sábado, 13 de dezembro de 2014

ATITUDE CIDADÃ - QUE SIRVA DE EXEMPLO

ATLETAS EXIGEM QUE OS ENVOLVIDOS EM CORRUPÇÃO SEJAM SEVERAMENTE PUNIDOS

JOGADORES DE VÔLEI COGITAM BOICOTE DEPOIS DE DENÚNCIAS

Murilo, um dos jogadores mais experientes da seleção,  exigiu explicações sobre as denúncias envolvendo a Confederação Brasileira de Vôlei (Foto: CBV/Divulgação)

As denúncias envolvendo a Confederação Brasileira de Vôlei, comprovadas através de um relatório da Controladoria Geral da União gerou revolta em todos no mundo do vôlei. Por meio das redes sociais, atletas e ex-atletas se mostraram indignados com as irregularidades no esporte mais vitorioso do Brasil nos últimos anos e cogitam um boicote até que tudo seja esclarecido.
“Nós não vamos nos calar”, postou em seu Twitter o levantador da seleção brasileira Bruninho, não escondendo toda a sua tristeza com o cenário do vôlei no Brasil, divulgado através de uma série de denúncias feitas pela ESPN Brasil, que culminou com o encerramento da parceria do esporte com o Banco do Brasil, apoio que já durava 23 anos.

Murilo, um dos jogadores mais experientes da seleção, também fez questão de comentar o fato e exigiu explicações. “Por favor não me venham com nota oficial para comentar sobre a matéria. É hora de dar as caras e se explicar”. O atleta, em entrevista à ESPN, resumiu a situação como “uma grande traição” e que “o mais importante é atuarmos juntos e que as pessoas sejam punidas pelo mal que fizeram ao vôlei”, não descartando um boicote à seleção: “Ainda não tocamos no assunto, vamos esperar… Confio que a nova gestão da CBV possa fazer alguma coisa. Devem se pronunciar diante das câmeras e dizer quais atitudes serão tomadas. Mas, pessoalmente, não descarto a possibilidade. Se nada for feito, um boicote à seleção pode ajudar a pressionar”.

O irmão de Murilo, Gustavo, campeão olímpico com a seleção brasileira em 2004, foi outro a mostrar insatisfação com a situação, compartilhando mensagens enviadas a ele por fãs. “É melhor sofrer agora e cortar o mal pela raiz do que manter essa podridão toda que só mancha a luta e o suor de vocês”

O sentimento é parecido com o da ex-jogadora Ana Moser, que defendeu a seleção durante anos e é considerada uma das grandes referências do vôlei brasileiro. Ela, que hoje em dia trabalha incentivando a prática de esportes e educação para as crianças carentes, quer união para o esporte dar a volta por cima: “O voleibol brasileiro é maior do que isso. Muito maior. Hora da comunidade do voleibol se unir para reconstruir”.

ENTENDA O CASO

A reportagem desta quinta-feira da ESPN cita que o relatório da CGU aponta “contratação de empresas de consultoria sem que se consiga verificar a efetiva contraprestação do serviço; contratação de empresas sem estrutura física e de pessoal; contratação de empresas cujos proprietários são ou foram ligados à CBV; contratação de empresas do mesmo proprietário que executa e audita a prestação de serviço; pagamento de notas fiscais sequenciais que demonstram que a empresa comandada prestava serviço somente para a CBV; pagamento de notas fiscais com descrição genérica do objeto contratado, como “comissionamento” ou “assessoramento”.

O relatório também trata do caso da SMP, empresa de Marcos Pina, ex-dirigente da CBV ligado ao ex-presidente Ary Graça, que a CBV pagou, por “Prospecção de cotas de patrocínio, propriedades e títulos” aproximadamente R$ 3 milhões entre 2012 e 2013. Ainda de acordo com a ESPN, a CGU concluiu que “não há provas da prestação do serviço contratado pela CBV” e que “a empresa não possui infraestrutura física nem pessoal”.

Os pagamentos feitos à SMP continuaram mesmo na nova gestão da CBV, comandada por Walter Pitombo Laranjeiras, Toroca. Ainda de acordo com o relatório citado pela ESPN, a empresa recebeu R$ 188 mil em 2014, a título de “assessoria de gestão administrativa esportiva”. 

(Agência Estado)

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