segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A responsabilidade intransferível do Indivíduo

Viciados em crack ignoram operação da força-tarefa no Castelinho
A Tribuna
Reportagem Ronaldo Abreu Vaio
Parecia um jogo de esconde-esconde, de faz de conta.
Agentes da Prefeitura e soldados da PM chegam para inibir os consumidores de crack.

Só que, duas horas depois da operação, os dependentes já estavam de volta às imediações do Castelinho – onde será a futura sede da Câmara Municipal de Santos – no bairro do Centro.
Não só estavam de volta, como consumiam a droga livremente – a não mais do que 100 metros do Palácio da Polícia.
Foi assim o segundo dia de atuação da força-tarefa conjunta da Prefeitura e PM de combate ao uso de crack.
A operação é multidisciplinar.
Da parte da Prefeitura, envolve a Guarda Municipal e a Secretaria de Assistência Social (Seas).
Mas tudo começa com a abordagem da Polícia Militar, em busca de drogas.
Se o crack é encontrado, o portador é encaminhado à delegacia, onde será enquadrado por uso ou tráfico.

Caso contrário, sai de cena a abordagem policial, entra a assistencial, ao ser oferecido aos dependentes tratamento para a recuperação.

Além do entorno do Castelinho, a força-tarefa também vai ao sopé do Morro do São Bento.
Um foragido da Justiça é preso.
No total, 15 pessoas são abordadas, mas nenhuma quer ser encaminhada a tratamento.

*****************
Mesmo com a resistência dos cidadãos que decidiram viver à margem da sociedade, sem respeito às leis e às regras de convivência, a reportagem do jornal A Tribuna de Santos informa que as estatísticas mostram criminalidade em queda na Baixada Santista.
Ao analisar só os crimes contra a vida, o comandante local vê melhoras significativas.
"De cinco anos para cá, todos os índices criminais estão caindo porque as polícias investem em inteligência e fazemos campanha para que aumentem as notificações", diz Sérgio Del Bel.
O coronel ressalta episódios ligados ao crime organizado e as manchetes que colaboram negativamente.
"Quando morre um traficante, os comparsas têm de dar notoriedade a ele.
A imprensa vai publicar seu nome."


Reação semelhante é manifestada pelo Secretário de Segurança Pública de Santos, Renato Perrenoud, que negou categoricamente qualquer agressão durante as ações da força-tarefa na região, como alegam os usuários de drogas.

"Nego categoricamente tudo isso.
E desafio a me acompanhar nessa operação pra ver que isso não acontece."


São signigficativas tanto a contundência desse grande servidor quanto a mudança de enfoque à ação policial no Rio de Janeiro, que passou de inimigo número um da população, até então envolvida pelos discursos de políticos revanchistas, ao que realmente representa o serviço de segurança pública para a sociedade, ou seja, a disposição de correr todos os riscos para proteger o cidadão e salvar vidas.
Que a midia repense e o leitor decida em quem deve acreditar.

Assim conclui a voz da realidade, representada por Renato Perrenoud, sem os artifícios daqueles que querem apenas se safar de seu compromisso com sua própria vida e a de terceiros.

"Se você quer colocar o que o bandido fala no jornal, você põe.
Se não quiser você vai comigo e faz a operação.
Agora, quer dar voz pra bandido, você põe o que quiser no jornal.
A polícia faz a abordagem, faz o porte de arma, de droga.
Nós estamos jogando limpo aqui.
Estamos fazendo uma coisa que evita o que aconteceu no Rio de Janeiro, dentro daquele processo histórico.
Estamos resgatando a autoridade, resgatando, dentro da lei, o encaminhamento deles pra tratamento.
Eles se recusam a ir e continuam consumindo drogas.
Você quer dar voz pra eles, você dá.
Nossa operação é transparente.
Pode acompanhar, independente de marcar ou não."

Nenhum comentário:

Postar um comentário