sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PAPA FRANCISCO: "NÃO CONFUNDA A GRAÇA DE DEUS COMO UMA LIBERDADE PARA PECAR"

Foto: Curta ► Santa Igreja

Foto

Questões muito delicadas vêm sendo tratadas por leigos que querem a todo custo transformar a sociedade num antro de permissividade.


Eu tenho opinião pessoal sobre o aborto, sobre viciados, sobre a promiscuidade independentemente da “opção” sexual, se é que se trata de opção, por exemplo. Sou radicalmente contra o aborto, não considero o viciado uma vítima – o "ixperto" escolhe isso porque quer, assim por diante. Mas tenho uma vida dedicada ao trabalho voluntário junto à igreja católica, um deles é com moradores de rua, viciados, portanto. 

Óbvio que nessas circunstâncias jamais exprimo qualquer opinião ou deixo transparecer qualquer sinal de condenação, pois nosso objetivo é oferecer uma oportunidade de resgate da dignidade dessas pessoas, e digo que eles próprios são os primeiros a se condenarem pela escolha que fizeram, portanto, só nos resta mostrar o caminho de volta e nesse ponto o Papa Francisco, alvo de ditos formadores de opinião, simplesmente vem orientando aos que lidam com esse tipo de trabalho para que não fiquem tocando em feridas, não que se minimize o erro como se este não existisse.

A fala de Francisco que vem causando polêmica esta semana, no meu ponto de vista, é dirigida a um grupo específico, não à população em geral, e o jornalista Reinaldo Azevedo faz muito bem em desconstruir matérias mal intencionadas.

Leia a íntegra da entrevista do papa. Sua fala não é a melhor, mas conteúdo sobre aborto foi miserável e escandalosamente distorcido

Não vai demorar, acho eu, talvez se possam contar as horas, para que o Vaticano esclareça que diabos (com todo o respeito) quis dizer o papa Francisco sobre o aborto. Não retiro uma vírgula do que escrevi. Reitero que o Sumo Pontífice está misturando coisas de grandezas escandalosamente diferentes, mas suas afirmações sobre o aborto foram miseravelmente deturpadas.
A íntegra da entrevista, em português, está publicada no site Fratres in Unum.com. Transcrevo o trecho que gerou mais barulho e que já levou gente na imprensa brasileira a afirmar que ele abriu a Igreja para o aborto. Leiam. Volto em seguida.
(…)
“Esta é também a grandeza da confissão: o facto de avaliar caso a caso e de poder discernir qual é a melhor coisa a fazer por uma pessoa que procura Deus e a sua graça. O confessionário não é uma sala de tortura, mas lugar de misericórdia, no qual o Senhor nos estimula a fazer o melhor que pudermos. Penso também na situação de uma mulher que carregou consigo um matrimónio fracassado, no qual chegou a abortar. Depois esta mulher voltou a casar e agora está serena, com cinco filhos. O aborto pesa-lhe muito e está sinceramente arrependida. Gostaria de avançar na vida cristã. O que faz o confessor?”
“Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contraceptivos. Isto não é possível. Eu não falei muito destas coisas e censuraram-me por isso. Mas quando se fala disto, é necessário falar num contexto. De resto, o parecer da Igreja é conhecido e eu sou filho da Igreja, mas não é necessário falar disso continuamente”.
(…)
Voltei
Acho, sim, que a fala do papa está transitando por terrenos perigosos, e minha crítica está mantida, mas considerar que o que vai acima significa condescender com o aborto é de uma falsidade escandalosa. A matéria de que se cuida acima é outra. O papa está a falar de arrependimento e de perdão. E, a rigor, não há novidade nenhuma nisso.
“Mas por que você mantém a crítica?” Porque ele não deve ignorar o ambiente em que faz considerações dessa natureza e porque as palavras não são duras o bastante em relação à questão em si. Espera-se do pastor por excelência da Igreja que seja mais preciso ao acolher a mulher que abortou e ao repudiar o aborto em si.
Assim, é fato que Francisco, em alguma medida, criou condições favoráveis à distorção intelectualmente dolosa do que disse. O lobby em favor da legalização do aborto é um dos mais organizados do mundo. E demonstra, uma vez mais, a sua força. Entender por que alguém se dedica a essa causa com tanto afinco, como se estivesse a propugnar por um novo iluminismo, é um dos grandes enigmas morais do nosso tempo. 

Um comentário:

  1. É verdade, de fato ele precisa ser manso como a pomba, mas logo ser astuto como a serpente pois se ele não priorizar as regras, as exceções são tudo que o diabo quer pra ventilar as distorções.

    ResponderExcluir