segunda-feira, 22 de julho de 2013

QUEM PAGA A CONTA DE EIKE?

Brasília –Em um país sério, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já estaria respondendo a processo pelo empréstimo de R$ 10,4 bilhões que deu às empresas de Eike Batista, dinheiro do contribuinte jogado no lixo. Na entrevista à Folha de S. Paulo, Coutinho trata com desdém a quebradeira do empresário e tenta minimizar o escândalo ao dividir com o mercado a aventura do Eike, quando diz que a expectativa de sucesso dele foi “compartilhada por todo o mercado”.
O Ministério Público do Distrito Federal está de olho na administração do BNDES e tenta abrir a caixa preta do banco, exigindo mais transparência nos empréstimos concedidos. O BNDES é um caso típico de um banco estatal sujeito a pressões de lobistas e de políticos que tentam se locupletar do dinheiro público. Coutinho parece não se abalar com o tombo que o governo pode levar do Eike porque comanda um banco estatal. Na iniciativa privada já teria sido demitido se tivesse apostado nos sonhos megalômanos de um empresário que pretendia ser o homem mais rico do mundo vendendo ilusões.
Mas, no caso de Eike, a coisa é diferente. A amizade do empresário com o ex-presidente Lula –  que se tornou seu principal lobista – impedia que Luciano Coutinho negasse as benesses para as empresas virtuais de Eike, que hoje acumulam uma dívida de 23 bilhões de reais e não têm condições de ressarcir os R$ 10,4 bilhões que saíram dos cofres do BNDES
O prejuízo, como sempre, será pendurado na conta dos brasileiros, mas o Congresso Nacional tem a obrigação de instalar uma CPI para apurar o envolvimento do governo com os negócios do empresário.
A paixão de Eike por Lula é tão arrebatadora que ele arrematou um terno do ex-presidente por 500 mil reais em um leilão filantrópico. Além disso, Lula e o governador do Rio, Sergio Cabral, estado onde Eike concentra suas maiores empresas, passaram a visitar o conglomerado X à bordo do avião do empresário. Cabral e o prefeito do Rio usaram o jato dele inclusive para assistir o sorteio das Olimpíadas na Dinamarca.
Agora, com a pré-falência do empresário, a pergunta é: quem vai pagar o pendura da aventura de Eike que um dia pensou em ser o homem mais rico do mundo?
Para os que ainda têm dúvida, aqui vai uma dica: nós, os idiotas.

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