terça-feira, 27 de novembro de 2012

O FIM (ou os fins) DOS QUE NUNCA SABEM DE NADA



Faltando poucos dias para o anunciado "fim do mundo", as pessoas se mostram tão apáticas que quase nada  se ouve a respeito, nem em tom de brincadeira.
Poucas vozes têm tratado do tema e a que mais me chama a atenção é a dos que creem numa nova tomada de consciência a partir da tal data. Seria o fim de um longo período "em branco", um vazio generalizado que tem envolvido a humanidade e vem dando espaço à uma onda de ações deletérias que assolam o mundo, mas que não despertam praticamente indignação alguma contra quem as pratica. 

No caso do Brasil, há uma década que as denúncias dos piores escândalos da República tem surtido efeito contrário ao que seria o razoável. Chefes do governo que vem protagonizando os mais graves esquemas de corrupção da história podem se dar ao luxo de amarelar, alegando que nada sabem, ou montam o espetáculo das "demissões", ficando assim liberados de prestar qualquer explicação. Todo mundo acredita e poucos questionam os resultados. 

A própria imprensa se encarrega de agir como juiz a favor dessas lideranças e já redige suas matérias afirmando a isenção de quem deveria ser responsável pelos funcionários que nomeia a cargos tão importantes. Foi assim com Lula, está mais contundente com Dilma, principalmente depois da criação do marketing da "faxina".

O caso mais recente, a Operação Porto Seguro, só se tornou público porque um dos supostos envolvidos na maracutaia, por algum motivo, contou tudo à Polícia Federal. Ou, como diz, foi um "louco" que resolveu desafiar a podridão dos poderosos e teve seu nome citado como represália. Lembram do caseiro Francenildo?

O ministro da Justiça, que já havia saído vitorioso no jogo de cena que colocou o governador de São Paulo nas cordas na questão da violência em São Paulo, com amplo apoio do jornalismo chapa-branca, agora provavelmente marca mais um ponto na preferência da presidente para ser indicado a uma futura vaga no Supremo Tribunal Federal depois que a operação da Polícia Federal pegou o braço direito de seu principal concorrente. 
As versões que convêm ao governo estão prevalecendo nos noticiários, tanto em relação ao clima de guerra em São Paulo quanto ao caso Porto Seguro. 
Esse é o jeito PT de fazer política, cujos métodos os demais partidos não têm demonstrado competência à altura para enfrentar, pois para o PT não importa se no jogo pelo poder as vítimas são bandidos, aliados, policiais ou pessoas comuns.

A imagem que fica, no caso da Operação Porto Seguro, é a de um governo que "corta na carne", como também dizia Lula e sua total ausência de escrúpulos em eliminar até mesmo seus companheiros para limpar sua barra. Dilma também só faz a tal faxina na casa arrombada, até então tudo acontece diante de seu nariz impunemente.


Paralelamente aos fatos, entrevista muito fora de hora do marqueteiro do partido define Dilma como vencedora no primeiro turno em 2014. Como a voz do marqueteiro tem se consolidado como a "voz de Deus", já é esperado o amém do eleitorado.

Vejam o que afirma e que logo vira onda na mente de um povo que desaprendeu a pensar por conta própria:
"Dilma está firmando uma imagem vigorosa de grande consolidadora das políticas sociais (quais? as mesmas desde o governo FHC?), de ampliadora de direitos da classe média (quais, afinal?), de reformadora moral (Erenice e Pimentel servem como exemplos?) e modernizadora do país (sem comentários)..."
Não tenho estômago para continuar repetindo o festival de louvações, mas até mesmo pessoas esclarecidas já começam a repetir esse tipo de discurso como um mantra. Aí é que dá desânimo, mesmo.

É assim que as coisas funcionam e é assim que todos vão juntos para o fundo do poço praticamente sem perceber. 
Se o dia da tomada de consciência previsto por alguns não se concretizar e certas falácias continuarem se propagando como verdades, podemos dizer que o marqueteiro do PT se tornou a pessoa mais poderosa do Brasil.

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