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quarta-feira, 23 de julho de 2014

O CASEIRO CALUNIADO AINDA NÃO FOI INDENIZADO

Justiça retoma caso Francenildo nesta quarta-feira

TRF analisa decisão que obrigou a Caixa a pagar 500.000 reais ao caseiro, que teve o sigilo bancário violado por denunciar o então ministro Antonio Palocci


Antonio Palocci e Francenildo dos Santos Costa

Um episódio não resolvido da história política e criminal brasileira terá mais um capítulo nesta quarta-feira: a Justiça vai analisar se a Caixa Econômica Federal precisa indenizar em 500.000 reais o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que teve o sigilo bancário quebrado em meio ao escândalo que derrubou Antonio Palocci do Ministério da Fazenda há oito anos.

Em 2010, a 4ª Vara Federal de Brasília determinou que a Caixa pagasse a indenização a Francenildo. Mas o valor ainda não foi transferido porque os dois lados recorreram. Nesta quarta, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª região vai julgar os recursos.

Rede de Escândalos: relembre o caso que derrubou Antonio Palocci

A defesa de Francenildo quer que a indenização seja maior. E se compromete a doar a instituições de caridade do Piauí todo o valor que porventura ultrapassar os 500.000 reais. O pedido, argumenta o advogado Wlicio Nascimento, é pedagógico: "Como punir um ofensor que aufere lucros bilionários? Não há melhor exemplo desse tipo de punição senão fazer com que ele sinta esse 'peso no seu bolso'", argumenta Wlicio, que defende Francenildo gratuitamente, em seu recurso.
Já a Caixa quer que o valor da indenização seja reduzido, mesmo reconhecendo que houve violação do sigilo bancário de Francenildo. Na época, os petistas espalharam a suspeita de que o caseiro havia recebido dinheiro para denunciar o ministro. Mas os depósitos encontrados na conta haviam sido feitos pelo pai dele, que vive no Piauí. 
Palocci perdeu o cargo de ministro da Fazenda em 27 de março de 2006. O caseiro foi uma testemunha-chave do caso. Ele revelou na CPI dos Bingos que Palocci frequentava a chamada "República de Ribeirão Preto", uma casa de alto padrão em Brasília que servia de ponto de encontro de políticos e lobistas.
O ex-ministro foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal em 2009. O presidente da Caixa à época, Jorge Mattoso, ainda é réu em uma ação penal.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Francenildo sobre Palocci: “Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Eu tive que explicar”

Pivô da queda do então ministro da Fazenda, ele diz que filhos são seu patrimônio; depois de ter sigilo bancário violado, único bem é um lote no Piauí

Assim que pisou em casa, na quente manhã desta quinta-feira, Francenildo dos Santos Costa, de 28 anos, correu para pegar no colo a pequena Amanda, 3 meses. “Meu patrimônio são meus filhos, eles são a minha riqueza”, diz, semblante de felicidade, referindo-se, também ao mais velho, Thiago, de 11 anos.

Fora a chegada da caçula, pouca coisa mudou desde que o então caseiro teve o sigilo bancário quebrado ilegalmente, em 2006.
O episódio derrubou Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, no governo Lula.

Enquanto Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos, o piauiense diz ter como único bem - além dos filhos - um lote na cidade de Nazário, a 25 quilômetros de Teresina, onde nasceu.
O terreno, comprado por 2.500 reais, hoje vale cerca de 8.000.

Cinco anos depois, Francenildo continua morando de aluguel em São Sebastião, a cerca de 30 quilômetros do Congresso Nacional.
Caseiro não é há tempos.
Vive de bicos como jardineiro e ganha pouco mais de 1.000 reais por mês.
Diz que parou de pagar 60 reais por mês ao INSS para comprar fraldas.

“Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro?
Na minha época eu tive que explicar”,
disse ao site de VEJA, indagado sobre o que achava do salto patrimonial do ministro da Casa Civil.

Francenildo refere-se ao dia 17 de março de 2006, quando teve sua conta na Caixa Econômica Federal (CEF) violada um dia depois de ter dito, em depoimento à CPI dos Bingos, que vira Palocci na casa no Lago Sul, área nobre de Brasília, frequentada por lobistas da chamada "república de Ribeirão".
À imprensa, teve de dar explicações sobre os 38.860 reais que recebera.

A suspeita é que seria dinheiro dado a ele para falar mal do então ministro da Fazenda, um dos mais influentes da Esplanada dos Ministérios.
Mas o que todo o país soube naquele dia é que Francenildo é filho bastardo do empresário Eurípedes Soares.
E que, recusando-se a registrá-lo como filho, acertou com ele a entrega de 30.000.
Uma espécie de prêmio de consolação.
“Eu fiquei arrasado”, diz.

Para ele, Palocci também deveria dizer o que fez para passar dos 375.000 declarados em 2006 para os 7 milhões em 2010, enquanto exerceu o mandato de deputado federal.

“O cara que não dá explicação de onde veio o dinheiro é porque o dinheiro é suspeito”, afirma.
“Será que o Coaf vai agir tão rápido dessa vez?”, indaga, em alusão ao pedido da oposição para que os ganhos do petista sejam investigados.

Em sua defesa, o ministro da Casa Civil afirma que o aumento de patrimônio deve-se às atividades de sua consultoria – o que, isoladamente, de acordo com o procurador- geral da República, Roberto Gurgel, pode até configurar desvio ético, mas não é crime.
Mais AQUI.

domingo, 22 de maio de 2011

Exclusivo: ex-diretor da Globo diz que Palocci levou o dossiê Francenildo aos Marinho

Paulo Nogueira, ex-diretor da Globo, confirma: o dossiê Francenildo foi levado à Época por Antonio Palocci.

"A história precisa ser escrita com correção", diz ele.

De Londres, o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor das Organizações Globo, que foi responsável por todas as revistas do grupo, acaba de conceder uma entrevista telefônica ao Brasil 247.
Ele conta como foi a operação, pilotada pelo ex-ministro Antonio Palocci, para desqualificar o caseiro Francenildo Costa em 2006.

Leia alguns trechos abaixo e AQUI a entrevista completa, que toca numa ferida aberta da imprensa.:

Brasil 247 – Como chegou à redação da Época o dossiê Francenildo?

PAULO NOGUEIRAO assunto foi levado diretamente pelo ministro Palocci à cúpula das Organizações Globo.

247 – Mas por que só agora você decidiu trazer este caso a público?

NOGUEIRAUma indignação, o desejo de que meus filhos vivam num país melhor.
Tem um conceito do George Orwell que eu admiro muito: decência básica.
Só isso.
E agora, aqui em Londres, num período sabático, tenho mais liberdade.
A história brasileira precisa ser escrita com correção.
E fato é: o dossiê Francenildo foi levado à cúpula da Globo pelo ministro Palocci.


247 – O ministro Palocci foi inocentado no caso e a maior parte da culpa recaiu sobre os ombros do seu assessor Marcelo Netto.

NOGUEIRAO Marcelo Netto tratou do assunto com a sucursal Brasília da Época.
Todos sabiam que ele agia a mando do Palocci.


247 – Mas o fato é que ele foi inocentado no Supremo e voltou à vida pública.
Se esse processo fosse reaberto, a pedido, por exemplo, do caseiro, você diria as mesmas coisas em juízo?


NOGUEIRAEvidentemente, eu respondo pelo que eu escrevo.
Estou em Londres e no próximo ano estarei de volta ao Brasil.

sábado, 21 de maio de 2011

O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné

Por Augusto Nunes

Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília.
Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.


Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos.
Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, foi estuprada pelo diretor do FMI e candidato à presidência da França.


Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil.
Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai.
Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.


Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou.
Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris ─ e para a impunidade perpétua.


Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”.
Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso.
Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou.
Na sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou o caso, ele se ofereceu para falar.
Os juízes se dispensaram de ouvi-lo.
Decidiram que Palocci não mentiu e engavetaram a história.


Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor.
Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional.
A irmã que a acompanhava assustou-se.
Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana.
Embora jurasse que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi recolhido a uma cela.


Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo.
Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio.
Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.


Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho.
Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar.
Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.


Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro.
Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego.
Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador.
O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência.


Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola.
Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei.
Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.


Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos.
Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou.
Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.


Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci não teria ido além do primeiro item do prontuário.
Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central.
O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York.
A sorte de Nassifatou foi ter escapado de viver num Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Francenildo e Ruth Cardoso, duas vítimas destruídas pelo dilmolulopetismo

Arrumar novo emprego, o desafio de Francenildo
Eduardo Bresciani - Estadão


Em entrevista exclusiva ao 'estadão.com.br', ex-caseiro que denunciou Antonio Palocci conta que atualmente vive de bicos e desabafa: 'Vou ser prejudicado pelo resto da vida?'

No Dia Internacional de Combate à Corrupção, comemorado neste dia 9 de dezembro, o ex-caseiro que denunciou o ex-ministro Antonio Palocci faz um desabafo em entrevista exclusiva ao estadao.com.br.
Francenildo Santos Costa reclama da dificuldade que tem tido para arrumar emprego fixo nestes últimos cinco anos e meio depois que contou ter visto o ex-ministro por diversas vezes na chamada "casa do lobby" em Brasília.

"Só porque falei a verdade eu vou ser prejudicado pelo resto da vida?"

Francenildo vive de bicos como jardineiro e limpezas de piscina.
Não conseguiu nenhum emprego com carteira assinada depois que teve a coragem de enfrentar um dos homens mais poderosos da República.
Ele afirma que possíveis empregadores ficam com receio diante de sua fama, mas não se arrepende de ter falado a verdade.

Para o ex-caseiro, combater a corrupção passa por falar a verdade e não mudar a versão, diz ele fazendo referência aos escândalos mais recentes.
(continua)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Jornalista confirma: Palocci passou 'Dossiê caseiro'

Em seu blog, o ex-diretor editorial da Editora Globo afirma que foi o próprio ex-ministro da Fazenda quem passou para a revista Época os dados da conta bancária do caseiro Francenildo dos Santos

Em seu blog, jornalista que foi da revista Época confirma que foi Palocci quem passou diretamente as informações da conta bancária do caseiro Francenildo
Rudolfo Lago

Então ministro da Fazenda, Antonio Palocci passou pessoalmente para a revista Época os dados das contas bancárias do caseiro Francenildo dos Santos que mostravam que ele recebera uma quantia, R$ 30 mil, depois da denúncia que fizera, dizendo que Palocci frequentava uma casa onde se fazia lobby e se recebiam garotas de programa.

A informação, que confirma que foi o próprio ministro a fonte da matéria, foi dada pelo jornalista Paulo Nogueira, em seu blog Diário do Centro do Mundo.
Na ocasião da publicação da matéria, Paulo Nogueira, que hoje vive em Londres, na Inglaterra, era o diretor editorial da Editora Globo, responsável pela publicação de Época e outras revistas.
Segundo ele conta em seu blog, Palocci procurou diretamente a cúpula da editora e entregou os dados bancários de Francenildo.

"Foi Palocci, sim, quem passou o 'Dossiê Caseiro'”, escreve Paulo Nogueira em seu blog.
(...)
"Foi um momento particularmente penoso em minha carreira de editor, por motivos óbvios.
Ninguém vai fazer jornalismo para depois ajudar um ministro a desmoralizar um caseiro de forma fraudulenta.
Nossos sonhos e ilusões são bem mais elevados",
comenta Paulo Nogueira.

Segundo o jornalista, a revista inicialmente acreditava que realmente tinham sido feitos depósitos na conta do caseiro para que ele prejudicasse Palocci.

"Quando você trabalha numa revista semanal de informações, a pressão para que você consiga furos é imensa.
O risco de um erro é grande – você quer muito dar o furo e em geral o tempo para checagens mais elaboradas é escasso.
Você pode cometer uma barbaridade.
Foi o caso nosso",
diz ele.
Leiam matéria completa sobre o caso AQUI.

sábado, 28 de maio de 2011

Da casa do lobby ao apartamento da empresa

Miguel Reale Júnior - O Estado de S.Paulo

O recente affaire Palocci apresenta um significativo paralelismo com o sucedido com Francenildo dos Santos Costa, caseiro da chamada "casa do lobby" em Brasília, alugada por ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto para negócios e prazeres.
O então ministro da Fazenda, em 2006, negou que frequentasse a casa.
Convocado para depor na CPI dos Bingos, Francenildo desmascarou o ministro até ser calado por mandado de segurança, em decisão absurda do Supremo Tribunal Federal, na qual se considerou que, por suas "condições culturais", o caseiro não teria como contribuir para o esclarecimento dos fatos.

Não bastou o silêncio imposto pela Justiça que desqualificou o homem humilde, era necessário desmoralizá-lo.

Dois dias depois, o caseiro teve o sigilo bancário violado pela Caixa Econômica Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda, como tentativa de desacreditar a sua palavra.

Com precipitação, festejou-se o encontro de depósitos de R$ 25 mil e concluiu-se, apressadamente, ter sido o caseiro comprado.
Para o governo, a violação praticada seria pecado venial, diante do pecado mortal da compra da declaração do caseiro por inimigos do ministro.

Os súcubos do ministro, após violarem o sigilo bancário, deram a órgão de imprensa a tarefa de espalhar a calúnia.

Para dar ares de legitimidade à acusação leviana o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mandou ofício à Polícia Federal, no dia seguinte à quebra do sigilo, aventando a possibilidade de ocorrência de lavagem de dinheiro.

O tiro saiu pela culatra.
O homem simples era honesto, recebera a importância de seu pai e fora submetido ao mais puro arbítrio do Estado, em grave uso abusivo do aparelho estatal.
Francenildo, em lição de moral agora esquecida pelo atual ministro da Casa Civil, disse depois, ao depor na Corregedoria do Senado:

"O lado mais fraco não é o do caseiro, é o da mentira.
Duro é falar mentira que você tem de ficar pensando.
A verdade é fácil".

(...)

Se não fosse a denúncia efetivada pela imprensa, nada do patrimônio real do ministro-chefe da Casa Civil seria sabido.
E dele apenas se ouviram pedidos de respeito à confidencialidade, que tanto desprezara com relação ao humilde caseiro Francelino.


O Código de Conduta da Alta Administração Federal, de cuja elaboração participei como membro da Comissão de Ética, timbra ter por finalidade que a sociedade possa aferir a lisura do processo decisório governamental, motivo pelo qual busca evitar conflitos entre interesses públicos e privados.

Por isso estabelece o Código de Conduta que, além da declaração de bens, cabe ao administrador público dar informações sobre sua situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público.

Saber, portanto, quais foram os clientes dessa empresa de consultoria financeira administrada e pertencente, em 99,99% da cotas, a um médico sanitarista, em serviços pagos quando já previsto como forte ministro, é essencial para se poder ter a transparência visada pelo Código de Conduta.

Como dizia Francenildo, "duro é falar mentira que você tem de ficar pensando", e para não pensar os líderes do governo decretam infantilmente: "O episódio está encerrado".

Chega de cinismo: o episódio apenas começa e deve-se é desvendar a verdade para verificar se houve ou não novamente abuso e tráfico de influência, que podem contaminar a confiança no atual governo.

ADVOGADO, PROFESSOR TITULAR DA FACULDADE DE DIREITO DA USP, MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, FOI MINISTRO DA JUSTIÇA

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Justiça ou "Cala boca"?

Francenildo será indenizado: R$ 500 mil


O caseiro Francenildo dos Santos Costa conseguiu na Justiça o direito à indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil em razão da quebra ilegal de seu sigilo bancário em 2006.
Ele ingressou com ação contra Caixa e a Editora Globo pedindo indenização por danos morais.
Em relação à Caixa, o autor argumentou que a empresa pública quebrou ilegalmente seu sigilo bancário.
No caso da editora, que publica a revista Época, o caseiro argumentou que ela teria violado seus direitos individuais ao expor seus dados bancários e divulgar questões de cunho particular e familiar, veiculando comentários tendenciosos com o objetivo de denegrir sua imagem e expor sua vida privada.
No entendimento do juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara da Seção Judiciária do DF, considerou ilegal o encaminhamento da documentação bancária de Francenildo ao Ministério da Fazenda.

domingo, 22 de maio de 2011

Ente que mente

Por Mary Zaidan
No blog do Noblat

Avalista da estabilidade econômica nos primeiros anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Antonio Palocci sempre foi mais bem quisto pelo capital do que por boa parte de seus companheiros de legenda.
Chegou a ser acusado de neoliberal, o que até 2002 era pecado imperdoável dentro das hostes petistas, pelo menos da boca para fora.

Como prefeito de Ribeirão Preto foi privatista, primeiro governante a entregar a telefonia à iniciativa privada.

Como político namorava tucanos, sendo louvado e admirado pela alta plumagem que nunca – e até hoje – lhe poupou elogios.

Como ministro da Casa Civil repete o filme que encenou ao auxiliar Lula: no primeiro sinal de crise se omite, mistura seus negócios privados com os de Estado, exige proteção total do governo, enrola.

E, por fim, mente.

Foi assim em 2005, quando seu ex-assessor Rogério Buratti o denunciou como beneficiário de uma cota mensal de R$ 50 mil pagos por uma empreiteira.
Repetiu a dose ao ser descoberto como freqüentador da casa de prazeres do Lago Sul de Brasília, sede das traquinagens da República de Ribeirão Preto, e quando o sigilo do caseiro Francenildo Pereira foi quebrado.

Naquela época como agora, Palocci ficou quieto, mudo.
No máximo soltou notas desencontradas à imprensa.


O passo seguinte foi mentir.

Mentiu na Comissão de Assuntos Estratégicos do Senado e na CPI dos Bingos, negando peremptoriamente todas as acusações.
Mais tarde, denunciado à Polícia Federal por Jorge Mattoso, então presidente da Caixa Econômica, onde o sigilo de Francenildo fora arrombado, mentiu de novo ao afirmar que nada sabia.

Um mentiroso contumaz.

O que não é nada alvissareiro: mesmo se vingar algum dos 10 requerimentos de convocação protocolados pela oposição no Congresso, a chance de o ministro manter o padrão é enorme.

Até então e sabe-se lá até quando, Palocci está tendo tudo o que quer.
Mesmo dilapidando o patrimônio amealhado por Dilma Rousseff nos primeiros cinco meses, para defendê-lo não se poupam unhas nem dentes.
O empenho do governo é tamanho que as pulgas não param de pulular detrás das orelhas.

Em 2006, Palocci só caiu dezenas de mentiras depois.

Perdeu no Planalto, ganhou na planície.
Multiplicou por 20 seu patrimônio, algo que não conseguiria fazer nem se fosse ministro até o fim de uma vida muito longeva.

Curiosamente, preferiu abdicar da consultoria nababesca para voltar a ser assalariado.

Sua vida deve estar um inferno, como dizia dois dias antes de rolar Ministério da Fazenda abaixo.
Mas, ao contrário da época em que saiu quase ileso, a economia não está no céu.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Lei não é para todos

Depois que Delúbio Soares foi absovido pelo partido sem ser julgado pela Justiça, agora é a vez de Jeter de Souza, que violou os dados do caseiro Francenildo.
Leiam a matéria da Folha de São Paulo:

O Planalto nomeou Jeter Ribeiro de Souza, envolvido na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, para assessorar a presidente Dilma Rousseff.
Ex-gerente da Caixa Econômica Federal, ele acessou e imprimiu uma cópia do extrato do caseiro a pedido do então presidente do banco, Jorge Mattoso, que responde a ação penal pelo caso.
O escândalo derrubou o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em março de 2006.
O petista foi reabilitado por Dilma e hoje é chefe da Casa Civil da Presidência.
Souza foi convocado a depor na Polícia Federal, mas não chegou a ser indiciado na investigação no STF (Supremo Tribunal Federal).

Leia mais AQUI.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Gabinete de Palocci violou sigilo de caseiro, diz Caixa

Hoje na Folha A Caixa Econômica Federal informou à Justiça Federal que o responsável pela violação dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi o gabinete do então ministro da Fazenda e hoje ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na edição desta quarta-feira (25) da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

É a primeira vez que o banco estatal responsabiliza o ex-ministro.
Até então, dizia que apenas havia "transferido" os dados sob sigilo para o Ministério da Fazenda, sem acusar Palocci ou seu gabinete pelo vazamento.

Na época, o escândalo derrubou o então ministro da Fazenda do cargo, em março de 2006.

O ministro informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que "desconhece" a ação judicial pela qual o caseiro Francenildo dos Santos Costa pede uma indenização por danos morais na Justiça Federal de Brasília.

Em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) não aceitou denúncia contra Palocci por falta de provas, por cinco votos a quatro.

O petista, reabilitado por Dilma, agora é alvo de novas suspeitas após a Folha revelar que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lembrar é preciso, esquecer é prejuízo



A confissão de Dilma Roussef sobre o "banco de dados" de Ruth Cardoso e o descaramento de culpar o vazamento e não a criação do dossiê, que obviamente tinha o propósito de denegrir a pessoa mais honrada que já pisou o Palácio Presidencial, faz com que os mesmos discursos que agora repetem soem como um deboche.
Com essa palhaçada, que contou com a cumplicidade da midia, a gastança milionária com os cartões corporativos, que continua acontecendo, deixou de ser investigada, divulgada e, o principal, controlada e punida.
O povo é tratado como se sofresse de sérios problemas cerebrais que afetam a memória e a capacidade de reflexão, porque não é possível que alguém acredite que o vazamento de dados sigilosos, que somente o governo é capaz de obter, tenha sido provocado pelos partidos da oposição.
Como cuidadora de portador de Mal de Alzheimer, aquela doença que apaga a memória, eu informo que o medicamento para esse mal é distribuído gratuitamente.
Infeliz de quem prefere viver na escuridão, nas trevas da ignorância e da mentira.
O caseiro Francenildo sofre, ainda, as consequências por sua coragem de falar a verdade. Deveria ser tratado como um herói, um bravo guerreiro que não rastejou feito verme diante dos poderosos.
Será que é por este motivo que a população tem medo de manifestar alguma contrariedade?
Será que é por isso que a covardia tomou conta de todos os veículos de comunicação?
Será que é por covardia que a midia se tornou refém e se permite ser pautada por um cidadão que se julga dono do país, dono das instituições, dono do pensamento e da vontade de cada cidadão brasileiro? Aquele que não permite que míseros cinco por cento preservem sua integridade mental e consigam enxergar uma realidade que a propaganda governamental tenta esconder?
Minha solidariedade ao caseiro Francenildo, ao ex-presidente Fernando Henrique e sua falecida esposa, ao povo brasileiro que é privado da informação que poderia orientá-lo para uma vida melhor e mais digna e ao candidato José Serra que, mais uma vez, é vítima de uma quadrilha que tenta destruí-lo, como se todas as suas ações que tanto tem beneficiado as pessoas representassem um obstáculo ao projeto de perpetuação no poder daqueles que não tiveram a capacidade de construir um único programa de governo além do que já existia.

domingo, 29 de maio de 2011

Caixa acusa Palocci de ter violado sigilo do caseiro

A Caixa Econômica Federal informou à Justiça Federal que o responsável pela violação dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi o gabinete do então ministro da Fazenda e hoje ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

A notícia foi publicada no jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a reportagem, esta é a primeira vez que o banco estatal responsabiliza o ex-ministro.
Até então, a diretoria da Caixa dizia que apenas havia “transferido” os dados sob sigilo para o Ministério da Fazenda, sem acusar Palocci ou seu gabinete pelo vazamento.
Na época, o escândalo derrubou o então ministro da Fazenda do cargo, em março de 2006.
Um detalhe importante, o principal Ministro da República não foi inocentado, simplesmente não houve abertura de Ação Penal.
Um escândalo!
Um desaforo contra milhões de cidadãos que assinaram o pedido de criação da Lei Ficha Limpa.

Baixe o AUDIO e ouça a jornalista Lúcia Hipóllito declarando que a Caixa Econômica Federal dá a cabeça de Palocci de bandeja à oposição e que o responsável pela proteção das informações sigilosas da população foi justamente quem vazou os dados do caseiro Francenildo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Jornalista fez de um caseiro uma limonada

Helena Chagas, substituta de Franklin, fez de um caseiro uma limonada
Por Reinaldo Azevedo

A jornalista Helena Chagas foi convidada para ocupar o lugar de Franklin Martins como titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Surpresa zero, embora a indicação mereça ser circunstanciada, não é mesmo?

Helena se aproximou bastante de Dilma, mas, antes de tudo, é chapa de Palocci.
A Polícia Federal tem, vamos lembrar, a genealogia do caso Francenildo, o caseiro.
Começou no quintal da jornalista e terminou fraudando a Constituição.

Então diretora da sucursal do jornal O Globo, em Brasília, ela ficou sabendo, por intermédio de seu jardineiro, que o caseiro havia recebido um depósito relativamente alto em sua conta na CEF.

Fiel aos deveres do jornalismo, ela mobilizou a equipe para tentar descobrir se o rapaz que botava Palocci contra a parede estava sendo financiado por alguém?
Não!!!
O lado patriótico falou mais alto.
Ela contou tudo para o ministro.
Ele chamou Jorge Mattoso, então presidente da CEF, e conversou a respeito.
E o que fez o subordinado?
Conseguiu um extrato da conta de Francenildo, quebrando ilegalmente seu sigilo, e lá estava o depósito.
O rapaz virou capa de revista!
Filho bastardo, o dinheiro era uma doação feita por seu pai biológico e nada tinha a ver com política.

Helena foi demitida do jornal e iniciava a jornada rumo ao topo, não exatamente da profissão, mas do poder.
Foi contratada como diretora de jornalismo da EBC, subordinada a Franklin Martins.
Deixou o cargo para ser assessora de imprensa da candidata Dilma Rousseff, migrando para a assessoria da equipe de transição.
Agora, chega a um cargo com status ministerial.

Na era da redenção dos oprimidos, o único que se ferrou nessa história toda, tendo a sua vida devassada, foi o caseiro.
É que ele não soube cumprir o seu papel na narrativa.
Lugar de oprimido é de joelhos, grato a Lula por sua generosidade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quando o crime compensa

Por Reinaldo Azevedo

A tolice de supor que Dilma é estrela de uma “glasnost” petista.
Ou: quando o crime compensa


A presidente Dilma Rousseff é tratada por alguns analistas como se fosse a protagonista de uma “glasnost” petista.
Se Lula flertava com mecanismos de censura à imprensa, a ela se atribui o repúdio a qualquer iniciativa nesse sentido; se Lula dava o braço a tiranos do mundo inteiro, ela diz que a política de direitos humanos é central no seu governo; se Lula era um gastão, ela acena com corte de R$ 50 bilhões — corte que não ocorrerá, mas vá lá: ainda que ocorresse, o Orçamento de 2011, mesmo assim, seria quase 10% maior do que o do ano passado; se Lula era falastrão e autocentrado, ela é econômica nas palavras e pensa no conjunto; se Lula, enfim, era um ignorante intuitivo, ela é uma letrada racional.

Bem, assim seria se assim fosse.
Mas vocês sabem que essa é a fantasia que anda por aí, o que leva muita gente a se dizer “surpresa com o desempenho de Dilma.


Quero chamar a atenção de vocês para algo importante: essa “glasnost” — que é, obviamente, mentirosa — convive com o brutal fortalecimento do PT no governo Dilma.
O partido é muito mais poderoso agora do que era sob Lula e tem sabido trazer os aliados em rédeas relativamente curtas.
O PMDB dá um pouco mais de trabalho, mas o fato é que também ele perdeu poder no terceiro mandato do PT, embora tenha o vice-presidente da República.

Desde que chegou ao poder em 2003, a máquina partidária nunca foi tão forte com é agora e nunca esteve tão presente na administração.

Essa é uma das evidências de que a “glasnost” dilmista é conversa para enganar jornalistas e cineastas — uma boa parte deles ao menos.
Mas não é a única.
O PT está num franco movimento para reintegrar Delúbio Soares, o tesoureiro que virou símbolo do mensalão.
Com efeito, houve certa injustiça em transformá-lo no bode expiatório: os crimes nunca foram apenas seus. Ele era um funcionário do partido e agia segundo as ordens da cúpula partidária, de que Lula sempre foi o chefe inconteste.

A reinserção de Delúbio no partido vem junto com a afirmação canalha de que o mensalão nunca existiu.
Tudo teria sido uma conspiração das oposições com a mídia para depor o governo Lula. Agora é Marco Maia (RS), presidente da Câmara, quem pede a volta do velho companheiro.
O julgamento do mensalão no STF deve ficar para o ano que vem.
Até lá, o partido espera que a negação da história ganhe mais adeptos.

É claro que o petismo não articula a volta de Delúbio só para ser justo e generoso com o companheiro.

Essa Dilma “menos petista” que setores da imprensa inventaram — reitero: é uma construção falsa; basta ver quantos cargos ela deu ao partido — serve perfeitamente aos propósitos de “reunificação” do PT, recolhendo os companheiros que tiveram de ficar pelo caminho.

É como se ela fosse uma coisa — a “rainha”, lembram-se? — e o partido, outra, de sorte que decisões polêmicas da legenda não guardariam qualquer intimidade com a administração.
Assim seria se assim fosse; assim seria se o governo federal, as autarquias, as estatais, as fundações e os fundos de pensão não estivessem coalhados de companheiros — companheiros de Delúbio.

Inexiste uma “glasnost” petista, com Dilma no lugar de Gorbatchev, e Lula como estrela da Velha Guarda.
Isso é de uma bobagem monumental.
Tirados o glacê e as construções da marquetagem, o que se tem é o contrário: o PT nunca teve tal domínio da máquina pública e nunca esteve tão disposto a chamar de virtudes os seus crimes.

Se alguma dúvida ainda houvesse, ela se dissiparia assim: Jeter Ribeiro de Souza, ex-gerente da Caixa Econômica que acessou ilegalmente o sigilo do caseiro Francenildo Costa, foi nomeado assessor especial de Dilma.
O nome do cargo: “Assessor do gabinete-adjunto de Informações em Apoio à Decisão da Presidente.” Uau! Quem assinou a nomeação foi a Casa Civil, cujo chefe é Antonio Palocci, que era o único interessado na quebra daquele sigilo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O "BOOM" Companheiro


Uma das páginas mais feias da história recente talvez não seja registrada nos livros nem transmitida nas salas de aula, pois agora já se vislumbra uma tendência em criminalizar quem considera fundamental para o conhecimento determinar o que é certo ou errado na gramática, por que haveria, então, a preocupação com a verdade dos fatos?

Refiro-me à violação do sigilo do caseiro Francenildo, cujo responsável escapou no STF em razão da formalidade jurídica, pois os excelentíssimos juízes resolveram considerar que não havia a prova de transgressão.

Outros sigilos têm sido violados e vazados com o intuitos de destruir reputações e manchar a honra de pessoas ilustres, como fizeram contra Ruth Cardoso e, durante a campanha eleitoral de 2010, contra José Serra.

Após ser absolvido, também, em outros casos indigestos, que envolviam lixo e ervilhas, reportagem da Folha revela que Antonio Palocci, um dos homens mais poderosos da República, está vinte vezes mais rico do que há quatro anos.
Segundo noticiou a Folha de S.Paulo, uma empresa de consultoria, a Projeto, com 99% do capital de R$ 102 mil registrado em nome dele, comprou por R$ 882 mil um escritório de 183 m² nas proximidades da Avenida Paulista e um apartamento de 502 m² na mesma região, pelo qual pagou R$ 6,6 milhões, em duas parcelas quitadas em pouco tempo.
A resistência em apresentar documentos e comprovantes levam muitos a questionar se a justificativa de que obteve esses recursos prestando serviços de consultoria é compatível ou não com o seu histórico de rendimentos declarados.

Matéria do Estadão informa que pelo menos cinco ministros do governo federal têm empresas de consultoria que continuam ativas em pleno exercício do cargo.
Enquanto o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, mudou o ramo de atividade de sua antiga empresa de consultoria, a Projeto, atendendo à recomendação da Comissão de Ética da Presidência, os colegas de Esplanada não fizeram o mesmo.
São eles: Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Comércio e Indústria), José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), Leônidas Cristino (Portos) e Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional).

As consultorias prestadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, abriram polêmica no Congresso e entre especialistas sobre a legislação em vigor que permite a parlamentares manter, paralelamente aos mandatos, empresas de consultoria, desde que seus clientes não tenham vínculo com o poder público.

Os parlamentares ficam divididos.
Em sua defesa, Palocci citou ex-ministros e parlamentares que também são sócios no mesmo tipo de empresa de consultoria.

A cientista política Maria Celina D'Araújo, da Fundação Getúlio Vargas, diz que não há necessidade de mudança da legislação, mas cobra bom senso:

- Uma coisa são os ex-ministros citados pelo Palocci.
Todos deixaram a vida pública para abrir empresas.
Ele, não.
Isso para o imaginário popular é negativo: usar cargo público para enriquecer, mesmo que seja legal.
Há conflito de interesses.


Vejam outras opiniões de autoridades e especialistas AQUI.

domingo, 9 de junho de 2013

IMPOSSÍVEL SER CRISTÃO E SERVIR AO PT AO MESMO TEMPO

Foto



Como poderíamos chamar a última década? A década perdida, apesar do período de bonança mundial que favoreceu nossa economia e de um governo que soube tirar proveito dos programas herdados de um presidente que entregou um país arrumado, com a economia estabilizada e pronta para projetar o Brasil às alturas, Fernando Henrique Cardoso?

Talvez estivéssemos no topo e nosso povo usufruindo de serviços de qualidade se o resultado das urnas fosse outro ainda em 2002. Mas o eleitor brasileiro decidiu experimentar o voto naquele que perdia uma eleição atrás da outra, fazer o que?

O que se sucedeu, então, foi uma sequência interminável de escândalos envolvendo dinheiro público. A fartura de dinheiro, conquistada com o esforço dos criadores do Plano Real e um lance de sorte no cenário internacional, tem sido desviada ao longo desses anos para o bolso dos corruptos, restando apenas o assistencialismo e a facilidade de acesso ao crédito, por conseguinte, ao endividamento, para tapear os mais pobres, calar a opinião pública e minimizar a indignação do povo roubado.

Considerando-se juízes do nosso destino e de suas ações, que deveriam passar pelo crivo de quem os elegeu, autoridades do governo tem se antecipado na investigação de si próprios, o que explica o fato de tudo acabar em pizza.

Sponholz

Com exceção do resultado do julgamento do Mensalão, que ainda pode reverter dependendo das decisões dos "juízes de Dilma", recentemente nomeados, cadê as providências envolvendo outros casos, como os dossiês contra Ruth Cardoso e dos aloprados contra José Serra?

O que aconteceu, afinal, com os ministros denunciados pela imprensa? Estão todos de volta com cargos importantes e com o apoio de Dilma. 

E quanto às propinas de Palocci - o algoz do caseiro Francenildo - de Fernando Pimentel e de Erenice Guerra?

E as declarações de Lina Vieira?

Rosegate sumiu nos noticiário e os conluios com as empreiteiras continuam a todo vapor, como mostram reportagens da semana.

Não há espaço suficiente nos sites, jornais e revistas para manter em dia todos esses fatos, para que não caiam no esquecimento e para que mais pessoas saibam que estão sendo enganadas há tempos pela propaganda que vende maravilhas. Mesmo assim, não podemos permitir a banalização de nenhum tipo de crime simplesmente porque essa overdose de informações leva muitas pessoas a uma forma extrema de catatonia.

Deixando a corrupção e os problemas econômicos um pouco de lado, sempre digo que o pior estrago provocado pelo desgoverno do PT é nos costumes. 

O padrão de comportamento estimulado pelo partido, as bandeiras que defende, como mostram as imagens acima, o estímulo ao confronto e ao uso da violência para se firmar no poder, tudo isso é incompatível com quem se propõe a conservar os valores cristãos, que podem não ser modernos nem "progressistas", como se auto-intitula a militância petista, mas esses ensinamentos, um legado do Criador para os que creem, resistem ao tempo, mas vivem sendo ameaçados pelas forças obscuras dos que se julgam donos desse mundo, assim como o PT se julga dono de nossas consciências.

Por isso, reafirmo, é impossível ser cristão e servir ao PT ao mesmo tempo.

sábado, 28 de março de 2015

AS OPERAÇÕES DE PALOCCI NA LAVA JATO



(Isto É) 

A pedido da Procuradoria Geral da República está em curso na Justiça Federal do Paraná uma investigação sobre a participação do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antônio Palocci Filho, no esquema do Petrolão. Entre os alvos principais do processo estão contratos feitos entre a Projeto – consultoria financeira pertencente ao ex-ministro – e empresas que fizeram direta ou indiretamente negócios com a Petrobras.

Com base em delações premiadas, documentos apreendidos e até na prestação de contas feitas pelos partidos, procuradores e delegados da Operação Lava Jato calculam que consultorias feitas por Palocci possam ter sido usadas para desviar cerca de R$ 100 milhões do Petrolão para os cofres do PT. “Vamos demonstrar que, assim como o ex-ministro José Dirceu, Palocci trabalhou para favorecer grupos privados em contratos feitos com a Petrobras e canalizou ao partido propinas obtidas a partir de recursos desviados da estatal, disse um dos procuradores na tarde da quarta-feira 25.

Até a semana passada, os procuradores observavam com lupa seis contratos da empresa de Palocci e nas próximas semanas deverão recorrer ao juiz Sérgio Moro para que autorize a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-ministro. Os documentos e depoimentos que mais têm despertado a atenção de delegados e procuradores dizem respeito às relações do ex-ministro com a WTorre Engenharia e com o Estaleiro Rio Grande.

De acordo com os relatos feitos por procuradores da Lava Jato, em 2006, após deixar o governo Lula acusado de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, Palocci teria intermediado a aquisição do Estaleiro Rio Grande pela WTorre. Meses depois da negociação e sem nenhuma expertise no setor naval, a empresa venceu uma concorrência para arrendamento exclusivo do estaleiro à Petrobras.

Em seguida, a estatal fez uma encomenda para a construção de oito cascos de plataformas marítimas, em um contrato de aproximadamente US$ 6,5 bilhões. “Não é comum que uma empresa sem nenhum histórico no setor vença uma concorrência bilionária”, afirma um dos procuradores da Lava Jato. Os indícios encontrados pelo Ministério Público, porém, vão além do simples estranhamento.

Leia aqui a reportagem completa.

domingo, 22 de agosto de 2010

Tolerância zero

O presidente Luis Inácio Lula da Silva sempre gostou de conferir rótulos para popularizar os seus prediletos. Foi assim com o então ministro da Casa Civil José Dirceu, a quem atribuía a função de técnico insubstituível do time, até rifá-lo na conta dos escândalos dos Correios e do mensalão. Ou com o craque Antônio Palocci, estrategicamente retirado de campo depois da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo. Com Dilma Rousseff não foi diferente.

Ungida mãe do PAC, o programa que deveria acelerar o desenvolvimento, mas que continua empacado na baixa execução - vexaminosa para qualquer gestor, mesmo o mais medíocre -, a candidata do PT é a mãe que o povo ganhou de presente para cuidar dele e conduzi-lo. Um povo que, para Lula, precisa de permanente tutela – dele e de sua sucessora. Está lá na canção melodramática que o programa de sua candidata veiculou durante a semana.

Um povo órfão. E é o próprio Lula, o primeiro e único presidente a ter uma aprovação quase unânime desse mesmo povo, quem diz, depois de governá-lo por quase oito anos.

Sua estupenda popularidade tudo transforma. Dirceu e Palocci já são ex-pecadores. Voltaram com força e confiança total. E Dilma, responsável por um PAC que tem apenas 13% de suas 13.958 ações concluídas, de acordo com o site Contas Abertas, ou 41%, se excluídas as obras de saneamento e habitação, como gosta de contabilizar o ministério da Casa Civil, crê que pode se apresentar como administradora competente. Chega até a confessar seu analfabetismo eleitoral para tentar vender sua pretensa experiência executiva.

Com que resultados?, deveria se perguntar o eleitor. Mas parece não haver espaço para tal. Se nem mesmo a oposição tem coragem de contestar a propaganda oficial, porque os eleitores o fariam?

Além de recuperar vilões que há muito deveriam estar banidos, entre eles o clã Sarney e até mesmo Collor de Mello, inimigo número 1 do país, Lula consegue como ninguém criar as verdades que a conveniência lhe dita. Não só o país não existia antes dele, como tudo que se tem hoje - da estabilidade econômica à telefonia celular (ainda que esta seja resultado da satânica privatização) - foi feito pelo seu governo. E quando o script não lhe é favorável, sempre usa as máximas: não sei de nada, todo mundo faz, é fruto da mídia golpista.

Pior: estimula, sem qualquer constrangimento, a beligerância contra aqueles que tentam lhe fazer oposição.

É a tolerância zero, onde adversários são inimigos que devem ser combatidos a qualquer preço. Por essa cartilha, ninguém deveria se arvorar em criticar o governo, Dilma e muito menos Lula. É crime, coisa dos 4% que ousam discordar, contraditar. De gente que ousa ser minoria.

Não há democracia quando a maioria tenta impor a mudez à minoria, quando o poder tem um único dono e ele só escuta a sua própria voz.

Mary Zaidan é jornalista.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SÃO PAULO, COMO SEMPRE, SOB A MIRA DO PT


Acabei de ler uma postagem no facebook que dizia o seguinte:

"Quando passar próximo de alguma favela e ver pessoas em situação de calamidade, lembre-se disso: em 2013, São Paulo enviou para os cofres do governo federal mais de 455 bilhões, e teve de retorno cerca de 30 bilhões apenas. Um prejuízo de aproximadamente 425 bilhões de reais, maior que o PIB de muitos países. Dinheiro que poderia ter sido investido em infraestrutura e qualidade de vida para os paulistas."

Mesmo com essa discrepância, São Paulo vem sofrendo ao longo dos anos os mais duros golpes do PT, seja com os discursos inflamados contra seu povo, como também com votações de seus parlamentares que muitas vezes são contra a destinação de verbas para o estado, simplesmente porque tem sido governado por adversários políticos.

Tudo isso é muito injusto, afinal São Paulo acolhe pessoas do mundo inteiro. Sempre lembro que o paulistano, principalmente, sofre sem reclamar por ter que dividir o espaço no trânsito, no transporte coletivo e, o mais grave, o atendimentos nos serviços de saúde porque vem gente de todos os cantos se tratar na capital paulista, pois onde vivem não tem atendimento à altura. 

Vejam mais uma onda de "terrorismo social" criada por um governador petista que está "exportando" negros imigrantes porque deve considerar sua presença um estorvo.

A INVESTIDA CONTRA O ESTADO É UM GOLPE MUITO SUJO.

Vejam o que Tião Viana, governador do Acre, disse sobre haitianos em São Paulo. Lembrando que foi esse senhor que tentou calar o caseiro Francenildo na CPI dos Bingos.

(para ler na sequência das postagens do governado no twitter, siga de baixo para cima)