quarta-feira, 10 de setembro de 2014

AÉCIO NEVES - O ÚNICO NOME DA OPOSIÇÃO

'Ou vencemos ou seremos oposição', diz Aécio sobre Marina

Candidato tucano rechaçou possibilidade do PSDB ceder nomes para eventual governo da ex-senadora. E disse: 'Esta não é uma eleição para homenagens'

O candidato do PSDB à Presidência da   República, Aécio Neves, durante sabatina promovida pelo jornal O Globo, realizada no Museu de Arte do Rio (MAR), no centro do Rio de Janeiro - 10/09/2014


O candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, rechaçou nesta quarta-feira a possibilidade de o PSDB ceder nomes para um eventual governo de Marina Silva (PSB). "Ou vencemos as eleições e seremos governo, ou perdemos as eleições e seremos oposição", afirmou o tucano, em entrevista a jornalistas depois de participar de sabatina promovida pelo jornal O Globo, no Rio de Janeiro. Durante a sabatina, Aécio voltou a se posicionar como a opção segura de mudança para os que desejam tirar do poder a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). E afirmou, em referência a Marina, alçada à cabeça de chapa após a morte de Eduardo Campos: “Essa não é uma eleição para homenagens”. 
Ao ser questionado sobre uma eventual aliança com Marina se chegar ao segundo turno, afirmou que “sua aliança é com a sociedade brasileira”. Já sobre apoiá-la caso seja a ex-senadora a disputar com Dilma, disse que qualquer referência ao tema significa abrir mão de ir para o segundo turno – seu coordenador de campanha, senador Agripino Maia (DEM) chegou a sinalizar apoio a Marina há algumas semanas, irritando os tucanos. Aécio lamentou que a ex-senadora não tenha apoiado o tucano José Serra nas eleições passadas. "Lamentei muito que ela não tenha apoiado no segundo turno (o Serra). Talvez hoje não estivéssemos nessa situação".
O tucano também voltou sua artilharia contra a presidente Dilma. Afirmou que está certo de que a petista será derrotada nas urnas porque o governo do PT já não tem mais qualidade “política e moral” para seguir no comando do Brasil por mais quatro anos. Disse ainda que o governo Dilma “fracassou”. Por isso, segundo ele, o país vive “o fim de um ciclo”. Aécio apontou o quadro recessivo da economia, destacando que os indicadores sociais estão piores do que há quatro anos. E voltou a dizer que seu papel é justamente o de mostrar "o caminho da mudança", com estabilidade e segurança.
Aproveitou, então, para criticar Marina, que tirou dele o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos. "Não mudo minhas convicções ao sabor da disputa eleitoral", disse. Ao tratar de seu programa de governo, ainda não divulgado, o tucano alfinetou novamente a adversária do PSB. Disse que o texto deve ser entregue na próxima semana e que a demora em divulgá-lo se dá porque “quer evitar erratas”. A afirmação faz referência ao programa de Marina, que teve trechos modificados após pressão de pastores evangélicos.
Aécio também voltou a ligar Marina ao PT, afirmando que a ex-senadora militou no partido por 24 anos. “Somos em boa parte o que fizemos ao longo da vida. Nenhum de nós veio de uma nuvem para se apresentar como o condutor das boas intenções”, disse. “Eu me vejo no direito de perguntar em que Marina estaremos votando. Quando denunciávamos o mensalão e o aparelhamento do Estado pelo PT estávamos fazendo a velha política? E a boa, era aceitar as ações do PT?”. O tucano prosseguiu dizendo que os eleitores vão comparar a história dos três candidatos e afirmou: “O Brasil não é brinquedo”.
O presidenciável tratou também do megaescândalo de corrupção na Petrobras, detalhado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa à Polícia Federal após acordo de delação premiada. “No descompromisso com a ética, o PT é imbatível”, afirmou. E prosseguiu: “Existe uma organização criminosa atuando no seio da Petrobras. Isso quem diz é a Polícia Federal. Então, não são denúncias eleitoreiras”. Ele cobrou ainda a punição dos responsáveis pelo esquema criminoso. E afirmou que, se eleito, vai "reestatizar" a estatal, devolvendo-a aos brasileiros.
O tucano voltou a dizer que tem condições de derrotar Dilma no segundo turno. "Estou oferecendo ao Brasil minha experiência de administrador público, o Brasil não é para iniciantes", destacou. E alertou para o fato de que o país vive um quadro preocupante e que para colocar o Brasil novamente no eixo do crescimento sustentável é preciso ter experiência e um time competente para o trabalho.
(Com Estadão Conteúdo)

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