terça-feira, 8 de junho de 2010

Quem compra consciências, vende ilusões


O nosso país não está afundando apenas no mar de lama da corrupção, da ilegalidade, da espionagem e da propagação de calúnias.
O Brasil está atolado em dívidas.
O brasileiro está sendo estimulado a se endividar para consumir, mas, na verdade, está apenas comprando ilusões.
Quem está feliz com o salário que recebe?
Quem está satisfeito com a qualidade dos serviços públicos?
Quem considera justa a quantidade de impostos e a conta do supermercado, luz, telefone, farmácia, transporte, etc.
O mesmo está acontecendo com a economia do país, que garante apenas o lucro das elites e dos especuladores, enquanto o povo é refém dos baixos salários, dos benefícios sociais e do crédito consignado, que em nada dignificam o cidadão.

Vejam algumas informações importantes, que não aparecem na propaganda:

"A dívida interna da União atingiu em fevereiro de 2010 o montante de R$ 2,6 trilhões, sendo R$ 2 trilhões em poder do “mercado” e R$ 600 bilhões em títulos no Banco Central.
Por outro lado, não existe a propalada extinção da dívida externa.
A dívida externa bruta alcançou, em fevereiro de 2010, US$ 294,8 bilhões, equivalentes a R$ 533,9 bilhões.

O Brasil diante do colapso

Diz-se ser modesta a dívida externa líquida, de US$ 53,7 bilhões, em razão de haver US$ 241,1 bilhões nas reservas.
Entretanto, há dano iminente para o País, pois o grosso das reservas é formado por capitais especulativos ingressados para cevar-se dos altíssimos juros.
Os manipuladores financeiros estrangeiros (e alguns “nacionais”) tomam dólares emprestados no exterior a juros em torno de zero, e os convertem em reais em títulos públicos e créditos privados no Brasil.
É o “carry-trade.”

O colapso mundial já está se aprofundando em nova crise.
Com isso, o fluxo do carry-trade será na direção do exterior, e as reservas do Brasil serão pulverizadas.
A manutenção delas é mais um delito contra o País, pois estão aplicadas a juros baixíssimos, enquanto o Brasil se endivida internamente às taxas de juros mais altas do Planeta.

Ademais, o Brasil deixou, desde a crise de 2007/2008, de ter saldos positivos nas transações correntes com o exterior. Pior: no 1º trimestre de 2010, teve déficit recorde, de mais de US$ 12 bilhões.

O que está dando equilíbrio precário ao balanço de pagamentos é o ingresso de capital especulativo estrangeiro, que deverá sair durante a nova etapa do colapso mundial."


Adriano Benayon é Doutor em Economia. Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”, editora Escrituras.

A mídia amestrada, das grandes redes televisão e cadeias jornalísticas, não passa de eco ou porta-voz das ilusões com que a oligarquia financeira mundial e seus agentes no País anestesiam os brasileiros, enquanto intensificam a brutal pilhagem que nos suga secularmente.
http://www.claudiohumberto.com.br/principal/

Um comentário:

  1. Se os estrangeiros retirarem as reservas e tivermos que pagar os juros devidos, o Brasil quebra.

    ResponderExcluir