sexta-feira, 23 de novembro de 2012

VINGANÇA CONTRA RESPONSÁVEIS PELA QUEDA DE MINISTROS CORRUPTOS E PRISÃO DE MENSALEIROS

O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), dedicou 349 páginas de seu relatório ao envolvimento de profissionais de mídia com a organização do contraventor Carlos Cachoeira. No texto pede o indiciamento de cinco jornalistas e o aprofundamento de investigações sobre sete. A lista inclui autores de reportagens contra políticos do PT e aliados do governo que usavam a quadrilha como fonte.

Quase 85 páginas do capítulo são voltadas à conduta do redator- chefe da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, alvo de pedido de indiciamento por formação de quadrilha. Ele é autor de denúncias contra o ex-ministro José Dirceu, e de reportagens como a que revelou corrupção no Ministério dos Transportes. 
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Cunha diz que Policarpo serviu aos interesses de Cachoeira ao publicar matéria sobre o entra e sai de autoridades no quarto em que se hospedava Dirceu, em Brasília. Ele também alega que faltou ética em matéria sobre a ascensão da Delta como contratada do governo no mesmo período em que teria contratado serviços de consultoria de Dirceu. 
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(Estadão)
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Por Laryssa Borges, na VEJA.com:

Depois de apresentar nesta quarta-feira seu relatório com as conclusões sobre os trabalhos da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha (PT-MG) pediu na manhã desta quinta novo adiamento da leitura do texto. 

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Além de políticos e empresários, o parecer distribuído por Odair Cunha também pede o indiciamento de jornalistas, entre eles o redator-chefe e diretor da sucursal de Brasília de VEJA, Policarpo Júnior. Nota de esclarecimento de VEJA, publicada nesta quinta-feira, mostra que o relatório, redigido sob pressão da ala radical do PT, suprimiu provas irrefutáveis de que os contatos entre Policarpo e Cachoeira jamais extrapolaram os limites do trabalho de um repórter em busca de informações.
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Pelo relatório de Odair Cunha, o Ministério Público Federal e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) devem buscar a responsabilização do governador Marconi Perillo, entre outros ilícitos, pelos crimes de formação de quadrilha, advocacia administrativa, tráfico de influência, formação de quadrilha e falso testemunho. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que como Perillo, também prestou depoimento ao colegiado, foi completamente poupado por Odair Cunha.
Oposição
“O deputado está constrangidamente cumprindo uma missão partidária”, resumiu o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Esse relatório foi produzido por membros do PT. Temos que corrigir os rumos não para salvar esse inquérito, mas pelo menos preservar minimamente a instituição Comissão Parlamentar de Inquérito”, completou.
“Na medida em que o relator apresenta um relatório circunstanciado, atacando pessoas e poupando outras, (…) o relatório é incorrigível. A investigação foi pessoal, direcionada e restrita. Só foram poupados os aliados e atacados com veemência aqueles que a sanha persecutória que o ex-presidente Lula determinou. Há um descompromisso com seu conteúdo”, afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), engrossando o coro de críticas a Odair Cunha.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que recorrentemente tem acusado a CPI de estar produzindo “uma pizza maior que o forno”, encaminhou as primeiras sugestões de mudanças no relatório de Cunha. Entre elas, pediu a retirada do pedido de apuração de eventuais irregularidades cometidas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. 
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