segunda-feira, 29 de abril de 2013

O QUE ESPERAR DE UM PAÍS CUJOS GOVERNANTES CLAMAM A INOCÊNCIA DOS MAUS?

Tenho lido alguns comentários sobre a questão da violência, cada vez mais incontrolável nesses tempos em que há uma pauta que condena a vítima enquanto se relativiza o crime onde reina a impunidade. 

Deixo o link de alguns textos que tratam do assunto exatamente nesses termos, pois não me conformo com a falta de reação dos brasileiros com as constantes manifestações de apreço das autoridades do governo ao bandido, os mesmos que nunca se solidarizam com quem sofre a agressão ou com os familiares dos que são brutalmente assassinados.

Leiam algo sobre isso AQUI, AQUI e AQUI

Percebam a necessidade de um intenso debate sobre o tema da violência para que sejam colocados os pingos no "is" antes que mais pessoas passem a considerar que o devido encarceramento de delinquentes, ao menos para evitar que continuem livremente cometendo crimes, é um ato de vingança, como querem nos fazer crer, enquanto se justifica seus crimes, o que realmente é um ato de vingança contra a sociedade. Mas nesse caso, só falta seus defensores dizerem que os bandidos têm o direito de roubar, matar, sequestrar e até de "isqueirar".

Não esqueço do caso Eloá, quando certa ministra acusou a mãe por ter permitido o namoro da filha, mas nenhuma palavra de indignação contra o criminoso. Isso vem se repetindo ao longo dos anos e o efeito desse tipo de abordagem tende a banalizar a vida e busca criar um clima de comoção não em relação à vítima, pois logo tratam de ridicularizar quem faz isso, mas com os "coitadinhos" que cometem atos bárbaros porque são tratados por essa gente como "pobres e frágeis vítimas" de uma sociedade cruel, como os das imagens abaixo:



O que mostra a cara é Vitor Miguel dos Santos da Silva. O outro é um “menor”. É o “F”. Não pode ter nem nome nem imagem divulgados. São dois dos assassinos da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza. Eles jogaram álcool em seu corpo e atearam fogo. 

Vejam de novo: não são mesmo a cara da subnutrição, da pobreza, da esqualidez, do desamparo, da carência de vitaminas, proteínas e sais minerais? 

Para preservar a lucidez de quem ainda se comove com a vítima, completo a postagem com mais um brilhante texto de Reinaldo Azevedo:

Seu Viriato é pobre. Seu Viriato contribuiu 38 anos com o INSS. Seu Viriato usa camisa e sapato que os assassinos de sua filha não usariam. Seu Viriato não cheira cocaína. Seu Viriato agora procura um emprego aos 70 anos. Ninguém chama seu Viriato para escrever artigo

Vejam esta imagem, publicada no Estadão, em foto de Nilton Fukuda.
São os pais da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, devastados pela dor. Olhem as roupas. É gente de remediada para pobre, que luta para sobreviver. Nenhum daqueles vagabundos que mataram Cinthya aceitaria usar os sapatos gastos de seu Viriato Gomes de Souza, que tem 70 anos e contribuiu 38 anos para a Previdência Social.
Nenhum daqueles vagabundos aceitaria sair à rua com uma camisa modesta como a de seu Viriato, que ele pagou com o seu trabalho.
Seu Viriato não tem Audi.
Seu Viriato não cheira cocaína, a exemplo do “menor” que matou a sua filha.
OS BACANAS QUEREM DESCRIMINAR A COCAÍNA. O deputado petista Paulo Teixeira (SP) quer que seja permitido aos brasileiros portar cocaína para até 10 dias de consumo sem que isso seja considerado crime. Os que redigiram a nova proposta de Código Penal acham que é muita coisa. Eles acham que tem de ser apenas para cinco dias. Seu Viriato e sua mulher terão agora de achar um jeito de sobreviver, enquanto pensadores pendurados nas tetas do Estado querem descriminar as drogas.
Seu Viriato tem uma filha deficiente. A irmã dentista era o esteio da casa. Agora ela está morta porque o menor, o que estava cheirado, ficou irritado com o fato de ela só ter R$ 30 na conta bancária. Ele precisava cheirar mais, ora essa!, e a dentista não tinha dinheiro suficiente para alimentar o seu gosto. Os bacanas acham que seu Viriato deve ajudar a pagar o tratamento do “doente” que matou a sua filha. Mas também acham que se deve descriminar o porte de cocaína para até 10 dias de consumo, cinco quem sabe…
Mesmo transtornado pela dor, seu Viriato deu uma entrevista ao Estadão desta segunda. Vai reproduzido um trecho. Volto em seguida.
Voltei
Seu Viriato é um homem de bem.

Seu Viriato é um homem sensato.
Seu Viriato contribuiu 38 anos com o INSS
Seu Viriato tem 70 anos.
Seu Viriato procura um emprego.
Seu Viriato tem uma filha deficiente
Cinthya, a filha dentista de seu Viriato, cuidava da filha deficiente de seu Viriato.
Sabem o que a Maria do Rosário falou para seu Viriato? Nada!
Sabem o que o Gilberto Carvalho falou para seu Viriato? Nada!
Sabem o que José Eduardo Cardozo falou para seu Viriato? Nada!
Ou melhor: todos eles falaram. Eles falaram o seguinte para o seu Viriato: “Queremos o assassino de sua filha na rua daqui a, no máximo, três anos”.

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