quinta-feira, 2 de abril de 2015

LAVA JATO - PAPÉIS PROVAM PROPINA AO PT

DOCUMENTOS CONFIRMAM AS REVELAÇÕES DE YOUSSEF À JUSTIÇA



A Operação Lava Jato tem as notas, a proposta de contrato e as cópias de e-mails trocados entre a Toshiba Infraestrutura América do Sul e os laranjas do doleiro Alberto Youssef que teriam respaldado o pagamento da propina de pelo menos R$ 1,5 milhão ao PT e ao PP, em 2012.

O pagamento para a Empreiteira Rigidez seria a propina pelo contrato firmado com a Petrobras, nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. A Toshiba, que estava com problemas para ser contratada, recorreu aos serviços do doleiro e do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa - cota do PP no esquema de fatiamento político das diretorias.

Abaixo, trecho do relatório da Polícia Federal com análise do material sobre a Toshiba e a Rigidez:


A Rigidez era uma das empresas usadas pelo doleiro para emitir notas por serviços não prestados. A PF já tem provas de que ela fechava contratos para cobrir o dinheiro desviado das empreiteiras do cartel. Em depoimento, no dia 15 de agosto de 2014, o advogado e laranja do doleiro, Carlos Alberto Pereira da Costa, já havia apontado que "contratos e notas fiscais visando justificar o fluxo financeiro de Alberto Youssef eram fornecidos por Waldomiro de Oliveira por meio das empresas MO Consutloria e Empreiteira Rigidez".

Em novo depoimento ontem ao juiz federal Sérgio Moro - que conduz todos autos da Lava Jato -, o doleiro confessou pela primeira vez na Justiça Federal que operacionalizou a entrega de cerca de R$ 800 mil do PT, metade disso pago em dinheiro vivo na porta da sede do PT, em São Paulo.
O destinatário era o atual tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, alvo da Operação Lava Jato como suposto operador de propina no esquema da Petrobras. O pedido, segundo o doleiro, foi feito por um executivo da Toshiba, José Alberto Piva Campana.

A primeira parcela dos R$ 800 mil foi retirada, segundo Youssef, no estacionamento de seu escritório, também em São Paulo, pela cunhada de Vaccari, Marice Correa Lima.

Pelo esquema desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato, PT, PMDB e PP arrecadavam de 1% a 3% em contratos da estatal. Ao PP era destinado 1% do valor do contrato, nos negócios da Diretoria de Abastecimento. O PT ficava com 2% de todos os contratos das demais diretorias, via Diretoria de Serviços. A área que era ocupada por Renato Duque era responsável pelos processos de contratação e execução.

Materialidade

No material que faz parte do inquérito aberto em janeiro tendo como alvo o negócio da Toshiba há três notas fiscais emitidas pela Empreiteira Rigidez contra a Toshiba, totalizando R$ 1.494.318,42. As notas de número 16, 22 e 24 foram emitidas nos dias 9 e 24 de abril e no dia 15 de maio, de 20123. Todas no valor de R$ 498.106,14.

Há ainda cinco folhas de uma proposta de contrato da Rigidez para a Toshiba com valor final de contrato de R$ 2.088.310.

O material foi encontrado nas buscas que a Polícia Federal fez na Arbor Contábil, empresa da contadora do doleiro, em São Paulo, em abril do ano passado e fazem parte do inquérito aberto para apurar o caso da Toshiba.

No local, foram obtidas ainda cópias de dois e-mails trocados entre outro executivo da Toshiba, Rubens Takimi Nomada, e Waldomiro Oliveira - laranja de Youssef na empresa Empreiteira Rigidez.

No primeiro e-mail o executivo pede proposta de contratação e a minuta do termo para "prestação de serviços para o projeto Comperj Substações Unitárias". No segundo e-mail o executivo solicita a revisão da proposta e indica a necessidade de reconhecimento de firma no contrato.
(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário