segunda-feira, 9 de maio de 2011

Do mensalão aos aplausos

Além de festa para Delúbio em sua terra natal, fim de semana teve medalha militar para Genoino
Gabriel Manzano - O Estado de S.Paulo

Seis anos depois do mensalão, que abalou suas vidas e carreiras, os petistas José Genoino e Delúbio Soares atravessaram o fim de semana com um gostinho de volta por cima.
Delúbio, há dez dias um tesoureiro expulso, que assumira em 2005 a culpa pelos "recursos não contabilizados", foi recebido em grande estilo pelo PT de Buriti Alegre (GO), numa festa de 200 pessoas, por seu retorno ao PT.
Discursou como candidato.

A diversão dos amigos, à sua volta, era reinterpretar o passado.
"Foi uma injustiça grande, mas o erro acabou reparado", festejou o presidente do PT local, Delmar Arantes.
"O mensalão é parte da História", decidiu Darci Accorsi, ex-prefeito de Goiânia.

Genoino, que presidia o PT quando o escândalo de 2005 veio à tona, recebeu ontem, no Rio, a Medalha da Vitória - a primeira dada pelo Ministério da Defesa a um ex-guerrilheiro.
Em pleno 8 de Maio, que pelo mundo afora é saudado como o fim da Segunda Guerra Mundial - em que se varreu da história o autoritarismo nazista -, o assessor especial de Nelson Jobim entrou numa lista de 284 pessoas agraciadas por terem contribuído para a democracia e a paz.

"O que o Brasil deseja fazer é um grande ajuste de contas com seu futuro.
O Brasil não quer retaliar seu passado",
justificou Jobim, ao dar a medalha ao antigo adversário do regime militar, que nos anos 70 o desafiou integrando a Guerrilha do Araguaia.

Genoino não ficou sozinho nessa hora.
Na lista dos outros 283 medalhados estavam quatro ministros petistas - Antonio Palocci (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Luíza Barros (Igualdade Racial) e Maria do Rosário Nunes (Direitos Humanos).

Na contramão.
Mais poderoso petista depois do presidente Lula, nos idos de 2005, e tido como "chefe da quadrilha" do mensalão, José Dirceu teve um fim de semana menos brilhante.
Em reportagem, a revista Veja traz uma acusação contra ele feita pelo empresário Fernando Cavendish.

Este atribui a Dirceu a frase:
"Com alguns milhões seria possível até comprar um senador para conseguir um bom contrato com o governo".


Dirceu negou e avisou, ontem, que vai processar os autores da acusação.
PSDB e DEM querem convidar o denunciante a depor no Senado.

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