domingo, 11 de novembro de 2012

NÃO PODEMOS PERMITIR QUE APAGUEM OS REGISTROS HISTÓRICOS NEM NOSSA MEMÓRIA


- Faltam dirigentes que nos apresentem um modelo alternativo. Não podemos assumir essa responsabilidade. Os que não querem nosso projeto devem se encarregar de pensar outro - declarou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, visivelmente irritada com os protestos da população que saiu às ruas contra o seu governo.

É exatamente isso que ouvimos há anos no Brasil, que os partidos de oposição não têm uma proposta que consiga cativar o eleitor brasileiro.

Qual seria, então, a tal "herança maldita" repetida como um mantra desde que Lula assumiu em 2003?
Por acaso não seriam exatamente os tais programas de governo do PSDB que o PT sempre combateu, mas que adotou (ou usurpou) assim que chegou ao poder?

No caso de Dilma, os marqueteiros vendem a ideia de que a presidente tem um estilo próprio e nosso jornalismo repete isso como verdade.

Qual o projeto que o PT apresentou nos dez anos que está na presidência da República, afinal? 

Lula recebeu tudo pronto e colheu os frutos benditos de um plano econômico que foi um sucesso. Mas foi eleito porque conseguiu demonizar FHC e o então candidato José Serra com a pregação do ódio e um festival de calúnias.
Relembrem o que lula dizia sobre o Plano Real:



Além dos pilares da economia que têm sustentado o governo de quem o sucedeu, FHC também tirou do papel os maiores programas de transferência de renda do País: a Aposentadoria Rural e o Loas, de assistência a idosos e deficientes.



Implantou, também em todo o Brasil, o Bolsa Escola, a partir das experiências inovadoras do PSDB na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, e de Cristóvam Buarque, em Brasília.

Lula e outros petistas eram radicalmente contra. Confiram:


O que fez lula quando assumiu o governo?
Apenas juntou o Bolsa Escola, o Auxílio Gás e o Bolsa Alimentação (também implantados por FHC) e mudou o nome para Bolsa Família. A junção, por sinal, foi sugestão de um tucano:


Portanto, os avanços sociais obtidos ao longo dos anos foram produtos da ação de vários governos.
Quanto ao Bolsa Família, sua origem está no programa de renda mínima criado no governo Fernando Henrique Cardoso, por meio da lei nº 9.533/97, com o claro objetivo de tratar os pobres e miseráveis de forma diferenciada. A partir dessa base, assistimos a avanços importantes, com a criação do Programa Nacional de Renda Mínima, do Bolsa Escola e do Bolsa Alimentação.

Tais programas, articulados pelos ministros Clóvis Carvalho, Paulo Renato e José Serra, tinham uma agenda positiva: transferiam os recursos às famílias que comparecessem aos postos de saúde para realização de exames de pré e pós-natal em gestantes e lactantes, permitissem o acompanhamento médico das crianças, seguissem as determinações das campanhas de vacinação e fizessem com que as crianças de sete a 14 anos frequentassem as escolas.

Vamos aos números: no final de 2002, 5,1 milhões de famílias recebiam o Bolsa-Escola, 8,5 milhões recebiam o Auxílio-Gás e 1,6 milhão recebiam o Bolsa-Alimentação Todas por meio de cartão magnético.
Nem os programas nem mesmo a ideia do cartão único do Bolsa Família foram novidades. 
O cadastro único já estava em processo, com 4,9 milhões das famílias cadastradas, em meados de 2002, para um total de 9,3 milhões estimadas. Era chamado de Cartão-Cidadão pelo governo FHC e juntava os seguintes programas: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás, Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano.

Isso tudo já está praticamente consolidado como política de Estado e não há nada mais cruel do que intimidar as famílias assistidas quando em época de eleição dizem que seus opositores pretendem acabar com os benefícios.

Prestem atenção com o que está acontecendo no Nordeste, região que foi responsável pelo desastre do PT nas urnas na eleição deste ano.
Dilma participou de encontro com governadores prometendo um pacote de bondades. Mais um anúncio, dentre muitos feitos nesses dez anos, com o objetivo de combater a maior estiagem dos últimos quarenta anos. 

Mas os nordestinos já olham com desconfiança para mais essa promessa, pois dos 34 projetos que constam no Orçamento para ações contra a seca, apenas 12% foram executados até agora e dos 42 projetos  orçados em 2011 para levar água à população, cerca de um terço não teve sequer o dinheiro liberado.

O que funciona é uma tal de "Operação Água Legal" que está efetuando prisões de pessoas castigadas pela escassez de chuvas porque estão "roubando" água.

Os números de nossa economia também não são nada animadores.
A manutenção do tripé do plano econômico herdado ainda do governo FHC, responsabilidade fiscal, controle da inflação e flexibilidade cambial, que desde meados dos anos noventa sustenta o virtuoso modelo econômico brasileiro, está sob ameaça.
O que lula chamava de estelionato eleitoral, mesmo assim deu continuidade, está sendo muito mal conduzido por Dilma.
Mas esse é um tema para os profissionais da área econômica, o que eu sei é que a conta do supermercado já pesa no bolso do brasileiro como há tempos não se via.

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