quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Patrulha inútil!

Patrulha inútil!
Não vou parar!

Por Reinaldo Azevedo

Quando certo blogueiro lulista recomendou aos coleguinhas que fizessem reportagens para encontrar os 3% que achavam o governo ruim ou péssimo, entendi que ele sintetizava o espírito de um tempo: se havia pessoas descontentes com o governo, isso seria tão absurdo que urgia saber quem eram e quais os seus motivos.
Se não podiam lhes abrir a cabeça para fatiar o cérebro e saber onde se alojava o antilulismo, que ao menos fossem social e politicamente dissecadas.
Foi então que sugeri que o lulo-petismo, identificadas tais pessoas, as obrigasse a andar com um uniforme listrado e um triângulo roxo, típico dos que não aderem ao regime por objeção de consciência.

Nunca, do governo Sarney para cá, houve um clima de caça às bruxas como o que se vive agora.
Com uma diferença: se, durante o regime militar, as ameaças à liberdade vinham de órgãos do estado, agora, os tiranetes de quarteirão, espalhados em todo canto, inclusive nas redações, ousam criar uma espécie de index do que pode e do que não se pode escrever.
Os “tolerantes” chegaram ao poder e descobriram que esse negócio de democracia é bacana desde que as pessoas digam as coisas certas.

Os argumentos perdem sentido, tornam-se inúteis.
Desde que se tenha uma “boa causa”, considerada correta, que se danem os números, a lógica e os fatos.
A matemática pode ser declarada um instrumento da reação caso ela se negue a endossar a reivindicação militante.
E aqueles que ousam dissentir tornam-se alvos da satanização.

Vejam alguns exemplos aqui.

O que me impressiona em todos esses casos é que a turma da gritaria não se ocupa minimamente em contestar argumentos, dados, informações, nada!
Tenta-se resolver a coisa pelo caminho da estupefação: “Como você pode dizer isso?”
Ou ainda: “Olhem só o que ele disse!
Que absurdo!”
Ora, se não posso “dizer isso” porque falso, então digam a verdade; se a tese é absurda, então mostrem o que não é.
Xingar, vituperar, espernear, fazer correntes na internet, tudo isso é inútil.
Esse tipo de adversidade até me anima a encontrar novos consensos furados.

Um recado aos que gostam e aos que não gostam do que lêem aqui: não vou parar!
E percorrerei com muito gosto a trilha da divergência.
Ademais, as urnas deixaram claro: a divergência reúne bem mais do que 3%, não é mesmo?

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