quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

IBGE muda pesquisa e apresenta taxa de desemprego maior

Sílvio Guedes Crespo - UOL

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou uma nova série de pesquisas sobre o mercado de trabalho, com mudanças na metodologia e abrangência maior.

Nos seus primeiros resultados, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, ou simplesmente Pnad Contínua, indicou um desemprego maior do que o registrado pela tradicional Pesquisa Mensal de Emprego (PME), cuja metodologia havia sido alterada pela última vez em 2002.

A taxa de desocupação no país foi de 7,4% no segundo trimestre do ano passado, de acordo com o dado mais recente da Pnad Contínua. Já a PME registrara 5,8% em abril e maio, e 6% em junho, o que dá uma média de 5,9%.

O gráfico abaixo mostra a diferença entre as duas pesquisas, considerando a taxa média da PME em cada trimestre.



Novos dados

A Pnad mostrou, ainda, que existiam no país 90,6 milhões de pessoas ocupadas no segundo trimestre do ano passado, 1 milhão a mais do que em igual período de 2012. A população desocupada era de 7,3 milhões de pessoas no período de abril a junho de 2013, o mesmo número registrado um ano antes.

A região com maior taxa de desemprego foi o Nordeste (10% no segundo trimestre do ano passado), seguida pelo Norte (8,3%). A desocupação ficou abaixo da média nacional no Sudeste (7,2%), no Centro-Oeste (6%) e no Sul (4,3%).

Esses números são inéditos, uma vez que a pesquisa anterior trazia registros apenas de seis regiões metropolitanas.

Por outro lado, a Pnad Contínua ainda não traz informações sobre a renda da população, como faz a PME. O IBGE planeja divulgar até o final do ano.
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Outra diferença importante é o conceito de desocupação. Na PME, só era considerada desempregada a pessoa que, além de estar sem trabalho e disponível para entrar no mercado, havia procurado emprego nos últimos 30 dias. Já na Pnad contínua, estar sem ocupação e ao mesmo tempo disponível para um emprego é o suficiente para a pessoa ser considerada desocupada.

Esse ajuste deve pôr fim a uma das principais críticas que a PME sofria, a de chamar de “inativo'' o trabalhador que havia desistido de procurar emprego, mas continuava interessado em voltar ao mercado.
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