sexta-feira, 21 de março de 2014

CHOVE CORRUPÇÃO NO PLANALTO

Jorge Oliveira

O escândalo do mensalão é pinto em relação a tramoia da compra da refinaria do Texas pela Petrobrás, que carrega nas costas um prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares. Até então, o ex-presidente da estatal Sergio Gabrielli, hoje secretário de governo na Bahia, era apontado como o principal responsável pelo engenhoso negócio da empresa com a belga Astro Oil. Agora se sabe, por confissão, que a Dilma assinou  embaixo o negócio, que ela agora revela ter sido “falho”. Isso mesmo, a presidente declara que deu aval, à frente do Conselho da Petrobrás, a um negócio “falho” que lesou a empresa em 1 bilhão de dólares! 
Numa tradução livre: trata-se de uma fraudulenta negociata que encheu os bolsos de alguns privilegiados diretores da estatal e apaniguados com milhões de dólares. 
A maracutaia com o aval da Dilma escandalizou o país. E tira definitivamente das costas dela o rótulo de gerentona pregado pelos marqueteiros da campanha e por Lula, que ainda foi mais longe ao chamá-la de “Mãe do PAC”, responsabilizando-a pelas obras de infraestrutura do país. Diante de tanto descalabro a pergunta é: e então, ninguém vai preso?  Não, o Brasil aguenta! Aguenta a violência nos bairros periféricos, a corrupção generalizada nos órgãos púbicos, a epidemia do crack, a chantagem dos parlamentares por liberação de emendas, os escândalos do mensalão, o suborno a funcionários da Petrobrás, a distribuição de cargos sem critérios de qualidades, as despesas presidenciais no exterior em hotéis de luxo e restaurantes sofisticados e a incapacidade administrativa de uma presidente de mente fragmentada. 
Pois é, o brasileiro assiste diariamente o noticiário da corrupção no país tão passivo que parece cúmplice dos trambiques. Se se sente indignado não parece porque continua aplaudindo tudo que o governo do PT diz que faz ou fez. Por exemplo, o partido alardeia que tirou o país da miséria e do atraso social, quando um estudo do Instituto Trata Brasil coloca o país apenas na ll2a. posição entre as 200 nações que avançaram no saneamento básico nos últimos 12 anos.
E veja o absurdo que joga por terra os falastrões do PT sobre o avanço social do Brasil: o ritmo de expansão do saneamento no país vem caindo. Na década passada, o crescimento foi de 4,6% . Na década atual, caiu para 4,1%. Isso significa que milhões de brasileiros ainda bebem água contaminada por fezes, morrem de diarreia e vivem em esgoto a céu aberto, enquanto a propaganda do governo mostra milhares de biombos do “Minha Casa, Minha vida” iguais a gaiolas de pombos entregues já com paredes rachadas, sem postos de saúde, escolas e saneamento básico.
A publicidade falsa, mentirosa e artificial é feita sob os olhares complacentesdos órgãos de fiscalização eleitoral que ignoram as mensagens subliminares da reeleição da presidente na entrega de tratores em cidades do interior (em uma semana, Dilma percorreu 14 mil quilômetros de avião pelo Brasil). Se a presidente já não administrava o país, agora mesmo é que ela abandonou o barco para se manter no poder a partir de 2015.
Com essa nova revelação de que a presidente avalizou a compra da refinaria texana, mesmo sabendo das falhas contratuais que só beneficiavam a empresa belga, sabe-se agora porque o ex-presidente Lula se esforçou tanto para tê-la na sua sucessão: cumplicidade palaciana com a sua mais confiável auxiliar.
O mais vergonhoso de tudo isso é a explicação do Palácio do Planalto para tentar minimizar o impacto do escândalo.Na nota, a Presidência da República diz que o documento apresentado pela área internacional da Petrobrás omitiu duas clausulas do contrato originalmente assinado pelas duas empresas. Mas a compra prosseguiu. “O contrato era técnica e juridicamente falho”, segundo a nota. Mesmo assim foi aprovado por unanimidade pela diretoria da Petrobrás e chancelado pela então presidente do Conselho da empresa, Dilma Rousseff.
E sabe onde está hoje o senhor Nestor Cerveró, o ex-diretor Internacional que negociou pela Petrobrás? Na diretoria financeira da Petrobrás Distribuidora. E a raposa continua no galinheiro.
O Brasil aguenta!

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