terça-feira, 23 de julho de 2013

"GABINETE VIRTUAL" PARA UM GOVERNO QUE REALMENTE NÃO AGE NEM EXISTE. SÓ FALA. O BRASIL CAMINHA, APESAR DO DESGOVERNO

Depois das manifestações de junho, que ocorreram após intensa organização na web, o governo decidiu montar um "gabinete digital" para se comunicar, sem intermediários, com as redes sociais. Segundo a Folha apurou, o objetivo é abastecer o mundo cibernético com dados oficiais; monitorar e pautar o debate virtual; fazer disputa de versões, desfazer boatos e tentar, na medida do possível, colocar a presidente Dilma Rousseff em contato mais direto com internautas.

Ao contrário do Participatório, espaço virtual lançado pelo governo na última quarta, mas em gestação desde 2011, o "gabinete digital" responde ao chamado "susto das ruas" no Executivo. Os protestos de junho foram articulados na internet sem que o poder público conseguisse capturar a movimentação e, menos ainda, reagir. No período, a popularidade presidencial caiu 27 pontos, conforme pesquisa do Datafolha de 29 de junho.

Não por acaso, o comando para criar o órgão partiu da própria Dilma Rousseff. Em sinal de que já é visto como estratégico, a nova estrutura será instalada no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde despacha a presidente. O gestor Valdir Simão coordenará a equipe. Ex-secretário-executivo do Turismo, onde criou um sistema de acompanhamento de emendas parlamentares na pasta, sua principal função será sistematizar dados oficiais e disponibilizá-los em linguagem acessível. Essa plataforma servirá de base para instrumentalizar as redes sociais.

Além disso, está em avaliação a criação de uma espécie de "ouvidoria virtual", ligada quase em tempo real à Presidência da República. Uma das alternativas é fazer isso por uma conta no Facebook.

Em reuniões reservadas, o ex-presidente Lula manifestou preocupação similar e pediu mais ativismo nas redes. Tanto o PT quanto o governo Dilma reconhecem o que pesquisas e especialistas apontam: o noticiário produzido por jornais, portais e TVs brasileiros dominou os compartilhamentos em redes sociais durante os protestos que pararam o Brasil em junho. 

(Folha de São Paulo)

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