segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Trapalhada no twitter - O PT e o dossiê contra Serra



Você lembra de alguém do PT ter admitido a confecção de um dossiê contra José Serra?
Certamente que não.
Mas você lembrar que o PT sempre negou qualquer grau de parentesco com o dossiê.
E que depois de certo tempo até passou a atribuí-lo ao resultado de brigas internas do PSDB – Aécio Neves x Serra, um interessado na destruição do outro.

Muito bem.
Agora, você lerá o que mais se aproxima da confissão de um alto dirigente do PT a respeito da ligação do partido com o tal dossiê.

O dirigente: André Vargas, deputado federal pelo Paraná e Secretário de Comunicação do PT.
No último dia 7, ele postou uma série de notas em seu twitter - uma espécie de miniblog.
Vamos a elas.

“PT quer livro do Amaury (contratado pelo Diário de Minas/Aécio) na investigação da Polícia Federal”. Amaury Ribeiro Jr., jornalista, trabalhou para o jornal O Estado de Minas (não Diário de Minas).

Amaury saiu do jornal sem produzir uma única reportagem sobre o assunto.
De posse do que levantara, aproximou-se do “núcleo de inteligência” da campanha de Dilma.

Liderado pelo jornalista Luiz Lanzetta, o tal núcleo fora montado por Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, que na eleição de 2008 se aliara a Aécio para eleger o atual prefeito Márcio Lacerda (PSB).
Pimentel estava de olho na vaga de Aécio, que estava de olho no apoio do PT mineiro para disputar a vaga de Lula.

Em 20 de abril passado, Lanzetta e Amaury almoçaram em Brasília com um ex-delegado da Polícia Federal.
O delegado disse que fora sondado pelos dois para espionar Serra.
Os dois desmentem. Revelado pela VEJA, o almoço custou o emprego de Lanzetta

Na véspera do desabafo de André no twitter, José Eduardo Dutra, presidente do PT, pedira à Polícia Federal que investigasse a participação Amaury na quebra do sigilo fiscal de quatro pessoas próximas a Serra – entre elas sua filha Verônica.
Dutra pretendia juntar o dossiê com a violação de sigilo e jogar tudo nas costas de Amaury.

De volta às mensagens postadas por André no twitter: “O Aécio Neves contrata Amaury através do [jornal] para detonar o Serra e contar a verdadeira história das privatizações do FHC”.
E adiante: “Amaury levanta documentos que mostram a filha de Serra e seu esposo com contas suspeitas no exterior”.

Êpa! Como André poderia saber que Verônica e seu marido tinham contas suspeitas no exterior se o PT e Amaury jamais haviam sido parceiros na tarefa de constranger Serra?

De resto, somente depois de André cometer inconfidências no twitter foi que se publicou que o sigilo fiscal do marido de Verônica também fora quebrado.

“Amaury, fora de controle de Aécio e via Pimentel, plantou no colo do PT aquilo que não temos nada a ver [o dossiê contra Serra]”.

Em resposta a um leitor que estranhou a referência a Pimentel, André ainda escreveu: “Não disse nada contra Pimentel.
Acho apenas que ele caiu no conto do Aécio.
De boa fé, mas caiu.
Adversário é adversário”.

Resumo da ópera: André acusou Aécio de contratar um jornalista para investigar fatos capazes de enlamear a imagem de Serra.
Apontou o jornalista como o verdadeiro autor do dossiê.
Por fim, entregou Pimentel como o cara que plantou o dossiê dentro da campanha de Dilma.

Nunca um líder do PT ousara ir tão longe.
Fonte: blog do Noblat.

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