domingo, 22 de maio de 2011

Brasil, um país sem vergonha da corrupção

Cultura política brasileira dispensa de explicações autoridades como Palocci

Flagrante desonestidade.
Assim o juiz da corte criminal de Londres justificou na última sexta-feira a condenação do ex-parlamentar britânico Elliot Morley a um ano e quatro meses de prisão.
Morley admitiu ter usado o auxílio-moradia para embolsar 30.000 libras de hipotecas já quitadas.
Foi um dos 170 parlamentares acusados em 2009 de usar a verba de forma irregular.
O escândalo provocou a renúncia do presidente da Câmara dos Comuns, Michael Martin, que assumiu ter falhado na tarefa de zelar pela ética no Parlamento.


No mesmo ano, no Brasil, outra flagrante desonestidade vinha à tona sem mobilizar a Justiça, motivar renúncias ou provocar punições.
Mais de 200 parlamentares fizeram turismo com cotas de passagens aéreas exclusivas para viagens de trabalho.
Fretaram jatinhos e bancaram o transporte de parentes, amigos e cabos eleitorais.
Uma farra.
Pressionados, alguns devolveram o valor das passagens, sem se desculpar.
Foi como se tudo não passasse de um engano.


A comparação escancara: os políticos brasileiros ignoram a importância da transparência.
O filósofo Roberto Romano, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que “Os políticos brasileiros acham um insulto exigir deles explicações.”

É o caso de Antonio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, que agora se recusa a dizer como multiplicou, em quatro anos, seu patrimônio por vinte.

“Não importa se é de direita ou de esquerda.
Todos seguem a mesma ética autoritária ao chegar ao poder”,
afirma Romano.

“Ética é um conjunto de atitudes automáticas e inconscientes.
A pessoa age sem consciência de que está fazendo errado.
Não pode se dar ao luxo de pensar ou sentir culpa.”


Para mudar uma classe política de ética torta só um choque de realidade.
E olhe lá.
“O Rei Tiago I, da Inglaterra, dizia que só respondia a Deus.
Nossos políticos são piores: não respondem nem a Deus”,
diz Romano.

Segundo filósofo Roberto Romano, a opinião dos eleitores não causa preocupação aos corruptos.
A prioridade é convencer os colegas políticos a continuar lhe dando base de sustentação.

Foi o que a Presidência fez quando veio a público o enriquecimento de Palocci.
Dilma Rousseff reuniu seus melhores estrategistas para blindar o ministro e muniu os petistas de argumentos de defesa.
A presidente mostrou que, a exemplo de seu antecessor, levará a situação até o limite do suportável.
Como se nada tivesse acontecido.


Íntegra AQUI.

2 comentários:

  1. Agora estão falando dos milhões que o Palloci "ganhou" com consultorias. Quero saber quando vão começar a falar da lavagem de dinheiro que o Lula está fazendo com as suas paletras. Ou alguém acredita que ele realmente recebe 500 mil pelas suas patacoadas? Só quem acredita em Papai Noel, Sininho, Coelhinho de Páscoa...

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  2. Parece que nosso povo é tão fácil de levar no bico que é capaz de acreditar em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa como confiam na honestidade do Lula. Argh!

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