos vao apelar para cpis com elas não precisam trabalhar e so atrapalhar e gastar papel que depois não vai servir nem para limpar o fiofo porque o papel e muito grosso e desconfortável. Estavam limpando tudo quanto era dinheiro do bnds, da caixa econômica, do banco do brasil, do correios e agora não safisfeitos com o que tiraram porque a boca do cao do inferno esta bem aberta estão planejando tirar o pouco que sobrou em nossos bolsos. Em outros países o cara erra e e punido com a vida, aqui se assalta a nação e o povo e os políticos sem vergonha, sem moral e sem cultura sobem no palanque para mentir para o povo. Com que quoeficiente de inteligência vcs políticos e justiça de merda pensam que estão lidando? Nos sabemos muito bem o que fizeram em 64 e continuam a fazer agora. Sera que vcs entendem ou querem que nos desenhemos. Ate quando pensam que vao continuar fazendo o mesmo? O resultado esta mais perto do que vcs imaginam seus políticos de merda. Ve se vcs trabalham para o bem do Brasil em vez de deixar o povo que paga seus impostos terem que arcar com tudo enquanto vcs flanam e não fazem nada seus mamadores na teta da vaca. Deixem a sem vergonhice de lado e trabalhem.

    ResponderExcluir
  2. O que mais me impressiona é que o PT está a 13 anos roubando o país e ainda aparece aqui um cara sema a minima noção do que é proporção com um discurso idiota querendo demonizar a politica, como se ela fosse a rais de todos os males, querendo com isso dizer que tudo de ruim que acontece no pais é obra de todo mundo menos dos cumpanheiros esquerdistas, como se o sujeito não tivesse a minima parcela de culpa nisso, querendo colocar todo mundo no mesmo balaio de gato, justamente para justificar o PT.
    Por exemplo o histérico não sente o que percebe, mas o que imagina. Quando o orador gayzista aponta a presença de cento e poucos homossexuais entre cinquenta mil vítimas de homicídios como prova de que há uma epidemia de violência anti-gay no Brasil, é evidente que o seu senso natural das proporções foi substituído pelo hiperbolismo retórico do discurso grupal que, no teatro da sua mente, vale como reação genuína à experiência direta.
    A presença de um grande número de histéricos nos altos postos de uma sociedade é garantia de deterioração de todas as relações humanas, de proliferação incontrolável da mentira, da desonestidade e do crime.
    Por exemplo duas condutas típicas atestam-no acima de qualquer dúvida possível. De um lado, a mobilização instantânea e geral em favor dos condenados do Mensalão e agora mais recentemente o Petrolão. O instinto de autodefesa grupal predomina aí de maneira tão ostensiva e tão pública sobre as exigências da lei e da ordem, que até pessoas identificadas ideologicamente ao partido governante “hipoteticamente” devam ser sentir escandalizadas diante de tais condutas.
    De outro lado, não havendo nenhum movimento político "de direita" que se oponha ao grupo dominante, este dirige seus ataques contra meros indivíduos e movimentos de opinião sem a menor expressão política, fingindo e depois até sentindo ver neles uma ameaça eleitoral ou o perigo de um golpe de Estado. Aí o instinto de autodefesa grupal assume as dimensões de uma fantasia persecutória que se traduz na necessidade de calar por todos os meios qualquer voz divergente, por mais débil e apolítica que seja.
    Também não é preciso nenhum estudo especial para mostrar que essa é a conduta, normal na adolescência, quando a solidariedade do grupo é uma etapa indispensável na consolidação da identidade pessoal, não é de maneira alguma aceitável em cidadãos adultos investidos de prestígio, autoridade e poder de mando. Aí ela passa a caracterizar precisamente a associação mafiosa, a solidariedade no crime.
    Tudo isso parece não existir para determinados indivíduos que vivem no mundo das nuvens e reduzem as contradições sociais à eterna luta do bem contra o mal. Como que num transe coletivo, mas que paradoxalmente objetiva a salvação individual, estes guardiões da moral e dos bons costumes adotam uma postura apolítica e voltam-se para o intimismo,
    a boa consciência do indivíduo passivo e apolítico expressa a sua pretensão à pureza, à santidade; precisamos demonizar os políticos para justificar nossa passividade e descomprometimento diante dos dilemas sociais e humanos que envolvem o viver em sociedade.

    ResponderExcluir