quarta-feira, 28 de agosto de 2013

QUE NOSSOS MÉDICOS TENHAM CORAGEM DE VAIAR OS VILÕES, NÃO AS VÍTIMAS



As mesmas pessoas que agora saúdam a chegada de "escravos" cubanos ao Brasil são os que destrataram a jornalista cubana, Yoani Sanchez, em sua visita ao nosso país.
Incoerência?
Não, são também escravos da mesma ideologia que une nossos governantes ao ditador Fidel Castro.

Isso não significa, entretanto, que os médicos brasileiros tenham o direito de pagar com a mesma moeda. Muito menos agredindo as vítimas do sistema, porém preservando seus algozes, como mostra o jornalista Augusto Nunes:



Hostilizar os médicos cubanos é um erro: os parteiros da infâmia estão no Planalto

Manifestações de agressiva hostilidade aos médicos cubanos, como a ocorrida em Fortaleza, configuram uma desumanidade e um equívoco político. Os atos de protesto, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, têm de alvejar o governo brasileiro. 
A importação dos jalecos fabricados na ilha-presídio do Caribe resultou de uma ação tramada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. São eles os responsáveis pela restauração parcial do regime escravocrata abolido em maio de 1888.
O acordo abjeto foi coisa do Planalto. A ditadura cubana agiu como comparsa. E os doutores despachados para o Brasil não tinham escolha: o regime comunista não oferece opções; ordena.  Muitos deles já abriram os olhos e sonham com a libertação, como a jornalista Yoani Sanchez. Vaiar gente assim é reprisar o berreiro das milícias mobilizadas para silenciar a blogueira que ousa ver as coisas como as coisas são.
Sim, muitos cubanos encaram a vinda para o Brasil como uma honrosa missão a serviço da causa. Mas esses escravos voluntários não sabem o que dizem. Nem imaginam o que é a vida em liberdade. Nunca viram de perto uma democracia genuína. Nasceram e cresceram ouvindo em casa, na escola e nas reuniões do partido único a mesma lengalenga: habitam uma ilha governada por heróis, cercada de vilões capitalistas por todos os lados e sitiada por imperialistas ianques dispostos a tudo para impedir a inauguração do paraíso socialista.
A maioria logo vai compreender que o inferno é lá. Vai constatar que foram todos envolvidos numa missão impossível: tratar da saúde de brasileiros miseráveis contando com as próprias mãos e um estetoscópio. Nos lugares que os esperam, não existem hospitais, equipamentos, enfermeiros, ambulâncias, remédios, instrumentos rudimentares, nada. Traídos pela aliança dos autoritários, dos demagogos e dos ineptos, estão condenados ao fracasso.
As vaias e acusações dirigidas aos cubanos devem ser desviadas para o alvo certo. 
Os culpados estão em Brasília. São as mesmas figuras que, embora devessem estar há muito tempo na mira dos médicos brasileiros, jamais foram confrontadas com um único e escasso ato de protesto contra as carências crônicas que devastam o sistema de saúde tão festejado pelos inventores do Brasil Maravilha. É no berçário administrado por essa turma que balança a ressurreição da escravatura. São eles os parteiros das infâmia.

Um comentário:

  1. Perfeito! Diria que o "mais médicos" foi arquitetado para tão somente o projeto de governabilidade...

    Na verdade todo o IDH nos "confins" do Brasil é muito ruim, e é ruim porque não houve INVESTIMENTO DE BASE (em praticamente tudo)! O que mais faz sofrer a população, numa perspectiva de curto prazo (porque de médio e longo prazo tudo faz o povo brasileiro sofrer)? A saúde. Os males a curto prazo na educação não são visíveis, na segurança, mais ou menos (mas demandaria alguma estratégia mais complexa pra ganhar o voto do povo do que o "mais médicos"). Então, nada mais providencial do que ofertar uma "solução" falsa que demoniza alguém (uma classe, a classe médica) e fazer o povo convergir pro PT na próximas eleições!

    Inicialmente o que os médicos brasileiros mais queriam era a aplicação do "revalida", mas não fizeram e hoje a rejeição ao programa "mais médicos" é mais geral, da mesma forma que no início, das manifestações de junho, a causa inicial era o aumento da passagem (20 centavos), que não foi atendida, respondida com truculência policial e, num efeito "bola de neve" se transformou numa revolta generalizada e com muitas causas/ insatisfações, quase incontrolável!

    E fui tudo premeditado, já que enviaram professores de Português para Cuba para estes médicos já há algum tempo! Muito provavelmente até a polêmica foi criada, além da recusa de não fazerem o Revalida, pra gerar todo este imbróglio e captar votos nas eleições!

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