quarta-feira, 4 de setembro de 2013

COM O DESGOVERNO DO IMPROVISO, BRASIL DESABA NO RANKING GLOBAL DE COMPETITIVIDADE



Os avanços graduais nos ambientes regulatório e econômico do Brasil levaram o país a encerrar 2012 entre as 50 economias mais competitivas do mundo, mas essa "conquista" se reverteu neste ano. No ranking de competitividade elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil perdeu oito posições em 2013, ao passar de 48º para o 56º lugar, e voltou a ficar atrás de México, África do Sul e Costa Rica, entre alguns exemplos.

Realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral no Brasil, o Relatório Global de Competitividade, liderado pela Suíça, é baseado em 12 pilares. Um terço dos quesitos avaliados depende de dados qualitativos, coletados por meio de entrevistas realizadas entre fevereiro e abril deste ano com cerca de 2 mil executivos.Dentre as doze competências avaliadas, o Brasil perdeu posições em onze. Embora a piora tenha sido generalizada, Carlos Arruda, coordenador da pesquisa no Brasil, ressalta os maus resultados observados em três pilares.

A posição dos fatores macroeconômicos, que mede a evolução de variáveis fiscais e da inflação, declinou 13 degraus em comparação com outros países, para o 75º lugar. "De 2000 para cá, esta foi uma das piores colocações neste quesito" diz. No caso da eficiência do mercado de bens e de trabalho, nos quais o país caiu 19 e 23 lugares, respectivamente, Arruda avalia que o desempenho ruim reflete velhos problemas, como a elevada carga tributária e a rigidez das leis trabalhistas. A taxação sobre a mão de obra, por exemplo, coloca o Brasil no fim da lista, apesar das medidas tomadas pelo governo, como a desoneração da folha de pagamentos para alguns segmentos da indústria e de serviços. "Esse tipo de medida, só para alguns setores, não surte efeito sistêmico. O que tenho observado é que o governo age experimentalmente".

O tamanho do mercado seguiu como principal ativo do Brasil. É o pilar no qual o país aparece na melhor posição, em 9º lugar, mesmo resultado observado em 2012. Arruda ressalta que não necessariamente houve retrocessos absolutos nos quesitos avaliados, mas os avanços se deram em escala inferior ao observado em outros países próximos no ranking, o que explica a perda em termos relativos. É o caso, por exemplo, da infraestrutura, no qual o país perdeu uma posição e agora aparece em 71º lugar. Houve melhoras nas notas para os portos e aeroportos, por exemplo, mas não na velocidade necessária para levar o Brasil a ultrapassar outras nações.

No geral, este não foi um bom ano para os emergentes. Entre os Brics, a China continua a ser o país mais competitivo, na 29ª colocação, mesmo resultado de 2012. A África do Sul e a Índia perderam uma posição, o México duas e a Argentina despencou dez lugares. 

(Valor Econômico)

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