sexta-feira, 26 de julho de 2013

PARA QUE PLEBISCITO SE AS PESQUISAS E AS RUAS JÁ DECIDIRAM O QUE QUEREM?

Parlamentares aliados e de oposição alertaram para a queda brusca da presidente Dilma Rousseff na pesquisa realizada pelo Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A avaliação política é que houve um erro do governo em achar que as ruas queriam a realização de um plebiscito sobre reforma política como resposta. Para os parlamentares, as reivindicações foram e são sobre educação, saúde e segurança.

Outro ponto de preocupação é com a questão da economia. Alguns apontam esta queda como reflexo de problemas que começam a aparecer na economia, como um aumento da taxa de desemprego. O líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), disse que, se o governo não agir e não corrigir os rumos, a presidente Dilma continuará caindo nas pesquisas que avaliam seu governo.

- Estes números dialogam com as ruas. As pessoas foram para as ruas reclamar de saúde, educação, segurança e Mobilidade, que são típicas tarefas de governo. O remédio do plebiscito sobre reforma política não iria ser a cura, não iria desviar do assunto que levou milhares às ruas. Se continuar a miopia, os números vão continuar caindo - disse Beto Albuquerque, cujo partido tem o plano de lançar a candidatura de Eduardo Campos à Presidência, em 2014.

Beto Albuquerque citou a questão da economia, lembrando que o PSB vem alertando sobre os problemas desde 2012. - Há mais de ano que estamos alertando que, na economia, temos que atuar para salvar 2013 e não fomos ouvidos. Em agosto, vamos apresentar à presidente Dilma nossas sugestões - disse Beto Albuquerque.

Já o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), foi mais cauteloso. Para ele, ainda é cedo para avaliar os efeitos das manifestações, já que o movimento arrefeceu, mas ainda não acabou. - Os 30% são o piso do PT. Mas está faltando entender precisamente o que está ocorrendo - disse Eduardo Cunha, para quem a presidente sempre terá essa fatia de apoio, que é a tradicional de apoio do PT.

Na oposição, o discurso é que Dilma terá muita dificuldade para se recuperar. O líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que o governo vem fazendo diagnósticos errados sobre os problemas a serem enfrentados e de como enfrentá-los. - Esse resultado foi um verdadeiro desastre, as torres gêmeas caíram. O plebiscito já foi feito (nas ruas), e o povo não aguenta mais a corrupção e os problemas em Educação, Saúde e Segurança. O governo saiu de um diagnóstico errado para um tratamento errado. É preciso ter um gesto de humildade. A preocupação é que ela não está dando sinais de recuperação e agora enfrenta a queda no emprego - disse Caiado.

Na mesma linha, o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que a recuperação da popularidade é difícil. - Fica muito difícil uma recuperação depois deste mergulho - disse o tucano, para quem falta "ousadia" ao governo para reagir aos problemas.

(O Globo)

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