segunda-feira, 11 de abril de 2011

Temos o que comemorar?

O governo já decidiu quem será o líder... da oposição???
Isso mesmo, determinaram quem vai liderar a oposição dos sonhos de todos os governos autoritários, que não admitem o contraditório.
E tem mais.
O governo que tem pautado a imprensa e sugerido tema de novela também quer decidir sobre o que podemos ou não reclamar.
Talvez acabem aprovando a Lei da Felicidade por decreto e todos serão obrigados a acreditar no País Maravilha criado pela propaganda.
Como a crise econômica atingiu todos os países, sobre essas questões estamos autorizados a debater, desde que não apontemos para a incompetência do governo e os estragos provocados nesses últimos anos, especialmente aqueles causados pela corrupção.
Pelo menos é algo parecido que vemos nos noticiários, até mesmo as informações que penalizam a população dão margem a múltiplas interpretações.
O excesso de dólares, exaltado na campanha e aplaudido por muitos, é um exemplo de equívoco.
Se não, como explicar a propalada "calma" na política num cenário econômico dramático?


Síntese. Os cem dias de Dilma e os 3.020 das oposições
Por Reinaldo Azevedo

Manchete da Folha Online:
“Real atinge patamar recorde de valorização em relação ao dólar”.

A manchete da editoria “Poder” é esta:
“Cem dias de Dilma têm calma na política e tensão da economia”.

Vamos pensar?

O primeiro título significa que tudo o que Guido Mantega fez até agora deu com os burros n’água.
E ele está vivendo, assim, uma variante do paradoxo do Asno de Buridan:

- Se não eleva fortemente os juros, a inflação não cai;
- Se eleva fortemente os juros, o real se valoriza ainda mais;
- Mesmo com o real valorizado, a inflação segue alta;
- Se o real se desvaloriza, e isso é uma necessidade imperiosa, a inflação dispara.


O segundo titulo significa que não faltam motivos para a oposição fazer, enfim, oposição, mas é que ela não sabe ou não quer.
Nas democracias convencionais, sempre que há tensão da economia, há também tensão da política.
A “tensão política” faz parte do jogo democrático, diga-se.

“Calma” costuma haver é nas ditaduras.
Eis aí a síntese dos 100 dias de Dilma e dos 3.020 das oposições.

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