quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Esquerda tem mais votos do que idéias.

Top Top diz: esquerda tem mais votos do que idéias.
Mas atenção!
A culpa é da “mídia”!


Marco Aurélio Top Top Garcia confessa: a esquerda vende ilusões baratas, mobiliza os votos e depois não entrega o que promete.

Mas a culpa não é dela, não!
O valente participou de um seminário promovido no Rio pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), órgão criado em 1957 pela Unesco, com representação em 12 países da América Latina.

Segundo Marco Aurélio, a esquerda “tem mais votos do que idéias”.
Ele não deixa de ter seu momento de sinceridade.

Esse vazio seria preenchido, segundo este pensador, pelas teses conservadoras.

Talvez a coisa mereça a seguinte tradução: “A gente ganha eleição com o nosso programa e governa com o programa dos nossos adversários”.

Vocês conhecem experiência parecida?
E agora atenção para o salto: Top Top tem os culpados por esse vazio e pelo triunfo das teses dos seus “adversários”: a “mídia” — sempre ela! —, que se comportaria como um partido político.

Não é a primeira vez que Marco Aurélio, com a clarividência habitual, reflete sobre a importância dos meios de comunicação na formação das massas.
Ele já chegou a comparar as TVs a cabo no Brasil à Quarta Frota.
Assim como aquela vigiaria, sei lá eu, o “espaço vital” dos EUA, as TVs por assinatura cumpririam a missão de colonizar as mentes dos abestados brasileiros, que precisariam, obviamente, de um governo forte que vigiasse o setor para não deixar os nativos entregues às influências alheias à nossa natureza.

Isso me lembra a antiga linguagem anticomunista, agora com sinal invertido.
Dizia-se, então, que havia grupos que atuavam contra “a índole pacífica do nosso povo”.
Top Top está convencido de que a influência americana contrasta com, sei lá, talvez a “índole socialista do nosso povo”…

Outra preocupação deste gigante intelectual é criar valores para a classe média ascendente.
Top Top teme que a melhoria das condições de vida dos brasileiros pobres — que, obviamente, não começou no governo Lula — acabe tornando a população mais conservadora, o que sempre acontece (desde que os conservadores tenham a coragem de mostrar a cara, mas essa é outra questão).

Ele quer que essa classe média ascendente tenha acesso a “bens culturais” assim como pode comprar um tênis Reebok.
Entendi.
Acho que precisamos dar início a uma campanha: “Troque seu Reebok por uma aula da Marilena Chaui em horário nobre”.

Essa Flacso é um Jurassic Park ideológico.
No Brasil, é comandado pelo argentino Pablo Gentili, um “especialista” na crítica à “visão neoliberal de educação”.
Há alguns vídeos dele na YouTube, plenos de humor involuntário.
Emir Sader é o principal conselheiro e responsável pela Escola Latino-Americana de Políticas Públicas e Cidadania.
Bem, pelas pegadas, vocês já podem imaginar o tamanho do gigante.

Por Reinaldo Azevedo

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